sábado, 26 de dezembro de 2015

Sobre Um Homem Chamado Jesus.

Jesus (em hebraico: ישוע/ יֵשׁוּעַ; transl.: Yeshua; em grego: Ἰησοῦς, Iesous), também chamado Jesus de Nazaré, que nasceu entre 7 e 2 a.C e morreu por volta de 30 a 33 d.C., é a figura central do cristianismo e aquele que os ensinamentos de maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho de Deus. O cristianismo e o judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo, um nome também usado fora do contexto cristão.

Praticamente todos os acadêmicos contemporâneos concordam que Jesus existiu realmente, embora não haja consenso sobre a confiabilidade histórica dos evangelhos e de quão perto o Jesus bíblico está do Jesus histórico. A maior parte dos acadêmicos concorda que Jesus foi um pregador judeu da Galileia, foi batizado por João Batista e crucificado por ordem do governador romano Pôncio Pilatos. Numa revisão em 2011 do estado da arte da investigação contemporânea, Bart Ehrman escreveu:
"Com certeza existiu, já que praticamente qualquer investigador clássico competente concorda, seja ou não cristão". 
Richard A. Burridge afirma:
"Há aqueles que argumentam que Jesus é produto da imaginação da Igreja e que nunca houve qualquer Jesus. Devo dizer que não conheço nenhum acadêmico de renome que ainda afirme isso".
Cristo Pantocrator. Século VI.
Créditos: Wikipédia
Robert M. Price não acredita que Jesus tenha existido, mas reconhece que o seu ponto de vista é contrário à maioria dos acadêmicos. James D.G. Dunn chama às teorias da inexistência de Jesus "uma tese completamente morta". Michael Grant (um classicista) escreveu em 1977: "em anos recentes, nenhum acadêmico sério se aventurou a postular a não historicidade de Jesus, e os poucos que o fazem não tiveram qualquer capacidade de contrariar as evidências no sentido contrário, muito mais abundantes e fortes. Robert E. Van Voorst declara que os acadêmicos bíblicos e historiadores clássicos encaram as teorias da inexistência de Jesus como completamente refutadas.

Os acadêmicos construíram vários perfis do Jesus histórico, que geralmente o retratam em um ou mais dos seguintes papéis: o líder de um movimento apocalíptico, o Messias, um curandeiro carismático, um sábio e filósofo, ou um reformista igualitário. A investigação tem vindo a comparar os testemunhos do Novo Testamento com os registos históricos fora do contexto cristão de modo a determinar a cronologia da vida de Jesus.

Algumas linhas cristãs acreditam que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem, praticou milagres, fundou a Igreja, morreu crucificado como forma de expiação, ressuscitou dos mortos e ascendeu ao Paraíso, do qual regressará. A grande maioria dos cristãos venera Jesus como a encarnação de Deus, o Filho, a segunda das três pessoas na Santíssima Trindade. Alguns grupos cristãos rejeitam a Trindade, no todo ou em parte.

No contexto islâmico, Jesus (transliterado como Isa) é considerado um dos mais importantes profetas de Deus e o Messias. Para os muçulmanos, Jesus foi aquele que trouxe as escrituras e é filho de uma virgem, mas não é divino, nem foi vítima de crucificação. O judaísmo rejeita a crença de que Jesus seja o Messias aguardado, argumentando que não corresponde às profecias messiânicas do Tanach.

Nascimento de Jesus.

As narrativas da genealogia e da natividade de Jesus no Novo Testamento só aparecem nos evangelhos de Lucas e Mateus, sendo estas as principais fontes de informação sobre o tema. Fora do Novo Testamento, existem documentos mais ou menos contemporâneos de Jesus e dos evangelhos, mas poucos são os que esclarecem detalhes biográficos da sua vida. Mateus começa o seu evangelho com a genealogia de Jesus (Mateus 1:1), antes de narrar o seu nascimento. Identifica a ascendência de Jesus até Abraão através de David. Lucas 3:22 discute a genealogia depois de descrever o batismo de Jesus, no qual uma voz celestial se dirige a Jesus e o identifica como o Filho de Deus. Mateus 3:23 determina a ascendência de Jesus desde "José, filho de Eli", até "Adão, filho de Deus".

Adoração dos Pastores por Gerard van Honthorst, 1622. Créditos: Wikipédia.
A natividade é um elemento proeminente no Evangelho de Lucas, correspondente a 10% do texto e três vezes mais longo do que o texto da Natividade de Mateus. A narração de Lucas dá ênfase a acontecimentos anteriores ao nascimento de Jesus e foca-se em Maria, enquanto que Mateus narra acontecimentos posteriores ao nascimento e se foca em José. Ambos os textos afirmam que Jesus é filho de José e da sua noiva Maria e que nasceu em Belém, e ambos apoiam a doutrina do nascimento virginal de Jesus, segundo a qual Jesus foi concebido de forma milagrosa pelo Espírito Santo no ventre de Maria enquanto ainda era virgem.

Em Lucas 1:31, o arcanjo Gabriel diz a Maria que ela irá conceber e carregar uma criança chamada Jesus por obra do Espírito Santo. Estando noivo de Maria, José fica preocupado com a sua gravidez (Mateus 1:19-20), mas no primeiro dos seus três sonhos, um anjo assegura-lhe que não tenha medo de casar com Maria, uma vez que a criança foi concebida pelo Espírito Santo. Quando se aproxima o momento do parto, Maria e José viajam de Nazaré até à casa de José em Belém para se registarem no censo ordenado pelo imperador romano. É aí que Maria dá à luz Jesus. Uma vez que não encontraram vaga na estalagem, o recém-nascido é colocado numa manjedoura (Lucas 2:1-7). Um anjo anuncia o nascimento a alguns pastores, que se deslocam a Belém para ver Jesus e posteriormente divulgar a notícia (Lucas 2:8-20). Depois de apresentarem Jesus no Templo, a família regressa a Nazaré. Em Mateus 1:1-12, três reis magos do Oriente levam ofertas ao recém-nascido como o Rei dos Judeus. Herodes toma conhecimento do nascimento de Jesus e, pretendendo vê-lo morto, ordena a execução de todas as crianças do sexo masculino de Belém. No entanto, um anjo avisa José no seu segundo sonho, o que leva a família a fugir para o Egito, de onde mais tarde regressaria para se fixar em Nazaré.

