quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A Besta de Gevaudan.

Entre os anos de 1764 e 1767 os habitantes da pequena província francesa de Gevaudan - atualmente parte de Lozere, próximo das Montanhas Margueride, foram aterrorizados por uma horrível criatura lupina que passou a  ser conhecida como La Bête du Gevaudan ou "A Besta de Gevaudan".

A criatura foi descrita como um monstro semelhante a um lobo, mas muito maior dos que qualquer lobo que já havia vagado pela região, sendo quase do tamanho de uma vaca ou de um burro. Suas patas eram dotadas de garras afiadas, a pelagem era escura como a noite, a cabeça maciça semelhante a um mastim com orelhas pequenas e retas, além de uma boca excepcionalmente grande, repleta de enormes presas. Mais do que uma aparência medonha, a criatura parecia dotada de uma maldade inerente que a impelia a matar pelo simples prazer de fazê-lo, não apenas para se alimentar ou defender.

Acredita-se que até seu reinado de terror se encerrar, a Besta de Gevaudan tenha matado algo entre 60 e 100 homens, mulheres e crianças, deixando ainda um saldo de mais de trinta feridos. O número de vítimas varia de acordo com fonte. De Beaufort (1987)estimou 210 ataques, resultando em 113 mortes e 49 feridos, 98 das vítimas mortas foram parcialmente devoradas. Atestar a veracidade desses números, é claro, constitui uma tarefa impossível, mas ao certo se sabe que o caso realmente aconteceu tendo sido documentados os ataques, os corpos das vítimas, os sobreviventes descreveram o animal que os atacou, havendo registros de que o animal foi caçado, morto e teve seu corpo exibido na corte de Luís XV.


O primeiro encontro relatado com a fera aconteceu em maio de 1764 na floresta de Mercoire próximo de Langogne na porção oriental de Gevaudan. Uma jovem que cuidava de seu rebanho de gado percebeu uma forma escura espreitando em meio aos arbustos. Ela contou que a fera saltou da mata investindo contra os animais, mas os touros conseguiram mantê-lo à distância com seus chifres. A criatura atacou por uma segunda vez lutando contra os touros, um comportamento incomum para um lobo, mas foi repelida novamente. Os animais conseguiram ganhar tempo suficiente para a mulher apavorada escapar e chegar até seu vilarejo, onde ela contou o que havia acontecido. Os homens da vila se armaram e foram até o local, encontrando alguns animais feridos, mas nenhum sinal do lobo.

Porém, em 30 de junho de 1764 e pela primeira vez, uma jovem de 14 anos (Jeanne Boulet) é assassinada perto de Langogne, uma povoação pertencente ao departamento francês de Lozère. O corpo da criança foi encontrado próximo a um córrego onde ela havia ido encher um cântaro de água. Ela havia sido horrivelmente mutilada e seu coração, segundo as estórias contadas, fora devorado pela fera. E depois dessa primeira vítima seguiram outras,

A segunda vítima é relatada no dia 08 de agosto. Tinha por volta de 14 anos de idade, ela viveu na aldeia de Masmejean, freguesia de Puy-Laurent. Ambas as vítimas foram mortas no vale do Allier. partir do final de agosto e no mês de setembro, em torno de 7 pessoas são atacadas na floresta Mercoire.

Tratando-se sempre de jovens (curiosamente, nenhum dos homens mortos passava dos dezesseis anos) e mulheres, cujos corpos se encontravam mutilados com uma violência desconhecida até então, decapitadas ou estripadas. A forma como a fera atacava também era incomum para um predador, pois ele visava a cabeça se suas vítimas, ignorando os braços e pernas, áreas em que lobos tendem a se concentrar. As vítimas que não eram inteiramente devoradas ou desapareciam sem deixar vestígios, eram encontradas com suas cabeças despedaçadas ou completamente removidas de seus corpos, algo que nunca se tinha ouvido falar até então.

Foram feitas na região numerosas investidas para caçar o animal, organizadas muitas vezes por nobres das redondezas, como o Marquês de Apcher ou o Conde de Morangias, mas sempre sem resultado. As notícias dos ataques da "besta" acaba chegando até a Corte, em Paris, e o rei Luís XV vê-se obrigado a responder de algum jeito às demandas cada vez mais insistentes dos camponeses, apesar de estar totalmente imerso na guerra pelas colônias da América contra a Inglaterra, pelo que decide oferecer seis mil libras de recompensa a quem matasse a besta.

Em virtude do grande número de ataques e vítimas fatais, alguns começaram a suspeitar que haveria mais de uma fera, um par ou quem sabe até uma alcateia dos temíveis animais. De fato, algumas testemunhas relatavam ter avistado a fera no momentos em que ela era vista em outro lugar. Alguns também diziam ter visto o enorme lobo andando com outros animais menores que ele parecia liderar. Os relatos se multiplicavam e um estranho boato começou a se espalhar: o de que a fera seguia as ordens de um homem misterioso todo vestido de couro preto que apontava as pessoas que a fera deveria matar. Para alguns era um nobre decadente que tornava o assassinato seu esporte, para outros era o próprio diabo.

A medida que a Besta de Gevaudan continuava a matar sistematicamente, as pessoas começaram a acreditar que por trás das suas ações havia algum componente sobrenatural. Caçadores perdiam o rastro da fera no meio da floresta, armadilhas eram ignoradas, armas pareciam negar fogo e os mateiros não entendiam como um lobo tão grande era capaz de se esquivar de todas as buscas. A habilidade da criatura em sobreviver a todas as tentativas de eliminá-la e o fato dela preferir matar mulheres parecia algo claramente sobrenatural. Os camponeses passaram a acreditar que não estavam enfrentando um simples lobo, mas um loup-garou, um lobisomen. Apesar de todas as providencias para aumentar a segurança erguendo cercas e acendendo tochas durante a noite, não havia sinal da fera diminuir a sua sede de sangue.

Em outubro de 1764 dois caçadores encontraram a besta na floresta e atiraram contra ela a uma distância de apenas dez passos. Eles atingiram a criatura quase à queima roupa e conseguiram derrubá-la, mas antes que eles pudessem recarregar os mosquetes para uma segunda salva, ele se ergueu e correu para o bosque. Os caçadores juraram ter acertado a fera, mas contaram que as balas não foram capazes de matar a besta imbuída de uma resistência, obviamente diabólica. Uma vez tendo contado o que havia acontecido, organizou-se um grupo de caça que encontrou facilmente os rastros de sangue adentrando o bosque, exatamente no local em que os homens haviam alvejado a criatura. Diante da quantidade de rastros, todos acharam que seria questão de tempo até encontrarem a carcaça da fera em algum ponto da floresta. Os homens entraram na parte mais profunda da mata, onde descobriram vários corpos de vítimas até então desaparecidas, mas nenhum sinal da fera responsável por aquele massacre. Quando se preparavam para retornar, o lobo surgiu sorrateiramente, investindo contra os homens e fazendo mais quatro vítimas fatais. Os sobreviventes contaram que dispararam inúmeras vezes, acertando o alvo, mas cada vez que a besta era baleada, se levantava para atacar novamente. Aterrorizados, os homens fugiram sem olhar para traz.

