sexta-feira, 6 de março de 2020

Coronavírus.

Os coronavírus são um grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo (serve diretamente para a síntese proteica), conhecidos desde meados dos anos 1960. Pertencem à subfamília taxonómica Orthocoronavirinae da família Coronaviridae, da ordem Nidovirales.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida. Eles são uma causa comum de infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Entre os coronavírus encontra-se também o vírus causador da forma de pneumonia atípica grave conhecida por SARS.

Créditos: @PlebeusOciosos
O surto de COVID-19, também conhecido como epidemia de pneumonia por novo coronavírus de 2019–2020, coronavírus de Wuhan, epidemia de pneumonia na China ou pneumonia de Wuhan (chinês simplificado: 肺炎 肺炎; chinês tradicional: 肺炎 肺炎; pinyin: Wǔhàn fèiyán), começou em 1 de dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, no centro da China, com um grupo emergente de pessoas com pneumonia de causa desconhecida, ligadas principalmente a vendedores ambulantes que trabalhavam no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos.
Os cientistas chineses posteriormente isolaram um novo coronavírus, o COVID-19, que foi encontrado ser pelo menos 70% semelhante na sequência genética à SARS-CoV, e posteriormente mapeou e disponibilizou sua sequência genética. No entanto, o vírus não mostrou a mesma gravidade do SARS. As questões levantadas incluem se o vírus está circulando há mais tempo do que se pensava anteriormente, se Wuhan é realmente o centro do surto ou simplesmente o local em que foi identificado pela primeira vez com a vigilância e os testes em andamento, e se poderia haver uma possibilidade de que Wuhan seja um evento de super dispersão.

Se o incidente constitui uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) sob os Regulamentos Internacionais de Saúde foi discutido em 22 de janeiro de 2020 por um comitê de emergência organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A decisão foi adiada por falta de informação. Em 23 de janeiro de 2020, a OMS decidiu não declarar o surto uma PHEIC. Entretanto, em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou o surto uma PHEIC, pedindo que "uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos". A declaração faz com que esta seja apenas a sexta vez que essa medida é invocada pela OMS, desde a pandemia de H1N1 em 2009. Na primeira semana de fevereiro de 2020, o número de mortes causado pelo novo coronavírus ultrapassou 800, superando o SARS, que matou 774 pessoas em todo o mundo entre 2002 e 2003. Posteriormente, no mês de fevereiro, o número de mortes subiu para mais de 1.400, e ultrapassou 3.000 em março.

De acordo com as pesquisas da Universidade de Agricultura do Sul da China, o pangolim pode ter sido o hospedeiro intermediário do vírus, enquanto pesquisas do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, encontraram smiliaridade com a genética de morcegos e cobras. Os cientistas estudaram mil amostras de animais selvagens e determinaram que os genomas das sequências de vírus estudadas no pangolim eram 99 por por cento idênticos aos dos pacientes infectados pelo coronavírus em Wuhan. Em 11 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, anunciou o nome oficial da doença, que passaria a ser chamada de COVID-19, porque a palavra coronavírus refere-se ao grupo que o vírus pertence, e não à última cepa descoberta, sendo que o vírus em si foi designado por SARS-CoV-2. O epidemiologista americano e consultor da OMS, Ira Longini, alertou que cerca de dois terços da população mundial pode ser infectado pelo Covid-19. Segundo o pesquisador Eduardo Carmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo coronavírus tornou-se uma pandemia, e que é uma questão de tempo a OMS declarar como pandemia

Tipos.

Alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43 e HKU1: causadores de infecções leves a moderadas comuns.

SARS-CoV e MERS-CoV: causam infecções graves, como pneumonia atípica grave.
2019-nCoV: identificado em 2020, tem "parentesco" com o vírus da SARS-CoV. Causa febre, tosse e falta de ar e dificuldade para respirar (pneumonia).