Morte e Ressurreição.

A crucificação de Jesus é descrita nos quatro evangelhos canônicos. Depois dos julgamentos, Jesus é levado para o Calvário carregando a cruz. O caminho que se pensa ter sido usado é conhecido por Via Dolorosa. Os três evangelhos sinópticos indicam que Simão de Cirene foi obrigado pelos romanos a ajudar Jesus. Em Lucas 23:27-28 Jesus diz às mulheres no meio da multidão que o segue para não chorarem por ele, mas por si próprias e pelas suas crianças. No Calvário, oferecem a Jesus um preparado analgésico. De acordo com Mateus e Marcos, Jesus recusa.

Os soldados crucificam Jesus e removem a sua roupa. Acima da sua cabeça na cruz estava a inscrição de Pilatos, "Jesus Nazareno Rei dos Judeus", ridicularizado por soldados e pessoas que passavam a pé. Jesus é crucificado entre dois ladrões condenados, um dos quais ataca Jesus, enquanto outro o defende. Os soldados romanos partem as pernas de ambos os ladrões, uma técnica usada para acelerar a morte na cruz, mas não chegam a partir as de Jesus, uma vez que este já se encontra morto. Em João 19:34, um soldado perfura Jesus com uma lança, de cuja ferida brota água. Em Mateus 27:51-54, quando Jesus morre, a cortina pesada do Templo volve-se e um terramoto abre os túmulos. Aterrorizado pelo evento, um centurião romano afirma que Jesus era de fato o Filho de Deus.

No mesmo dia, José de Arimateia, com a permissão de Pilatos e a ajuda de Nicodemus, remove o corpo de Jesus da cruz, envolve-o em roupas lavadas e enterra-o num túmulo de pedra talhada. Em Mateus 27:62, no dia seguinte os judeus pedem a Pilatos para o túmulo ser selado com uma pedra e vigiado, de modo a assegurar que o corpo aí permaneça.

O texto do Novo Testamento sobre a ressurreição de Jesus afirma que no primeiro dia da semana após a crucificação (geralmente interpretado como sendo o domingo), o seu túmulo foi descoberto vazio e que os seus discípulos o encontram ressuscitado dentre os mortos. Os discípulos chegaram ao túmulo de manhã cedo e encontram um ou dois seres (homens ou anjos) vestidos com túnicas brancas. Marcos 16:9 e João 20:15 indicam que Jesus aparece primeiro a Maria Madalena, e Lucas 24:1 afirma que ela é uma dos mirróforos (na tradição oriental) ou das Três Marias (na ocidental).

Depois de descobrirem o túmulo vazio, Jesus realiza uma série de aparições aos discípulos. Entre elas está a Dúvida de Tomé e a aparição na estrada aos Emaús, em que Jesus encontra dois discípulos. A segunda pesca milagrosa é um milagre no mar da Galileia, após o qual Jesus encoraja Pedro a servir os seus seguidores.

Antes de ascender ao Céu, Jesus instrui os discípulos a espalhar a palavra sobre os seus ensinamentos em todas as nações do mundo. Lucas 24:51 afirma que Jesus é então levado ao Céu. O relato da ascensão é elaborado em Atos 1:1-11 e mencionado em Timóteo 3:16. Nos Atos, quarenta dias depois da Ressurreição, quando os discípulos olham para cima, encontram Jesus elevado, tendo sido levado por uma nuvem. Pedro 3:22 afirma que Jesus foi levado para o Céu e é agora a mão direita de Deus.
Ascensão de Jesus ao Paraíso. John Singleton Copley, 1775. Créditos: Wikipédia.
Os Atos dos Apóstolos descrevem várias aparições de Jesus em visões após a sua Ascensão. Atos 7:55 descreve uma visão vivenciada por Santo Estêvão pouco antes de morrer. Na estrada para Damasco, o apóstolo Paulo é convertido ao cristianismo depois da visão de uma luz ofuscante e de ter ouvido uma voz dizer: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9:5). Em Atos 9:10-18, Jesus instrui Ananias de Damasco a curar Paulo. É o último diálogo com Jesus citado na Bíblia até ao Livro da Revelação, no qual um homem chamado João vivencia uma revelação de Jesus sobre os últimos dias.

Jesus Em Outras Crenças.

À exceção dos seus próprios discípulos e seguidores, os judeus contemporâneos de Jesus rejeitavam a crença de que ele pudesse ser o Messias, tal como é ainda rejeitada hoje em dia pela grande maioria dos judeus. Ao longo dos séculos, Jesus tem sido tema de amplo debate e inúmeras publicações por parte de teólogos, concílios ecumênicos e reformistas. As denominações cristãs e cismas são muitas vezes definidas ou caracterizadas em função da descrição que apresentam de Jesus. Ao mesmo tempo, Jesus tem um papel proeminente entre crentes de outras religiões, como os maniqueístas, gnósticos e muçulmanos.
  • Perspetivas Cristãs.
Jesus é a figura central do cristianismo. Embora entre os cristãos haja diferentes pontos de vista sobre Jesus, é possível resumir as crenças partilhadas entre as principais denominações de acordo com os seus textos. Os pontos de vista cristãos sobre Jesus têm origem em várias fontes, entre as quais os evangelhos canônicos e cartas do Novo Testamento, como as epístolas paulinas e os documentos joaninos. Estes documentos resumem as crenças fundamentais sobre Jesus por parte dos cristãos, incluindo a sua divindade, humanidade e vida terrena, e que é Cristo e o Filho de Deus. Apesar de partilharem grande parte das crenças, nem todas as denominações cristãs concordam com todas as doutrinas, e existem várias diferenças entre si em termos de crença e ensinamentos que persistiram ao longo de séculos.

