sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O Caso Das Máscaras de Chumbo.

Um dos casos policiais com uma alta complexidade, ocorridos na década de 60. Seu mistério ainda persite por mais de 50 anos, ainda não existe uma resposta lógica para o que ocorreu com dois homens, e várias são as perguntas. Um crime perfeito, uma tentativa de comunicação com seres extraterrenos que deu errado, sãos as teorias mais populares que se penduram neste caso em especifico. O Mistério das Máscaras de Chumbo ou "O Caso das Máscaras de Chumbo" é o nome dado aos acontecimentos que levaram à morte de dois técnicos em eletrônica, Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana.


No dia 20 de agosto de 1966, um sábado, dois homens foram encontrados mortos por um jovem chamado Jorge da Costa Alves (18 anos à época) que empinava pipa no Morro do Vintém, no bairro Santa Rosa, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, quando encontrou os corpos de dois homens. Nenhum sinal de violência ou luta corporal. Os corpos estavam próximos, um ao lado do outro, deitados de costas no chão, em cima de uma espécie de "cama" feita com folhas de Pintoba, uma espécie de palmeira, as quais foram cortadas com alguma faca ou algo similar. Os corpos estavam bem vestidos com ternos limpos e com capas de chuva. Os corpos já estavam em adiantado estado de putrefação. Do lado dos corpos um estranho marco de cimento, uma garrafa de água mineral magnesiana, uma folha de papel laminado que foi usada como copo, um embrulho de papel com duas toalhas, um par de óculos preto com uma aliança em uma das hastes, um lenço com as iniciais "MAS", duas toscas máscaras de chumbo, um papel com equações básicas de eletrônica e um estranho papel com a seguinte escrita:

16:30 Estar no local determinado.
18:30 Ingerir cápsulas, após efeito proteger metais aguardar sinal máscara

Durante as semanas que seguiram ao dia 20 de agosto de 1966, toda a imprensa brasileira e do mundo estampou manchetes sobre um caso de polícia que, aos poucos foi-se tornando cada vez mais intrigante, até ficar nos arquivos policiais como um dos casos sem solução.

Um menino soltador de pipa chegou à delegacia do 2.º Distrito de Niterói e procurou o falecido comissário Oscar Nunes para declarar que vira dois cadáveres no alto do Morro do Vintém. Naquele dia, estava na delegacia, em seu primeiro dia de repórter policial, Mário Dias, do Jornal "O Dia", que também subiu o morro, pelos caminhos difíceis de mato, até encontrar os corpos. Os cadáveres trajavam roupas distintas, ambos vestidos com capas de borracha.

No local, foram encontradas coisas bem estranhas: duas máscaras de chumbo, uma garrafa de água mineral, um maço de cigarros, duas passagens de ônibus da Viação Santo Antônio, adquiridas na cidade de Campos, que indicavam que os dois homens saíram de lá no dia 15 do mesmo mês. Cinco bilhetes, todos em códigos, com números e letras. Um deles dizia textualmente: "Às 16:30hs estar no local determinado. Às 18:30 hs tomar as cápsulas. Após o efeito, aguardar o sinal com as máscaras."

Outro bilhete continha equações, representando a expressão básica da Lei de Ohm e representa a energia em uma resistência. A outra, em seu desenvolvimento, representa a potência elétrica de um resistor. Além disso, foram encontrados: um lenço contendo as iniciais "AMS" uma folha de papel alumínio amarrotado, quadradinhos de papel celofane, impregnados da substância química que os marcou.

No local não foi encontrado qualquer tipo de arma. Os corpos não tinham sinais de violência. As precárias condições do IML, na época e a pressa em entregar os cadáveres à família para o enterro não permitiram uma definição melhor para a "causa-mortis".

Exatamente um ano depois, feita a exumação, mesmo sendo feitos testes em São Paulo, para onde foram enviadas amostras de osso, cabelo, pele, roupa, que foram submetidas a campo de bombardeio de neutrons, nada foi definido. O caso, na esfera policial, ficou insolúvel.

Naquela época, o fenomeno OVNI não era preocupação para grande número de pessoas. Entretanto, uma espécie de psicose coletiva se apossou da população de Niterói, tal a ânsia de ajudar a polícia a esclarecer o caso, um dos mais intrincados da crônica policial do país em todos os tempos.