Origem Evolutiva.
Existem 07 cepas conhecidas de coronavírus humanos, e todas elas evoluíram de coronavírus de outros animais.
  • Nome da cepa: HCoV-229E. Descoberta: 1960. Origem evolutiva: O coronavírus humano 229E divergiu do coronavírus da alpaca antes de 1960.
  • Nome da cepa: SARS-CoV. Descoberta: 2002. Origem evolutiva: O coronavírus humano SARS divergiu do coronavírus de morcego em 1986.
  • Nome da cepa: HCoV-OC43. Descoberta: 2004. Origem evolutiva: O coronavírus humano OC43 divergiu do coronavírus bovino em 1890.
  • Nome da cepa: HCoV-NL63. Descoberta: 2004. Origem evolutiva: O coronavírus humano NL63 divergiu do coronavírus de morcego 822 anos atrás.
  • Nome da cepa: HCoV-HKU1. Descoberta: 2005. Origem evolutiva: O coronavírus humano HKU1 divergiu do coronavírus de morcego.
  • Nome da cepa: MERS-CoV. Descoberta: 2012. Origem evolutiva: O coronavírus humano MERS divergiu do coronavírus de morcego antes dos anos 90 e transmitido aos humanos pelos camelos.
  • Nome da cepa: 2019-nCoV. Descoberta: 2019. Origem evolutiva: 
  1. Um estudo genético inicial sugeriu que o 2019-nCoV tenha divergido do coronavírus de cobras. Porém, cientistas questionaram a possível origem.
  2. Estudos posteriores sugeriram que o vírus tenha divergido da versão que parasita morcegos e transmitido aos humanos por um animal ainda desconhecido.
  3. Estudos recentes indicam que o vírus tenha divergido da versão que parasita pangolins pois possui material genético 99% igual ao do vírus encontrado neste animal.
Sinais e Sintomas.

O período de incubação é de 2 a 14 dias. Os sintomas mais comuns entre esse grupo hospitalizado pelo coronavírus foram febre, tosse e falta de ar. Dores musculares e de cabeça, bem como confusão mental, irritação na garganta e desconforto no peito também foram observados. Além disso, participantes do estudo apresentaram uma pneumonia que afetou os dois pulmões.

Transmissão.

A transmissão do vírus pode se dar:
  1. Por meio de tosse ou espirro;
  2. Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
  3. Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido então de contato com a boca, nariz ou olhos.
  4. Entre os grupos de risco estão qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou familiares, que tenha tido contato físico com o paciente ou que tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente.
A transmissão do SARS-CoV aconteceu de camelos e dromedários para o ser humano.

Em 2020, análises indicaram que o 2019-nCoV pode ter passado de um animal para o ser humano.

Os primeiros casos suspeitos foram notificados em 31 de dezembro de 2019, com os primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de dezembro de 2019. O Mercado foi fechado em 1° de janeiro de 2020 e as pessoas com os sintomas foram isoladas. Mais de 700 pessoas, incluindo mais de 400 profissionais de saúde, que entraram em contato próximo com casos suspeitos, foram posteriormente monitoradas. Com o desenvolvimento de um teste de PCR de diagnóstico específico para detectar a infecção, a presença de COVID-19 foi então confirmada em 41 pessoas em Wuhan, das quais duas foram posteriormente relatadas como sendo um casal, um dos quais não tinha estado no Mercado e outros três membros da mesma família que trabalhavam nas bancas de produtos do mar do mesmo Mercado.

A primeira morte decorrente da epidemia ocorreu em 9 de janeiro de 2020. A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou, em 20 de janeiro de 2020, que o novo coronavírus pode ser transmitido entre seres humanos. Na altura, vários profissionais de saúde também foram infectados. A OMS alertou que era possível um surto mais amplo. Houve também preocupações de se espalhar mais durante a alta temporada de viagens da China por volta do Ano-Novo Chinês.

Em 20 de janeiro, a China registrou um aumento acentuado nos casos com quase 140 novos pacientes, incluindo duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen. Em 23 de janeiro de 2020, Wuhan foi colocada em quarentena, no qual todo o transporte público dentro e fora de Wuhan foi suspenso. Huanggang e Ezhou, adjacentes a Wuhan, também foram colocadas em quarentena semelhante em 24 de janeiro de 2020. Em 24 de janeiro de 2020, o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado na Europa, mais precisamente na França.

