sábado, 24 de setembro de 2016

Papisa Joana, A História Que Está Entre a Lenda e a Realidade!


Em meio a uma procissão, numa rua estreita da qual ligava o Coliseu de Roma e a Igreja de São Clemente, o Papa, em sua mantaria começar a senti fortes dores no Ventre, cai no chão e começar a sangra. Cardeais que acompanhavam Vossa Santidade, para a procissão, é se preocuparam com a agonia do Papa. A multidão ao redor se aglomeravam vendo a estranha cena da qual, testemunhavam surpresos aquilo: Dando à luz perante a multidão, uma criança, uma menina saiu de seu ventre, caindo no chão aonde o papa se encontrava em agonia. Apenas o choro da criança que veio ao mundo era escutado no gritante silêncio da procissão. O Papa, não era um Homem é sim uma Mulher, Conhecida pelo nome de Joana, que adotaram o nome de João VIII.

As versões divergem também sobre este ponto, mas todas coincidem em que a multidão reagiu com indignação, por considerar que o trono de São Pedro havia sido profanado. João/Joana teria sido amarrada num cavalo e apedrejada até a morte. Noutro relato, Joana teria morrido devido a complicações no parto, enquanto os cardeais se ajoelhavam clamando: “Milagre!”

Lenda ou Realidade, o conto da Primeira Mulher a sentar no Trono de Pedro ainda permanece viva desde a Idade das Trevas. Mas antes de adentramos com profundidade a História da Papisa, vamos entender sobre esses dois Papas de que tem o mesmo nome, João VIII.

O Papa João VIII foi o 108º Papa. Foi eleito em 14 de Dezembro de 872 e morreu em 16 de Dezembro de 882. Sucedeu ao Papa Adriano II.

Era Romano e filho de Gundus. Nascido no primeiro quarto do século IX, morreu envenenado. Defendeu a Itália contra os sarracenos, derrotando-os em Terracina. Em 875 coroou imperador o rei dos francos ocidentais, Carlos o Calvo, mas à morte deste, coroou imperador, o rei dos francos orientais, Carlos III o Gordo. Depois da coroação, o imperador não manteve a ajuda prometida e o papa foi derrotado pelos árabes. Pagou um grande tributo. Embora sempre preocupado com a guerra, João não descuidou os assuntos espirituais. Insistiu na disciplina e na piedade. Reconheceu o Concílio de Constantinopla de 879-880 que restabeleceu Fócio como Patriarca de Constantinopla. João VIII foi foi assassinado à marteladas por um de seus parentes, após tentarem matá-lo por envenenamento.

O outro(a) João VIII foi um antipapa da Igreja Católica, Tendo seu papado entre os anos de 852 e 855. Pouco mais se sabe acerca dele, exceto que teria sido eleito no conclave que se seguiu à morte do Papa Leão IV.

Sua história é ainda uma incógnita: alguns afirmam que tenha sido uma mulher disfarçada, que, quando descoberta a farsa, foi morta pelos próprios membros da Igreja Católica em um linchamento. Ficou conhecido como "A Papisa Joana", e diz-se ter parido uma criança, motivo pela qual teria sido morta, junto com a mesma.

A única semelhança entre esses dois Pontífices é que eles morreram de uma forma bem violenta. A datas de Papados deles tem 17 anos de diferença, 855 ano da Morte da alegada Papisa e 872 quando João VIII foi eleito.

17 Anos, desde a Morte de Leão IV tiveram em torno de 3 Papas; Bento III, Nicolau I é Adriano II.

A história de Joana está relacionada com o Pontificado de Bento III. Antes do pontificado deste papa, é suposto a existência do mandato da Papisa Joana. Porém este fato é tido como uma lenda medieval, de origens diversas, mas que os registros históricos contradizem:

Entre Leão IV e Bento III, onde é suposto por Martinus Polonus - o pontificado de Joana - não se pode inseri-la pois Leão IV morreu em 17 de julho de 855, e imediatamente após sua morte Bento III foi eleito pelo clero e pelo povo de Roma, só que devido o advento de um antipapa na pessoa do cardeal deposto Anastasius, ele não foi consagrado em 29 de Setembro.

Há moedas com a imagem de Bento III e do imperador Lotário I, que morreu em 28 de setembro do ano de 855. Portanto Bento deve ter sido reconhecido como papa antes desta data,

Em 7 de Outubro do ano de 855, Bento III emitiu uma carta para o mosteiro de Corbie.

Hinemar, arcebispo de Reims, informou Nicholas I que um mensageiro que fora enviado a Leão IV soube da morte deste papa e, portanto, entregou sua petição para Bento III.

Todas estas testemunhas provam que as datas constantes na vida de Leão IV e Bento III estavam corretas e que não houve interrupção na linha de sucessão entre estes dois papas, de modo que não haveria lugar para suposta Papisa.

O Que Diz A Lenda.

Vamos a lenda, Durante 2 ou 3 anos a poderosa Igreja Católica foi governada por uma Mulher, a "Única" que se sentou de fato no trono de Pedro. Foi chamada de Papa ou Papisa, (Ou como alguns sugerem Anti-Papa) João VIII.
  • O Nascimento de Joana.
Numa vida tão extraordinária como a de Joana devemos mencionar todos os acontecimentos que nos foram transmitidos pelos historiadores e entrar em detalhes nas ações desta notável mulher, que alguns alegam ter sentado no trono de Pedro.

