terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O Incidente de Dyatlov Pass. 1° Parte.

Rússia, Fevereiro de 1959, um grupo de estudantes (9 ao todo) tinha um letal encontro com algo que os fez fugir sem roupa pelo meio do gelo, enquanto seus companheiros foram mortos com brutalidade. Mas o que fez isso não é nada fácil responder.

Os Nove viajantes russos que faziam uma caminhada pelos Montes Urais decidiram armas as barracas e passar a noite a poucos passos da chamada Montanha da Morte, a uma curta distância de seu destino. Nunca mais foram vistos vivos. Seus corpos foram encontrados semanas depois, fora das barracas, parcialmente vestidos e distantes uns dos outros. Os investigadores concluíram que três dos nove jovens morreram por espancamentos "causados por uma grande força". Os outros, de hipotermia. Uma das duas garotas do grupo estava sem a língua. E as roupas de alguns deles tinham doses de radiação duas vezes mais altas do que o habitual, de acordo com a investigação.

Diversas Teorias desde, que se estendem dos marcianos do Planeta X, por militares sinistros até homens das neves vagantes.

Incidente de Dyatlov Pass foi um acontecimento que resultou na morte de nove esquiadores ao norte dos Montes Urais, na antiga União Soviética, na noite de 2 de fevereiro de 1959. O incidente aconteceu na costa leste da montanha Kholat Syakhl (Холат Сяхл), cujo nome em mansi significa "Montanha dos Mortos". Desde então, o passo de montanha onde o incidente ocorreu é chamado de Passo Dyatlov (Перевал Дятлова), baseado no nome do líder do grupo, Igor Dyatlov.

A ausência de testemunhas e as investigações subsequentes acerca da morte dos esquiadores inspiraram intensas especulações. Investigadores da época determinaram que os esquiadores rasgaram suas barracas de dentro para fora, fugindo a pé sob forte nevasca. Apesar dos corpos não demonstrarem sinais de luta, duas vítimas apresentavam o crânio fraturado e duas tinham costelas partidas. As autoridades soviéticas determinaram que uma "força desconhecida" provocara as mortes; o acesso à região foi consequentemente bloqueado a esquiadores e aventureiros por três anos após o incidente. Devido à ausência de sobreviventes, a cronologia dos eventos ainda permanece incerta.

