terça-feira, 15 de setembro de 2015

11 de Setembro.

11 de Setembro de 2001. Há (?*) anos acontecia uma das maiores tragédias dos Estados Unidos: o atentado contra as Torres Gêmeas. Ao todo, aproximadamente 3 mil pessoas morreram quando 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões e lançaram dois deles sobre as torres sul e norte do World Trade Center e um sobre o Pentágono. O quarto avião caiu em Shanksville, na Pensilvânia, matando todos a bordo.

Se existem dias marcantes, aquele foi um dos dias, e tenho certeza que foi para todos. Naquela terça-feira da qual me lembro muito bem, tinha 7 anos, aonde do nada, o plantão da Globo todos os canais falaram sobre o atentado, (O Jornal Nacional em toda a sua programação falou sobre o atentado) Alguns que viram o ataque a primeira vista achou que era trailer de algum filme. Muitos se lembram deste dia de alguma forma, e como alguns o chamaram naquele dia Inicio da 3° Guerra Mundial, Fim do Mundo.

A histórias dos fatos e as teorias e origens das mesmas que explicam como ocorreu o 11 de Setembro. Nesta ampla pesquisa da qual posto neste humilde blog.

A História.

Ataques ou atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (às vezes, referido apenas como 11 de setembro) foram uma série de ataques suicidas contra os Estados Unidos coordenados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, dezenove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Os sequestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controle da aeronave dos sequestradores, que a tinham reencaminhado na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.

As trajetórias de voo dos quatro aviões sequestrados usados ​​nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Quase três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19 sequestradores a bordo dos aviões. A esmagadora maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria sido morto por uma doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.

Estima-se que pelo menos 200 pessoas tenham pulado dos prédios devido ao forte calor e à fumaça. Entre elas Jonathan Briley, que aparece na foto. Ele ficou conhecido por esse registro do fotógrafo Richard Drew, chamado posteriormente de The Falling Man (O Homem em Queda).
Os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror: o país invadiu o Afeganistão para derrubar o Taliban, que abrigou os terroristas da Al-Qaeda. Os Estados Unidos também aprovaram o USA PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação antiterrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Algumas bolsas de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia de Lower Manhattan, em Nova Iorque.
Os danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center. Em 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local, o World Trade Center 7. A torre One World Trade Center, construída no local, é um dos arranha-céus mais altos da América do Norte, com 541 metros de altura. Mais três edifícios estão previstos para serem construídos no local das antigas Torres Gêmeas, além de um memorial às vítimas dos ataques já concluído. O Memorial Nacional do Voo 93 começou a ser construído 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção foi concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, em 2011.

No início da manhã de 11 de setembro de 2001, 19 sequestradores assumiram o controle de quatro aviões comerciais (dois Boeing 757 e dois Boeing 767) em rota para a Califórnia (três indo para o LAX, em Los Angeles, e um para São Francisco), após decolar de Boston, Massachusetts; Newark, Nova Jersey e Washington, D.C. Aviões grandes com longos vôos foram intencionalmente escolhidos para o sequestro porque seriam fortemente impulsionados

Os quatro Voos Foram:
  1. Voo 11 da American Airlines: deixou o Aeroporto de Boston às 07:59 com rota para Los Angeles e uma tripulação de 11 membros e outros 76 passageiros, não incluindo os cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra a Torre Norte do World Trade Center às 08:46;
  2. Voo 175 da United Airlines: deixou o Aeroporto de Boston às 08:14 em rota para Los Angeles com uma tripulação de nove membros e 51 passageiros, sem incluir os cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra a Torre Sul do World Trade Center às 09:03;
  3. Voo 77 da American Airlines: deixou o Aeroporto Internacional Washington Dulles, na Virgínia, às 08:20 em rota para Los Angeles com uma tripulação de seis membros e outros 53 passageiros, não incluindo cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra o Pentágono às 09:37;
  4. Voo 93 da United Airlines: deixou o Aeroporto Internacional de Newark às 08:42 em rota para São Francisco, com uma tripulação de sete membros e outros 33 passageiros, não incluindo os quatro sequestradores. Depois que os passageiros se rebelaram, os terroristas derrubaram o avião no chão, perto de Shanksville, na Pensilvânia, às 10:03.
A cobertura da imprensa foi intensa durante os ataques e suas consequências, a começar momentos após a primeira colisão no World Trade Center.

Responsabilidade.

A origem da Al-Qaeda pode ser rastreada até 1979, quando a União Soviética invadiu o Afeganistão. Osama bin Laden viajou para o Afeganistão e ajudou a organizar mujahidin árabes para resistir aos soviéticos. Sob a orientação de Ayman al-Zawahiri, Bin Laden tornou-se mais radical. Em 1996, Bin Laden divulgou sua primeira fatwa, pedindo para os soldados americanos deixarem a Arábia Saudita.

Em um segundo fatwa em 1998, Bin Laden delineou suas objeções à política externa americana em relação a Israel, bem como a contínua presença de tropas americanas na Arábia Saudita após a Guerra do Golfo. Bin Laden usou textos islâmicos para exortar os muçulmanos a atacar americanos e, de acordo com bin Laden, muçulmanos juristas "têm ao longo da história islâmica concordado unanimemente que a jihad é um dever individual se o inimigo destrói os países muçulmanos."

Osama Bin Laden.

Fotografia de Osama bin Laden em 1997.
Bin Laden, quem orquestrou os ataques, inicialmente negou, mas depois admitiu seu envolvimento com homens de sua família nos atentados. A rede Al Jazeera transmitiu uma declaração de Bin Laden em 16 de setembro de 2001, afirmando que "gostaria de salientar que eu não realizei este ato, que parece ter sido realizado por indivíduos com motivos próprios." Em novembro de 2001, as forças americanas recuperaram uma fita de vídeo de uma casa destruída em Jalalabad, no Afeganistão. Na fita, Bin Laden é visto falando com Khaled al-Harbi e admite a presciência dos ataques. Em 27 de dezembro de 2001, um segundo vídeo de Bin Laden foi divulgado. Nas filmagens, ele disse: "o terrorismo contra os Estados Unidos merece ser louvado, porque é uma resposta à injustiça, com o objetivo de forçar a América a parar com seu apoio à Israel, que mata nosso povo", mas ele parou de admitir a responsabilidade pelos ataques.