Eis a versão de Mariano Scotus sobre o nascimento da papisa: "Em princípios do nono século, Karl, o Grande, depois de ter subjugado os saxônios, empreendeu a conversão desses povos ao cristianismo e pediu à Inglaterra padres eruditos que o pudessem auxiliar nos seus projetos. No número de professores que passaram à Alemanha contava-se um padre inglês acompanhado de uma menina que, estando grávida, roubara à sua família para ocultar esse estado. Os dois amantes foram obrigados a interromper a sua viagem e a parar em Mayence, onde em breve a jovem inglesa deu à luz uma filha cujas aventuras deviam ocupar um dia os séculos futuros; essa criança era Joana."

Não se conhece com exatidão o nome que ela usou na sua infância; a filha do padre inglês é igualmente chamada Agnés por alguns autores. Gerberta ou Gilberta por outros e, finalmente Joana pela maioria . O jesuíta Sevarius pretende que lhe chamem também Isabel, Margarida, Dorotéia e Justa. Não sabemos acerca do sobrenome que ela adotou. Asseguram uns que ela acrescentava ao seu nome a designação de Inglês; querem outros juntá-lo ao nome de Gerberta, e um autor do décimo quarto século chama-lhe de Magnânima na sua crônica, para exprimir certamente a ousadia e a temeridade de Joana, à imitação de Ovídio, que se serve da expressão magnanimus Phaethon.

Esses mesmos autores apresentam menos contradições relativamente ao lugar do seu nascimento: pretendem alguns que ela nascera na Grã Bretanha, outros designam Mayence, outros finalmente Engelkein, cidade do Palatinado, célebre pelo nascimento de Carlos Magno. Mas o maior número reconhece que Joana era de origem inglesa, que foi educada em Mayence e que nasceu em Eugelkein, aldeia situada na vizinhança daquela cidade.
Olivia de Havilland, no Filme de 1972: Pope Juan.
  • Os Primeiros Passos no Rumo do Trono Papal.
Joana tornara se uma formosa mulher e o seu espírito, cultivado pelos cuidados de um pai muito instruído, tomara um desenvolvimento tal que todos os doutores que se aproximavam dela ficavam admirados pelas suas respostas. A admiração que ela inspirava aumentou ainda pela ciência, e aos doze anos a sua instrução se igualava à dos homens mais distintos do Palatinado. Todavia, quando chegou a idade em que as mulheres começam a amar, a ciência foi insuficiente para satisfazer os desejos daquela imaginação ardente e o amor mudou os destinos de Joana.

Um jovem estudante de família inglesa e frade da abadia de Fulde foi seduzido pela sua beleza e apaixonou-se loucamente por ela. "Se ele a amou com extremo, diz a crônica, Joana, pelo seu lado, não foi nem insensível nem cruel". Vencida pelos protestos e arrastada pelas inspirações do seu coração, Joana consentiu em fugir da casa paterna com o seu amante. Deixou o seu nome verdadeiro, vestiu-se de homem e seguiu o jovem abade para a abadia de Fulde, onde o superior, enganado com aquele disfarce, recebeu Joana no seu mosteiro e colocou a sob a direção do sábio Raban Maur.

Algum tempo depois, o constrangimento em que se achavam os dois amantes fez lhes tomar a determinação de saírem do convento e irem para a Inglaterra continuar os seus estudos. Em breve se tornaram os maiores eruditos da Grã Bretanha e resolveram visitar novos países a fim de observarem os costumes dos diferentes povos e estudar-lhes as línguas.

Em primeiro lugar visitaram a França, onde Joana, debaixo sempre do hábito monacal, disputou com os doutores franceses e excitou a admiração de personagens célebres da época, como a famosa duquesa de Septimania, Santo Auscario, o frade Bertram e o abade Lopo de Ferrière. Depois dessa primeira viagem os dois amantes empreenderam visitar a Grécia; atravessaram as Gálias e embarcaram em Marselha num navio que os conduziu á capital dos helenos, a antiga Atenas, que era o foco mais ardente das luzes, o centro das ciências e das belas letras, possuindo ainda escolas e academias citadas em todo o universo pela eloquência dos seus professores e pelo profundo saber dos seus astrônomos e dos seus físicos.

Quando Joana chegou a esse magnífico país tinha vinte anos e achava-se em todo o esplendor da sua beleza. Porém, o hábito monástico ocultava o seu sexo de todos os olhares, e o seu rosto, empalidecido pelas vigílias e pelo trabalho, dava lhe ares de um formoso adolescente ao invés de uma mulher.

Durante dez anos os dois ingleses viveram sob o formoso eco da Grécia, cercados de todas as ilustrações científicas e prosseguindo os seus estudos em filosofia, teologia, letras divinas e humanas, artes e história sagrada e profana. Joana aprofundara, compreendera e explicara tudo, juntando seus conhecimentos universais a uma eloquência prodigiosa que enchia de admiração aqueles que eram admitidos a ouvi-la.