Wuhan, China. Créditos: Wikipédia.
Em 13 de fevereiro de 2020, após dois casos confirmados em condomínio, autoridades investigam transmissão entre pacientes sem qualquer tipo de relação. A suspeita é de que o vírus tenha se espalhado pelos encanamentos de um edifício. Um prédio de 35 andares foi evacuado e mais de cem pessoas não puderam voltar para casa após a confirmação de que dois moradores estavam com o vírus: uma mulher de 62 anos, que mora no 3º andar, e um vizinho não identificado do 13º.
No mesmo dia, Robert Redfield, diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse a CNN que a transmissão assintomática do novo coronavírus é possível. Redfield disse que uma pessoa infectada que não apresenta sintomas ainda pode transmitir o vírus a outra pessoa.

Em 14 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso na África, com um único paciente no Egito.
Número de casos na China. Créditos: Wikipédia.
Em 15 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus — de uma norte-americana de 83 anos — envolvendo o navio de cruzeiro Westerdam. O navio, que tinha um total de 1.455 convidados e 802 tripulantes a bordo e não estava em quarentena. Vários países asiáticos se recusaram a deixar o Westerdam atracar em seus portos antes de serem autorizados a desembarcar no Camboja no dia 14 de fevereiro.
Em 19 de fevereiro de 2019, o Irã confirmou seus dois primeiros casos de mortes por coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Em 20 de fevereiro de 2020, a Coreia do Sul confirmou seu primeiro caso de morte pelo novo coronavírus. Em dois dias, os casos na Coreaia do Sul tiveram um aumento de 400%.

Na China, o Covid-19 infectou mais de 1.700 agentes de saúde, a maioria na província de Hubei, e causou seis mortes por pneumonia viral, incluindo Li Wenliang, um jovem oftalmologista entre os primeiros a alertar a epidemia. São monitoradas atualmente mais de cem mil pessoas que tiveram contato com pacientes do Covid-19. Outras 500 mil já passaram por processo semelhante.

Em 21 de de fevereiro, a OMS advertiu sobre novos focos da doença se multiplicarem com mais duas mortes no Irã, primeiro contágio no Líbano, novos casos na Coreia do Sul e cerca de 500 prisioneiros contaminados na China. A "janela de oportunidade" para erradicar a epidemia "está se estreitando", advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS.

Em 25 de fevereiro, o CDC dos Estados Unidos informou que os americanos devem se preparar para a chegada do novo coronavírus ao país. "Estamos pedindo para os americanos se prepararem para a expectativa de que pode ser ruim", disse um oficial do CDC.

No dia 26 de fevereiro, uma mulher japonesa pegou o vírus pela segunda vez. A mulher, que tem por volta de 40 anos, fez o teste pela segunda vez após ter dor de garganta e no peito. A primeira vez havia sido sido infectada no fim de janeiro, ficou internada e recebeu alta do hospital em 1º de fevereiro. Embora esse seja o primeiro caso conhecido no Japão, infecções reincidentes foram relatadas na China.

Em 3 de março de 2020, a Argentina e o Chile confirmaram o primeiro caso do novo coronavirus. Na Argentina, o paciente é um homem que voltou recentemente de viagem da Europa, tendo visitado Itália e Espanha, e está internado em uma clínica de Buenos Aires. Já no Chile, o paciente é um homem de 33 anos que chegou ao Chile vindo da Espanha, depois de viajar por diferentes países do sudeste asiático.

Em 3 de março, após o Papa Francisco apresentar sintomas, o resultado do teste deu negativo para o coronavírus.