O Novo Testamento afirma que a ressurreição de Jesus é o fundamento da fé cristã (Coríntios 15:12). Os cristãos acreditam que pela sua morte e ressurreição, os seres humanos se podem reconciliar com Deus, sendo-lhes oferecida salvação e a promessa de vida eterna. Recordando as palavras de João Batista a seguir ao batismo de Jesus, estas doutrinas por vezes denominam-no Cordeiro de Deus, por ter sido sacrificado para cumprir o seu papel enquanto servo de Deus. Jesus é assim visto como o novo e último Adão, cuja obediência contrasta com a desobediência de Adão. Os cristãos veem Jesus como um modelo de vida, sendo encorajados a imitar a sua vida focada em Deus.

Muitos cristãos acreditam que Jesus foi ao mesmo tempo humano e o Filho de Deus. Embora a sua natureza seja alvo de debate teológico, Os cristãos trinatários acreditam que Jesus é o Logos, a encarnação de Deus e Deus, o Filho, simultaneamente divino e humano.  Posteriormente ao período apostólico, decorreram na Igreja primitiva vários debates acesos e muitas vezes politizados sobre vários temas relacionados entre si. A cristologia era um dos pontos principais destes debates, sendo debatida em cada um dos primeiros sete concílios ecumênicos.

No entanto, a doutrina da Trindade não é universalmente aceite entre os cristãos, sendo rejeitada por denominações como A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, as Testemunhas de Jeová ou a Ciência Cristã. Os cristãos veneram não apenas Jesus, mas também o seu nome. A devoção ao Santo Nome de Jesus remonta aos primeiros dias do cristianismo. Estas devoções e comemorações existem tanto no cristianismo ocidental como no oriental.
  • Perspetivas Judaicas.
A corrente dominante do judaísmo rejeita a proposta de Jesus ser Deus, um mediador de Deus, ou parte de uma Trindade. Argumenta que Jesus não é o Messias por não ter nem realizado as profecias messiânicas do Tanach, nem apresentar as qualificações pessoais do Messias. De acordo com a tradição judaica, não houve qualquer profeta após Malaquias, que enunciou as profecias no século V a.C. Um grupo denominado judaísmo messiânico considera Jesus o Messias, embora seja disputado se este grupo corresponde ou não a uma seita do judaísmo.

A crítica do judaísmo a Jesus é de longa data. O Novo Testamento afirma que Jesus foi criticado pelas autoridades judaicas do seu tempo. Os fariseus e escribas criticavam Jesus e os seus discípulos por não respeitarem a Lei de Moisés, por não lavarem as mãos antes das refeições (Marcos 7:1-23, Mateus 15:1-20) e por apanharem cereais durante o sabat (Marcos 2:23, Marcos 3:6). O Talmude, escrito e compilado entre os séculos III e V d.C., inclui narrativas que alguns consideram ser relatos de Jesus. Numa dessas narrativas, Yeshu ha-nozri (“Jesus, o Cristão”) é executado por um tribunal judaico por promover idolatria e praticar magia. Há um amplo espectro de opiniões entre académicos no que respeita a estas narrações. A maioria dos historiadores contemporâneos consideram que este material não oferece qualquer informação do Jesus histórico. A ‘’Mishné Torá’’, uma obra de lei judaica escrita por Maimónides em finais do século XII, afirma que Jesus é uma “força de bloqueio” que “faz com que a maioria do mundo peque e sirva outro deus que não o verdadeiro”.
  • Perspetiva Islâmica.
O islão considera Jesus (“Isa”) um mensageiro de Deus (Alá) e o Messias (‘’al-Masih’’) enviado para guiar as tribos de Israel (bani isra'il) através de novas escrituras, o Evangelho (‘’Injil’’). Os muçulmanos não reconhecem a autenticidade do Novo Testamento e acreditam que a mensagem original de Jesus foi perdida, sendo mais tarde reposta por Maomé. A crença em Jesus, e em todos os outros mensageiros de Deus, faz parte dos requisitos para ser um muçulmano. O Alcorão menciona o nome de Jesus vinte e cinco vezes, mais do que o próprio Maomé, e enfatiza que Jesus foi também um ser humano mortal que, tal como todos os outros profetas, foi escolhido de forma divina para divulgar a mensagem de Deus. No entanto, o islão considera que Jesus nem é a encarnação nem o filho de Deus. Os textos islâmicos sublinham a noção estrita de monoteísmo (‘’tawhid’’) e proíbem a associação de elementos a Deus, o que seria considerado idolatria. O Alcorão refere que o próprio Jesus nunca alegou ser divino, e profetiza que durante o julgamento final, Jesus negará ter alguma vez alegado tal (Alcorão 5:116). Tal como todos os profetas do islão, Jesus é considerado um muçulmano, acreditando-se que tenha pregado que os seus seguidores deveriam prosseguir um modo de vida correto, conforme ordenado por Deus.