No meio dos seus triunfos, Joana foi ferida por um golpe terrível: o companheiro dos seus trabalhos, o seu amante querido, aquele que durante muitos anos estivera junto dela, foi atacado por uma enfermidade súbita e morreu em poucas horas, deixando a desditosa só e abandonada na Terra.

Joana tirou do seu próprio desespero uma nova coragem, venceu a sua aflição e resolveu sair da Grécia. Além disso, era-lhe impossível ocultar por mais tempo o seu sexo num país onde os homens usavam barbas crescidas, escolhendo Roma como o lugar de seu retiro, porque lá o uso ordenava aos homens não usarem barba. Talvez não fosse este unicamente o motivo que determinou a sua preferência pela cidade santa, mas o estado de agitação em que se achava então a capital do mundo cristão podia oferecer à sua ambição um teatro mais vasto do que a Grécia.
  • Reconhecida em Roma como "Príncipe dos sábios". 
Logo que chegou á cidade santa. Joana fez-se admitir na academia a que chamavam escola dos gregos para ensinar as sete artes liberais e, particularmente, a retórica. Santo Agostinho tornara já muito ilustre aquela escola e Joana aumentou-lhe a reputação. Não somente continuou os seus cursos ordinários como também introduziu outros de ciências abstratas que duravam três anos, onde um imenso auditório admirava o seu prodigioso saber. As suas lições, os seus discursos e mesmo os seus improvisos eram feitos com uma eloquência tão arrebatadora que o jovem professor era citado como o mais belo gênio do século, e que, na sua admiração, os romanos lhe conferiam o título de príncipe dos sábios.

Os senhores, os padres, os monges e sobretudo os doutores honravam-se de serem seus discípulos. “O seu procedimento era tão recomendável como os seus talentos; a modéstia dos seus discursos e das suas maneiras, a regularidade dos seus costumes e sua piedade, como diz Mariano brilhavam como uma luz aos olhos dos homens. Todos estes exteriores eram uma máscara hipócrita sob a qual Joana ocultava projetos ambiciosos e culpados. Por isso, no tempo em que a saúde vacilante de Leão IV permitia aos padres forjarem intrigas e cabalas, um partido poderoso se declarou por ela e publicou altamente pelas ruas da cidade que só ela era digna de ocupar o trono de S. Pedro."
  • O Pontificado da "Papisa".
E com efeito, depois da morte do papa, os cardeais, os diáconos, o clero e o povo elegeram-na por unanimidade para governar a Igreja de Roma! Joana foi ordenada na presença dos comissários do imperador, na basílica de São Pedro, por três bispos. Em seguida, tendo revestido as vestes pontificais, dirigiu-se acompanhada de um imenso cortejo ao palácio patriarcal e assentou-se na cadeira apostólica.

Por muito tempo os padres discutiram a seguinte e importante questão: Joana foi elevada ao santo ministério por uma arte diabólica ou por uma direção particular da Providência? Uns pretendem que a Igreja deve sentir uma grande humilhação por ter sido governada por uma mulher. Outros sustentam, pelo contrário, que a elevação de Joana à santa sede, longe de ser um escândalo devia ser glorificada como um milagre de Deus, que permitiu que os romanos procedessem à sua eleição para revelar que haviam sido arrastados pela influência maravilhosa do Espírito Santo.

Joana foi elevada à suprema dignidade da Igreja e exerceu a autoridade infalível de vigário de Jesus Cristo com tão grande sabedoria que se tornou a admiração de toda a cristandade. Conferiu ordens sagradas aos prelados, aos padres e aos diáconos; consagrou altares e basílicas; administrou os sacramentos aos fiéis; permitiu aos arcebispos, abades e príncipes que beijassem seus pés; e, finalmente, desempenhou com honra todos os deveres dos pontífices. Compôs prefácios de missas e grande número de canones, os quais foram interditos pelos seus sucessores. Além disso, dirigiu com grande habilidade os negócios políticos da corte de Roma e foi por conselhos seus que o imperador Lotário, já muito velho, decidiu-se a abraçar a vida monástica e retirou-se para a abadia de Prum a fim de fazer penitência dos crimes com que manchou a sua longa carreira. Em favor do novo monge, a papisa concedeu à sua abadia o privilégio de uma prescrição de cem anos, cujo ato é mencionado na coleção de Graciano. O império passou em seguida para Luis II, que recebeu a coroa imperial das mãos de Joana.

Contudo, essa mulher, que inspirava um tão grande respeito aos soberanos da Terra, que subjugava os povos às suas leis, que atraía a veneração do universo inteiro pela superioridade de suas luzes e pela pureza da sua vida, iria em breve quebrar o pedestal da sua grandeza e espantar Roma com o espetáculo de uma queda terrível!

Algumas crônicas religiosas dizem que o ano de 854 foi assinalado por fenômenos milagrosos em todos os países da cristandade. "A terra tremeu em muitos reinos e uma chuva de sangue caiu na cidade de Bresseneu ou Bresnau.

Na França, nuvens de gafanhotos monstruosos, armados de dentes compridos e acerados, devoraram todas as colheitas das províncias que atravessaram; em seguida, impelidos por um vento sul para o mar, entre Havre e Calais, foram todos submergidos, lançando seus restos impuros nas praias, e lançando no ar uma tal infecção que engendrou uma epidemia que matou uma grande parte dos habitantes.