Pouco antes da eleição presidencial nos Estados Unidos em 2004, em uma declaração gravada, Bin Laden reconheceu publicamente o envolvimento da Al-Qaeda nos ataques aos Estados Unidos e admitiu a sua ligação direta com os atentados. Ele disse que os ataques foram realizados porque "somos livres ... e queremos recuperar a liberdade sob a nossa nação. Ao minar a nossa segurança, nós minamos a sua." Bin Laden disse que orientou pessoalmente seus seguidores a atacar o World Trade Center. Outro vídeo obtido pela Al Jazeera em setembro de 2006 mostra bin Laden com Ramzi bin al-Shibh, bem como dois sequestradores, Hamza al-Ghamdi e Wail al-Shehri, enquanto faziam os preparativos para os ataques. Os Estados Unidos jamais indiciaram formalmente Osama bin Laden pelos ataques de 11 de setembro de 2001, mas ele esteve na lista dos mais procurados pelo Escritório Federal de Investigação (FBI) por causa dos bombardeios das embaixadas americanas em Dar es Salaam, na Tanzânia, e em Nairóbi, no Quênia. Depois de uma perseguição de quase 10 anos, Bin Laden foi morto por forças especiais americanas em um complexo em Abbottabad, no Paquistão, em 2 de maio de 2011.

Khalid Sheikh depois de sua captura no Paquistão,
considerado o autor intelectual do ataque
terrorista às torres gêmeas do World Trade Center.
Khalid Sheikh Mohammed.

O jornalista Yosri Fouda do canal de televisão árabe Al Jazeera relatou que em abril de 2002, Khalid Sheikh Mohammed admitiu o seu envolvimento, junto com Ramzi bin al-Shibh, nos ataques de 11/9. O Relatório da Comissão do 11/9 determinou que a animosidade de Mohammed, o principal arquiteto dos ataques, para com os Estados Unidos era resultado da sua "violenta discordância da política externa dos Estados Unidos de favorecer Israel".

Mohammed foi também o consultor e financiador do atentado de 1993 ao World Trade Center e era tio de Ramzi Yousef, o terrorista líder do ataque.

Mohammed foi preso em 1 de março de 2003, em Rawalpindi, Paquistão, por agentes de segurança paquistaneses que trabalhavam com a CIA, em seguida, foi transferido e interrogado na Prisão de Guantánamo, na Base Naval da Baía de Guantánamo, em Cuba, com seções que incluíam afogamento simulado. Durante as audiências na Baía de Guantánamo em março de 2007, Mohammed novamente confessou sua responsabilidade pelos ataques, afirmando que ele "foi o responsável pela operação de 11/9, de A a Z" e que a sua declaração não foi feita sob coação.

Outros membros da Al-Qaeda.

Marwan al-Shehhi
Durante o julgamento de Zacarias Moussaoui, cinco pessoas foram identificadas como terem tido conhecimento total dos detalhes da operação. Elas são bin Laden, Khalid Sheikh Mohammed, Ramzi bin al-Shibh, Abu al-Turab Urduni e Mohammed Atef. Até o momento, apenas figuras periféricas foram julgadas ou condenadas pelos ataques.

Em 26 de setembro de 2005, um tribunal superior espanhol condenou Abu Dahdah a 27 anos de prisão por conspiração sobre os ataques de 11/9 e de ser um membro da organização terrorista Al-Qaeda. Ao mesmo tempo, outros 17 membros da Al-Qaeda foram condenados a penas entre seis e 11 anos. Em 16 de fevereiro de 2006, o Supremo Tribunal Espanhol reduziu a pena de Abu Dahdah para 12 anos porque considerou que a sua participação na conspiração não foi comprovada.

Também em 2006, Moussaoui, que originalmente era suspeito de ter sido o vigésimo sequestrador, foi condenado por conspiração ao cometer atos de terrorismo e pirataria aérea. Ele está cumprindo uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional. Mounir el-Motassadeq, um associado dos sequestradores com sede em Hamburgo, Alemanha, está cumprindo 15 anos por seu papel em ajudar os sequestradores a se preparar para os ataques.

Zacarias Moussaoui,
Em fevereiro de 2015, Zacarias Moussaoui, ex-membro da Al Qaeda que cumpre prisão perpétua por participação nos ataques, disse a advogados de vítimas do atentado que membros da família real da Arábia Saudita deram apoio ao grupo militante islâmico. Zacarias Moussaoui fez as declarações em depoimento prestado em um tribunal federal em Manhattan. Ele afirmou que uma lista de doadores do final da década de 1990 que ele montou durante a liderança de Osama bin Laden na Al Qaeda incluía algumas autoridades sauditas, como o príncipe Turki al-Faisal Al Saud, ex-chefe da inteligência saudita. Moussaoui também disse que teve um encontro na cidade de Kandahar, no Afeganistão, com uma autoridade da embaixada da Arábia Saudita em Washington e que os dois iriam juntos aos Estados Unidos para planejar e executar um ataque contra o avião presidencial dos Estados Unidos, o Air Force One. A embaixada saudita disse nesta quarta-feira que as acusações de Moussaoui pareciam ter o objetivo de prejudicar as relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos e contradiziam as conclusões da Comissão do 11 de Setembro, que não encontrou evidências de financiamentos sauditas à Al Qaeda.

As declarações de Moussaoui somam-se a uma seção que ainda secreta do relatório dos comitês de inteligência do Congresso dos Estados Unidos sobre os atentados, que consiste de 28 páginas que examinam o apoio dado aos terroristas e que supostamente implicam sauditas proeminentes no financiamento ao terrorismo. Críticos no Congresso apontam que os governos Bush e Obama mantiveram o documento sob sigilo por medo de atrapalhar as relações com a Arábia Saudita, um parceiro econômico e militar influente no Oriente Médio, e não pela segurança nacional. O governo saudita afirmou que defende a divulgação das 28 páginas do relatório, porque tornaria mais fácil refutar imputações que define como infundadas

A célula de Hamburgo, incluiu os radicais islâmicos que posteriormente se tornaram as peças-chave dos ataques de 11 de setembro. Mohamed Atta, Marwan al-Shehhi, Ziad Jarrah, Ramzi bin al-Shibh e Said Bahaji eram todos membros da célula terrorista da Al-Qaeda em Hamburgo.

Imediatamente após os ataques, o Escritório Federal de Investigação (FBI) começou o PENTTBOM, o maior inquérito criminal da história dos Estados Unidos. No seu auge, mais de metade dos agentes do FBI trabalhou nessa investigação. O FBI concluiu que havia evidências "claras e irrefutáveis" ligando a al-Qaeda e Bin Laden aos ataques.