Em 4 de março, 3 285 mortes foram confirmadas, sendo 2 944 na China continental, seis no navio de cruzeiro Diamond Princess, duas em Hong Kong, 79 na Itália, 29 na Coreia do Sul, 77 no Irã, seis no Japão, duas na França, uma nas Filipinas, e uma em Taiwan. Casos confirmados foram reportados em 78 territórios, sendo eles na China, no Japão, na Tailândia, na Singapura, em Hong Kong, na Coreia do Sul, na Austrália, na Alemanha, nos Estados Unidos, em Taiwan, em Macau, na Malásia, no Vietnã, na França, no Canadá, nos Emirados Árabes Unidos, na Índia, nas Filipinas, na Itália, no Reino Unido, na Rússia, na Bélgica, em Camboja, no Egito, na Espanha, na Finlândia, no Nepal, no Sri Lanka, na Suécia, e no Irã.

Em 3 de março de 2020, o número de casos confirmados em laboratório é de 92 818, sendo 80 151 na China continental, 705 em território internacional (navio de cruzeiro Diamond Princess) 5.186 na Coreia do Sul, 2.036 na Itália, 274 no Japão, 100 em Hong Kong, 108 em Singapura, 35 na Tailândia, 22 na Malásia, 30 em Taiwan, 165 na Alemanha, 22 na Austrália, 16 no Vietnã, 103 nos Estados Unidos, 191 na França, dez em Macau, 40 no Reino Unido, oito nos Emirados Árabes Unidos, dez no Canadá, três nas Filipinas, três na Índia, dois na Rússia, um na Bélgica, quatro no Brasil, um no Camboja, um na Dinamarca, um no Egito, um na Argentina, um no Chile, um na Espanha, um na Estônia, um na Finlândia, um no Nepal, um no Sri Lanka e um na Suécia.

Até o momento, 53 219 pessoas sobreviveram ao novo coronavírus.

OMS.

Em 10 de fevereiro, a conselheira sênior do Departamento de Gestão de Contágios da Organização Mundial da Saúde (OMS), Nahoko Shindo, em entrevista à NHK, na sede da ONU, em Genebra, afirmou que o novo vírus teria aparecido entre seres humanos por volta de novembro do ano passado, embora sua origem continue desconhecida. A conselheira da OMS disse ser extremamente difícil criar uma vacina que possa prevenir completamente uma doença contagiosa do sistema respiratório, e acrescentou que será necessário agregar conhecimentos de todo o mundo para combater o vírus.

Em 11 de fevereiro de 2020, cerca de 300 cientistas, representantes de agências de saúde pública, de ministérios da Saúde e financiadores de pesquisas reuniram-se para um encontro de dois dias na OMS com o objetivo de compartilhar as informações mais recentes sobre o vírus e decidir qual a melhor forma de combate-lo.

Em 15 de fevereiro de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, pediu aos governos que intensifiquem seus esforços para se preparar para o coronavírus e disse que "é impossível prever que direção essa epidemia tomará".

Em 23 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom afirmou que a agência vai investir 675 milhões de dólares em um plano de resposta à doença para apoiar os países, especialmente os mais vulneráveis. Adhanom disse que a OMS identificou 13 países prioritários na África por serem locais com alto número de voos diretos para a China, e que a preocupação da organização no momento é o aumento no número de casos de Covid-19, sem que a pessoa infectada tenha viajado à China ou tido contato com alguém que esteve lá.

No dia 24 de fevereiro, Adhanom pediu ao mundo que se prepare para uma pandemia. "Temos que fazer todo o possível para nos prepararmos para uma potencial pandemia.", disse o diretor-geral da OMS. O cenário mudou rapidamente em poucos dias. Passou-se de uma situação com os casos na China contidos e o resto do mundo as infecções escassas a outra situação com surtos descontrolados na Itália, na Coreia do Sul e no Irã.

Brasil.

Em 28 de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde do Brasil confirmou três casos suspeitos de coronavírus, localizados em Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. O Ministério não deu detalhes sobre os pacientes de Porto Alegre e Curitiba e tampouco informou sobre o estado de saúde de ambos. Entretanto, sabe-se que a paciente de Minas Gerais apresentou sintomas compatíveis com o protocolo de prevenção, sendo que ela esteve na cidade de Wuhan, o epicentro do surto do vírus. A paciente encontra-se estável e em isolamento.