História.
  • Antecedentes.
Rio Auspiya, usado por turistas na região. Créditos: Wikipédia.
Um grupo foi formado para uma expedição ao norte das Urais, em Oblast de Sverdlovsk. Liderado por Igor Dyatlov, consistia de oito homens e duas mulheres, a maioria estudantes ou graduados do Instituto Politécnico de Ural (atualmente Universidade Técnica Estadual de Ural). O objetivo da expedição era alcançar Otorten, uma montanha situada 10 quilômetros ao norte do local do incidente. Esta rota, naquela temporada, era classificada como "categoria III", a mais difícil. Todos os integrantes possuíam experiência em excursões de esqui e expedições em montanhas.
O grupo viajou de trem para Ivdel, cidade ao centro da província de Oblast de Sverdlovsk, desembarcando ali em 25 de janeiro. Eles então tomaram um caminhão para Vizhai, o último assentamento inabitado ao norte, começando a marcha em direção a Otorten em 27 de janeiro. No dia seguinte, um dos integrantes, Yuri Yudin, foi forçado a voltar devido a problemas de saúde. Diários e câmeras encontrados em seu último acampamento tornaram possível rastrear a derradeira rota do grupo no dia anterior ao incidente. Em 31 de janeiro, eles chegaram na beira de um morro e prepararam-se para escalá-lo. Em um vale silvestre, eles estocaram comida e equipamento extra, que seriam utilizados mais tarde na viagem de volta. No dia seguinte, 1 de fevereiro, os esquiadores começaram a descer o passo. Ao que parece eles planejavam atravessar o local e acampar do outro lado durante a noite seguinte, mas devido à piora nas condições meteorológicas, com tempestades de neve e declínio de visibilidade, o grupo acabou se perdendo e seguindo para oeste, subindo em direção ao topo do Kholat Syakhl. Quando perceberam o equívoco, eles decidiram parar e montar acampamento no declive da montanha.
Membros da expedição: 
  1. Igor Alekseyevich Dyatlov (Em Russo: Игорь Алексеевич Дятлов). Nascido em 13 de janeiro de 1936, 23 Anos. Lider do grupo;
  2. Yuri Nikolayevich Doroshenko (Em Russo: Юрий Николаевич Дорошенко). Nascido em29 de janeiro de 1938, 21 Anos;
  3. Lyudmila Alexandrovna Dubinina (Em Russo: Людмила Александровна Дубинина). Nascido em 12 de maio de 1938, 20 Anos;
  4. Yuri (Georgiy) Alexeyevich Krivonischenko (Em Russo: Юрий (Георгий) Алексеевич Кривонищенко). Nascido em 7 de fevereiro de 1935, 23 anos;
  5. Alexander Sergeyevich Kolevatov (Em Russo: Александр Сергеевич Колеватов). Nascido em 16 de novembro de 1934, 24 anos;
  6. Zinaida Alekseevna Kolmogorova (Em Russo: Зинаида Алексеевна Колмогорова). Nascido em 12 de janeiro de 1937, 22 anos;
  7. Rustem Vladimirovich Slobodin (Em Russo: Рустем Владимирович Слободин). Nascido em 11 de janeiro de 1936, 23 anos;
  8. Nikolai Vladimirovich Thibeaux-Brignolles (Em Russo: Николай Владимирович Тибо-Бриньоль) Nascido entre Junho–Julho de 1935, 23 anos;
  9. Semyon (Alexander) Alekseevich Zolotaryov (Em Russo: Семён (Александр) Алексеевич Золотарёв). Nascido em 2 de fevereiro de 1921, 38 Anos;
  10. Yuri Yefimovich Yudin (Em Russo: Юрий Ефимович Юдин), Nascido em 19 de julho de 1937. Na época com 21 anos. Deixou a expedição em 28 de janeiro devido a uma doença; morreu em 27 de abril de 2013, aos 75 anos.
  • A Expedição e o Sumiço.
O líder da excursão era Igor Dyatlov, a equipe de duas mulheres e oito homens eram: um instrutor de esqui, três engenheiros e sete alunos do Instituto Politécnico dos Urais, localizado na cidade então conhecida como Sverdlovsk  (hoje Ecaterimburgo). Sua meta era a próxima Serra Otorten ao norte dos montes Urais.

Atualmente seria uma rota de dificuldade 'média'. Para eles no entanto, era muito mais extrema. Não podemos esquecer que, naquela época, a união soviética valorizava muito os atletas de elite, o que veio a exigir-lhes bastante.

Este era o cronograma da expedição:
  • Acampar no povoado de Vizhai (Concluído);
  • O primeiro destino era a montanha Gora Otorten  (N ° 61 51′ 39 ' E 59 ° 21′ 54') (Montaram acampamento e morreram em 01/02/1958);
  • Depois iriam viajar mais de 160 quilômetros a sul ao longo da crista principal dos montes Urais, o pico de Ojkachahl. (Não Finalizado);
  • Continuariam para o norte ao longo do Rio Toshemka, a leste da cidade de Vizhai. (Não Finalizado);
  • A data prevista de retorno era 11 de fevereiro. Depois de ter alcançado o acampamento de Vizhai, tinham programado enviar telegramas para os seus familiares anunciando o sucesso da missão.  (Não Finalizado).
O primeiro acampamento foi montado no povoado de Vizhai. Lá eles ficam sabendo das lendas que envolvem o local para onde se dirigem. A montanha Kholat Syakhl significa "Montanha dos Mortos". Os Mansi contam que no passado, nove de seus caçadores morreram lá durante a noite, de repente, sem sintomas de violência. Foram encontrados no dia seguinte por seus companheiros, como se estivessem dormindo. Para eles, a montanha se converteu em um local encantado e é habitada pelo que eles chamavam de "almas" que levavam a vida do incauto que entrasse na área. Outra montanha que era o destino dos esquiadores, Gora Otorten, significa em Mansi "Não vá lá". Quando as pessoas que habitam estas terras durante décadas te avisam dessa maneira, seria bom levar um pouco em consideração, não é mesmo?