Depois disso, o pânico se instalou de vez na região. As estórias sobre as façanhas da fera se espalharam, carregadas por caçadores, mercadores e viajantes. Logo não havia um caçador na França que não tivesse ouvido falar da maligna Besta de Gevaudan. Várias beats se formaram, grupos de caçadores compostos de vários homens, a pé ou montados, armados com mosquetes potentes, longas lanças de caça e mastins farejadores.

Stephen Lafont, administrador da diocese de Mende, foi em Marvejols no final de agosto. É de lá que ele enviou caçadores Mende, liderada pelo Sr. Mercier para ajudar os caças que, gradualmente, colocar no lugar perto de Langogne. No entanto, Lafont logo percebeu que estas caçadores eram insuficientes e, portanto, adverte M. de Saint-Priest, intendente de Languedoc, e Contagem Montcan, governador da província, a situação.

O chefe da milícia local, o Capitão Duhamel foi incumbido pelo próprio Rei Luis XV de encontrar e eliminar a ameaça responsável por deixar os camponeses em um estado de terror tamanho, que colocava em risco as colheitas. A partir do dia 15 de Setembro, Duhamel organizou uma enorme grupo de voluntários formado por dezessete caçadores experientes montados à cavalo, um estoque de mais de 40 mosquetes previamente carregados e uma parelha de mais de trinta cães de caça. O grupo chacinou todos lobos que viviam na região. Segundo contas, mais de 200 animais foram mortos, mas nenhum deles se parecia com a elusiva Besta de Gevaudan.

Provavelmente é por causa destes vários caçadores que a Besta deixa rapidamente a área e alcançou os limites de Margeride e Aubrac em Outubro. Em 07 de outubro, uma menina foi morta na aldeia de Apcher, Freguesia de Prunières, e sua cabeça teria sido encontrado oito dias depois. No dia seguinte, um menino foi atacado perto de La Fage-Montivernoux. Nesse mesmo dia, a Besta ataca outro menino entre Prinsuéjols e Chateau de la Baume, a propriedade Count de Peyre. No entanto, o menino se refugia entre as vacas, que começam a afastar a Besta. Pouco depois, os caçadores percebem a Besta ainda espreita em torno do menino. Dois dos caçadores disparar e acerta a Besta, duas vezes, que depois cai. Ninguém, no entanto, conseguem pegá-la, pois se levantou e fugiu para a floresta. Dois fazendeiros alegam ter visto o animal no pasto, mancando, durante a noite. Assim, pela primeira vez, a Besta foi ferido. Foi durante este mês de outubro 1764 que a Besta perpetrou seus ataques no sul, incluindo uma que custou a vida de Marie Solinhac.

Os caçadores espalharam armadilhas pela floresta, deixaram ovelhas em lugares acessíveis vigiados noite e dia, aguardaram e chegaram até a vestir alguns com roupas de mulher para tentar atrair a fera. Mas nenhuma dessas estratégias logrou êxito.

Finalmente em novembro, o grupo de Duhamel avistou a  fera e a perseguiu pela floresta, mas a perdeu em uma área onde os cavalos não conseguiram adentrar. Seguindo à pé, os implacáveis caçadores não se renderam e depois de encontrar com o enorme lobo em uma clareira dispararam contra ele supostamente o alvejando repetidas vezes. Ainda assim, a fera conseguiu escapar para dentro do bosque. O grupo acreditando que o animal não poderia sobreviver a todos os ferimentos infligidos retornou a Gevaudan onde foram recebidos como heróis.  

Dias se passaram sem nenhuma notícia da fera, até que no final de dezembro, perto do Natal, mais uma mulher desapareceu. O grupo de busca localizou os seus restos terrivelmente mutilados em uma ravina: o pesadelo continuaria. A credibilidade do Capitão Duhamel caiu por terra e ele foi destituído depois que um dos seus homens de confiança quase foi linchado por uma multidão furiosa.

Em Paris, as notícias foram recebidas com reprovação. Críticos da monarquia diziam que a fera estava fazendo o Rei de tolo e que o monarca não era capaz de cuidar da segurança de seus súditos e se livrar de um simples animal selvagem. Insuflando os rumores, alguns afirmavam que um nobre renegado estava por detrás das mortes, controlando um lobo selvagem. Para outros, o tal nobre seria o próprio lobo demoníaco, no qual se transformava nas noites de lua cheia.

Uma recompensa foi prometida para quem matasse a fera e apresentasse o seu corpo. Um emissário real viajou até a região de Gevaudan levando a notícia de que o caçador que eliminasse a fera receberia uma verdadeira fortuna. O Rei ordenou que a Fera de Gevaudan fosse morta e seus restos expostos em Paris como forma de acalmar a população.

O montante oferecido atraiu não apenas caçadores da França, como homens de todas as partes da Europa que convergiram para Gevaudan ávidos pela glória e pela riqueza. A caçada durou meses, e mais de cem lobos foram abatidos, mas nenhum deles foi reconhecido como sendo a fera responsável por aquela situação. Os habitantes locais estavam cansados da presença de tantos estrangeiros comendo a sua comida, remexendo os campos e invadindo suas propriedades. Alguns caçadores agiam de má fé tentando ludibriar as autoridades reais. Um homem chegou a apresentar a carcaça de um animal estranho e incomum, alegando que havia abatido a criatura após uma épica caçada. O mestre de caça, reconheceu os restos pelo que eles de fato eram, uma hiena, que aparentemente havia sido trazida do norte da África.  

Após a morte de duas crianças em tenra idade, o Rei comovido pela situação, contatou um normando chamado Denneval, que fora Guarda Caça de um marquês e que tinha a reputação de ser o maior caçador da França. O monarca depositou no sujeito suas últimas esperanças e prometeu a ele um título de nobreza caso fosse bem sucedido na perigosa empreitada.

O combate Portefaix.


Os meninos contra a Besta.
Antes da chegada do grupo de caçar de Denneval, em 12 de janeiro de 1765, a besta ataca sete crianças, próximos a paróquia Chanaleilles. A luta que se opunha aos jovens pastores e coragem que eles demonstraram foram registrados. Desde o aparecimento da Besta, recomendou-se a não enviar crianças para o pastoreio.

Este é o caso dos sete filhos de Villaret, cinco meninos e duas meninas com idades entre oito a doze anos. A Besta, andando em círculos girando em torno das crianças, começar a ataca-los, que em conjunto eles se armar para se defender.

Ela pega um dos meninos mais novos, mas outros conseguem atingira besta com lâminas fixas em suas varas fazendo soltar um dos meninos. No entanto, ela tem tempo para comer uma porção da bochecha direita de sua vítima. Ela então voltou à atacar, Joseph Panafieu, o mais jovem, pelo braço, e carregando com ela. Uma das crianças sugere escapar enquanto ela está ocupada, mas outra, Jacques André Portefaix, incentiva-los a resgatar seu companheiro. Tentando alcançar os olhos, eles conseguem mantê-lo afastado. Com a chegada de um ou vários homens, alertados pelos gritos, a Besta fugiu para um bosque próximo.