O Alcorão não menciona José, mas descreve a Anunciação a Maria (‘’Mariam’’), na qual um anjo a informa de que daria à luz Jesus ao mesmo tempo que permaneceria virgem. O nascimento virginal é descrito como milagre realizado pela vontade de Deus. O Alcorão (21:91 e 66:12) afirma que Deus soprou o Seu Espírito a Maria enquanto era ainda casta. No islão, Jesus é denominado “Espírito de Deus” por ter nascido através da ação do Espírito, embora essa crença não inclua a doutrina da Sua preexistência, como acontece no cristianismo.

Os muçulmanos acreditam que Jesus foi o último profeta enviado por Deus para guiar os Israelitas. Para o auxiliar no seu ministério entre os Judeus, Deus teria dado permissão a Jesus para realizar milagres. Jesus é visto como precursor de Maomé e os muçulmanos acreditam que previu a sua chegada. Os muçulmanos negam que Jesus tenha sido crucificado, que tenha ressuscitado dos mortos ou que se tenha sacrificado pelos pecados da Humanidade. De acordo com a tradição muçulmana, Jesus não foi crucificado, mas foi erguido fisicamente por Deus para o Paraíso. A Comunidade Ahmadi acredita que Jesus foi um mortal que sobreviveu à sua própria crucificação e morreu de causas naturais aos 120 anos em Caxemira. A maior parte dos muçulmanos acredita que Jesus regressará à terra pouco depois do Juízo Final para derrotar o Anticristo (‘’dajjal’’).
  • Outras Perspetivas.
No sincretismo das religiões africanas com o catolicismo, no Brasil, a imagem de Jesus foi associada no Candomblé ao orixá Oxalá, o maior de todos no panteão desta religião; o sincretismo também vale para a imagem de "Jesus Menino", equivalente à personificação de Oxalá quando jovem, em Oxaguian.

A fé bahá'í considera Jesus uma manifestação de Deus, um conceito para profetas, e aceita Jesus enquanto Filho de Deus. Seus textos confirmam muitos, mas não todos, os aspetos do Jesus retratado nos evangelhos. Os crentes acreditam no nascimento virginal e na crucificação, mas interpretam a ressurreição e os milagres de Jesus como meramente simbólicos.

Alguns hinduístas consideram que Jesus seja um avatar ou um ‘’sadhu’’ e enumeram várias semelhanças entre os ensinamentos de Jesus e os do hinduísmo. Paramahansa Yogananda, um guru hinduísta, afirmou que Jesus foi a reencarnação de Eliseu e aluno de João Batista, reencarnação de Elias. Alguns budistas, entre os quais Tenzin Gyatso, XIV Dalai Lama, veem Jesus como um ’’bodisatva’’ que dedicou a vida ao bem-estar do próximo.

Na perspetiva espírita, Jesus é o modelo humano de perfeição, segundo diz Allan Kardec em O Livro dos Espíritos. Para a doutrina espírita Jesus veio com a missão divina de cumprir a lei, que fora anteriormente revelada por Moisés (primeira e segunda revelações); ele, contudo, não disse tudo, e foi completado pela "terceira revelação": o Espiritismo. Kardec examina a natureza do Cristo nas Obras Póstumas, onde é taxativo: as discussões sobre a natureza corpórea do Cristo foi causa dos principais cismas da Igreja, e refuta todos os fundamentos para o dogma da divindade de Jesus, razão pela qual a crença na “trindade” não tem qualquer embasamento no Espiritismo.

A Teosofia, a partir da qual derivam muitos textos da New Age (Nova Era), refere-se a Jesus como Mestre Jesus e acredita que Cristo, depois de várias reencarnações, ocupou o corpo de Jesus. A cientologia reconhece Jesus (a par de outras figuras religiosas como Zaratustra, Maomé e Buda) como parte da sua herança religiosa. No gnosticismo, hoje em dia uma religião praticamente extinta, Jesus foi enviado do reino divino para oferecer o conhecimento secreto essencial para a salvação (gnose). A maior parte dos gnósticos acreditavam que Jesus era um humano que foi possuído pelo espírito de Cristo no momento do batismo. O espírito abandonou o corpo de Jesus durante a crucificação, porém mais tarde ressuscitou o corpo do mundo dos mortos. No entanto, alguns gnósticos eram docéticos, acreditando que Jesus não teve qualquer corpo físico, apenas aparentando ter um. O maniqueísmo, uma seita gnóstica, aceitava Jesus enquanto profeta, a par de Siddhartha Gautama e Zaratustra.

O ateísmo rejeita a divindade de Jesus, embora muitos ateus tenham sobre ele uma perspetiva positiva; Richard Dawkins, por exemplo, refere-se a Jesus como um excelente mestre de moral.

Entre os críticos de Jesus estão Celso no século II e Porfírio, o qual escreveu uma obra em quinze volumes na qual criticava o cristianismo no seu todo. No século XIX, Nietzsche foi um dos mais críticos em relação a Jesus, cujos ensinamentos considerava serem antinaturais no que diz respeito a tópicos como a sexualidade. Já no século XX, Bertrand Russell escreveu em Why I Am Not a Christian que Jesus “não foi tão sábio como outras pessoas, e com certeza não o foi de forma tão superlativa”.

O Jesus Histórico.

A pesquisa contemporânea do Jesus histórico geralmente levam o critério histórico de plausibilidade como sua base, em vez de o critério de dissimilaridade. As narrativas, portanto, que se encaixam no contexto judaico e dão sentido a ascensão do cristianismo podem ser históricas. Ao longo dos últimos 150 anos, os historiadores e estudiosos bíblicos têm feito grandes progressos na busca do Jesus Histórico. De Albert Schweitzer, com seu trabalho revolucionário Von Reimarus zu Wrede (The Quest of the Historical Jesus)  em 1906, até o controverso Jesus Seminar, muito foi aprendido. O objetivo destes estudiosos é examinar as provas de diversas fontes a fim de trazê-las em conjunto para que se possa elaborar uma reconstrução completa de Jesus.