Em 3 de fevereiro de 2020, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Brasil, mesmo sem casos confirmados de infectados com coronavírus, vai reconhecer o vírus como uma PHEIC, sendo que o governo irá determinar as regras sobre a volta dos brasileiros que estão em Wuhan. Em 4 de fevereiro de 2020, confirmou-se que 29 brasileiros que estão em Wuhan vão regressar ao país em 8 de fevereiro, sendo que ficarão 18 dias de quarentena em Anápolis, Goiás, e se houver algum sintoma da infecção, o mesmo será encaminhado ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para avaliação médica.

Em 5 de fevereiro de 2020, o Senado aprovou o projeto que prevê regras para quarentena para que os brasileiros possam voltar da cidade chinesa de Wuhan. Em 6 de fevereiro de 2020, o Ministério informou que há 9 casos suspeitos do novo coronavírus em 5 estados diferentes do país, sendo que nenhum caso foi confirmado.

No dia 9 de fevereiro, os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), trazendo o grupo de 34 brasileiros, familiares, médicos e autoridades vindos de Wuhan, na China, desembarcaram na Base aérea de Anápolis, Goiás, onde ficaram em quarentena pelo período de 18 dias. No dia 23 de fevereiro de 2020, 58 brasileiros foram liberados da quarentena, incluindo o grupo de brasileiros e profissionais que tiveram contato com eles. A quarentena terminou em 14 dias, 4 dias antes do previsto, pois repetidos testes deram negativos para o Covid-19.

Em 24 de fevereiro, o Ministério da Saúde informou que há 4 casos suspeitos de infecção pelo Covid-19, e que outros 54 casos suspeitos foram descartados.

Em 6 de março de 2020, o décimo caso brasileiro de COVID-19 foi confirmado na Bahia. O décimo primeiro a terceiro brasileiros de COVID-19 foram confirmados em São Paulo. Atualmente, são 13 casos confirmados e 768 casos suspeitos em 23 estados.
  • Casos Confirmados.
Em 25 de fevereiro, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso no Brasil. Trata-se de um paciente de 61 anos que esteve em viagem na Itália do dia 9 a 21 de fevereiro. O paciente se encontra em quarentena em casa pelos próximos 14 dias. Antes mesmo da confirmação do caso, o Brasil já havia elevado seu alerta para a doença de nível 2 (perigo iminente) para 3, no qual se declara emergência de saúde pública de importância nacional.

No dia 29 de fevereiro, o Ministério da Saúde confirma o segundo caso no país. Trata de um homem de 32 anos residente em São Paulo. Ele chegou no Brasil no dia 27 de fevereiro vindo da região da Lombardia na Itália. No dia 28 de fevereiro foi atendido no hospital Israelita Albert Einstein que diagnosticou o vírus no paciente. O paciente começou a sentir os sintomas ainda na Europa e toda a viagem ao Brasil utilizou máscaras.

No dia 4 de março de 2020, foram confirmados mais dois casos em São Paulo, totalizando quatro casos confirmados no país, todos em São Paulo.

Em 5 de março, o governo confirmou que o Brasil registra transmissão local do vírus em São Paulo e já soma (em 05 de março de 2020) 8 casos confirmados no território brasileiro.
  • Reações institucionais.
Em 10 de fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória (MP) que destina crédito extraordinário de R$ 11.287.803,00 [cerca de 2,3 milhões de euros ou 2,5 milhões de dólares] ao Ministério da Defesa para combate ao vírus. A MP foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) e, portanto, está em vigor. O dinheiro foi redirecionado de uma reserva de contingência que consta no orçamento. De acordo com o texto, o repasse é para custear ações de enfrentamento de "emergência de saúde pública de importância internacional" provocada pelo coronavírus.

No dia 24 de fevereiro, o Ministério da Saúde ampliou o número de países em monitoramento, devido ao surgimento de casos de Covid-19 na Europa, incluindo Alemanha, França e Itália na lista. Pacientes que passaram por esses países e apresentem sintomas são tratados como casos suspeitos.

Portugal.