Em Sr. Saint-Priest informa o Sr. Averdy do confronto. Para recompensar sua coragem, o rei se ofereceu para pagar pela educação de Jacques Portefaix. Assim, 16 de abril de 1765, é reconhecida a Doutrina Cristã dos Irmãos Portefaix, ou Ignorantins Irmãos de Montpellier. Ele ficou lá até novembro de 1770, quando ele entrou na escola do Royal Artillery Corps. Ele então se tornou tenente pelo nome de Jacques Villaret, e faleceu no dia 14 de de Agosto de 1785, com a idade de 32 anos.

A chegada de Denneval.

Em 17 de de Fevereiro de 1765 que Denneval chegar em Clermont-Ferrand, onde eles são apresentados ao intendente de Auvergne, M. de Ballainvilliers. No dia seguinte, eles estão em La Chapelle-Laurent e, dois dias depois, em Saint-Flour. No início de março, eles chegam Gevaudan.

Em março daquele ano houve a luta heroica do Jeanne Jouve para salvar seus filhos. Jeanne Chastang, esposa de Pierre Jouve, está na frente de sua casa com um de seus três filhos, de 14 anos. De repente, atraído por um barulho, ela percebe que sua filha de 9 anos acaba de ser pega pela besta que pulou por cima da parede. A garota segurou Jouve, além disso, o mais jovem dos meninos, com idades de 14 meses. Jeanne Jouve, em seguida, lança sobre a besta e consegue soltar seu filho. A Besta, em seguida, pula no outro menino, Jean-Pierre, agarrou-o pelo braço e puxa o garoto. Jeanne Jouve pula novamente contra a Besta. Segue uma longa luta onde Jeanne Jouve é empurrada para o chão, arranhada e mordida várias vezes. Finalmente, a besta que ainda está de pé, Jean-Pierre conseguiu escapar, mas ela é confrontada pelas duas crianças, que se preparavam para levar o rebanho para pastar. Eles conseguem libertar o seu irmão mais novo e assustar a besta. Jean-Pierre, no entanto, não resistiu aos ferimentos, morrendo algumas horas mais tarde. Como recompensa por seu ato heroico, Jeanne Jouve recebeu uma gratificação de 300 libras do Rei.

No final de fevereiro de 1765. Denneval chegou a região de Gevaudan acompanhado de cinco ajudantes de sua inteira confiança, sendo um deles um nativo americano que ele havia encontrado em uma expedição a colônia de Manitoba e que era famoso pelas suas qualidades como rastreador. A entourage contava ainda com um verdadeiro arsenal de 50 mosquetes militares pesados, lanças com mais de dois metros de comprimento, bestas que disparavam setas de ferro, bombas explosivas de pólvora negra, armadilhas e correntes para capturar ursos e outros equipamentos modernos. Os homens do Guarda Caça, usavam armaduras negras de couro batido e eram uma visão aterrorizante, em especial o selvagem do Novo Mundo com o cabelo moicano e pintura de guerra. Denneval vestia uma armadura de couro e metal cheia de espinhos e dizem havia matado uma loba no cio e espalhado seu sangue em todo traje. O fedor que exalava era nauseante, mas ele estava confiante de que isso atrairia a presa.

O grupo de Denneval logo ganhou a companhia do jovem Jacques Denis, um rapaz de dezesseis anos que conhecia como ninguém a floresta e que provou não estar intimidado pela tarefa e nem pela aparência do bando. Jacques explicou que desejava se vingar da fera uma vez que ela havia matado sua irmã mais velha meses antes. O rapaz havia testemunhado o horrível ataque e visto o corpo sem vida da irmã ser arrastado como um boneco para a floresta de onde jamais foi recuperado. O rapaz foi aceito na companhia dos caçadores que vasculharam cada canto da floresta. O plano de Denneval era forçar a fera para cada vez mais perto de Gevaudan a fim de fazer o abate.

Em meados de maio, o plano do Guarda Caças teve êxito, mas não da maneira que ele esperava. A fera foi atraída para a cidade, durante as comemorações da Feira da Primavera. Durante seu ousado ataque, a besta matou várias pessoas incluindo uma jovem de nome Marguerite, que estava enamorada de Jacques Denis. Furiosos, aldeões se armaram com ferramentas, paus, pedras e qualquer coisa que pudessem usar como arma para matar o monstro. Jacques e um grupo penetrou na floresta seguindo o rastro do lobo, mas acabou caindo em uma armadilha. Os homens acabaram morrendo e se não fosse a chegada providencial de Denneval e seus homens, Jacques também teria sido morto pela fera. Apesar de sobreviver, diz a lenda que os cabelos do rapaz ficaram totalmente rancos e que ele pareceu envelhecer décadas com a experiência. Pouco depois desse ataque, que teria deixado mais de doze mortos, Denneval desistiu da perseguição.

"Não há o que fazer" teria escrito ao Rei se desculpando. Ele continuou: "A fera nos iludiu a entrar na floresta a fim de atacar impunemente o vilarejo. Claramente estamos diante de algo que desafia a razão e que age impelida pelo desejo de matar. Temo que nossa presença aqui apenas a torna mais selvagem e vingativa".

Perturbados pela desistência do Guarda Caça, a maioria dos caçadores também partiram. Livre para agir impunemente, a fera prosseguiu impiedosa. Ele matou um rapaz de quatorze anos e uma mulher que carregava um recém nascido. Furioso com a carta do Guarda Caça, o Rei ordenou que Denneval fosse trazido à sua presença, mas ele escapou para outro país desaparecendo da história. Um dos conselheiros de Luis XV indicou um homem para assumir o lugar do Guarda Caça, seu nome era Antoine de Beauterne, um renomado taxidermista parisiense que havia caçado todo tipo de presa na Europa e na África.

Antoine substitui Denneval.

Em 20 de junho que Beauterne , muitas vezes chamado de "Monsieur Antoine", chegou a Saint-Flour. Investiu o poder do rei, ele não pode falhar em sua missão. Ele se mudou para Malzieu, ao chegar 22 de junho. Beauterne chegou sem estardalhaço e fez aparentemente pouco no início. Explorou a floresta, desenhou mapas e assinalou neles onde a besta havia sido vista. Em uma de suas expedições encontrou com alguns dos caçadores de Denneval, entre eles o nativo de Manitoba que ficou para traz após a desistência de Denneval. O homem, que passou a ser chamado de Mani, ofereceu suas habilidades como rastreador.

Para Antoine , o animal não é nada, mas um lobo, isso é o que ele escreveu em uma de suas muitas anotações: traços identificadas apenas oferecem "nenhuma diferença com o pé um grande lobo". O titular mosquete não imediatamente capaz de liberar o animal. É ameaçada pela geografia do país e, portanto, a demanda por novos cães reforço. Ele também recebeu a ajuda do conde de Tournon, cavalheiro de Auvergne.