O uso do termo do Jesus Histórico implica que sua reconstrução será diferente daquela apresentada no ensino do Cristo da Fé pelo Cristianismo. Assim, a montagem do Jesus Histórico às vezes difere dos judeus, cristãos, muçulmanos ou crenças hindus. Os historiadores deixam claro que o personagem estudado por eles não é o mesmo da religião.

Eles estão em busca de informações sobre o homem chamado Jesus, que viveu na Galileia há 2.000 anos, que viveu numa época de expectativas messiânicas e apocalípticas. E em torno do qual foi criada a maior religião do mundo. Ele foi batizado por João Batista e, depois que João foi executado, começou a sua própria pregação na Galileia. Jesus pregava a salvação, a vida eterna, a purificação dos pecados, a vinda do Reino de Deus, usando parábolas como imagens surpreendentes. Além disso, ele era conhecido como um professor e um homem que realizava milagres. Muitos estudiosos creditam as declarações apocalípticas dos Evangelhos a Jesus, enquanto outros defendem que o seu Reino de Deus era moral, e não de natureza apocalíptica.

"Os historiadores não buscam um ser divino, que é impossível de quantificar, medir e avaliar. O Jesus da história é estritamente humano", afirma André Chevitarese, professor do Instituto de História da UFRJ e autor dos livros Jesus Histórico - Uma Brevíssima Introdução e Cristianismos: Questões e Debates Metodológicos (Editora Kline).

Nessa busca pelo Jesus histórico, a perspectiva dos pesquisadores lembra a de São Tomé, o apóstolo que duvidou de Cristo e exigiu provas de sua ressurreição. Do mesmo modo, os historiadores não podem acreditar cegamente no que dizem as religiões e seus líderes, mas devem embasar tudo que afirmam em evidências. Essas provas não precisam ser, necessariamente, físicas, como a descoberta de uma ossada ou um túmulo. "Se esse critério fosse adotado, 95% dos personagens históricos não seriam reconhecidos", diz o pesquisador.

A busca pelo Jesus histórico iniciou-se com o trabalho de Hermann Samuel Reimarus no século XVIII. Dois livros, ambos chamados "A Vida de Jesus", foram escritos por David Friedrich Strauss e publicados em alemão em 1835-1836. Ernest Renan publicou um livro em francês no ano de 1863. O Jesus histórico é conceptualmente diferente do Cristo da fé. Para os historiadores o primeiro é físico, enquanto o último é metafísico. O Jesus histórico é baseado em evidências históricas. Cada vez que um rolo de papel novo é descoberto ou fragmentos de um novo Evangelho são encontrados, o Jesus histórico é modificado.

Os textos mais antigos sobre Jesus datam do século I, em sua maioria escritos por seguidores do cristianismo. A exceção é Flávio Josefo, um historiador judeu que tentou escrever toda a história do povo judaico, desde o Gênesis até sua época. Ele cita Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como exemplos de homens que lideraram movimentos messiânicos na região da Galileia.

No século seguinte, surgem mais textos de historiadores que citam Jesus e, principalmente, o movimento iniciado por seus seguidores. "Esses dados servem para mostrar que não estamos no campo da mitologia. São autores judeus e romanos, que nunca se tornaram cristãos, e permitem afirmar de modo muito seguro que Jesus é um personagem histórico."

Segundo a maior parte dos historiadores, Jesus não nasceu em Belém, como afirmam algumas passagens bíblicas, mas em Nazaré - uma pequena aldeia montanhosa da Galileia, cuja população era camponesa e girava em torno de 500 indivíduos. "A aldeia não tinha nenhuma relevância política, não possuía construções públicas ou sinagogas. Os escritores dos Evangelhos mudaram o lugar por razões teológicas, para que o nascimento de Cristo confirmasse algumas profecias do Antigo Testamento."

Jesus teria nascido na pequena vila em torno do ano 4 A.C., e teria passado a maior parte de sua vida na região, sem nunca pisar em uma cidade grande. A exceção acontece quando ele entra em Jerusalém - ato que teria como consequência sua crucificação pelas autoridades romanas. Sua morte deve ter acontecido por volta dos anos 35 e 36 D.C., pouco tempo depois de João Batista também ter sido morto pelos romanos, segundo a narrativa de Flávio Josefo.

Os historiadores e estudiosos da Bíblia analisam os Evangelhos canônicos, o Talmud, o Evangelho segundo os hebreus, os Evangelhos Gnósticos, os escritos de Flávio Josefo, os Manuscritos do Mar Morto, entre outros documentos antigos a fim de encontrar o Jesus histórico. Uma série de métodos foram desenvolvidos para analisar criticamente essas fontes:

Fontes mais antigas: muitos historiadores preferem as fontes mais antigas sobre Jesus, desconsiderando, como regra geral, as fontes que foram escritas mais de um século após sua morte.

Critério do constrangimento: enfoca atos ou palavras de Jesus que poderiam ter constrangido ou criado dificuldades para a igreja primitiva ou para o autor do evangelho. Por exemplo, se a crucificação foi motivo de embaraço para os primeiros cristãos, seria bastante improvável que os evangelhos afirmassem que Jesus havia sido crucificado, a menos que ele realmente foi crucificado.