O primeiro caso suspeito de coronavírus em Portugal deu negativo. A Direção-Geral da Saúde informou que o paciente, que havia regressado da China no dia anterior, estava sob observação e que as análises laboratoriais resultaram em duas amostras biológicas negativas. Quinze dos vinte portugueses que estão na cidade de Wuhan seriam repatriados em 31 de janeiro de 2020, O governo chinês adiou a data de saída dos portugueses em Wuhan para 1 de fevereiro de 2020. No entanto autorizou o repatriamento dos portugueses, elevando o número desses de 15 para 17.

Duas suspeitas do novo coronavírus foram reportadas no Porto e em Cascais. O caso suspeito do Porto é de um cidadão italiano que saiu da China em 22 de janeiro de 2020. Os casos suspeitos no Porto e em Cascais foram dados como negativos, após realização de exames.

Os 20 repatriados que chegaram a Portugal, dos quais dois diplomatas portugueses e duas cidadãs brasileiras, vão permanecer em quarentena. As análises realizados a todos deram negativo ao novo coronavírus. A Direção-Geral da Saúde (DGS) esclarece que o uso generalizado de máscara pode provocar "uma falsa sensação de segurança". Não é recomendado o uso de máscara, em Portugal, exceto para profissionais de saúde, quem tenha viajado para a zona impactada pelo surto ou quem tenha tido "contacto próximo com alguém doente".

Em 4 de fevereiro, surgiram dois casos suspeitos, ambos portugueses, um de 40 anos e outro de 44 anos. O português de 40 anos já estava sob vigilância das autoridades de saúde, tendo estado com um grupo de alemães que integraram uma formação com um doente da China. Já o português de 44 anos é residente na grande Lisboa, tendo sido validados dois critérios do vírus por dois médicos.

Em 16 de fevereiro, foram reportados mais dois casos suspeitos. Um dos casos suspeitos trata-se de uma estudante portuguesa de 21 anos e que regressou da China há cerca de duas semanas, onde se encontrava a estudar.
  • Casos confirmados.
Em 2 de março, foi confirmado o primeiro caso. Um médico de 60 anos, regressado de Itália. Posteriormente, um segundo caso foi confirmado, sendo um homem de 33 anos que esteve a trabalhar em Espanha. A 4 de março, estavam confirmados cinco casos.
  • Meios e preparação.
Portugal dispõe de sete hospitais de referência, nos quais podem ser validados casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus (COVID-19). Numa primeira linha, encontram-se os hospitais: Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa; e São João, no Porto. Numa segunda linha, mediante o surgimento de um maior volume de casos suspeitos, foram ativados: os hospitais de Santa Maria e S. José, em Lisboa; o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; e o Hospital de Santo António, no Porto.

Segundo a responsável da Direção Geral da Saúde, Graça Freitas, existem dois mil quartos de isolamento nos hospitais do SNS, sendo que segunda a mesma “qualquer zona possa ser transformada numa zona de isolamento”.

De momento, o transporte de doentes suspeitos é realizado por quatro ambulâncias do INEM, distribuídas cada uma pelas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem vindo a preparar os seus profissionais de saúde (cerca de 700) e todas as suas ambulâncias para o transporte de doentes suspeitos.
  • Análises laboratoriais.
As amostras biológicas vindas de casos suspeitos só eram, até 24 de fevereiro de 2020, analisadas no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe (LNRVG), um laboratório de biossegurança de nível 3, localizado no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

A partir de dia 24 de fevereiro, o Hospital de São João, na cidade do Porto, dispõe igualmente da possibilidade de realização de testes. Prevê-se que surjam mais laboratórios capazes de realizar testes laboratoriais, tais como o Hospital Curry Cabral e unidades nas regiões autónomas da Madeira e Açores.

Reações institucionais.
  • Presidente da República.
A 28 de janeiro de 2020, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tem estado a acompanhar a situação relacionada com o surto do novo coronavírus tal como o repatriamento dos cidadãos portugueses em Wuhan.