Foi no povoado Vizhai que Yuri Yudin, o único sobrevivente, adoeceu de repente e teve que abandonar a expedição. Uma velha lesão nas costas o impediu de continuar. Naquele momento ele sentiu inveja pelos seus companheiros e o resto da vida sentiu a angústia de não saber o que havia acontecido com eles.

Estas fotos foram as últimas que tiraram com o acampamento montado e mostram todos alegres e se divertindo. Créditos: Assombrado.com.br
Dois dias depois eles chegaram a Gora Otorten no dia 1 de fevereiro e lá estabeleceram o primeiro e o último acampamento. Sua rota, segundo os mapas de Igor Dyatlov, seguia o Vale do Rio Auspii, atravessava uma área arborizada na base da montanha Kholat Syakhl, a 10 quilômetros de Gora Otorten. Lá é onde montaram o acampamento. Ao longo do caminho, eles seguiram a trilha de um caçador Mansi de cervos, que tinha marcado a estrada no dia anterior. Algo aconteceu naquela noite que causou a morte de todos.

Dyatlov combinou que mandaria uma mensagem telegráfica para seu clube esportivo assim que o grupo retornasse a Vizhai. Estimava-se que isso ocorreria por volta de 12 de fevereiro, mas mesmo com o passar da data não houve reação, pois atrasos eram comuns em expedições desse tipo. Entre os dias 20 e 21 de fevereiro, depois que familiares dos viajantes exigiram uma operação de resgate, os administradores do instituto enviaram as primeiras equipes de busca, formadas por alunos e professores voluntários, mas logo percebem a complexidade do resgate e pedem ajuda militar e civil. Um companheiro do Instituto Politécnico de pessoas desaparecidas, Mikhail Sharavin, lidera o grupo. Dois aviões e um helicóptero se juntam a equipe de busca.
  • Um Acampamento Destroçado.
Em 25 de fevereiro, um avião militar que sobrevoa a área encontra os restos do acampamento. A equipe de resgate vai para o lugar. Ao chegar, encontraram o acampamento abandonado na encosta leste da montanha, conhecida como zona de 1079, Kholat Syakhl ou montanha dos mortos, dependendo de com quem se fale, se com militares, caminhantes ou tribos da área. A encosta ocidental da montanha é famosa por avalanches ocorrendo lá com facilidade. Mas essa noite não houve nenhuma.

Eles descobrem uma barraca coberta de neve e destroçada. Dentro não há nenhum vestígio dos garotos, mas sim, todos os seus pertences como roupas e sapatos. Ao redor da barraca há numerosos vestígios de pegadas, pelo menos de oito pessoas, alguns com os pés descalços, outros com um só pé de calçado, sem uma direção clara, bastante caótica.

Das pegadas do grupo emerge uma linha em direção nordeste, descendo em direção a floresta, que pelo menos duas pessoas seguiram.

Sharavin explora a área perto das árvores e encontra o que parece ser os restos de uma fogueira apenas a 500 metros da barraca.
  • Descoberta dos 5 Primeiros Corpos.
E ali mesmo, próximo a uma árvore, encontram os dois primeiros corpos, Krivonischenko e Doroshenko, os dois de pés descalços e em roupa interior, apesar do frio que fazia naquela noite. Os dois estavam cobertos por ramos de árvores caídos cheios de neve.

Quando o forense investiga o tronco, ele viu que estava coberto com pedaços de carne e pele humana. Os cadáveres tinham mãos dilaceradas, então presume-se que eles tentaram subir na árvore desesperados, e os galhos cederam com o seu peso. Não havia nenhum sinal de qualquer animal, mas alguma coisa tinha que aterrorizá-los de tal forma para fazê-los correr para fora da barraca sem se vestirem e tentarem subir numa árvore dilacerando as mãos.