Atestação Múltipla: quando duas ou mais fontes independentes contam histórias semelhantes ou consistente. Esse critério faz bastante uso dos caso de relatos orais anteriores as fontes escritas. A atestação múltipla não é o mesmo que a atestação independente. Se um relatou utilizou outro relato como fonte, então essa história estará presente em todos os relatos, mas com apenas uma fonte independente. O ponto de vista dominante é que o relato de Marcos foi usado como fonte de Mateus e Lucas.

Contexto histórico: a fonte é mais credível se relato fizer sentido dentro do contexto e da cultura em que o fato possivelmente aconteceu. Por exemplo, alguns ditos da língua copta do Evangelho de Tomé fazem sentido em dentro de um contexto gnóstico do século II, mas não no contexto do primeiro século cristãos, uma vez que o gnosticismo apareceu no segundo século.

Análise linguística: há algumas conclusões que podem ser extraídas da análise linguística dos Evangelhos. Por exemplo, se um diálogo só faz sentido em grego, é possível que ele foi redigido e que o texto é de certa forma diferente do original aramaico. Alguns consideram, por exemplo, o diálogo entre Jesus e Nicodemos no capítulo 3 de João como algo que só faz sentido em grego, mas não em aramaico. De acordo com Bart Ehrman, este critério é incluído na análise de credibilidade contextual, porque ele acredita que Jesus e Nicodemos estavam falando em aramaico.

Objetivo do autor: este critério é o outro lado do critério de dissimilaridade. Quando o material apresentado serve aos propósitos do autor ou do editor, ele é suspeito. Várias seções nas narrativas do Evangelho, como o Massacre dos Inocentes por exemplo, retratam a vida de Jesus como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento. Na visão de alguns estudiosos, isso pode apenas refletir o objetivos literário do autor, e não acontecimentos históricos.

Polêmicas.

Não e apenas em Paz e amor que Jesus está envolvido, Além de guerras, fanatismos, sua existência e discutidas ao longo dos anos (Mais de 2.000 para ser mais exato).

O estudo de Jesus do ponto de vista mitográfico é a examinação das narrativas de Jesus, o Cristo (“o Ungido”) das escrituras, da teologia e do povo cristão como parte central da mitologia cristã. Tal estudo também pode envolver comparações entre crenças cristãs sobre Jesus e sobre outros deuses ou personagens mitológicos. A relevância do “mito” no estudo sobre Jesus e as Escrituras é normalmente rejeitado pelo sistema educacional moderno.

Ao invés disso, o estudo de Jesus Cristo como um mito é popularmente associado a uma posição cética em relação ao “Jesus histórico”. Proponentes da teoria da origem mitológica do Cristianismo sugerem que uma parte dos evangelhos tenha sido criado por um ou mais pregadores históricos, mas que de nenhuma maneira esses pregadores tenham sido “fundadores do Cristianismo”; ao contrário, esses proponentes alegam que o cristianismo tenha surgido organicamente das culturas Helenística e Judaica. Contudo, o estudo dos paralelos entre as narrativas de Cristo e outras figuras mitológicas não prejudica o entendimento sobre o “Jesus histórico”, e este está aberto a várias interpretações.
  1. A influência do Cristianismo nas religiões do Mistério (para Agostinho de Hipona)
  2. A interpretação dos paralelos mitológicos como uma “imitação diabólica” de Cristo (para Justino Mártir)
  3. A interpretação do mito pré-Cristão como um Urmonotheismus degradado
  4. A interpretação da narrativa de Cristo como um “mito verdadeiro” (para C. S. Lewis)
  5. A admissão de um Jesus histórico, que, no entanto, é de menor interesse para o Cristianismo do que para o Mito de Cristo (para Carl G. Jung)
  • Jesus, um Delírio?
Em 11 de setembro de 2002, Luigi Cascioli um aposentado de 72 anos na época, denunciou a Igreja na pessoa do padre Enrico Righi, pároco de Bagnoregio, seu ex-companheiro de seminário e amigo, para os crimes de "abuso da credulidade popular" (art. 661 CP)  e "substituição de pessoa" (art. 494 CP) Segundo Cascioli, Don Enrico Righi foi culpado de ter escrito no boletim da paróquia que Jesus realmente existiu.

A base de sua acusação é: a afirmação de que Jesus Cristo existiu historicamente. Ele diz que: ''Os padres da Igreja Católica, como Righi, defendem ficções históricas, apresentando como verdades fatos inventados para servir às necessidades da doutrina religiosa''. Segundo a lei italiana, é possível processar alguém por abusar da crença popular usando ficções como se fossem fatos.  A igreja reagiu processando Cascioli por difamação, mas para provar isso os advogados da igreja vão ter que provar que Jesus realmente existiu. Através do padre, Cascioli queria processar toda a igreja católica. O processo durou 4 anos até ser ser arquivado em 6 de fevereiro de 2006. Luigi Cascioli morreu em 15 de de Março de 2010.

Em 2007 um filme produzido por Peter Joseph Zeitgeist, o Filme (Zeitgeist, the Movie, no original) causou uma polêmica com uma das partes dele: "The Greatest Story Ever Told" ("A maior história já contada") A primeira parte do filme é uma avaliação crítica da religião, com principal incidência no cristianismo, se utilizando de argumentos do livro "The Christ Conspiracy, The Greatest Story Ever Sold" (A Conspiração de Cristo, A Maior História Já Vendida) da autora teosofista Acharya S, sendo que é a própria autora defende sua teoria no Guia Oficial do filme, disponível no site oficial.
O filme afirma que Jesus é um mito astrológico, e que a Bíblia se trata de uma miscelânea de histórias baseadas em princípios astrológicos pertencentes a civilizações antigas (Egito especialmente). Um argumento semelhante é apresentado pelo escritor Fernando Vallejo no livro La puta de Babilônia, e diversos outros autores teosofistas e gnósticos. A atenção do filme se foca inicialmente no movimento do Sol e das estrelas, fato este que é uma das características das religiões "pagãs" pré-cristãs. É então apresentada uma série de semelhanças entre a história de Jesus e a de Hórus, o "deus Sol" egípcio. Há referência sobre o papel de Constantino na formação da Igreja e seus dogmas.