A 4 de fevereiro, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que o epidemia do novo coronavírus COVID-19 na China "afeta a atividade econômica de uma economia muito poderosa e, portanto, afeta a atividade econômica do mundo, ou pode afetar". Admitiu igualmente a possibilidade de perturbações econômicas devido à quebra de produção.
  • Governo.
A 26 de janeiro de 2020, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através de um aviso publicado no Portal das Comunidades Portuguesas, desaconselhou "viagens não essenciais" à China. O alerta teve como motivos eventuais riscos de saúde e as limitações existentes na circulação dentro do país. No mesmo aviso surge a recomendação aos residentes portugueses na China para se registarem junto dos respetivos consulados.
  • Embaixada Chinesa em Portugal.
O embaixador chinês em Portugal, Cai Run, afirmou que "durante o combate à epidemia, a China e Portugal têm mantido coordenação e colaboração estreitas, o que é uma forte prova da amizade genuína entre os dois povos". Agradeceu o apoio dado à China no combate à epidemia por parte de "quase cem personalidades políticas de dezenas de países", destacando em particular o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres

Outras reações.
  • Ricardo George.
Segundo o atual presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, a epidemia do novo coronavírus "adquiriu uma expressão pandêmica" podendo considerar-se uma pandemia.

Ricardo George recusou afirmar que os "agentes patogénicos estão a tornar-se mais virulentos, mais resistentes", afirmando que o que sucede é que o SARS-CoV-2 trata-se de um novo coronavírus e uma nova estirpe. Constatou igualmente que "estamos perante uma epizootia que deu o salto e provocou uma epidemia".
  • Raquel Guiomar.
A responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, Raquel Guiomar, realçou que a partilha de informação da sequência genómica do vírus foi crucial para o seu diagnóstico, tendo sido esta partilha por parte de cientistas "rapidíssima".

Reações internacionais.
  • Organização Mundial de Saúde.
A 28 de fevereiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde instou todos os países a não presumirem que serão poupados ao coronavírus, realçando que isso seria um "erro fatal" fazer tal. A OMS também advertiu que o vírus "tem potencial pandémico".
  • União Africana.
Os ministros da saúde dos estados membros da União Africana reuniram-se dia 22 e 23 de fevereiro de 2020. O intuito da reunião foi o de "discutir a estratégia continental para a preparação e resposta ao surto de coronavírus"

Impactos.

A epidemia coincidiu com o Ano-Novo Chinês, que marca uma grande temporada de festivais para a região e o período mais movimentado de viagens na China. Vários eventos envolvendo grandes multidões foram cancelados pelos governos nacionais e regionais, incluindo o festival anual de Ano Novo em Hong Kong.
  • Econômico.
Como a China continental é uma grande economia e um centro de manufatura, o surto viral foi visto como uma grande ameaça desestabilizadora para a economia global. Agathe Demarais, da Economist Intelligence Unit, previu que os mercados permanecerão voláteis até que se tenha uma definição dos possíveis resultados. Alguns analistas estimaram que as consequências econômicas da epidemia no crescimento global poderiam superar as do surto de SARS.

Montadoras globais anunciaram que vão parar a produção de veículos. No Brasil, os estoques de peças e equipamentos eletrônicos vindos da China tem previsão de durar até final de fevereiro. Apesar de ainda não faltar produto no comércio, se o abastecimento não for normalizado, os preços podem subir. Levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apurou que 52 por cento das indústrias pesquisadas apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos vindos da China, principalmente entre as fabricantes de produtos de Tecnologia da Informação.

De acordo com o estudo da Bain & Company, o custo do novo coronavírus pode ultrapassar 70 bilhões de dólares (500 bilhões de yuans) para a China, o que indica uma redução de até 0,5 por cento do PIB, superior à de todos os surtos anteriores. O Banco da China Internacional estima que o impacto a curto prazo nas exportações custará 30 bilhões de dólares, destaca o estudo.

Em 20 de fevereiro de 2020, o Banco Popular da China (PBoC, o BC chinês) anunciou a redução da taxa de empréstimos de um ano de 4,15 por cento em janeiro para 4,05 em fevereiro.