Na Espanha, o corpo de S. Vicente, que fora arrancado do seu túmulo por um frade sacrílego para o vender em pedaços, voltou, em uma noite, na cidade de Valência, para uma pequena aldeia próxima de Montauban e parou nos degraus da Igreja, pedindo em voz alta para se recolher no seu relicário. Todos esses “sinais”, acrescenta o piedoso legendário, "anunciavam infalivelmente a abominação que devia manchar a cadeira evangélica”.

Joana, entregue a estudos sérios, conservava um procedimento exemplar depois da morte de seu amante. No princípio de seu pontificado praticou virtudes que lhe mereceram o respeito e afeição de todos os romanos. Posteriormente, ou por propensão irresistível ou porque a coroa tenha o privilégio de perverter os mais belos caráteres, Joana entregou-se aos gozos do poder soberano e quis partilhá-los com um homem digno do seu amor. Escolheu um amante, assegurou-se da sua discrição, encheu-o de honras e de riquezas, guardando tão bem o segredo de suas relações que só por conjecturas se podia descobrir o favorito da papisa.

Alguns autores pretendem que ele era camareiro; outros asseveram que era conselheiro ou capelão; o maior número afirma que era cardeal de uma igreja de Roma. Todavia, o mistério dos seus amores permaneceria coberto por um véu impenetrável sem a catástrofe terrível que pos termo às suas noites de voluptuosidade. A natureza zombava de todas as previsões dos dois amantes: Joana estava grávida!

Conta-se que um dia, enquanto presidia ao consistório, foi trazido à sua presença um endemoninhado para ser exorcismado. Depois das cerimônias de uso, perguntou ela ao demônio em que tempo queria ele sair do corpo daquele possesso. O espírito das trevas respondeu imediatamente: "Eu lhe direi, quando vós, que sois pontífice e é o pai dos pais, deixardes ver ao clero e ao povo de Roma uma criança nascida de uma Papisa".

Joana, assustada com aquela revelação, apressou-se em terminar o conselho e retirou-se para o seu palácio. No momento em que se recolheu para os seus aposentos interiores, o demônio se apresentou diante dela e lhe disse: "Santíssimo padre, depois do vosso parto, pertencer-me-eis em corpo e alma e apoderar-me-ei de vós para que queimeis comigo no fogo eterno".

Esta ameaça terrível, ao invés de desesperar a papisa, reanimou o seu espírito e fez nascer no seu coração a esperança de acalmar a cólera divina com um arrependimento profundo. Impôs-se rudes penitências, cingiu seus membros delicados com um cilício grosseiro e dormiu sobre as cinzas. Finalmente, os seus remorsos foram tão ferventes que Deus, tocado das suas lágrimas, enviou-lhe uma visão.

Apareceu-lhe um anjo e ofereceu-lhe como castigo de seu crime, em nome de Jesus Cristo, o seu reconhecimento como mulher diante de todo o povo de Roma, ou a sua entrega às chamas eternas. Joana aceitou o opróbrio e esperou corajosamente o castigo que o seu procedimento sacrílego merecera.

Na época das Rogações, que correspondia à festa anual que os romanos chamavam Ambarralia, onde havia uma procissão solene, a papisa, segundo o uso estabelecido, montou acavalo e dirigiu se à igreja de São Pedro. A papisa, revestida com os ornamentos pontificais, saiu da catedral e dirigiu se à basílica de São João de Latrão com um pomposo séquito que a precedia pela cruz e pelas bandeiras sagradas, e seguida pelos metropolitanos, bispos, cardeais, padres, diáconos, senhores, magistrados e por uma grande multidão do povo.

Tendo chegado à praça pública entre a basílica de São Clemente e o anfiteatro de Domiciano, chamado Coliseu, assaltaram na as dores do parto com tal violência que caiu do cavalo. A infeliz retorcita-se pelo chão com gemidos horríveis, até que, conseguindo rasgar os ornamentos sagrados que a cobriam, no meio de convulsões tremendas e na presença de uma grande multidão, a papisa Joana deu a luz uma criança!

Cuidado a criança vai...Não! Perá..
A confusão e a desordem que esta aventura escandalosa causou entre o povo exasperou a tal ponto os padres que estes impediram que a socorressem e, sem consideração pelos sofrimentos atrozes que a torturavam, cercaram-na para ocultá-la de todos os olhares e ameaçaram-na com a sua vingança.

Joana não pôde suportar o excesso de sua humilhação e a vergonha de ter sido vista por todo o povo numa situação tão terrível. Fez, assim, um esforço supremo para dizer o último adeus ao cardeal que a amparava nos braços, e a sua alma voou para o céu.

Desta forma, morreu a papisa Joana, no dia das Rogações, em 855. depois de ter governado a igreja de Roma durante mais de dois anos.

A criança foi sufocada pelos padres que cercavam a mãe, mas os romanos, em memória do respeito e da dedicação que durante tanto tempo haviam consagrado a Joana, consentiram em prestar-lhe os últimos deveres e, sem pompa, colocaram o cadáver da criança no seu túmulo. Joana foi enterrada no mesmo lugar onde sucedera aquele trágico acontecimento.