Perto do local, cerca de 270 metros em direção a barraca, encontraram o terceiro cadáver, o do líder do grupo, Igor Dyatlov. O encontro não é menos surpreendente. Ele estava deitado virado para cima com a cabeça na direção da barraca e em uma mão segurava um raminho e com o outro braço cobria o rosto, protegendo-se.

Pouco mais de 180 metros a frente em direção a barraca, encontram o cadáver de Rustem meio coberto de neve com o  rosto no chão e com uma fratura de 17 centímetros na cabeça.

Nas proximidades existem vestígios de sangue, ao segui-los eles acham Zinaida, a que mais se aproximou da barraca depois de ter fugido. Não foi possível comprovar se o sangue era seu, mas não parecia ser dela.

O resto da equipe não apareceu até que ocorresse o degelo.
  • Examinando a Barraca.
As surpresas não acabam aqui. Ao examinar a barraca, eles verificam que estava feita pedaços. Foram os próprios garotos que em uma tentativa desesperada de fugir, rasgaram a barraca.

A barraca segue sendo o maior mistério sem solução do caso e a que menos provas úteis proporciona. Ao localizá-la, todos tinham a esperança de encontrar a equipe com vida, no entanto, o seu interior não foi investigado como deveria. Não foram feitas fotografias, foram separados os objetos pessoais para entregá-los aos familiares, o diário do grupo apareceu, mas desapareceu o de Zolotariov. Foram encontrados vários rolos de filmes sem revelar. Não foi feito um inventário preciso.

Posterior análise chegou a uma conclusão surpreendente: os cortes não haviam sido feitos pelo lado de fora, mas sim a partir de dentro da barraca! (O NORMAL SERIA DE FORA PARA DENTRO).

1: Cortes feitos na barraca. 2: Relatório oficial da barraca. 3: Relatório oficial da barraca mostrando que 
apesar da lona ser grossa, não se preocuparam em cortar na parte mais frágil, ou seja, nas costuras, mas 
sim cortaram em qualquer lugar, o que indica apavoramento. 4: Imagens no relatório oficial 
mostrando os cortes. Créditos: Assombrado.com.br.
  • Descoberta dos Outros 4 Corpos.
Em 4 de maio surgem os restos de 2 corpos desaparecidos em um barranco de cerca de quatro metros de profundidade, bem perto da árvore onde encontraram os dois primeiros corpos.

Ao contrário do resto de seus companheiros, que apareceram em roupa de baixo, estes estavam vestidos, mas com itens aleatórios. Todos os corpos sofreram graves danos. Lyudmila tinha fraturas simétricas nas costelas, afundamento da caixa torácica na altura do coração. Mas isso não é tudo, ao examinar o corpo de Lyudmila, a cabeça estava deitada para trás (com a fratura no peito custaria muito respirar), a boca muito aberta e sem língua - sem língua, como assim? -, nem carne que recobrisse a cavidade bucal.

1: Barranco onde foram encontrados os corpos. Foram os 4 estudando
que escavaram, para se proteger do frio. 2: Corpos dos outros 4
esquiadores foram seriamente danificados pela água congelante
que derreteu do barranco. Créditos: Assombrado.com.br
No que diz respeito a roupa, o pé de Lyudmila foi envolvido em uma peça feita de pedaços das calças de Krivonishenko e Zolotaryov e usava um gorro de peles artificiais e seu abrigo.

Zolotarev tinha as costelas quebradas do lado direito. Thibeaux tem o crânio esmagado e Alexander Kolevatov não dizem muito, apenas que estava lá.

Durante os funerais, vários membros das famílias alegaram que a pele dos mortos estava com uma cor laranja estranha, e seus cabelos haviam ficado cinza. Além disso, nas medições foram encontradas alta radioatividade em várias peças de roupas analisadas, que por mais que estivessem na posse de outros, pertenciam a Lyudmila.
  • Reconstrução do Caso.
Ninguém sabe o que aconteceu naquela noite, mas, paradoxalmente, o caso é documentado em detalhes. Das fotografias tiradas pela própria equipe e seus diários, se pode reconstruir todos os seus passos.