O egípcio Mohamed Atta era o líder dos sequestradores.
A instituição logo foi capaz de identificar os sequestradores, incluindo o líder Mohamed Atta, quando sua bagagem foi descoberta no Aeroporto Internacional de Boston. Devido a uma confusão, a bagagem não entrou a bordo do Voo 11 da American Airlines, conforme o planejado. A bagagem continha os nomes, as atribuições e as conexões dos sequestradores e da al-Qaeda. "Ele tinha todos esses documentos em língua árabe que resultaram na Pedra de Roseta da investigação", disse um agente do FBI.

Poucas horas depois dos ataques, o FBI divulgou os nomes e, em muitos casos, os dados pessoais dos pilotos suspeitos e dos sequestradores Ao meio-dia, a Agência de Segurança Nacional (NSA) e as agências de inteligência alemãs interceptaram comunicações que apontavam para Osama bin Laden. Em 27 de setembro de 2001, o FBI divulgou as fotos dos 19 sequestradores, juntamente com informações sobre as possíveis nacionalidades e pseudônimos de cada um deles. Quinze dos homens eram da Arábia Saudita, dois dos Emirados Árabes Unidos, um do Egito (Atta) e um do Líbano.
Motivos.

Alega-se que os três principais motivos para os ataques de 11 de setembro sejam a presença americana na Arábia Saudita, o apoio a Israel por parte dos Estados Unidos e as sanções contra o Iraque. Estes motivos foram ditos explicitamente pela Al-Qaeda em declarações pretéritas aos atentados, incluindo a fatwā de agosto de 1996 e um pequeno fatwā publicado em fevereiro de 1998. Após os ataques, Bin Laden e Al-Zawahiri publicaram fitas de vídeos e fitas de áudio adicionais, algumas delas repetindo as razões pelos ataques. Duas dessas publicações merecem destaque: "Carta para a América" de 2002, e um vídeo de 2004 mostrando Bin Laden. Além de pronunciamentos diretos de Bin Laden e a Al-Qaeda, inúmeros analistas políticos têm postulado outras motivações para os ataques.

A Torre Norte em chamas após os atentados.
Bin Laden disse que o profeta Maomé bania a "presença permanente de infiéis na Arábia". No fatwā de 1998, a Al-Qaeda escreveu que "Por mais de sete anos, os Estados Unidos têm vindo a ocupar as terras do Islã e os lugares mais santos, a Península Arábica, saqueando suas riquezas, mandando em seus governantes, humilhando seu povo, aterrorizando seus vizinhos, e transformando as bases da península em uma liderança para lutar com os povos muçulmanos vizinhos." Em uma entrevista em 1999 com o repórter paquistanês Rahimullah Yusufzai, Bin Laden disse que pressentia que os norte-americanos estavam "perto demais de Meca" e considerou que isto era uma provocação à todo o mundo muçulmano.

Em novembro de 2002, na "Carta para a América", Bin Laden disse que o apoio dos Estados Unidos à Israel era outro motivo: "A criação e manutenção de Israel é um dos maiores crimes, e vocês são os líderes desses criminosos. E, claro, não há necessidade de explicar e demonstrar o grau de apoio americano a Israel. A criação de Israel é um crime que deve ser apagado. Toda e qualquer pessoa cujas mãos se tornaram poluídas do contributo para este crime tem de pagar o seu preço, e pagar por isso fortemente." Em 2004 Bin Laden reforçou que o apoio à Israel era um dos motivos dos atentados. Vários analistas, incluindo John Mearsheimer e Stephen Walt, autores do livro The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy, também argumentam que o principal motivo dos ataques de 11 de setembro foi o apoio que os Estados Unidos deu à Israel.

No fatwā de 1998, a Al-Qaeda pronunciou que as sanções do Iraque eram razões para matar os estadunidenses: "apesar da grande devastação infligida ao povo iraquiano pela aliança cruzado-sionista, e apesar do grande número de pessoas mortas, que ultrapassou um milhão... Apesar de tudo isso, os americanos estão mais uma vez contra a tentativa de repetir os massacres horrendos, como se eles não se contentassem com o bloqueio prolongado imposto após a guerra feroz ou a fragmentação e destruição... Com base nisso, e em conformidade com a ordem de Deus, emitimos a fatwa que se segue para todos os muçulmanos: A decisão de matar os americanos e seus aliados, civis e militares é um dever individual de todo muçulmano..."

Em adição a esses motivos dados pela própria Al-Qaeda, alguns analistas têm sugerido outras razões, muitas vezes rejeitadas, incluindo uma humilhação que o mundo islâmico teria ao ficar para trás do mundo ocidental, especialmente pela diferença expressiva da economia devido à globalização recente. Outro motivo especulado pelos ocidentais é o de que os terroristas teriam o desejo de provocar os Estados Unidos para uma guerra mais ampla contra o mundo islâmico, com a esperança de motivar mais aliados a apoiarem a Al-Qaeda.

Planejamento.

Mapa mostrando os ataques ao World Trade Center
(os aviões não estão em escala).

A ideia para os ataques veio de Khalid Sheikh Mohammed, que primeiro apresentou o projeto a Osama bin Laden em 1996. Nesse momento, Bin Laden e a Al-Qaeda estavam em um período de transição, tendo acabado de se mudar de volta ao Afeganistão, vindos do Sudão. Em 1998, os atentados terroristas às embaixadas dos Estados Unidos na África e o fatwa de bin Laden marcaram um ponto de virada, quando Osama voltou suas atenções a atacar os Estados Unidos. Em dezembro de 1998, Centro de Contraterrorismo da CIA relatou ao então presidente
Gráfico do FEMA ilustrando os ataques ao World Trade Center.
Bill Clinton que a Al-Qaeda estava se preparando para ataques contra os Estados Unidos que poderiam incluir sequestro de aviões.

No final de 1998 ou no início de 1999, Bin Laden deu a aprovação para Mohammed avançar com a organização dos ataques. Uma série de reuniões ocorridas no início de 1999, envolvendo Mohammed, bin Laden e seu vice, Mohammed Atef. Atef prestou apoio operacional para o projeto, incluindo seleções de destino e ajuda na organização de viagens para os sequestradores. Bin Laden discordou de Mohammed, rejeitando alguns alvos potenciais, como a US Bank Tower, em Los Angeles, porque "não havia tempo suficiente para se preparar para uma operação desse tipo."