Inúmeros telefonemas de pessoas que disseram ter visto um disco-voador sobrevoando o Morro do Vintém foram recebidos no 2.º Distrito, onde o Delegado José Venâncio tomou depoimento de uma senhora que declarou ter visto um estranho objeto, de forma arredondada e com halo de luz intensa, a sobrevoar o ponto em que foram encontrados os corpos. Contou que dirigia seu automóvel pela Alameda São Boaventura, no Fonseca, quando a filha, Denise, de sete anos, chamou-lhe a atenção para um determinado ponto no céu. Ela olhou e viu um objeto estranho, com a forma de pires e a borda intensamente iluminada

Para tentar entender o que pode ter acontecido, vamos detalhar, passo a passo, o que eles fizeram desde que saíram de Campos e até que foram encontrados mortos em Niterói.

Cronologia do Caso.

Agosto/66 – Não se sabe corretamente o dia, mas as duas máscaras de chumbo foram feitas pelos radiotécnicos em sua oficina em Campos, RJ, pois lá foi encontrado o restante da placa utilizada:

Em 16.08.66, à noite, terça-feira, o Manoel Pereira da Cruz informou para sua esposa Neli que iria para São Paulo, juntamente com Miguel José Viana, seu sócio, casado, para comprar um carro usado e alguns componentes de eletrônica para o estoque da oficina. Ele embrulhou dois milhões e trezentos mil cruzeiros (mil dólares aproximadamente) para levar na viagem.

Em 17.08.66, quarta-feira, às 09:00 horas, os radiotécnicos tomam o ônibus na rodoviária de Campos, com destino à Niterói e não São Paulo como haviam informado à família.

Em 17.08.66, quarta-feira, às 14:30 horas, eles chegam na rodoviária de Niterói.

Entre as 14:30 horas até o instante em que eles morreram, a polícia descobriu que eles passaram em uma loja de componentes eletrônicos, onde eles eram fregueses, a Fluoscop, situada na Travessa Alberto Vitor, 13, no Centro de Niterói. Passaram em uma loja e compraram capas de chuva.

Passaram em um bar, situado à Av. Marquês do Paraná e compraram uma garrafa de água mineral magnesiana, não esquecendo de pegar o comprovante do vasilhame, para poder devolver na volta. A pessoa que os atendeu, neste último estabelecimento, disse que Miguel parecia estar nervoso e a toda hora consultava as horas no relógio. Aquele dia estava chuvoso e escurecendo rapidamente.

O vigia Raulino de Matos, morador no local, viu quando Manoel e Miguel chegaram ao pé do morro em um jipe, juntamente com outras duas pessoas, até hoje não identificadas. Manoel e Miguel desceram do jipe e subiram o morro à pé.

Na manhã de 18.08.66, quinta-feira, um garoto de 18 anos, Paulo Cordeiro Azevedo dos Santos, que estava caçando passarinhos, viu os corpos e avisou o guarda Antônio Guerra, que servia na radiopatrulha. Posteriormente, esse guarda foi ouvido pelo Delegado Venâncio Bittencourt, que comandou as investigações, para saber porque demorou dois dias para ir ao local onde foram achados os cadáveres. Admitia-se que o guarda ou outra pessoa teria revistado os cadáveres, para se apropriar do dinheiro, mas nada ficou comprovado.

Em 20.08.66, sábado, dois dias depois, por volta das 18:00 horas, um garoto também de 18 anos, Jorge da Costa Alves, estava procurando sua pipa junto com outros meninos, quando sentiram um forte mau cheiro e localizaram os corpos. Jorge avisou a Segunda Delegacia de Polícia (2a DP) de Niterói.

Em 21.08.66, domingo, pela manhã, a Polícia, os Bombeiros, jornalistas e curiosos subiram o morro para resgatar os corpos. No bolso de um foi encontrado a quantia de 157 mil cruzeiros (68 dólares) e no bolso do outro 4 mil (menos de 2 dólares), além dos relógios.

Assim, a Polícia iniciou as investigações. Um dos bilhetes e o sumiço do dinheiro reforçaram a hipótese de um terceiro personagem. Também a ausência de uma faca ou objeto cortante, utilizada para cortar as folhas de Pintoba, reforçou essa hipótese, mas as máscaras de chumbo não combinavam com a situação e nem o estranho bilhete. A hipótese de uma terceira pessoa indicava que ela teria dirigido a pesquisa, mas não teria participado.

Mais tarde, a Polícia prendeu o amigo Elcio Correia Gomes, espírita, que introduziu os dois radiotécnicos em estranhas e grandiosas experiências. Tempos antes, os três causaram uma enorme explosão, na Praia de Atafona, no Interior do Rio de Janeiro. A explosão foi tão grande e causou um clarão enorme, que a população pensou que estava ocorrendo um terremoto. Esse acidente foi objeto de investigação por parte da Marinha Brasileira. Como a Polícia não encontrou provas contra o Elcio, ele acabou sendo liberado.