Todos aparecem felizes e sem qualquer problema que os afete ao chegar no local onde acampariam.

Eles comeram das 18:00 as 19:00, como evidenciado pelo conteúdo dos seus estômagos, o alimento não digerido indica que o incidente e a posterior morte dos nove, ocorreram entre intervalos que variam de 21:30 - 23:30 do dia 1 de fevereiro e 01:30 - 02:45 na manhã de 2 de fevereiro.

Foi no primeiro intervalo de tempo quando aconteceu o que os pesquisadores chamam de 'evento desconhecido', algo que lhes criou tanto medo que os impulsiona a destruir a barraca para fugir colina abaixo quase sem roupas.

Se dispersaram três direções diferentes em três grupos, mas se encontram perto da árvore onde acenderam o fogo. O fogo pode espantar ou atrair algo que assusta, que permaneça na barraca, porque eles não retornam a ela, mas estão literalmente morrendo de frio.

Chegando neste ponto se embaralham 3 hipóteses do porquê Krivonischenko e Doroshenko, subirem na árvore, enfraquece a hipótese de tentarem se proteger de algo, melhor tentaram obter mais lenha para a fogueira ou alcançar um ponto de vista da barraca, encosta acima, para ver se poderiam retornar.

Ao estarem congelados, eles talvez nem notassem que arruinavam as suas mãos.

1: A árvore que Doroshenko e Krivonishenko tentaram
escalar. alguns galhos estavam partidos a 4.5 metros de
altura. 2: Os corpos de Doroshenko e Krivonishenko.
Créditos: Assombrado.com.br
Depois da barraca, encontram o lugar onde conseguiram acender uma fogueira. Com a lenha úmida, o vento e o nervosismo da fuga, era muito difícil acender um fogo. Mas a essas alturas, já estavam conscientes de que se estavam morrendo de frio. Houve uma tentativa desesperada de arrancar galhos, por Doroshenko e Krivonishenko, até o ponto de ferirem as suas mãos. Seus corpos começavam a enrijecer, pelo jeito que se penduravam dos ramos e tentavam arrancá-los com seu peso. Um imenso esforço como esse e sofrendo com uma hipotermia de primeiro grau, acelerou as suas mortes. Foram os primeiros a aparecer, juntos e cobertos com pouca neve.

Os 2 são os primeiros a morrer de frio, provavelmente seus companheiros cobriram seus corpos com ramas e o grupo volta a se separar. Dyatlov, Rustem e Zinaida decidem se aproximar da barraca, mas vão caindo sucessivamente. Os 3 morrem de hipotermia, embora Dyatlov pareça se proteger de algo ou alguém e Rustem apresente um ferimento na cabeça.

Os quatro restantes se escondem, neste momento podem ter sofrido as lesões que o médico legista compara com um acidente de trânsito. Lesões estranhas, já que danificam o interior, mas não produzem qualquer dano ou ferimento externo, embora não seja tão surpreendente devido ao congelamento dos corpos. Eles caíram em um barranco ou se refugiaram nele.

Uma queda poderia causar os danos, embora a altura fosse mínima e eles já estivessem em péssimas condições. O primeiro a morrer é Thibeaux seguido por Lyudvina, que fez pedaços das calças de Krivonischenko, já morto (o que justifica que ele tenha aparecido em roupa interior) para cobrir os pés. Quando ela morre, Zolotarev veste o seu gorro e seu casaco, mesmo que não lhe sirva de muito porque ele é o próximo a morrer. Kolevatov é o última a morrer de hipotermia. Ele foi, provavelmente, quem cobriu seu companheiro com o abrigo da falecida.

Investigação.