Ali se edificou uma capela, ornada com uma estátua de mármore representando a Papisa vestida com hábitos sacerdotais, com a tiara na cabeça, tendo nos braços uma criança. O pontífice Bento III mandou quebrar essa estátua em fins do seu reinado, mas as ruínas da capela viam-se ainda em Roma no décimo quinto século.

Grande número de visionários preocupavam-se gravemente em investigar o castigo que Deus infligiria à Papisa depois de sua morte. Uns consideravam a ignomínia dos seus últimos momentos como uma expiação suficiente, o que estava de acordo com a opinião vulgar de que os Papas, quaisquer que fossem os seus crimes, não podiam ser condenados. Outros, menos indulgentes que os primeiros, afirmavam que Joana foi condenada por toda a eternidade a ficar suspensa de um dos lados das portas do inferno, com o seu amante do outro, sem nunca poderem se unir.

(EU IMAGINO OS OUTROS PAPAS, QUE COMETERAM ATROCIDADES PIORES. QUAIS FORAM OS SEUS CASTIGOS? FICA A PERGUNTA.)

As versões divergem também sobre este ponto, mas todas coincidem em que a multidão reagiu com indignação, por considerar que o trono de São Pedro havia sido profanado. João/Joana teria sido amarrada num cavalo e apedrejada até à morte. Neste trajeto depois foi posta uma estátua de uma donzela com uma criança no colo com a inscrição Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum, conforme mais tarde 1375 atestado pelo Mirabilia Urbis Romae.

Noutro relato, Joana teria morrido devido a complicações no parto, enquanto os cardeais se ajoelhavam clamando: "Milagre, milagre!".

Outra vertente da Lenda diz que Joana seria na Verdade um Eunuco, quer por ser castrado não foi eleito, mas rotulado de Mulher e assim impedindo de ocupar o posto máximo da Igreja.

A história da Papisa Joana está registrada em centenas de livros da época. Mas então, porque a dúvida ainda? Porque os registros podem ser falsos. Podem ser fruto da Igreja Ortodoxa e de protestantes que visavam a desmoralização da Igreja Católica. Existe uma teoria, inclusive, que defende que pode ter sido uma invenção do próprio catolicismo. Pelo final trágico da Papisa, entende-se que pode ser uma mensagem velada da Igreja ao movimento feminino (que já dava seus manifestos naquela época), como um alerta: mulheres, não tentem nos enganar.

A Prova da Cadeira Furada

Um dos mais peculiares indícios da existência de uma Papisa está guardado até hoje no vaticano - uma cadeira para coroação papal, que possuía um buraco de 21 cm na parte dianteira do assento e que teria sido criada após o caso de Joana.

O clero de Roma, ferido na sua dignidade e cheio de vergonha por aquele acontecimento singular, publicou um decreto proibindo aos pontífices atravessarem a praça pública onde tivera lugar o escândalo. Por isso, depois dessa época, no dia das Rogações, a procissão, que devia partir da basílica de São Pedro para se dirigir a Igreja de São João de Latrão, evitava aquele lugar abominável situado no meio do seu caminho, e fazia um longo roteiro.

Estas precauções eram suficientes para manchar a memória da Papisa. Porém, o clero, querendo impedir que um semelhante escândalo pudesse renovar-se, imaginou para a entronização dos papas um uso singular e apropriado à circunstância, o qual leve o nome de “a prova da cadeira furada”.

O sucessor de Joana foi o primeiro a se submeter a essa prova, que passou a ser realizada na eleição do pontífice, no momento em que era conduzido ao palácio de Latrão para ser consagrado solenemente. Em primeiro lugar, este assentava se numa cadeira de mármore branco colocada no pórtico da igreja, entre as duas portas de honra; essa cadeira não era furada, e deram lhe esse nome porque o santo padre, ao levantar se dela entoava o seguinte versículo do salmo cento e treze: "Deus eleva do pó o humilde para o fazer assentar acima dos príncipes!"

Em seguida, os grandes dignitários da igreja davam a mão ao papa e conduziam-no á capela de São Silvestre, onde se achava uma outra cadeira de pórfiro, furada no centro, na qual faziam assentar o Pontífice.

Os primeiros historiadores eclesiásticos nunca fizeram menção de uma só cadeira daquela natureza, enquanto os oronistas mais estimados sempre falam em duas cadeiras furadas que designam como sendo do mesmo tamanho, de forma semelhante, ambas de um estilo muito antigo, sem ornatos nem almofadas.

Antes da consagração, os bispos e os cardeais faziam colocar o papa sobre essa segunda cadeira, meio estendido, com as pernas separadas, e permanecia exposto nessa posição, com os hábitos pontífices entreabertos, para mostrar aos assistentes as provas da sua virilidade. Finalmente, aproximavam-se dele dois diáconos, asseguravam-se pelo tato de que os olhos não eram iludidos por aparências enganadoras e davam disso testemunho aos assistentes gritando com voz alla: "Temos um papa!".

A assembléia respondia: "Deo gratias", em sinal de reconhecimento e alegria. Então os padres vinham prostrar se diante do pontífice, levantavam-no da cadeira, cingiam-lhe os rins com um cinto de seda, beijavam-lhe os pés e procediam a entronização. A cerimônia terminava sempre com um esplêndido festim e distribuição de dinheiro aos frades e às religiosas.