Bin Laden liderou e deu apoio financeiro para a trama, além de ter se envolvido na seleção de participantes. Osama inicialmente selecionou Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar, ambos jihadistas experientes que lutaram na Bósnia. Hazmi e Mihdhar chegaram aos Estados Unidos em meados de janeiro de 2000. Na primavera de 2000, Hazmi e Mihdhar tiveram aulas de vôo em San Diego, na Califórnia, mas ambos pouco falavam inglês, mal fizeram as aulas de vôo e, finalmente, serviram como sequestradores secundários.

No final de 1999, um grupo de homens a partir de Hamburgo, na Alemanha, chegaram no Afeganistão, incluindo Mohamed Atta, Marwan al-Shehhi, Ziad Jarrah e Ramzi bin al-Shibh. Bin Laden selecionou estes homens porque eles eram educados, falavam inglês e tinham experiência de vida no oeste dos EUA. Novos recrutas foram examinados rotineiramente para habilidades especiais e os líderes da al-Qaeda, consequentemente, descobriram que Hani Hanjour já tinha uma licença de piloto comercial.

Hanjour chegou em San Diego em 8 dezembro de 2000, juntando-se a Hazmi. Eles logo partiram para o Arizona, onde tiveram cursos de reciclagem com Hanjour. Marwan al-Shehhi chegou no final de maio de 2000, enquanto Atta chegou em 3 de junho de 2000 e Jarrah em 27 de junho de 2000. Bin al-Shibh tentou por várias vezes obter um visto para os Estados Unidos, mas como um iemenita, foi rejeitado devido a preocupações que ele ficasse mais tempo do que o seu visto e permanecesse como um imigrante em situação ilegal. Bin al-Shibh permaneceu em Hamburgo, proporcionando coordenação entre Atta e Mohammed. Os três membros da célula de Hamburgo realizaram todo o treinamento de piloto no sul da Flórida.

Na primavera de 2001, os sequestradores secundários começaram a chegar nos Estados Unidos. Em julho de 2001, Atta reuniu-se com bin al-Shibh na Espanha, onde coordenou detalhes da trama, incluindo a seleção final de alvos. Bin al-Shibh também passou o desejo de Bin Laden de que os ataques fossem realizados o mais rapidamente possível.

Cronologia dos Ataques de 11 de Setembro de 2001.

