terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Enciclopédia dos Mitos e Lendas do Brasil: (Bestiário) Mula Sem Cabeça.

Correndo em Disparada por uma estrada de terra, da qual dava acesso a um povoado, um estranho animal de cor marrom da qual sua cabeça, ou o que devia ser sua cabeça, brilhava em um intenso brilho laranja amarelado. Relinchos de uma égua, misturado com sussurros e pedidos de ajudam apavoravam os mais crentes que abriam frente e se escondiam em vigas de madeira ou tentavam escalar árvores, para escapar da fúria do animal de cabeça de fogo.
Pequenos animais como gatos e cachorros eram pisoteados, deixando as marcas da ferraduras de ferro em sua carne, suas pegadas deixadas na terra de chão batido, indicava que ela havia vindo de outra cidade, é estava indo para a próxima, com seus relinchos e sussurros pavorosos. E essa infeliz criatura, tem por sina percorrer sete cidades ou povoados, ao longo daquela noite, sempre em carreira infernal, soltando relinchos e ruídos pavorosos. Se encontrar alguém, seja animal ou humano, no seu caminho, mata-o de coices, devora seus olhos, carne, ossos, unhas e dedos.


Sua chegada era anunciada pelos sons dos trovões, que a cada pisada na terra, mostrava que ela estava chegando. Outra cidade, e assim por diante até o galo cantar pela 3° Vez....

Mula Sem Cabeça, ela faz parte do quinteto dos que alguns chama de os cinco grandes, as cinco grandes lendas das quais grande parte das crianças da pré-Escola é do fundamental se lembram decor; Saci Pererê, Curupira, Mula Sem Cabeça, Iara, é Lobisomem

Hoje em dia com a movimentação da Informação e principalmente de mitos e lendas do mundo todos, alguém me perguntou la no passado, no começo do Oberhalb Thoth sobre o mitos e lendas do Brasil (Creio, que foi alguém do Japão, ou Rússia, não me lembro bem). Pois Bem para quem tem curiosidade de saber dos mitos e Lendas do Brasil, quais são os Seres Fantásticos e onde eles habitam. Para começar essa Enciclopédia (Uma Parte dela será chamada de Bestiário, aonde falarei dos animais fantásticos) Irei começar com um dos 3 grandes do Folclore Brasileiro, a Mula Sem Cabeça.

A lenda da Mula Sem cabeça é um dos mais antigos que se tem noticia, sua origem de fato e desconhecida, alguns data tal lenda desde os tempos do Brasil Colônia., lá pelos séculos XVIII e XIX.  Como toda lenda ela sofre variações de Estado em Estado. Às variações são muitas, umas das quais é que se um casal tive sete filhos homens, é a última for mulher, a mulher está fadada a ser a Mula Sem Cabeça quando completar a maioridade, apenas nesta versão existem outras variaveis que mudam de acordo com o Estado. Outra versão é de uma mulher que se deita na cama de uma Mula, acabr se transformando no ser de cabeça flamejante, essa versão e acompanhada pela maldição do 8° Filho, ou a versão mais popular no Brasil. 

Mas a versão principal que e mais comumente ouvida é que são mulheres que têm casos, ou acabam consumado casamentos com padres. Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada neste Monstro. Dessa forma, as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça nas noites de quinta para sexta-feira. 

Além de se transformar em uma mula, tinha que cumpri uma espécie de penitência, e correr sete cidades, atacando tudo o que estiver pela frente. Algumas variações dizem que a mula sem cabeça é atraída pelo brilho dos dentes e das unhas das pessoas, por isso, quem a vê deve ficar de cócoras.

Quando chega a madrugada, até o terceiro cantar do galo, exausta e cheia das marcas provocadas pelas batidas e arranhões, a mulher com aparência de mula readquire sua forma humana, mas na próxima noite de quinta-feira, tudo recomeçará e ela novamente, irá cumprir sua sina. Alguns dizem que a mulher só vira mula sem cabeça quando for noite de quinta para sexta com lua cheia.

O encanto desaparecerá quando alguém tiver a coragem de arrancar-lhe da cabeça o freio de ferro ou se alguém tirar uma gota de sangue com uma madeira não usada. Dizem-na sem cabeça, mas os relinchos são inevitáveis. Quando o freio lhe for retirado, reaparecerá despida, chorando arrependida, e não retomará a forma encantada enquanto o descobridor residir na mesma freguesia. A tradição comum é que esse castigo acompanha a manceba do padre durante o trato amoroso (J. Simões Lopes Neto, Daniel Gouveia, Manuel Ambrósio, etc.). Ou tenha punição depois de morta (Gustavo Barroso, O Sertão e o mundo).

O encantamento também poderia ser tirado pelo padre (o amante), que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.

Essa lenda tem um cunho moral e religioso, onde se pretendia intimidar as mulheres que procuravam manter um relacionamento com religiosos da Igreja Católica.



Origem da Lenda.

Mula sem cabeça é uma lenda que provavelmente teve sua origem nos povos da Península Ibérica, trazida para a América pelos portugueses e espanhóis.

No Brasil a lenda se espalhou na área rural, na zona canavieira do Nordeste e no interior do Sudeste do país. No folclore mexicano a lenda da mula sem cabeça é conhecida como Marola. Na Argentina ficou conhecida com o nome de Mula Anima.

Existem outras versões para a origem da mula sem cabeça. Conta-se que, se uma mulher não deve dormir com o namorado antes do casamento, pois pode se enfeitiçada e virar uma mula sem cabeça.

Essa versão está ligada às tradições das famílias que buscavam o controle dos relacionamentos amorosos de suas filhas. Era uma forma de mantê-las dentro dos padrões morais da época.

No livro Histórias de Tia Anastácia, o escritor Monteiro Lobato faz referência a diversos personagens do riquíssimo folclore brasileiro, entre eles, o Saci Pererê, o curupira, Iara, Boi Tatá, o lobisomem e a mula sem cabeça, que aparece em vários episódios do Sítio do Pica-pau Amarelo, assustando a todos do sítio.


Fontes.








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