Essa cerimônia das cadeiras furadas é mencionada na consagração de Honorio III, em 1061; na de Pascoal II, em 1099; na de Urbario VI, eleito no ano de 1378. Alexandre VI, reconhecido publicamente em Roma como pai dos cinco filhos de Rosa Vanozza, sua amante, foi submetido à mesma prova. Finalmente ela subsistiu até o décimo sexto século, e Cressus, mestre de cerimônias de Leão X, refere no jornal de Paris todas as formalidades da prova das cadeiras furadas a que o pontífice foi submetido.

Depois de Leão X, deixou ela de ser praticada, ou porque os padres compreenderam o ridículo de um uso tão inconveniente, ou porque as luzes do século não permitiram mais um espetáculo que ofendia a moral pública. As cadeiras furadas, que não eram mais necessárias, foram tiradas do lugar onde estavam colocadas e levadas para a galeria que conduz à capela, no palácio de Latrão. O padre Mabillori, na sua viagem à Itália em 1685, fez uma descrição dessas duas cadeiras, que examinou com a maior atenção, e afirma que eram de porfiro e semelhantes, na forma, a uma cadeira para enfermos.

A história de Joana deu origem ao termo "Papisa" que até então não existia. Ela também foi motivo da criação da carta homônima do Tarot.

Papisa Joana Existiu de Fato?


A história foi publicada pela primeira vez no século XIII pelo escritor Estêvão de Bourbon (m. 1261), frade dominicano e historiador, reportando-se a lenda ou história espalhada pelos séculos que o precederam (porém sem provas cabais).

Em 1886, voltou a ser difundida pelo escritor grego Emmanuel Royidios no romance A Papisa Joana, traduzido para inglês em 1939 pelo escritor Lawrence Durrell.

Mariano Escoto (1028-1086), historiador alemão e monge beneditino, recluso da abadia de Mogúncia, referindo-se a ela em sua storia sui temporis clara, segundo ele:
O Papa Leão morreu nas calendas de agosto e foi sucedido por Joana, uma mulher, que reinou durante dois anos, cinco meses e quatro dias.
Martino de Troppan, ou Martinus Polonus, padre dominicano, do século XIII, capelão papal, em Roma, em sua Chronica Pontificoram et Imperatorum, diz que:
Depois do papa Leão veio João Anglius, nascido em Mogúncia, que foi papa durante dois anos, sete meses e quatro dias e morreu em Roma após o que houve uma vacância no papado por um mês.
Sigeberto de Gembloux, monge beneditino (1030-1113), em sua Chronica, escreveu:
Houve rumores de que esse João era uma mulher e era conhecida como tal apenas por um companheiro que teve relações com ela e a deixou grávida. Ela deu à luz quando era papa. Por isso alguns historiadores não a incluem na lista dos papas.
Oto de Frisinga (m. 1158), da realeza alemã e bispo de Frisingen, em dos seus sete livros de crônicas narra:
Há uma interrogação a respeito de um certo papa, ou melhor, papisa, que não é incluído na lista dos papas de Roma porque era uma mulher que se disfarçava de homem. Um dia, quando montava a cavalo, deu à luz uma criança.
Godofredo de Viterbo, secretário na corte imperial, lá pelo ano de 1185, diz o seguinte:
Joana, a papisa, não é contada depois de Leão IV.
Jean de Mailly, dominicano francês da cidade de Metz, no ano de 1250, em seu Chronica Universalis Mettensis, diz:
Há uma interrogação a respeito de um certo papa, ou melhor, papisa, que não é incluído na lista dos papas de Roma porque era uma mulher que se disfarçava de homem e a motivo de seus grandes talentos tornou-se secretário curial, cardeal e papa. Um dia,quando montava a cavalo, deu à luz uma criança.
Donna Woolfolk Cross; em seu Pope Joan, editado pela "Geraçao Editorial" em 496 páginas, traz uma minuciosa narrativa sobre a história, os fatos antecedente e posteriores.

Martin le Franc, (1410-1461), poeta francês, originário da Normandia, reitor em Lausanne e um secretário do papa Nicolau V (1447-1455) e do antipapa Félix V, em seu poema Le Champion des Dames, faz referência aos paramentos litúrgicos empregados por Joana.

Dennis Barton, em seu Pope Joan, apresenta uma descrição narrativa e pormenorizada.

Rosemary e Darroll Pardoe; em seu "A papisa Joana" The female Pope: The mistery of Pope Joan - The First Complete Documentation of the Facts behind the Legend; editado pela Ibrasa: São Paulo: 1990. Biblioteca Histórica, etc; vol. 38; traz uma narrativa pormenorizada, com fontes, épocas e ligações históricas.

Alexander Cooke, escritor protestante de Oppenheim, em seu Johanna Papissa toti orbi manifestata, de 1616, que, em defesa à sua memória, voltou a enunciá-la nas calendários papistas, de onde ela até então era (e continua sendo) excluída.