No domingo, 11 de agosto, ele organizou uma grande batida. No entanto, esta data não permanece na história por isso, mas pelo feito alcançado pela "a empregada doméstica de Gevaudan." Marie-Jeanne Valet, com idade entre cerca de 20 34 anos , foi o servo do sacerdote de Paulhac. Enquanto ele toma emprestado, juntamente com outros agricultores, a atravessar um pequeno riacho, eles são atacados pela Besta. As meninas correm apavoradas, mas a Besta lança sobre Marie-Jeanne, que logo em seguida perfura o peito da Fera com uma lança. A Besta, em seguida, cai no rio e desaparece na floresta. A história chegar rapidamente para Antoine , que, em seguida, foi ao local para confirmar a história, realmente a ponte estava coberta de sangue, e que os vestígios encontrados são semelhantes ao da Besta. Foi em uma carta ao Ministro, que Marie-Jeanne Valet foi apelidada de "Maid of Gevaudan".

Escultura de Philippe Kaeppelin para Auvers (Haute-Loire) Marie-Jeanne Valet combatento a Besta.

Em 21 de setembro, Beauterne organizou um grupo de caça formado por quarenta caçadores locais especialmente escolhidos para a tarefa, e uma dúzia dos melhores cães farejadores. Unindo o seu conhecimento do terreno aos valiosos conselhos de Mani, os homens se concentraram em uma área rochosa isolada, repleta de ravinas próxima ao vilarejo de Pommier. Parecia lógico para o taxidermista que o lobo usasse esse lugar, cheio de cavernas como covil por ele proporcionar um bom esconderijo e dispor de água potável. O plano era levar a caçada até um lugar em que a fera se sentisse segura, e onde ela não esperava ser confrontada.

Logo que chegaram ao local os cães captaram um cheiro e começaram a latir como loucos. Não demorou para a besta emergir de uma caverna para investigar. Um dos homens deu alerta e Beauterne disparou seu mosquete acertando em cheio o dorso da fera. Ela ainda saltou derrubando um dos homens, mas imediatamente os outros abriram fogo crivando o lobo com tiros certeiros. Um deles teria arrancado seu olho esquerdo e se alojado no crânio. A criatura ganiu e caiu morta, mas enquanto os homens comemoravam, ela de repente se ergueu e investiu novamente com uma ferocidade sobrenatural. Uma segunda saraivada de balas foi disparada e finalmente a fera acabou tomando. O golpe final foi desferido por Mani. Armado com uma afiada machadinha o nativo saltou sobre a fera, sua arma descreveu um giro no ar e caiu pesadamente despedaçando o crânio da besta. Aproximando-se cautelosamente os homens se colocaram a golpear a carcaça com baionetas e lanças compridas até reduzi-lo a uma coisa grotesca e sanguinolenta.

Os caçadores amarraram o que havia restado da fera em um estrado e o arrastaram até Pommier. Beauterne examinou cuidadosamente os restos da fera e concluiu que se tratava de um magnífico lobo medindo um pouco mais do que 1,80 m e pesando algo em torno de 90 quilos, com uma boca cheia de presas com mais de uma polegada de comprimento. Beauterne tentou preservar a criatura a fim de levá-la até o Rei, mas apesar de seus esforços, a carcaça havia recebido muitos danos durante a caçada. Tudo o que ele conseguiu salvar foram as orelhas, os dentes e o rabo, todo o resto foi queimado e enterrado nos arredores do vilarejo.

Os Novos Ataques,  e o Destino da Besta.

Estela de pedra em homenagem
a Jean Chastel.
No mês de Novembro, não ocorreu nenhum ataque. As pessoas começaram a considerar que Antoine matou o monstro que aterrorizou o país. Em uma carta datada de 26 de novembro, Lafont disse também que o mordomo do Languedoc "Nós ouvimos nada mais do qualquer coisa que é contra a Besta" . Rapidamente, porém, rumor começa a contar de ataques alegadamente cometidos pela Besta para Saugues e Lorcières. Estes ataques são episódicos até o início de 1766, e as pessoas como Lafont não soube atribuir esses males à Besta ou lobos. No entanto, em 1° de Janeiro, o Sr. de Montluc, em uma carta para o intendente de Auvergne, parece convencido de que a Besta reapareceu. Isto alerta o rei, mas ele não quer ouvir sobre esta Besta como seu portador mosquete chegou ao fim. A partir desse momento, os jornais também relataram mais ataques ocorreram em Gevaudan ou no sul do Auvergne.

Em 24 de março, os estados individuais de Gevaudan são realizadas na cidade de Marvejols. Os ataques também aumentaram durante o mês de março e os cavalheiros do país compreendeu que a sua salvação não virá do corte do rei. A Besta, já não se afigura viajar tanta terra quanto antes. Ele é, na verdade, situado na região de três montanhas: Mont Mouchet, Monte Grande e Monte Chauvet. Estes três picos são separados por cerca de 15 km entre si.

As medidas tomadas são ineficazes. Pequeno grupos são bem organizados, mas em vão. A Besta continua seus ataques durante este ano de 1766. No entanto, parece que o procedimento mudou um pouco, seria menos empreendedores, muito mais conservador. Em qualquer caso, o que está escrito nas várias conexões, como o pastor da Lorcières, Canon Ollier, ao administrador Stephen Lafont.

Duas crianças haviam desaparecido e o corpo de uma mulher sem a cabeça foi achado em um descampado. Beauterne foi chamado para retornar a Gevaudan, mas ele afirmou que aquelas mortes não eram o trabalho de um lobo, e sim de um maníaco.

Em 19 de junho do mesmo ano, um nobre local, o Marques d'Apcher organizou a maior beate já vista para encontrar o rastro do animal. Mais de trezentos homens a pé e montados vasculharam cada centímetro do bosque. Nada foi encontrado.
 
Na época, um homem misterioso chamado Jean Chastel passava pela região. Ele era um conhecido de Jacques Denis e se ofereceu para exterminar a fera. Ao contrário dos outros ele não era um caçador experiente, mas um especialista em folclore e superstições. Chastel afirmava que o responsável pela nova onda de mortes não era um simples lobo, mas uma besta sanguinária aprisionada no corpo de um homem. A luz fazia com que a fera no interior do culpado viesse à tona com um incontrolável desejo de matar. O espírito do lobo de Gevaudan havia contaminado esse homem o transformando em um assassino. Ele era um loup-garou.


O especialista conseguiu convencer as pessoas de Gevaudan a doar objetos de prata e quando tinha o suficiente mandou derreter tudo a fim de produzir projéteis que foram abençoadas pelo pároco local.

O plano de Chastel era atrair o lobisomen para os limites do bosque. Ele preparou o lugar cuidadosamente e acompanhado de Denis recitou uma série de orações. Na alta madrugada, os dois perceberam movimento na mata e ficaram alerta. De repente uma besta em forma de lobo irrompeu da floresta e avançou na direção dos dois. Chastel disparou com suas pistolas e os projéteis de prata pura vararam o corpo da besta que caiu fulminada.

Desde então, os ataques cessaram completamente. Nessa cena, a lenda de manteve o discurso ficcional Abbé Pierre Pourcher disse, segundo a tradição oral de sua família: "Quando o animal chegou a ele, Chastel disse ladainhas da Santíssima Virgem, ele o bem reconhecido, mas por um senso de lealdade e confiança na Mãe de Deus, ele queria terminar suas orações; depois que ele fecha seu livro, ele colocou os óculos no bolso e pega sua arma e mata instantaneamente a besta.