Antes da colisão ao edifício: 7:59 - 8:46 (hora local)
  • 7:59: Mohamed Atta toma o controle do voo 11 da American Airlines.
  • 8:00: O voo 11 da American Airlines, um Boeing 767 com noventa e duas pessoas a bordo, decola do Aeroporto Internacional Logan de Boston até Los Angeles.
  • 8:14: O voo 175 da United Airlines, um Boeing 767 com sessenta e cinco pessoas a bordo, decola do Aeroporto Internacional Logan de Boston até Los Angeles.
  • 8:19: Betty Ong, aeromoça do voo 11, alerta a American Airlines via AirPhone: "A cabine não responde, alguém foi esfaqueado na classe executiva."
  • 8:21: O voo 77 da American Airlines, um Boeing 757 com sessenta e quatro pessoas a bordo, decola do Aeroporto Internacional Dulles de Washington até Los Angeles.
  • 8:24: Uma transmissão de rádio do voo 11 é ouvida: "Nós temos alguns planos. Apenas permaneçam quietos e vocês ficarão bem. Estamos retornando ao aeroporto." Acredita-se que Mohamed Atta, um dos terroristas no voo, acidentalmente pressionou um botão direcionando a mensagem para o rádio ao invés da cabine do avião, como pretendia. Poucos segundos depois, ouve-se Atta dizendo: "Ninguém se mexe. Tudo vai ficar bem. Se você tentar fazer qualquer movimento, você vai pôr em perigo a si mesmo e o avião. Apenas fique quieto."
  • 8:37: A FAA (Federal Aviation Administration, Administração Federal da Aeronáutica) notifica ao NORAD (North American Aerospace Defense Command, Comando de Defesa Aérea da América do Norte) que existe uma suspeita de sequestro do voo 11 da American Airlines.
  • 8:41: O voo 93 da United Airlines, um Boeing 757 com quarenta e quatro pessoas a bordo, decola do Aeroporto Internacional de Newark até São Francisco.
  • 8:42: O voo 11 da American Airlines muda de rota e se dirige a Nova York.
  • Destruição da Torre Norte: 8:46 - 9:03 (hora local)
  • 8:46:40: O voo 11 da American Airlines se choca com a Torre Norte do World Trade Center, a aproximadamente 790 km/h, entre os andares 93 e 99.
  • 8:47:59: O conselho de segurança do World Trade Center anuncia que os membros da Torre Sul devem voltar aos seus postos e que o edifício estava seguro.
  • 8:49: A CNN inicia uma transmissão internacional ao vivo do World Trade Center.
  • 8:58: O voo 175 da United Airlines muda de rota em direção a Nova York .
  • 9:01:03: Um passageiro do voo 175 da United Airlines consegue se comunicar com seu pai via celular: "Está ficando ruim, pai. Uma aeromoça foi esfaqueada. Eles parecem ter facas e gás lacrimogêneo. Eles disseram ter uma bomba. O avião está fazendo movimentos bruscos. Eu não acho que o piloto está no controle. Acho que estamos indo para baixo. Acho que eles pretendem ir a Chicago ou algum lugar e ir em direção um prédio. Não se preocupe, pai. Se isso acontecer, será muito rápido."
  • Destruição da Torre Sul: 9:03 - 9:37 (hora local)
  • 9:03:04 O voo 175 da United Airlines se choca com a Torre Sul do World Trade Center, a quase 950 km/h, entre os andares 77 e 85. O impacto é transmitido ao vivo pela TV.
  • 9.03 A Casa Branca confirma que o país encontra-se sob ataque.
  • 9:03 A FAA notifica ao NORAD sobre o sequestro do voo 175 da United.
  • 9:07 O chefe de empregados da Casa Branca avisa o presidente George W. Bush que os Estados Unidos se encontram sob ataque. O presidente se encontrava reunido com crianças de uma escola primária em Sarasota na Flórida.
  • 9:10 - 09:25 Richard Clarke, encarregado da oficina antiterrorista, organiza uma vídeo conferência da Casa Branca com os mais altos chefes militares para organizar uma resposta.
  • 9:21 Fecham-se todos os túneis e pontes da ilha de Manhattan.
  • 9:26 A FAA proíbe a decolagem de todos os aviões civis.
  • 9:29 O voo 77 da American Airlines é sequestrado. Uma passageira consegue se comunicar via celular com o marido: "Estamos sendo sequestrados, estão nos mandando para parte de trás do avião e nos ameaçando."
  • 9:31 O presidente George W. Bush faz um pronunciamento na escola primária onde se encontrava, informando que se tratava aparentemente de um ato terrorista.
  • 9:34 A FAA notifica ao NORAD que existe uma suspeita de sequestro do voo 77 da American Airlines.
  • 9:34 O presidente George W. Bush sai da escola primária de Sarasota até o aeroporto.
  • 9:35 O voo 77 da American Airlines muda sua rota em direção a Washington.
  • Explosão do Pentágono: 9:37 - 10:03 (hora local)
  • 9:37:46: O voo 77 da American Airlines choca com o Pentágono.
  • 9:39:25: Outra transmissão de rádio é ouvida a bordo do voo 93 da United Airlines: "Este é o capitão. Gostaria que todos permaneçam sentados. Há uma bomba a bordo e estão voltando para o aeroporto, e ter nossas reivindicações...[inaudível]. Por favor, permanecer em silêncio."
  • 9:41 O voo 93 da United Airlines muda sua rota em direção a Washington.
  • 9:45 A FAA, (com ordens do presidente) ordena que todos os aviões em voo pousem imediatamente no aeroporto mais próximo.
  • 9:45 A CNN noticia internacionalmente a queda de um avião no Pentágono.
  • 9:46 A FAA e a Casa Branca declaram caça aos voos que ultrapassarem os aeroportos mais próximos.
  • 9:47 A CNN interrompe a transmissão do World Trade Center com imagens ao vivo do Pentágono.
  • 9:48 O Congresso dos Estados Unidos, o Capitólio dos Estados Unidos, a Casa Branca e a sede do FBI são evacuados em Washington.
  • 9:50 A produção da rede de televisão, ABC é informada sobre o motivo do atraso da apresentadora Barbara Olson: ela estava a bordo do voo 77 da American Airlines.
  • 9:57 O presidente Bush deixa a Flórida.
  • 9:59 A Torre Sul entra em colapso.
  • Queda em campo aberto e evacuações oficiais: 10:03 - 20:03 (hora local)
  • 10:03:11 O voo 93 da United Airlines cai em um campo aberto em Shanksville na Pensilvânia.
  • 10:06 A FAA notifica ao NORAD que existe uma suspeita de sequestro do voo 93 da United.
  • 10:28 A Torre Norte entra em colapso.
  • 10:33 A CNN noticia ao vivo, por meio de um telefonema de um de seus membros, a queda de um avião na Pensilvânia.
  • 11:04 O edifício da ONU e a ilha de Manhattan em Nova York são evacuados.
  • 11:07 A Nasa e a Disney são evacuadas imediatamente na Flórida.
  • 11:14 Todos os túneis e avenidas são fechados, assim como a fronteira com o México.
  • 11:16 Todos os aeroportos são evacuados.
  • 11.20: A ONU recebe orientação de evacuação da Casa Branca.
  • 11:45 O presidente Bush pousa na base aérea de Barksdale na Louisiana.
  • 13:04 O presidente Bush declara "alerta máximo" em todo o mundo e se dirige à nação através dos 
  • meios de comunicação.
  • 13:37 O presidente Bush deixa a bordo do Air Force One, a base Barksdale.
  • 15:07 O presidente Bush pousa na base aérea Offutt em Nebraska.
  • 16:36 O presidente Bush deixa, a bordo do Air Force One, a base Offutt e ordena ser levado à Casa Branca.
  • 17:25 O edifício 7 do complexo do WTC desaba.
  • 19.00: O presidente Bush chega à Casa Branca.
  • 19:04 A ABC anuncia que a jornalista e apresentadora do programa Politically Incorrect, (em 
  • português: Politicamente Incorreto) Barbara Olson estava a bordo do voo 77 da American Airlines que chocou contra o Pentágono.
  • 19:05 O presidente Bush anuncia às emissoras uma transmissão internacional às 20h30min.
  • 19:10 A CNN divulga que haverá um depoimento da Casa Branca às 20h30min.
  • Depoimento mundial de George W. Bush: 20:30 - 23:10 (hora local).
  • 20:30 O presidente Bush fala à nação.
  • 20:36 A Casa Branca encerra a transmissão.
  • 23:01 A CNN anuncia que o FBI a CIA e o Pentágono estão direcionando suas investigações ao saudita milionário Osama bin Laden.
  • 23:10 As emissoras redirecionam seus boletins informativos para o depoimento do presidente, as suspeitas com relação a Osama bin Laden e a morte de Barbara Olson.
Controvérsias.

Após a divulgação dos resultados das investigações oficiais sobre os atentados, muitos civis, físicos, engenheiros, militares, pilotos e alguns dos sobreviventes questionaram a versão governamental sobre as causas e os responsáveis pelos ataques. Os teóricos da conspiração discordam da versão oficial dos atentados, questionam as motivações e as partes envolvidas por trás deles, e se envolveram em investigações independentes. Algumas das teorias da conspiração veem os ataques como um casus belli através de uma operação de bandeira falsa (como com a malsucedida Operação Northwoods, nos anos 1960) para trazer o aumento da militarização e do poder do governo sobre a população. Os defensores das teorias conspiratórias do 11 de setembro têm sugerido que indivíduos dentro dos Estados Unidos possuíam informações detalhadas sobre os ataques e deliberadamente optaram por não evitá-los, ou que indivíduos de fora da Al-Qaeda planejaram, realizaram ou auxiliaram a realização dos atentados. Uma pesquisa realizada em 2013 pela empresa de pesquisa de mercado YouGov e publicada próximo ao décimo segundo aniversário dos ataques apontou que um em cada dois norte-americanos ainda tem dúvidas sobre a versão do governo do país sobre as causas e consequências dos atentados de 11 de setembro.

O principal ponto de controvérsia é o colapso estrutural das Torres Gêmeas e da Torre 7 do complexo do World Trade Center. Alguns teóricos da conspiração reivindicam que o World Trade Center não entrou em colapso por causa da colisão das aeronaves, mas que foi implodido com a ajuda de explosivos. Esta hipótese de demolição controlada, no entanto, é rejeitada por renomadas organizações como o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia e a Sociedade Americana de Engenheiros Civis, que, após investigação, concluíram que os impactos dos aviões em alta velocidade, associados aos incêndios posteriores, causaram o colapso das duas torres.