Entretanto, à base dos fatos, o teólogo David Blondel, de Amsterdam em um escrito de 1647 e o filósofo alemão Wilhelm Leibnitz, além de enciclopedistas franceses, rotularam a história como falsa. Além destes, seguiram-se outros, como John Thurmaier, o Aventino (?-1534), de Abensberg, Baviera, em seu Annales Boiorum; Onofre Panvínio (?-1568), de Venenza, em seus escritos datados de 1557; Florimundo de Rernond, em seu livro Erreur populaire de la papesse Jeanne, editado em Paris em (1558), que aponta e enuncia as contradições relativas aos fatos sobre a existência histórica do papa Joana e o douto Ignaz von Doellinger e Joan Lockwood O'Donovan, em consideração ao fato consumado de "ser uma lenda", questiona o "onde" e o "por quê" dela ter surgido.

A The Catholic Encyclopedia traz sobre o tema o seguinte resumo:
Depois de Leão IV (847-855), o inglês João (L. Anglois) de Metz ocupou o trono papal por quase três anos, sendo ele, como alegado, uma mulher que, quando moça, foi levada a Atenas por seu amante com roupas de rapaz tendo ela aprendido as ciências dos gregos tão rápido que ninguém a podia igualar. Veio para Roma, onde aperfeiçoou seus conhecimentos, atraindo a atenção de homens estudados(...) e sendo finalmente escolhida como Papa. Ficando grávida de um dos seus atendentes de confiança, deu à luz durante uma procissão de São Pedro para o Lateran (Latrão), morrendo quase instantaneamente em consequência do parto.
Antes da Reforma Protestante, que expôs tantos erros da igreja romanista, este evento era crido pelos cronistas, bispos e pelos próprios papas.

The Catholic Encyclopedia:
Nos séculos XIV e XV, a Papisa era citada como personagem histórico, de cuja existência ninguém duvidava. Ela teve seu lugar entre os bustos talhados que ficavam na Catedral de Siena. Sob pedido de Clemente VII (1592-1595), Joana foi transformada no papa Zacarias. O padre João Huss, ao defender sua doutrina diante do Concílio de Constança, referiu-se a ela, mas ninguém questionou o fato de sua existência.
Se consideramos o Poder da igreja Católica na época e o fato de seus historiadores serem Padres e Monges, desconfiar da ocultação desta parte da história do catolicismo, e bem viável. Naqueles tempos, Papas podiam ser eleitos e depostos de um dia para o outro era raros papas permanecer por 2 ou 3 décadas a frente da Igreja. Diferente de hoje em dia que um Papa pode permanecer por anos a frente da igreja, naqueles tempos, os Desmandos é  a corrupção eram tão frequentes que até mesmo um guri podia ser papa, (O Caso de Bento IX, por exemplo).

O mito da Papisa Joana caminha na linha TÊNUE, entre a Ficção e a Realidade. Temos até hoje quatro argumentos para suspeitar, com fundamento, que a história da Papisa Joana seja verdadeira.

  • Primeiro Argumento: A Rua Evitada. Durante toda a alta e baixa Idade Média eram quase diárias as idas e vindas do palácio do Latrão (e residência oficial dos papas) à catedral de São Pedro. Essas procissões eram sempre feitas por um caminho direto. Acontece justamente que a partir do ano em que a papisa Joana deu à luz, este caminho foi constantemente evitado ainda mais que no lugar do funesto acontecimento havia uma estátua da papisa. Em 1486, o bispo-mestre-de-cerimonias-pontifícias, John Burchard, escreveu que Inocêncio VIII "na ida e na volta passou casualmente por aquela rua onde está localizada a estátua da Papisa Joana como sinal de que João Anglicus lá deu à luz uma criança. É por este motivo que não é permitido mais aos papas passar lá a cavalo" (John Burchard; "Liber Notarum"; em "Rerum Ibalicarum Scriptores"; Ed. L. A. Muratori).
  • Segundo Argumento: A Pedra Memorial. Havia uma pedra que o historiador Estevão de Bourbon diz que "era fora da cidade", que continha uma inscrição alternativa que Estevão de Bourbon interpreta assim: "Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum": muito clara alusão ao parto da papisa Joana!
  • Terceiro Argumento: A Estátua: por volta do ano 1375, quando apareceu "Mirabilia Urbis Romae", sabia-se como dado de fato comum, a existência de uma estátua que representava uma mulher com manto, coroa e cetro pontifício, segurando uma criança. Todos sabiam que representava a Papisa Joana. Até Lutero ( Um dos principais Reformadores) viu esta estatua e achou impróprio deixá-la no lugar. (Ver: "La statua delia papessa Joana" em "Bollettino della Commissione Arqueológica Comunale di Roma"; XXXV; 1907; pág. 82-95).
  • Quarto Argumento: A Cadeira Furada, onde a partir de Bento III (855-858) os bispos de Roma, já eleitos, deviam sentar-se antes da consagração, para que apósitos diáconos se certificassem, pelo tato, que eram de sexo masculino.

A existência da Cadeira furada, da qual eles alega ser uma cadeira de banho faz um certo sentido, mais por que a cadeira é furada? Na versão da Igreja era uma cadeira para o pontífice se aliviar de suas necessidades fisiológicas durante o banho. Na Série Os Bórgias, e mostrada tal cadeira na eleição do Papa Alexandre VI. Da qual não estava tomando banho!


Controvérsias.

Existem muitas controvérsias sobre esta história. Alguns historiadores tornaram-se partidários de sua veracidade, outros contestaram-na como pura invenção.