Oito dias depois da morte da Besta por Jean Chastel, em 25 de junho, um lobo que, de acordo com vários testemunhos, acompanhava a besta é morta pelo Sr. Jean Terrisse, caçador do Monsenhor de la Tour d'Auvergne.

Assim como a fera morta por Antoine de Beauterne essa criatura era um enorme lobo, consideravelmente maior do que os outros que habitavam a floresta. O monstro foi estripado e dentro dele encontrou-se os restos de uma criança que havia desaparecido na véspera. A besta foi embalsamada e levada de cidade em cidade para que as pessoas pudessem vê-la, em troca de uma pequena contribuição, é claro.

O animal é então levado para o castelo de Besque, para Charraix, residência do Marquês d'Apcher. O marquês d'Apcher não se importa de gastar prodigamente para receber a multidão que anseia em ver a besta. A Besta continua a ser um longo momento Besque (doze dias). O marquês d'Apcher então controlar a casa, o chamado Gilbert, para Ir a Versailles para mostrá-lo ao rei.

Diz a lenda que Chastel também foi a viagem para apresentar a Besta ao Tribunal, e que Luis XV, da qual O fedor incomodou o Rei de tal forma que ele ordenou que os restos fossem levados de sua presença imediatamente. Infelizmente para a ciência moderna, os métodos de preservação da época não eram bons o bastante e o que restou da fera acabou chegando até Paris em um estado deplorável.

Esta história é posta em causa por um estudo recente sobre o testemunho do servo do Marquês d'Apcher, que data de  1809:

"Gibert finalmente chegou em Paris, vai ficar no hotel de M. de la Rochefoucauld a quem entregou ao mesmo tempo, uma carta do Sr. Apchier orou ao Senhor para informar o rei da morte do monstro ( ...) O rei estava então em Compiegne, e com ele demos a notícia, ele ordenou Mr. Buffon para visitar e examinar o animal. Este naturalista, apesar flacidez que os havia reduzido a e queda de todo o cabelo, após o calor do final de julho e início de agosto, apesar de até mesmo o mau cheiro que se espalhou após uma consideração séria , pensei que era apenas um grande lobo (...) Ele era carne nua em um alimento menos embaraçoso e tornou-se, assim, em pouco tempo, o flagelo dos habitantes infelizes de Gevaudan. Quando Buffon tinha feito consideração desta besta, Gibert apressou-se a ser enterrado por causa de sua grande mau cheiro e ele disse que estava tão incomodado que ele estava doente de ficar na cama por mais de 15 dias em Paris. Ele sentiu essa doença mais de 6 anos e ele ainda atribuído este mau odor que respirava por tanto tempo problemas de saúde que ele sempre tem desfrutado desde aquela época. "

Jean Chastel nunca visitou Paris, Luis XV nunca vi a besta, e Buffon não deixou registros sobre ele. A Besta não terminou nas coleções de o Jardin du Roi, e não foi enterrado em Versalhes. O antigo Hotel de la Rochefoucauld (localizado rue Seine) foi demolido em 1825.

Há informações contraditórias a respeito do que aconteceu com a Besta. Para alguns ela foi queimada e suas cinzas espalhadas ao vento, apesar dos protestos de Chastel. Outros dizem que a carcaça chegou a ser levada até o genial taxidermista Beauterne que restaurou a fera e a vendeu para um nobre colecionador.

A Família Chastel.

A Familia Chastel, da aldeia de La Besseyre-Saint-Mary, manteve-se na história da Besta por várias razões. Em primeiro lugar, porque Jean Chastel é considerado o lobo assassino em junho de 1767 perto da floresta de Ténazeyre mas também para as acusações contra a família por vários autores, desde os anos 1930, que vêem estes camponeses  suspeitos de terem cometido os assassinatos por puro sadismo.

Jean Chastel (56 anos de idade na época) é conhecido pelo apelido de "o  masca" ou seja, "(filho) da  bruxa" em patois. Pai de nove filhos (5 meninas e 4 meninos), é frequentemente um sinal de letras e registros da igreja; assinaturas pelo qual se identifica seu trabalho, trabalhador, brassier, mas estalajadeiro. Seu irmão, Jean-Pierre Chastel, é condenado à morte pelo assassinato de seu sobrinho Joseph Pascal.

Os nomes dos dois do filho de Jean Chastel muitas vezes se repetem nas obras da Besta: Jean-Antoine (mais comumente conhecido como "Anthony") e Peter, guardas de caça com respectivas idade de vinte anos na época. De acordo com a tradição oral distorcida pelo trabalho de alguns romancistas como Abel Chevalley e Henri Pourrat, Antoine, que fugiu da região muito jovem, foi feito prisioneiro de piratas muçulmanos no Mediterrâneo.

Antoine Chastel é como seu pai na lente de alguns autores, porque ele estava caçando na guarda florestal do Ténazeyre. No Mont Mouchet, esta floresta foi o principal marco da besta, este é também onde seu pai, Jean Chastel, atirou nela.

Local do Ataques.


A Besta tem se intensificado principalmente no país de Gevaudan, os limites são essencialmente o mesmo que o departamento de Lozère. Mas ela também foi para o Velay (Haute-Loire), o Haute-Auvergne (Cantal) e Rouergue (Aveyron). Considerando a divisão administrativa de 2000, a Besta teria feito mais de 80 vítimas N 17 na região de Auvergne e mais de 70 no Languedoc-Roussillon. Ao nível dos departamentos, é o Lozère, que é a mais afetada, com mais de 70 vítimas perante as Haute-Loire que lamenta mais de 60. Os cantões de Saugues para Pinols e Malzieu são aqueles onde se conta a maioria das vítimas, com respectivamente 34, 23 e 22 pessoas.

O animal estava presente principalmente nas montanhas do Margeride, e de vez em quando sobre as montanhas do Aubrac. Primeiro, ela se enfurece no leste Gevaudan a Langogne e floresta Mercoire, antes de migrar para o Margeride e área de Trois Monts: Mount Chauvet, Montgrand e Mount Mouchet.


No século XVIII, o ambiente de Gevaudan consistia em vales densamente arborizadas e montanhas. Em Margeride, possuía muitas turfeiras (também chamado "Sagnes" ou "Molières"), tornando-o difícil de se mover. As aldeias eram amplamente dispersa e isolada. Em relação a clima, não era incomum o inverno é muito longo, entre a primeira queda de neve que pode ocorrer a partir de setembro a maio.

Teorias sobre a natureza da besta.