As comparações mostradas no filme sugerem que a história de Jesus foi baseada em várias outras histórias de deuses mais antigos, principalmente, Hórus. Críticas foram proclamadas contra essas afirmações, e se criaram até ministérios especializados no assunto Mito de Jesus.

Doutor em história do Novo Testamento e membro do Sínodo da diocese de Sydney, o Dr. Chris Forbes, professor da Universidade Macquarie (Sydney, Austrália), criticou severamente em uma entrevista a primeira parte do filme, como carente de base no mundo académico sério. Forbes também afirma haver vários erros e trechos que não são verdadeiros.

Dr. Chris Forbes lembra que Rá, não Hórus, é o deus egípcio do Sol, e que não há nenhuma prova nas fontes egípcias que a deusa Ísis, mãe de Horus, ser uma virgem. Igualmente, Krishna (o oitavo filho), Dioniso (cuja mãe tinha dormido com Zeus) e Átis, não teriam nascido de virgens. Assinala que o jogo de palavras inglesas "son" (filho) e "sun" (sol) não funciona nem em latim, nem na antiga língua egípcia, nem em grego (koiné), e que a data 25 de dezembro não é parte de nenhum dos mitos, bem como inexiste na história de Jesus, para a qual o dia do Natal foi instituído como feriado já com conhecimento pleno de que a data real do nascimento deste, era desconhecida.

Também critica a forma manipulada no uso das fontes romanas para sugerir que Jesus não existiu, afirmando que a longa lista mostrada rapidamente de historiadores supostamente contemporâneos, que não mencionavam a Jesus é, na realidade composta de geógrafos, escritores sobre jardinagem, poetas e filósofos, dos quais não se espera que o mencionassem. A alegação de que a citação de Flávio Josefo sobre Jesus foi acrescentada mais tarde, é criticada como falsa. Flávio Josefo, na realidade, menciona Cristo duas vezes, e somente uma das referências é tomada pelos eruditos como acrescentada na Idade Média, para mudar uma menção dele já existente.

Argumenta que o filme apresenta erroneamente Constantino, ao mostrá-lo como aquele que tornou o cristianismo a religião obrigatória (quando apenas a legalizou) e de ser o criador do Jesus histórico, quando os antigos registos da igreja mostram que a historicidade de Jesus tem sido um elemento determinante na fé desde o princípio da crença.

Sobre o filme diz:
“É extraordinário quantas coisas ele afirma que simplesmente não são verdadeiras.”
A principal base desta afirmação do Dr. Chris Forbes, é que o livro "Conspiração Cristo" de Acharya S (pseudônimo de D. M. Murdock), é muito semelhante ao livro "The World's Sixteen Crucified Saviors" (Os 16 Redentores Crucificados) do autor mesmerista Kersey Graves.
Por sua vez, o livro "The World's Sixteen Crucified Saviors" é muito semelhante com o livro "Anacalypsis" do autor maçom Godfrey Higgins, que o próprio Kersey Graves afirmou a "cópia quase total" na explanação inicial de seu livro.

E por sua vez, "Anacalypsis" é o livro base da teoria do Pandeísmo, considerado heresia pelos cristãos por ser a fusão entre Panteísmo e Deísmo. Helena Blavatsky, também citada no livro "A Conspiração Cristo", ela também teria se inspirado "Anacalypsis" para escrever os livros Ísis sem Véu, e A Doutrina Secreta, obrigando a Sociedade Teosófica se posicionar oficialmente sobre o assunto, admitindo a cópia, mas não o plágio.

O egiptólogo Jacques Kinnaer afirma que:
“Horus de Edfu é a forma de Hórus, que engloba todos os aspectos de Horus: ele é a personificação da realeza egípcia, que vingou seu pai, que em Harsomtus pais por sua vez, que é a si mesmo como um jovem, para garantir o ciclo pai e filho. Ele é também o deus dos céus, um deus solar. Re-Harakhte (Re-Horus do horizonte) reúne os deus Re solar e deus do céu Hórus. Re-Harakhte tem seu caráter solar em comum com Re, mas a partir de Horus que ele recebe seu caráter de um jovem: Re-Harakhte representa o sol recém-nascido ao nascer do sol.”
Acharya S, autora do livro utilizado no filme Zeitgeist, e ridicularizado por Chris Forbes, rebate em seu site as afirmações de Forbes explicando ponto a ponto as dúvidas levantadas e dizendo que Forbes não é egiptólogo, classicista ou mitologista (Mesmo sendo professor sênior em Religião Antiga na Universidade Macquire, com um PhD em História Antiga, Pesquisador e especialista em Filosofia e Religião Greco-Romana, Novo Testamento, Alexandre o Grande, Historias Helênicas, Historia da Interceção entre o Cristianismo Antigo e a Cultura Greco-Romana e autor de vários livros e palestras).

Acharya também produziu um e-book de 105 páginas chamado "The ZEITGEIST Sourcebook" onde explica mais detalhadamente as dúvidas geradas por Forbes. A autora também salienta que os seus livros e escritos fornecem milhares de páginas cuidadosamente citados com fontes primárias de obras de autoridades credenciados a partir de uma variedade de campos, fornecendo as provas que Forbes garante não existirem.