Na China, a venda de automóveis novos decresceu 92 por cento durante as primeiras duas semanas de fevereiro. Segundo fontes da Automative News, os decisores políticos chineses têm estado a discutir o prolongamento de subsídios para a aquisição de veículos elétricos, com o intuito de aumentar o volume de vendas de veículos.

Os mercados bolsistas perderam a nível mundial cinco biliões de dólares.
  • No consumo.
Wuhan: fila para comprar máscara. Créditos: Wikipédia.
Em fevereiro de 2020, em meio à crise provocada pelo surto do novo coronavírus, a população de Hong Kong tem formado longas filas para comprar alimentos e demais produtos básicos, como rolos de papel higiênico, em um fenômeno batizado pela imprensa internacional de "consumismo de pânico". Diante disto, políticas de racionamento, como a imposição de um limite máximo de dois itens por cliente, têm sido implementado por algumas redes de supermercados da região.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os pacientes com HIV na China correm o risco de ficar sem medicamentos que salvam vidas, em razão das quarentenas e bloqueios destinados a conter o surto de doença por coronavírus. Segundo a ONU, pode haver dificuldades em reabastecer os estoques de medicamentos vitais.

Em 28 de fevereiro de 2020, a Amazon pediu aos funcionários que só viagem se for essencial. "Estamos pedindo aos funcionários que adiem viagens não essenciais durante esse período", confirmou a empresa em comunicado à CNN.
  • Turístico.
O Sudeste Asiático é um dos lugares mais afetados em relação ao turismo. O balneário de Pattaya, um dos destinos favoritos dos chineses na Tailândia, geralmente repleto de visitantes, ficou vazio durante o surto. Nos famosos templos de Angkor, no Camboja, a venda de ingressos caiu cerca de trinta por cento, segundo dados do Ministério do Turismo. A mesma situação vive o Vietnã, onde 13 mil reservas de hotel foram canceladas em Hanói. Além disso, as visitas à Baía de Ha Long despencaram mais de 60 por cento. Desde o fim de janeiro, a China colocou em quarentena cerca de 56 milhões de habitantes e proibiu a toda a população viagens organizadas para o exterior.

O governo italiano cancelou os dois últimos dias do carnaval de Veneza para tentar conter o avanço da epidemia de coronavírus. No dia 23 de fevereiro, o chefe da região do Vêneto, Luca Zaia, informou que as festas serão suspensas a partir do dia seguinte.

Em Roma, cerca de 90% das reservas hoteleiras foram canceladas devido ao surto.
  • Navios de cruzeiro.
Diversos navios de cruzeiro fora afetados pelo novo coronavírus. Dentre eles, os navios Costa Serena, Diamon Princess, World Dream e MS Westerdam.
  • No Esporte.
Em 18 de fevereiro de 2020, a China retirou-se dos playoffs da Copa Davis na Romênia em razão do time de tênis masculino não poder viajar devido ao surto de coronavírus. O anúncio foi da Federação Internacional de Tênis (ITF) no Twitter.

Em 20 de fevereiro de 2020, foi anunciado o cancelamento do torneio de ténis feminino "2020 Xi’an Open" devido ao surto. Este torneio iria ser disputado na cidade chinesa de Xi'an entre 13 e 19 de abril.

O campeonato mundial de tênis de mesa que iria ocorrer em março na Coreia do Sul foi cancelado por temor ao novo coronavírus.
  • Ambiental.
O surto de COVID-19 tem levado a uma menor demanda por produtos energéticos e matérias-primas, tais como: petróleo, combustível de aviação, gás natural liquefeito, minério de ferro, cobre.

A diminuição da demanda de matéria-prima e produtos refinados associada à diminuição da atividade industrial levou à redução da poluição emitida na China.

A poluição na China diminui 25 por cento devido ao surto de COVID-19.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coronav%C3%ADrus

https://pt.wikipedia.org/wiki/Surto_de_COVID-19

https://pt.wikipedia.org/wiki/COVID-19_no_Brasil

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