A descrição da Besta de Gevaudan é, em muitos aspectos, à de um tipo de cão  pastor: boca plano e ponta do nariz, orelhas curtas, cabelo vermelho ("besta" ou "areia") cruzou com faixas pretas marca branco no peito ("a opinião de todos os caçadores, nós nunca viu, cores de  lobos"; "Este animais parecia mais um cão de lobo, tanto por causa de sua pelagem como forma a cabeça");

A besta não pode ser um Lobo Eurasiano. Os franceses estavam vivendo naquela época, com o lobo todos os dias: ainda havia lobos em 90% do território no século XIX. Os agricultores sabiam identificar o lobo, testemunhas, portanto, não ter sido enganado sobre a natureza desta besta ruiva com cara preta. Em enterro, sacerdotes anotavam a causa da morte, por exemplo, "Morto por Besta feroz" e não por "o lobo";

Autópsia do animal morto por Jean Chastel coincide com a descrição feita por testemunhas, além da faixa preta na parte de trás, o que provavelmente veio de um e não a proteção De qualquer forma, característica de um lobo. Os dentes (42 dentes) é o mesmo que o do cão;

O lobo é um animal tímido que tem medo do homem. Além de lobos raivosos, ataques a humanos são raros na história (ao contrário dos grandes felinos como tigre). Nenhuma vítima da Besta de Gevaudan mostrou sintomas da raiva (ao contrário daqueles do Lobo de Sarlat). A encenação macabra (decapitações, brutais) mostram o envolvimento de um criminoso. Ou um lobo é muito difícil para treinar, inclusive para a tal ato.

Louis Michel, diretor do zoológico de Amnéville e autor de um livro de referência sobre o assunto, é o maior defensor da hipótese do cão híbrido e lobo. Para herdar as características de lobo e cão, o animal tinha que ser o resultado de uma cruzamento. Cães dos pecuaristas mais difundidos nessas populações foram o mastiff (hoje chamado mastiff), também usado como um Mastiff cães na guerra. Antes das corridas cães "oficial" do tipo de pastor (o primeiro padrão da raça do pastor alemão data de 1899), havia cães já semelhantes, aparência  "lupóide". Se ele é ido agora, o charnaigre esteve presente em Provence, no Languedoc e Roussillon.

No século XVIII e XIX, o híbridização de cão e lobo também eram conhecidos na França; considerada instável e conhecida como "mulas" ou "mestiço". Este foi provavelmente o caso da Besta de Gevaudan como evidenciado por alguns caçadores da época ("Ele se torna necessário combater a Métis [teremos] em vez de surpresa com facas que revólveres. Isso deve ter sido uma mula de um lobo com um cão ou um cão com um lobo).

Louis Michel acha que a Besta tem as características físicas do mastiff, mas o comportamento de lobos: às vezes suspeito, ele carrega suas vítimas muito calmamente, depois de um longo período de observação. Outras vezes, ele se comporta como um cachorro "treinado para morder" ataques curtos. O rei e seu titular mosquete Antonie tinha decidido que a Besta é um lobo (ou mais lobos), era difícil ir contra a explicação oficial na época. Portanto, essa hipótese tem-se mantido muito arraigado na mente das pessoas.

Para o Sr. Buffon sobre o animal morto por Antoine, como a de Jean Chastel, todos os animais foram mortos durante a caça de lobos. A possibilidade de um lobo devorador de homens foi mencionada na época, e foi mantido. Padre François Fabre evoca uma família de lobos, de modo que a partir dos anos 1960, tem três. Estes três lobos, segundo o Padre Xavier Pic, alegadamente disparado por um dos irmãos Marlet Chaumette, um morto por Antoine e guarda Rinchard, e o terceiro morto por Jean Chastel. Jacques Delperrié Bayac atinge à mesma conclusão, embora ele levanta a possibilidade de um quarto lobo. Guy Crouzet e Canon Felix Buffière são muito menos específico sobre o seu número. Para muitos especialistas de animais selvagens que estudaram a questão, e do comportamento físico da Besta não correspondem ao lobo que era muito conhecido - e um tanto temiam - camponeses da época. A hipótese do lobo louco não pode ser aceita porque os sobreviventes a ataques não contraiu a doença, que teria matado alguns meses.

Uma das primeiras teorias avançadas na altura dos acontecimentos, vê a Besta exótico animal. A carta pastoral do Bispo evoca de fato "uma besta selvagem, desconhecida no nosso clima,". O Capitão Duhamel, e o ajudante Clermont-Prince, em várias cartas evoca uma besta Africana como um leopardo ou um leão.

O animal mais frequentemente citado é a hiena que poderiam escapar do justo de Beaucaire. Guy Crouzet evoca cautela enquanto Gerard Ménatory a hipótese de que esta hiena foi trazida da África pelos Antoine Chastel. É, portanto, combina o animal exótico à intervenção humana. Para corroborar esta hipótese, é por vezes utilizado um pequeno livro publicado em 1819. Este livreto sugere um animal previamente exposto, uma hiena. "Este animal feroz e indomável é colocado na classe do lince-lobo; ele vive no Egito, ele viajou os túmulos para puxar os cadáveres; o dia, ele ataca homens, mulheres e crianças, e os devora. Ele veste uma juba de costas, barrado como o tigre real; é da mesma espécie que o que é visto no Gabinete de História Natural, e devoraram em Gevaudan, um monte de gente". De acordo com Gérard Ménatory em seu livro Besta de Gevaudan, esta é a teoria mais plausível.

Há ainda outra hipótese que coloca em xeque a credibilidade de Jean Chastel. Segundo rumores, o pai de Chastel possuía uma hiena em sua menageria (um termo do século XVII usadopara coleções de animais mantidos em cativeiro). Alguns pesquisadores acreditam na possibiliadde de Jean Chastel ter inventado a estória a respeito do loup-garou e usado a hiena que pertencia a menagerie de seu pai para se auto-promover.

Mas muitos outros animais têm sido citados como a Besta, como Glutão (ou Wolverine) ou o Tigon. Também sugeriu estes: um macaco da família de babuínos (como o babuíno) ou mesmo um urso pardo. O autor evoca Val Saint Marc, em seu ensaio O Malebête de Gevaudan, um ou mais tilacino, carnívoro marsupial importados para a França, vindos a partir da Oceania.

Com base em algumas descrições, os pesquisadores de criptozoologia estudaram se ele não era um dos últimos sobreviventes de Mesonychia, tipos de "lobos com cascos" que desapareceu no final do Eoceno.

Os Mesoniquídeos (“garras médias”) é uma ordem (ou clado) extinta de mamíferos carnívoros ungulados que são considerados próximos dos artiodátilos e das baleias. Primeiramente apareceram no Paleoceno médio mas entraram em declínio depois que o Eoceno terminou e tornaram-se eventualmente extintos no Oligoceno superior. A ordem é referida por vezes pelo nome Acreodi.

Os fósseis de mesoniquídeos são morfologicamente semelhantes aos lobos. Apresentam dentes molares triangulares incomuns, similares aos das cetáceos primitivos da classe Archaeoceti, com quem também partilham algumas características do crânio. Por esta razão, os cientistas consideraram por muito tempo que as baleias evoluíram dos mesoniqídeos. Estudos genéticos recentes revelaram porém, que os hipopótamos são os parentes vivos mais próximos das baleias.

Estritamente falando, o termo “mesoniquídeo” refere-se especificamente aos membros da família Mesonychidae, que inclui apenas o gênero Mesonyx. Do ponto de vista lato, mesonquídeo refere todos os membros do grupo, como o Andrewsarchus.