O ataque ao Pentágono também levantou diversas dúvidas. Um dos pontos questionados é que, por ser um edifício relativamente baixo, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos seria um alvo difícil para um Boeing 757 a uma velocidade de 560 quilômetros por hora acertar com precisão. Entre os que questionam a versão oficial está o grupo Pilots for Truth (em português: Pilotos pela Verdade - tradução livre), que afirma que não foram encontradas marcas das asas do avião ou destroços da aeronave no local do impacto. Também causou controvérsia a falta de testemunhas oculares do momento do ataque, a rapidez com que o FBI recolheu as gravações de circuito interno de câmeras da região do Pentágono imediatamente após a explosão, além do fato das poucas imagens disponibilizadas não mostrarem o momento do choque do 757 contra o prédio. O jornalista e cientista político francês Thierry Meyssan defende em seu livro 11 de setembro de 2001 – Uma Terrível Farsa que o Pentágono foi, na verdade, atingido por um míssil. A explicação da Sociedade Americana de Engenheiros Civis para o buraco na fachada do Pentágono foi a de que um avião, quando bate, não deixa uma silhueta perfeita de si. Além disso, corpos de passageiros foram identificados nos escombros. A falta de destroços do avião seria explicada pelo fato de que, com o impacto e a explosão subsequente, a aeronave teria sido praticamente desintegrada.

Teorias Conspiratórias Sobre Os Ataques de 11 de Setembro de 2001.


As teorias conspiratórias sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 questionam a versão amplamente aceita de que os atentados foram perpetrados apenas pela Al-Qaeda, sem qualquer conhecimento prévio detalhado por parte de qualquer órgão do governo dos Estados Unidos. Os defensores dessas teorias conspiratórias alegam que existem contradições nas conclusões oficiais ou que provas foram esquecidas. Em uma pesquisa global feita em 2008 com 16 063 pessoas de 17 países, em apenas nove deles a maioria das pessoas acreditam que a Al-Qaeda está por trás dos ataques. 46% dos entrevistados acreditam que a Al-Qaeda foi a responsável pelos ataques, 15% acreditam que o governo dos Estados Unidos foi o responsável, 7% acreditam que o governo de Israel foi o autor dos ataques e outros 7% acreditam em algum outro responsável, que não seja a Al-Qaeda. A pesquisa constatou que os entrevistados do Oriente Médio estavam especialmente propensos a citar um responsável que não fosse a Al-Qaeda.

A teoria da conspiração mais importante é a de que o colapso estrutural das Torres Gêmeas e do World Trade Center 7 foi o resultado de uma demolição controlada, ao invés de uma falha estrutural devido ao impacto e ao incêndio posterior. Outra teoria de destaque é a de que o Pentágono foi atingido por um míssil lançado por um grupos ou pessoas de dentro do governo dos Estados Unidos, ou que um avião comercial foi autorizado a fazê-lo através de um acobertamento eficaz pelas forças armadas americanas. Entre os possíveis motivos alegados pelos teóricos da conspiração para tal ações estão justificar as invasões do Afeganistão e do Iraque, bem como interesses geoestratégicos no Oriente Médio, tais como planos de dutos lançados no início de 1990 pela Unocal e por outras empresas petrolíferas. Outras teorias conspiratórias citam autoridades que tinham conhecimento prévio dos ataques e o ignoraram deliberadamente ou ajudaram os terroristas.


O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) e a revista de tecnologia Popular Mechanics investigaram e rejeitaram as alegações das teorias conspiratórias sobre o 11 de setembro. A comunidade de engenharia civil reconhece que os impactos dos aviões a jato em alta velocidade combinado com os incêndios que se seguiram, e não uma demolição controlada, levaram ao colapso das Torres Gêmeas. Esta também foi a conclusão da Comissão do 11 de Setembro, presidido pelo governador Thomas Kean.

Histórico e Recepção.

Desde os ataques de 11 de Setembro de 2001, vários websites, livros e filmes têm desafiado o relato oficial dos acontecimentos. Embora a mídia tradicional afirme que a al-Qaeda conspirou para efetuar os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, as teorias conspiratórias sobre o 11/9 asseguram que os relatos oficiais são imprecisos ou incompletos. Muitos grupos e indivíduos que desafiam o relato oficial (frequentemente citado como "OCT", ou Official Conspiracy Theory, "Teoria da Conspiração Oficial", termo cunhado pelo Dr. David Ray Griffin) identificam-se como parte do 9/11 Truth Movement.

Há diversos conspiracionistas religiosos afirmam que as 
chamas e a fumaça nas Torres Norte e Sul, quase 
imperceptivelmente, configuram o espectro de 
"Satanás" ou "Diabo".
Inicialmente, as teorias conspiratórias sobre o 11/9 despertaram pouca atenção na mídia. Em um discurso nas Nações Unidas em 10 de novembro de 2001, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, denunciou o surgimento de "ultrajantes teorias conspiratórias ... que tentam tirar a culpa dos terroristas, afastá-los dos culpados." Posteriormente, a medida em que aumentou a exposição na mídia das teorias conspiratórias sobre os eventos de 11/9, as agências governamentais estadunidenses e a administração Bush emitiram respostas para as teorias, incluindo uma análise formal pelo National Institute of Standards and Technology (NIST) das questões sobre o desabamento do World Trade Center, uma página do Departamento de Estado revisada em 2006 para ridicularizar as teorias, e um documento estratégico que se referia ao presidente Bush num discurso em agosto de 2006, o qual declara que o terrorismo emerge de "subculturas de conspiração e desinformação" e que "terroristas recrutam com maior eficácia em populações cujas informações sobre o mundo são contaminadas por falsidades e corrompidas por teorias conspiratórias. As distorções mantém vivos os agravos e filtram os fatos que desafiariam preconceitos populares e propaganda interesseira."

Várias pesquisas de opinião sobre o 11/9 foram efetuadas para tentar estabelecer grosso modo, quantas pessoas duvidavam do relato oficial, e quão prevalentes são as teorias conspiratórias. Pouco antes do quinto aniversário dos ataques, a grande imprensa produziu uma série de artigos sobre o crescimento das teorias conspiratórias sobre 11/9. A Time Magazine declarou, "este não é um fenômeno periférico. É uma realidade política de primeiro nível." A cobertura da grande imprensa geralmente apresenta tais teorias como um fenômeno cultural e é frequentemente crítica quanto ao seu conteúdo.
Algumas das teorias da conspiração sobre o 11 de Setembro não envolvem estratégias de representação típicas de muitas teorias de conspiração, que estabelecem uma clara dicotomia entre o bem e o mal, ou culpados e inocentes. Ao contrário, elas utilizam gradações de negligência e cumplicidade. Matias Bröckers, um dos primeiros defensores de tais teorias, descarta a versão oficial dos ataques de 11 de setembro como sendo ela própria uma teoria da conspiração que visa "reduzir a complexidade, separar o que é confuso", e "explicar o inexplicável."