A capa original do processo criminal por ocasião do
incidente. Créditos Wikipédia.
Um inquérito foi aberto imediatamente após o surgimento dos cinco primeiros corpos. Um exame médico não encontrou ferimentos que pudessem ter provocado as mortes, sendo concluído que todos morreram de hipotermia. Um dos corpos apresentava uma pequena fissura no crânio, inicialmente não considerada um ferimento fatal. O exame dos quatro corpos encontrados em maio mudou completamente o cenário. Três deles apresentavam ferimentos fatais, sendo dois com fraturas cranianas e dois com extensas fraturas torácicas. A força necessária para provocar tais ferimentos teria de ser extremamente alta, com um dos especialistas comparando-a à força de uma colisão automobilística. O mais notável é que os corpos não traziam feridas externas, como se tivessem sido esmagados por um alto nível de pressão. Apenas um dos mortos tinha um ferimento externo considerável: estava sem a língua. A análise das roupas identificou que elas continham um elevado nível de radiação. Lev Ivanov, chefe da investigação, disse durante entrevista em 1990 que, nos meses de fevereiro e março de 1959, diversas testemunhas, incluindo militares e meteorologistas, haviam relatado a visão de "esferas voadoras brilhantes" na área. Ivanov afirmou, na mesma entrevista, que já na época do incidente imaginara haver algum tipo de relação entre os casos. Inicialmente, especulou-se que o povo indígena mansi poderia ter atacado e assassinado o grupo por invadir seu território, mas as investigações indicaram que a natureza das mortes não suportaria tal tese; apenas as pegadas dos esquiadores eram visíveis, e eles não apresentavam sinais de combate corpo-a-corpo.
Evidências sugerem que o grupo foi obrigado a deixar o acampamento durante a noite, quando já estavam dormindo. Embora a temperatura estivesse baixa (por volta de -25° a -30°C), com tempestade e fortes rajadas de vento, os mortos estavam apenas parcialmente vestidos. Alguns deles tinham apenas um sapato, enquanto outros usavam somente meias. Outros foram encontrados enrolados em pedaços de roupas rasgadas, aparentemente arrancadas daqueles que já haviam morrido. O veredito foi que todos os integrantes do grupo morreram devido a uma "força desconhecida". O inquérito foi oficialmente encerrado em maio de 1959 devido à "ausência de parte culposa". Os documentos relativos ao caso foram então arquivados, sendo divulgados ao público somente na década de 1990, ainda assim em fotocópias com diversas partes ausentes.

A Fundação Dyatlov.

Todos os documentos, exceto os que alguns dizem que desapareceram e outros que nunca existiram, estavam a disposição pública até que a fama do caso fez com que muita gente remexesse neles, pelo qual, restringiram o acesso. Uma cópia se encontra na Fundação Dyatlov, que tem a missão de preservar a memória dos montanhistas.

Yuri Kuntsevitch é o diretor atual da Fundação Dyatlov, que foi criada no Instituto Politécnico para perpetuar a memória dos falecidos e esclarecer as suas mortes. Eles têm em seu poder todos os documentos disponíveis do caso, assim como as fotografias obtidas, telegramas, relatórios e o diário do grupo.

Yury Kuntsevich, de 12 anos de idade, participou de cinco funerais dos excursionistas. Ele lembrou que a pele deles tinha um "bronzeado profundo".
"Eu tinha 12 anos naquela época, mas me lembro da profunda ressonância que o acidente teve com o público, apesar dos esforços das autoridades em manter parentes e investigadores em silêncio".
A partir deste material, muitas teorias começaram surgir...

O Incidente de Dyatlov Pass. 2° Parte. →

Fontes.                                                                                                                                            172 de 186

https://pt.wikipedia.org/wiki/Incidente_do_Passo_Dyatlov

https://en.m.wikipedia.org/wiki/Dyatlov_Pass_incident

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/04/internacional/1549284687_118121.html

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/incidente-passo-dyatlov-historia.phtml

http://www.assombrado.com.br/2015/06/dyatlov-pass-montanha-dos-mortos.html

Um comentário:

  1. Os militares russos testavam mísseis antiaéreos (oficialmente), na verdade eram mísseis com ogivas radioativas experimentais, num destes testes acertaram um abrigo de nefilins (yetis?) os sobreviventes ou sobrevivente saiu em fuga para se proteger, deu no acampamento dos esquiadores, onde acabou sendo visto e fotografado, não teve outra escolha senão matar a todos, ou deixar morrer como queima de arquivo, lesões propositais para despistamento.

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