Estes “lobos com cascos” foram os predadores dominantes (embora diversos paleontólogos acreditem que eram necrófagos ou piscívoros) no Paleoceno inferior e ecossistemas do Eoceno na Europa (que era um arquipélago naquele tempo), Ásia (que era um continente isolado) e América do Norte.

A Intervenção Humana.

Em 1572, o assunto Gilles Garnier entra nos anais da justiça francesa. Este canibal confessou ter assassinados seus filhos e os devorado. Ele é condenado à fogueira 18 de janeiro de 1573, considerado culpado de licantropia e bruxaria. Em 1589, alemão Peter Stumpp foi condenado à morte por praticar canibalismo contr treze crianças e duas mulheres grávidas. Ele foi apelidado de "O Lobisomem de Bedburg (ou Colónia)." Diz a lenda que ele ainda estava em sua pele animal (ou cinto de pele de lobo) antes de ser capturado.

Esta forma de sadismo está presente no caso da Besta de Gevaudan, e sujeito a muito debate. Ele pode reconhecer-se em detalhes como decapitações e macabro estadiamento (corpos encontrados nus, suas roupas "semeada" ao longo de caminhos, ou mesmo "vestido").

Ações semelhantes são descritos por Antoine de Beauterne na sua ata de 9 de Setembro de 1765 "Uma  menina de 12 anos foi sequestrado ontem à noite em Vachèlerie Paulhac. Nós encontramos primeira parte da roupa esfarrapada e, com um grande derramamento de sangue. Verificou-se que as dobras da Saia estava desgastada. Logo, foi encontrado o cadáver da menina.

Em 7 de Fevereiro de 1766 Jeanne Delmas, esposa de um moleiro Lorcières, foi atacado perto de sua fábrica, no entardecer. Ela sobreviveu com profundas feridas, incluindo uma linha vermelha em torno do pescoço "(...) Encontramos na mulher ao redor do pescoço um cordão vermelho na articulação, como se aquele monstro queriam cortar a sua  cabeça." Para muitos, este relatório aponta cautelosamente mas inequivocamente, uma tentativa de estrangulamento com um colar, a evidência mais convincente de intervenção humana.

Em 20 de maio do mesmo ano, os caçadores acabam de descobrir uma cena macabra, enquanto procuravam de uma mulher desaparecida: "Durante a noite, uma mulher desaparece, vamos procurá-la, mas ela não é encontrada. Em seguida, e encontrado o cadáver, contra uma parede, coberto com seu manto (...)".

Em 21 de dezembro, a pequena Agnès Mourgues, "foi abatida e devorada(...) foi encontrado com suas roupas e seu corpo nu na pequena sala, horrivelmente mutilado, como se ela tivesse acabado de nascer (... )

Pelo menos cinco vítimas foram decapitadas, e tudo sem testemunhas, "lavados" ou "separada do tronco." De acordo com Gérard Ménatory, os casos de abate humanos por animais existem (muitas vezes grandes bestas ). Mas não a decapitação foi encontrado e é improvável de um lobo cuja mandíbula não tem a potência necessária. Por outro lado, decapitação não é um comportamento animal. O autor Michel Louis , "é absurdo acreditar que um animal decapita suas vítimas." De um ponto de vista dietético, a cabeça de um homem de fato não uma parte interessante, preferindo carnívoros partes mais carnudas, como as coxas ou vísceras. Sylvain Macchi, chega à mesma conclusão.

Em 1911 , o Dr. Puech, da Escola de Medicina de Montpellier , escreveu um livro de memórias no qual ele acusa sádicos estar por trás dos ataques da Besta de Gevaudan. É a presença destes mistificadora coberta de peles de lobo que faria, segundo ele, mantida a responsabilidade de uma "besta".

Em 1962 , Marguerite Aribaud-Farrère publica uma brochura, O animal de Gevaudan finalmente desmascarado , em que se acusa de cometer assassinatos sádicos, colocando como um lobisomem . Eles o chamavam de "Sir" e saudou "uma poderosa família de idade, no sul da França." Na época, um de seus descendentes "tocou muito pouca energia". O historiador Alain Decaux retomar esta teoria em 1972 para um programa de TV e um artigo na revista L'Historien.

Com base no caso zoantropia, casos de delírio em que um homem acredita ser tornar um animal, Pierre Cubizolles escreve Lobisomens Gévaudans em que ele diz que os membros da família Chastel eram eles disfarçados em animais.

Entre 2009 e 2012 , André Aubazac publicou três livros sobre a Besta de Gevaudan em que acusou o homem. Para ele, há vários culpados: canibais soldados traumatizados pela Guerra dos Sete Anos (retornando de Áustria através dos Alpes ); vagabundos atraídos pela construção de estradas até Montpezat-sous-Bauzon ; e a família Chastel.

Dois anos antes do aparecimento da besta em Gévaudan, o Rodier família é acusado de ter usado lobos domesticados para roubar viajantes. Os pais são condenados à forca, enquanto os dois filho (de 15 e 19 Anos) e um cúmplice, Paul Serre du Vivarais, são enviados para o galés.

À luz do relatório da autópsia do animal abatido 19 de junho do 1767 por Jean Chastel, a última besta parece ser um cão-lobo. Hibridização credenciar a suposição de que o animal foi conduzido por um homem. Como explicar o fato de que a maioria das vítimas foram despidos e suas roupas organizadas, junto ao corpo sangrando? Como explicar as decapitações? Em breve, será suspeitas sobre a Familía Chastel, a vila de La Besseyre-Saint-Mary, que é acusado de ter um cão enorme treinado para matar.

Para alguns, Chastel ou alguém muito próximo a ele teria deliberadamente assassinato inocentes para criar a impressão de que a Besta ainda vagava por Gevaudan fazendo vítimas. Para muitos, o misterioso Chastel era um homem de moral dúbia, ganancioso e ávido por riquezas. Uma das razões pelas quais o Rei Luis XV se negou a recebê-lo foi justamente por ele ter tentado vender ao monarca, por um preço exorbitante, os restos da fera abatida. Chastel morreu em relativa obscuridade, mas não é totalmente surpreendente que alguns afirmem que ele teria se tornado um algoz da nobreza e que desempenhou o papel de perseguir nobres após a Revolução.

É claro, tudo isso é mera especulação uma vez que não há como determinar historicamente se houve mais de uma Besta de Gevaudan. O que se sabe é que o sentimento de terror que tomou conta da região entre 1764 e 1767 foi muito bem documentado na época. A população de lobos também foi drasticamente reduzida chegando praticamente a extinção por conta das caçadas empreendidas naqueles três anos.