O pesquisador americano Joseph Atwill é categórico: Jesus não passa de um mito. O personagem, suas palavras e ações fazem parte de uma elaborada narrativa inventada por aristocratas romanos, com o objetivo de pacificar os judeus - um povo envolvido em sucessivas rebeliões contra o império. Atwill apresentou suas ideias em outubro, numa conferência realizada em Londres, na Inglaterra. "Os romanos perceberam que o melhor caminho para acabar com a atividade missionária fervorosa entre os judeus era criar um sistema de crenças que competisse com o deles", afirmou.

Em 2013 Joseph Atwill não é um acadêmico da área - sua formação é em ciências da computação. Ele não publicou suas pesquisas em periódicos científicos e suas ideias estão longe de ser apoiadas por seus pares. No entanto, sua teoria recebeu atenção mundial, e foi debatida entre pesquisadores, jornalistas e religiosos. Seu poder está no fato de ela ser o capítulo mais novo de uma antiga discussão - com quase 2.000 anos de idade - sobre qual é a verdade por trás de Jesus, seus feitos, milagres e mensagem.

Para Atwill, a ideia de que Jesus não passaria de uma montagem histórica deveria funcionar como um duro golpe aplicado pela ciência contra a ignorância propagada pela religião. "Embora o cristianismo possa ser um conforto para alguns, ele também pode ser muito prejudicial e repressivo, uma forma insidiosa de controle mental que levou à aceitação cega da servidão, pobreza e guerra ao longo da história", diz. Seu erro é que a existência de Jesus não é mais uma questão de fé, mas de ciência.
Os acadêmicos da área - historiadores das mais prestigiadas universidades do mundo - afirmam restar poucas dúvidas sobre a questão. "Volta e meia aparecem essas hipóteses sobre Jesus ser um mito. Mas, do ponto de vista metodológico, parece bastante claro que ele realmente existiu", diz André Chevitarese.

Jesus Na Mídia.

Jesus não se limita a apenas em passagens bíblicas, dezenas de filmes e documentários já foi feito sobre ele e dezenas de atores interpretou. Os que se destacam e a Paixão de Cristo (The Passion Of The Christ) de 2004 dirigido por Mel Gibson. O filme tem sido muito controverso e recebeu críticas mistas, com alguns críticos que afirmam que a violência extrema no filme "obscurece a sua mensagem".

The Passion Of The Christ recebeu críticas polarizadas, com o desempenho de Jim Caviezel, a partitura musical, o som, a maquiagem e a cinematografia recebendo elogios, enquanto violência gráfica do filme e conotações anti-semitas foram alvo de críticas. O filme tem uma classificação 'podre' de 49% sobre Rotten Tomatoes baseado em 267 comentários com uma pontuação média de 5.9 de 10. Com o consenso "Os detalhes gráficos de tortura de Jesus fazem o filme difícil de sentar-se com e qualquer que seja obscura mensagem que ele está tentando transmitir". O filme também tem uma pontuação de 47 em 100 no Metacritic com base em 43 críticos que indicam 'críticas mistas ou média".

Roger Ebert deu ao filme quatro em quatro estrelas, e chamou-lhe "o filme mais violento que eu já vi", refletindo também sobre a forma como o filme pessoalmente afetado-o como um antigo coroinha. Crítico de cinema do New York Press Armond White elogiou o trabalho de Gibson, comparando-o a Dreyer, por transformar arte em espiritualidade. No entanto, revisor da Slate David Edelstein chamou-lhe "um filme snuff de duas hora e seis minutos", enquanto Jami Bernard do New York Daily News o chamou de "o filme anti-semita mais virulentamente feito desde os filmes alemães de propaganda da Segunda Guerra Mundial". Time listou como um dos filmes mais violentos de todos os tempos.

Intolerância, um filme mudo de 1916 dirigido por D. W. Griffith foi o primeiro a dramatizar a história de Jesus Cristo. O épico de três horas e meia de duração apresenta quatro linhas narrativas emaranhadas ao longo de um período de 2.500 anos: a primeira é um 'melodrama contemporâneo' envolvendo crime e redenção; a segunda é uma 'história bíblico-galiléia' mostrando a missão de Jesus e a sua morte; a terceira é uma 'história renascentista francesa' com eventos antecedendo o massacre da noite de São Bartolomeu em 1572; a quarta é uma 'história babilônica' à época da queda do Império babilônico perante os Persas em 539 a.C., na batalha de Opis. As cenas são ligadas por imagens de uma mulher a balançar um berço, representando a 'maternidade eterna'.

Jesus de Nazaré, de 1977 da qual Franco Zeffirelli apresenta a sua premiada versão da vida de Cristo, aclamada pela crítica pela sua grandiosidade e pela sua correção histórica e religiosa. Este poderoso épico conta com a interpretação de estrelas como Robert Powell e a participação de Anne Bancroft, Claudia Cardinale e James Farentino entre outros. Robert Powell na minha opinião que personificou o rosto moderno de Jesus, ilustrados nas antigas iluminiaturas e pinturas renascentistas...

(ATUALIZADO EM 25/12/2018)

Fontes:

Jesus Cristo

Jesus Histórico

Teoria do Mito de Jesus

Jesus na Mitologia Comparada

Zeitgeist, o Filme

Jesus Histórico como a ciência pode ajudar a entender o começo do cristianismo

Texto egípcio e recém-encontrado revela poder absurdo de Jesus Cristo

A existência de Jesus é questionada judicialmente

Morre Luigi Cascioli

Luigi Cascioli

Filmes sobre Jesus.

Jesus De Nazaré

http://www.luigicascioli.eu/

http://ceticismo.net/religiao/a-maior-farsa-de-todos-os-tempos/

http://super.abril.com.br/historia/jesus-a-verdade-por-tras-do-mito

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