Pouco antes do quinto aniversário dos ataques, agências de notícias tradicionais lançaram uma enxurrada de artigos sobre o crescimento de teorias da conspiração do 11/9, com um artigo na Time afirmando que "Isso não é um fenômeno marginal. É uma realidade política mainstream." Várias pesquisas têm incluído perguntas sobre crenças relacionadas aos ataques de 11 de setembro. Uma agosto 2007, uma pesquisa encomendada pelo Zogby e comissionada pela 911Truth.org constatou que 63,6% dos americanos acreditam que os fundamentalistas árabes foram responsáveis pelo 11/9; 26,4% acreditam que "alguns elementos no governo dos EUA sabiam que os ataques estavam por vir, mas conscientemente, os deixaram prosseguir por várias razões políticas, militares e econômicas; "e 4,8% acreditam que" alguns elementos do governo dos EUA ativamente planejado ou assistido alguns aspectos dos ataques." Em 2008, foi encabeçada a " maior lista de teoria da conspiração ", compilado pelo The Daily Telegraph. Um estudo conduzido pela jornalista Elizabeth Woodworth para o Center for Research on Globalization conclui que o aumento da presença na mídia reflete uma abordagem profissional melhor dentro do 9/11 Truth movimento.

Em 2010, o "Centro Internacional para Estudos do 11/9", conseguiu que divulgassem vídeos inéditos dos ataques e acontecimentos posteriores coletados pelo NIST. De acordo com o diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, os vídeos que foram publicados pouco antes do nono aniversário dos ataques de fornecer "novos insumos para os teóricos da conspiração". Muitos dos vídeos mostram imagens do World Trade Center 7, um arranha-céu nas proximidades das torres do WTC, que também desabou em 11 de setembro de 2001. Testemunhas relataram repetidamente explosões que acontecem antes do colapso de ambas as torres.

Tipos de Teorias.

As teorias conspiratórias mais proeminentes pode ser dividido em duas formas principais:
  • Deixou acontecer de propósito: Sugere que os indivíduos-chave dentro do governo teve pelo menos algum conhecimento prévio dos ataques e deliberadamente ignorou ou ativamente enfraqueceu as defesas dos EUA para garantir os voos sequestrados não fossem interceptados.
  • Fez isso acontecer de propósito: Que pessoas-chave dentro do governo planejaram os ataques e colaboraram com a al-Qaeda em realizá-las. Há uma gama de opiniões sobre como isso poderia ter sido alcançado.
Algumas Teorias.
  • Suspeita de Negociações com Informação Privilegiada.
Pouco antes do 11/9 havia uma quantidade "extraordinária" de opções de venda colocados no mercado de ações da United Airlines e American Airlines. As autoridades acreditavam, e alguns teóricos da conspiração continuam a manter, que traders com informação privilegiada ( insider trading ) podem ter sabido com antecedência dos acontecimentos de 11/9, colocando suas apostas em conformidade. Uma análise sobre a possibilidade de negociações com informação privilegiada em 11/9 conclui que:

Uma medida anormal de volume de vendas também foi examinado e visto estar em níveis anormalmente elevados nos dias que antecederam os ataques. Consequentemente, o trabalho conclui que há evidência de atividade incomum do mercado de opções nos dias que antecederam a 11 de setembro, que é consistente com os investidores negociando com conhecimento prévio dos ataques. Allen M. Poteshman, The Journal of Business.

Nos dias que antecederam a 11/9, duas companhias aéreas viram um aumento em sua taxas de posições de venda de suas ações. Estas duas companhias foram United Airlines e American Airlines, as duas companhias aéreas cujos aviões foram sequestrados no 11/9. Entre 06 de setembro e 7, a Chicago Board Options Exchange viu compras de 4.744 contratos de opção de "put" na UAL contra 396 opções de compra. No dia 10 de setembro, mais negociação em Chicago viu a compra de 4.516 opções de venda na American Airlines, a outra companhia aérea envolvida nos sequestros. Isso se compara com apenas 748 opções de compra na América comprados naquele dia. Nenhuma outra companhia aérea viu anomalias em seu suas ações nos dias que antecederam os ataques. American Airlines no entanto, tinha acabado de lançar um importante alerta sobre possíveis perdas.

Companhias de seguros observaram atividades anômalos também. O Citigroup Inc., que estimou que a sua unidade de seguros Travelers pode pagar US$500 milhões em créditos do ataque ao World Trade Center, tinha cerca de 45 vezes o volume normal durante três dias de negociação antes do ataque para opções que lucrariam caso as ações caissem abaixo de US$40. As ações do Citigroup caíram 1,25 dólares no final das negociações para 38,09 dólares. A Morgan Stanley, que ocupava 22 andares do World Trade Center, tiveram uma atividade maior do que o normal nas negociações de opções pré-ataque que lucraram com a queda de preços de ações.

Raytheon, uma empresa de defesa, tinha um número anormalmente elevado de chamadas opções de negociação em 10 de setembro. A opção da Raytheon, que faria dinheiro se as ações fossem para mais de US$25 cada, tinha 232 opções de contratos negociados no dia antes dos ataques, quase seis vezes o número total de negócios que ocorreu antes daquele dia.
  • Teoria da Força Aérea Parada.
Uma afirmação comum entre os teóricos da conspiração é que o Comando de Defesa Aeroespacial Norte-americano (NORAD) emitiu uma posição para baixar, ou deliberadamente atrasar a saída dos pilotos para permitir que os aviões sequestrados pudessem atingir seus objetivos sem interferências. De acordo com esta teoria, NORAD tinha a capacidade de localizar e interceptar aviões no 11/9, e sua incapacidade de fazer isso indica uma conspiração do governo para permitir que os ataques ocorressem. O site imperadores-clothes.com argumenta que o Forças Armadas dos EUA não conseguiram fazer o seu trabalho. StandDown.net 's Mark R. Elsis diz: "Há somente uma explicação para isso .... Nossa Força Aérea foi condenada a Stand Down em 11/9".