Seja como for, os restos da lendária Besta de Gevaudan jamais foram recuperados, causando mais de dois séculos de controvérsia a respeito de sua real identidade. Em 1960, após estudar a transcrição de Antoine de Beauterne a respeito do processo de dissecção da fera por ele abatida, uma comissão de zoólogos concluiu que o animal descrito era realmente um lobo. Franz Jullien, taxidermista do Museu Nacional de História Natural de Paris, encontrou amostras dos dentes da Besta de Gevaudan guardadas no arquivo do Museu e as submeteu a testes, concluindo que se tratavam realmente de presas de um lobo de grande porte. Em 1979, restos de um animal empalhado foram encontrados guardados no depósito do museu em uma caixa. Segundo boatos, seriam os restos do espécime que Jean Chastel abateu com suas balas de prata. O animal foi aparentemente identificado como uma hiena nativa do Norte da África, Oriente Médio, Paquistão e Oeste da India.

Teorias sobre a natureza da Besta.

Uma carta endereçada ao Intendente da Justiça de Auvergne em julho de 1766, observa sobre o animal: "Procuramos ele na floresta, e ele teve que ser encontrado em casas. Para explicar melhor, eu acho que eles são feiticeiros que tem no mundo. " Este documento sugere, sem muito a dizer, que a Besta tem um relacionamento com o homem. "Casas" pode significar, no momento a residência de um senhor. Vários outros relatos dos camponeses evocar o medo de um "feiticeiro disfarçado".

Em 1936, em seu romance O animal de Gevaudan escrito nas formas de um período crônico, Abel Chevalley lança insinuações pesado sobre a culpa de Jean-François-Charles, conde de  Morangiès: "Eu vou ter que retornar a este personagem terrível desde infame. Mas não sabíamos então que ele estava desesperado e já chafurdar na libertinagem de Paris ... depois os assuntos sórdidos que deveriam ter conduzido para a prisão para o resto de seus dias ... "O nome de Antoine Chastel e guarda-caça, filho do camponês Jean Chastel livra a terra da Besta, é também referido. O autor Henri Pourrat chegado à mesma conclusão.

Alain Decaux, Gérard Ménatory ou Jean-Jacques Barloy também evocam um assassino operando sob o disfarce de alta proteção. Em 1988, Raymond Francis Dubois a hipótese de um cão de guerra coberto com um casaco de pele de Javali (ou armadura), protegendo-a de balas e facas, existia no século XVI. A listra preta encontrada na parte de trás da Besta não é consistente com a de um lobo, e é, contra característica do javali. Ele também observa que este recurso não tenha sido determinada no cadáver diferentes animais mortos. Ele aponta que os Chastel conduziu o animal, a seguir as ordens de um nobre chamado Charles Gevaudan.

Em seu livro publicado em 1992, o especialista de vida selvagem, Michel Louis designa Comte de Morangiès como o instigador dos ataques da Besta de Gevaudan, tendos os Chastel como seu cúmplice. Louis evoca um soldado caído, manipulador e sem escrúpulos:

"Através da besta, Comte de Morangiès quis se vingar. A confusão dramática causada por sua criação terrível tinha que levá-la um sentimento de grande poder. A vingança de um megalomaníaco sádico".

Para Louis, a listra preta visto na parte de trás da Besta não é consistente com listras do lobo; seria característica do javali. Ele também observa que este recurso não tenha sido determinada no corpo de vários animais mortos. Louis desenvolveu sua teoria novamente em 2011 durante um programa de Franck Ferrand.

Esta teoria vai ser tomada por muitos autores como Léobazel que evoca Comte de Morangiès como "um dos o oficial mais medíocre, caráter calibrado e pródigo vergonhoso da nobreza local, desespero de seu pai, carrasco de seus irmãos". Muitos historiadores Morangiès se prestam a um governador como a ilha de Menorca, onde se encontrou com Antoine Chastel, prisioneiro dos piratas muçulmanos, mas esta informação é invalidada pelo Arquivo Militar do Estado da França. O Conde estava na Alemanha durante a Sete Anos de Guerra, em seguida, retornou para Gevaudan para tratar sua tuberculose. As acusações contra Morangiès são apenas suposições, embora ele realmente levou uma vida dissoluta (esbanjar a fortuna da família, irritado seus irmãos depois de uma série prematuramente, e processado por credores).

Outra teoria da "conspiração" evoca a Grands Jours d'Auvergne e Languedoc, julgamento estabelecido por Luis XIV para condenar abusos pela nobreza ao longo dos camponeses (de 1664 a 1667, exatamente um século antes da Besta). Os culpados foram executados ou decapitado, e muitos tinham suas propriedades confiscadas ou raspada. Este foi o caso de Lamotte-Beaufort-Canillac ilustra baronato de Auvergne, que foi a mais atingida pelas ações judiciais com cinco membros condenados à morte. A família Morangiès, relacionadas com Canillac, comprou sua terra em 1740, após a morte do último membro. A família do Marquês d'Apcher também tiveram pelo menos um antepassado que foi condenado por homicídio: o Conde d'Christophe Apcher. Os defensores da teoria, como Roger Oulion, acreditam que alguns nobres fez uso de um ou mais animais treinados para vingar seus antepassados.

Um Assassino disfarçado de Besta.

Em julho de 1777, dez anos após o caso da Besta de Gevaudan, um homem está condenado em Thoras, Canton Saugues, por ter assassinado uma mulher fingindo ser um animal.

Marianne Thomas, a serva, foi encontrado gravemente ferido na cozinha de sua casa em Cros, "assaltado e espancado pela Besta", "confiante de que ele era um animal que lhe tinha feito mal". Ela não sobrevive as suas feridas profundas e morreu na noite de 23 de Julho. O sacerdote de Saugues e um cirurgião, observando que o crime não poderia ser atribuído a um animal, a justiça imediatamente alerta:

"Ela  parece que este foi assassinado, na mesma casa onde ela dormia sozinho; a posição onde foi encontrado, estado de desfalecimento, contusões que surgiram em seu corpo, resultante, principalmente, do relatório do médico e o cirurgião que realizou a dissecação, a natureza do delito que aparece foram cometidos com força e violência [pausa], uma vez que tem sido notado que havia acabado de fazer nas pedras exteriores do batente da casa e no braço de um indicador arranhões e o painel da porta foi aberta".

Por este "crime que merece leis de pena de morte", o procurador fiscal ordena uma investigação, que começa em 28 de agosto Catorze testemunhas são chamados a depor. Um homem chamado Jean Chausse, diz Lanterolle é logo suspeito de assassinar e provavelmente estuprar, Marianne Thomas por ser coberto com uma lã e luvas da pele de animal (Pele de lobo). A relação entre autópsia da vítima aponta sangue "escorrendo através do reto". O homem, um agricultor de Cros, foi finalmente acusado de homicídio e levado para a prisão e depois para o Presídio de Saugues.

O que levou um lobo a emergir das floresta para matar indiscriminadamente os habitantes de uma pequena província na França continua sendo um mistério. Mas um marco de pedra foi construído no local, lembrando a todos daqueles dias de medo.

Fontes.

http://mundotentacular.blogspot.com.br/2013/11/a-besta-de-gevaudan-franca-aterrorizada.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Besta_de_G%C3%A9vaudan

https://fr.wikipedia.org/wiki/B%C3%AAte_du_G%C3%A9vaudan

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mesonychia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiena

https://fr.wikipedia.org/wiki/Gal%C3%A8res_(peine)

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