Após os jornais terem anunciado essas duas estranhas mortes, a Sra. Gracinda Barbosa Coutinho de Sousa, informou que, na noite de 17.08.66, entre 19:00 e 20:00 horas, juntamente com três filhos, duas meninas e um menino, estavam passando, de carro, pela Alameda São Boaventura, no bairro Fonseca, quando a filha Denise, de 7 anos, chamou a atenção da mãe de algo no alto do morro. Viram um objeto multicolorido, ovóide, de cor alaranjado, com um anel de fogo de onde saíam raios azuis em várias direções. Após a imprensa divulgar esse depoimento, várias outras pessoas se encorajaram e ligaram para a Polícia informando que também tinham visto tal objeto luminoso no mesmo local, dia e hora.


Técnicos em eletrônica fundamentaram a hipótese de que Manoel e Miguel foram mortos por um raio, pois nesse dia chovia muito. Argumentaram que eles estavam em um local alto, com uma máscara de chumbo no rosto. Os corpos teriam sofrido ligeiras queimaduras, as quais só não foram constatadas na autópsia porque as marcas se desfizeram com a decomposição dos cadáveres. Essa hipótese não foi confirmada pelo médico legista.

O Padre Oscar Gonzalez Quevedo, professor de parapsicologia, na época, deu um depoimento ao jornal O Globo, informando que máscaras de chumbo eram usadas em testes mortíferos de ocultismo. Disse que o ocultismo admitia que dos novos mundos emanavam irradiações luminosas, por exemplo, capazes de afetar aquilo a que chamavam de "terceiro olho", e fulminar o experimentador. Daí a necessidade da proteção com as máscaras de chumbo. Nesse tipo de experiência, o experimentador deve ingerir uma quantidade de droga que lhe permite entrar em transe e deve estar em jejum para provocar o desequilíbrio físico e mental. Essas experiências são conhecidas como psigama e hiperestesia. No primeiro caso o experimentador procura liberar a alma para conseguir captações espirituais, e na segunda, os nervos hiperexcitados são o instrumento pelo qual o homem procura sentir aspectos sutis da realidade que o cerca. O Padre Quevedo frisa que para conseguir êxito em qualquer uma dessas experiências, são indispensáveis muitos exercícios e perfeito estado físico.

A situação ficou mais complicada quando a Polícia descobriu uma morte bem semelhante, quatro anos antes. José de Sousa Arêas informou que em 1962, um técnico de televisão, foi encontrado morto, no Morro do Cruzeiro, em Neves, sem nenhum tipo de violência, com todos os seus pertences e também com uma máscara de chumbo. Ele se chamava Hermes de tal e foi no alto do morro para tentar "captar" sinais de televisão sem o auxílio de nenhum aparelho eletrônico. Disse que ele engoliu um comprimido redondo e morreu porque não estava fisicamente preparado para a empreitada, que oferecia possibilidade de vida ou morte.

Depois de muita investigação e várias hipóteses levantadas, em 25.08.67, os corpos foram exumados, para ser realizado uma nova série de exames, no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas nada foi descoberto.

Em maio de 1969, a Justiça Brasileira arquivou o Processo por falta de provas.

Em 1980 um novo mistério. O cientista e Ufólogo Jacques Vallée, que trabalhou para a NASA, veio ao Brasil exclusivamente para pesquisar esse caso. Ao chegar no local, em companhia de sua esposa, do detetive Saulo Soares de Souza e do repórter policial Mário Dias subiram o morro e lá ficaram estarrecidos. No local onde foram encontrados os corpos, não havia vegetação e estavam demarcados, como se alguém tivesse contornado os corpos, e o solo estava como se tivesse sido calcinado.
Assim, o Mistério das Máscaras de Chumbo até hoje continua sendo uma grande incógnita. A Polícia não conseguiu esclarecer o que aconteceu e nem o Poder Judiciário. O que realmente aconteceu? Um latrocínio bem elaborado? Uma experiência parapsicológica mal sucedida? Uma experiência psicotrônica com um fim trágico? Um encontro fatal com tripulantes de um disco voador? Não sabemos.

Fontes:

A maioria do corpo que compõe esse Artigo foi retirado INFA- Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais, uma de minhas fontes de pesquisas, da qual infelizmente saiu do ar.

http://www.ufo.com.br/noticias/luto-a-ufologia-nacional-perde-claudeir-covo

Portal Ufo Net Caso Máscaras de Chumbo.

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