Alguns céticos afirmam que o mito pode ter surgido em Constantinopla, devido ao ódio da Igreja Ortodoxa contra a Igreja Católica. O objetivo seria desmoralizar a igreja rival.

Outra hipótese é que, no século XIII, o papado tinha um grande número de inimigos, especialmente entre a Ordem dos Franciscanos ou a dos Dominicanos, descontentes com as diversas restrições a que eram submetidas. Para se vingar, teriam espalhado verbalmente a história da papisa.

Barônio considera a papisa um monstro que os ateus e os heréticos tinham evocado do inferno por sortilégios e malefícios. Florimundo Raxmond compara Joana a um segundo Hércules enviado do céu para esmagar a Igreja romana, cujas abominações tinham excitado a cólera de Deus. Contudo, a papisa foi defendida por um historiador inglês chamado Alexander Cook.

No seu libelo, o padre Labbé acusava João Hus, Jerônimo de Praga, Wiclef, Lutero e Calvino de serem os inventores da história da papisa, mas provou-se que, tendo Joana subido à Santa Sé perto de seis séculos antes do nascimento do primeiro daqueles personagens, era impossível que eles tivessem imaginado tal fábula; e que, em todo o caso, Mariano, que escrevera a vida da papisa mais de 50 anos antes deles, não poderia tê-la copiado das suas obras. Eis uma asseveração transcrita de Labbé:

Dou o mais formal desmentido a todos os heréticos da França, da Inglaterra, da Holanda, da Alemanha, da Suíça e de todos os países da Terra para que possam responder com a mais leve aparência de verdade à demonstração cronológica que publiquei contra a fábula que os heterodoxos narraram sobre a papisa Joana, fábula ímpia cujas bases destruí de um modo invencível.

Crônicas contemporâneas investigam a época do reinado de Joana. O principal argumento é que esses historiadores, sendo prelados, padres e monges, todos zelosos partidários da Santa Sé, tinham interesse em negar a ascensão escandalosa de uma mulher ao trono de São Pedro, devido à intensa misoginia característica da Igreja Católica medieval.

Um dos sinais mais interessantes da existência de Joana é um decreto publicado pela corte de Roma, proibindo que se colocasse Joana no catálogo dos papas:

Assim, acrescenta o sensato Launay, não é justo sustentar que o silêncio que se lançou sobre essa história, nos tempos imediatamente posteriores ao acontecimento, seja prejudicial à narrativa feita mais tarde. É verdade que os eclesiásticos contemporâneos de Leão IV e de Bento III, por um zelo exagerado pela religião, não falaram nessa mulher notável; mas os seus sucessores, menos escrupulosos, descobriram afinal o mistério…

A lenda de Joana ainda vai assombrar o Vaticano por muito tempo. Além da história da Papisa Joana, circulam diversas lendas sobre mulheres que teriam vestido o hábito sacerdotal, ou seja Joana não foi a única. Uma cortesã chamada Margarida ter-se-ia disfarçado de padre e entrado para um convento de homens, onde tomou o nome de Frei Pelágio; Eugênia, filha do célebre Filipe, governador de Alexandria no reinado do imperador Galiano, dirigia um convento de frades, e não descobriu o seu sexo senão para se desculpar de uma acusação de sedução que lhe fora intentada por uma jovem.

A crônica da Lombardia, composta por um monge da Abadia do Monte Cassino, refere igualmente, segundo um padre chamado Heremberto (que escrevia trinta anos depois da morte de Leão IV), a história de uma mulher que fora patriarca de Constantinopla:

Um príncipe de Benevento, chamado Archiso, diz, teve uma revelação divina na qual um anjo o advertia de que o patriarca que ocupava então a sede de Constantinopla era uma mulher. O príncipe apressou-se a informar o imperador Basílio, e o falso patriarca, depois de despojado de todas as suas vestes diante do clero de Santa Sofia, foi reconhecido por uma mulher, expulso vergonhosamente da Igreja e encerrado num convento de religiosas.

Sendo a Lenda de Joana uma Lenda, a história de mulheres que comandavam a Igreja são bem Reais. Genebrardo, arcebispo de Aquisgrano, afirma que, durante perto de dois séculos, a Santa Sé foi ocupada por papas de um desregramento tão espantoso que eram dignos de serem chamados apostáticos e não apostólicos, e acrescenta que as mulheres governavam a Itália e que a cadeira pontifical se transformara numa roca (armação de madeira das imagens dos santos-de-roca). E, com efeito, as cortesãs Teodora e Marózia dispunham, segundo o seu capricho, do lugar de vigário de Jesus Cristo e colocavam no trono de São Pedro os seus amantes ou filhos ilegítimos.

Talvez essa história de Mulheres dominado a Igreja durante a Idade Média fique para outra Séries de Posts...

Fontes.

Papa Bento IX

Papa João VIII

Antipapa João VIII

Papa Bento III

Basílica de São Clemente

Lenda ou Realidade a historia da Papisa Joana.

Houve mesmo uma papisa na igreja católica

Fato e Farsa: Papisa Joana

Papisa Joana

Papisa Joana lenda que incomoda o Vaticano

HISTÓRIA DA PAPISA JOANA.

Antipapa

Mariano Escoto

Martinho de Opava

Segredos do Vaticano Papisa Joana.

Papisa Joana Grande Sacerdotisa do Taro.

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