Em setembro de 2001, os generais da NORAD disseram que souberam dos seqüestros em tempo para enviarem os caças. Mais tarde, o governo dos EUA divulgou fitas alegando mostrar que a Agência Federal de Aviação (FAA) não contou aos militares sobre os seqüestros até que três dos quatro aviões tivessem caído, fato que indicaria que o FAA mentiram repetidamente para outras agências do governo dos Estados Unidos.

Phil Molé, da revista Skeptic, explicou que não é nem fácil nem rápido para localizar e interceptar um avião se comportando de forma irregular, e que os sequestradores desligaram ou desativado os transponders de radar de bordo. Sem estes sinais de transponder para identificar os aviões, os aviões desviados teriam sido apenas blips entre 4.500 outros blips em telas de radar do NORAD, tornando-os muito difícil de controlar.

De acordo com a Popular Mechanics, apenas 14 caças estavam em alerta nos 48 estados contíguos em 9/11. Não havia nenhum método automatizado para os controladores de tráfego aéreo civis alertarem a NORAD. Uma companhia aérea de passageiros não havia sido sequestrado em os EUA desde 1979. "Eles tiveram que pegar o telefone e discar literalmente para nós", diz o Maj . Douglas Martin, diretor de assuntos públicos da NORAD. De acordo com a Popular Mechanics, apenas um avião civil foi interceptado na década anterior ao 11/9, que levou uma hora e 22 minutos.

Segundo o 'The Eleventh Day: The Full Story of 9/11 e Osama bin Laden', um livro sobre os ataques publicados em 2011, o aviso mais longo NORAD recebeu dos seqüestros foi cerca de oito minutos para o American Airlines Flight 11, o primeiro vôo sequestrado. A FAA alertou NORAD para o vôo 175 seqüestrados em praticamente o mesmo tempo que foi bater em torre sul do World Trade Center. A FAA notificou a NORAD dos desaparecidos - e não seqüestrado - Vôo 77 três minutos antes que atingiu o Pentágono. NORAD recebeu nenhum aviso do sequestro do vôo 93 da United até três minutos depois que tinha caiu na Pensilvânia.
  • O Governo Americano Já Sabia dos Ataques.
Para a deputada americana Cynthia McKinney, do Partido Democrata, o presidente George W. Bush sabia antecipadamente dos ataques e não fez nada. Isso porque lançar o país em uma nova guerra renderia gigantescos lucros para a empresa de investimento Carlyle Group, que teria investido muito dinheiro na indústria bélica. A firma tem como um de seus conselheiros George Bush pai e é dirigida por vários ex-militares linha dura. O assessor de imprensa fez piada com as acusações: “Ela disse isso em Roswell, Novo México?”, perguntou ele, em referência às várias teorias conspiratórias envolvendo óvnis nessa cidade.
  • Teoria Aurora Negra: Aviões que atingiram o WTC tinham urânio.
Criada pelos investigadores  J. Petras e N. Chomsky, do jornal online independente La Rebelión, a teoria diz que seria impossível para um Boeing 767-200 com 136 toneladas de carga derrubar uma muralha de ferro como a torre do World Trade Center. Para eles, um avião que se choca a 800 km/h contra o prédio deveria se desfazer em pedacinhos na hora. No entanto, todo mundo viu que os aviões penetraram no prédio como se eles fossem de manteiga. O segredo estaria no urânio empobrecido (resíduo da produção de combustível destinado aos reatores nucleares e bombas atômicas) colocado na dianteira do avião, provavelmente envolvendo os seus motores de reação. A força destrutiva desse material é devastadora e sua natureza inflamável faz com que pegue fogo no momento do impacto, produzindo calor suficiente para fundir e derreter a blindagem mais resistente e atravessá-la, fazendo-a explodir depois pela fricção do aço ou outro material qualquer.  Para os autores da teoria, isso explica a inclinação de 45° ao penetrar no edifício: o que permitiria a destruição de cinco ou seis andares e produziria aquele desabamento em forma de sanfona, considerado perfeito demais por muitos especialistas.
  • O Pentágono Foi Atingido Por Um Míssil Norte-Americano.
O fato de o buraco na fachada do prédio do Pentágono ser pequeno demais para ter sido provocado por um Boeing com 38 metros de envergadura e a falta de destroços e rastros levantaram suspeitas. Além disso, um avião de 100 toneladas voando a 400 quilômetros por hora teria estragado bem mais do que apenas um dos cinco lados do edifício. No livro “11 de setembro de 2001 – Uma terrível farsa”, o jornalista e cientista político francês Thierry Meyssan defende que o Pentágono foi, na realidade, atingido por um míssil norte-americano lançado por um grupo de extrema direita que iria lucrar muito com uma guerra do país contra o Oriente Médio. A Sociedade Americana de Engenheiros Civis deu uma explicação para o buraco na fachada do Pentágono: um avião, quando bate, não deixa um contorno perfeito de si como nos desenhos animados. Além disso, testemunhas viram um avião e corpos de passageiros foram identificados nos escombros. Em relação ao sumiço das partes do avião, a explicação estaria do fato de que, com a explosão, o caça é praticamente reduzido a pó. O mesmo aconteceu com o Boeing que bateu de frente com o prédio do Pentágono no dia 11 de setembro.
  • Bin Laden era da CIA.
Ainda segundo o francês Thierry Meyssan, Bin Laden era um agente da CIA desde os anos 80, época em que os Estados Unidos financiaram a resistência afegã contra a ocupação soviética, e seus vídeos assumindo os atentados eram puro teatro. “Ele não é um guerrilheiro, é alguém que geria o financiamento da Arábia Saudita e da CIA e o distribuía pelos ‘mujadine’. É um gestor e não um soldado”, disse Meyssan em uma entrevista para o jornal Correio da Manhã em 2002.
  • Mensagens Subliminares nas Notas de Dólar.
Depois do 11 de setembro, descobriu-se supostas “mensagens subliminares” em notas de dólares prevendo o episódio. Dobrando a nota de certa maneira, aparecem imagens das Torres Gêmeas e do Pentágono em chamas logo após o ataque. E tem mais: elas também revelaram o nome do responsável pelo ataque.

Não que seja muito difícil formar nomes com todas as letras de “The United States of America” de acordo com as dobras que você fizer.

E existe até quem acredite que a Illuminati tem algo a ver com os ataques. A sociedade secreta Illuminati foi formalmente dissolvida em 1784 pelo governo alemão, mas o escritor Britânico David Icke acredita que o grupo e não só ainda existe como também sempre foi composto por seres híbridos que seriam meio humanos e meio alienígenas – incluindo Bush pai, Bush-filho, Saddam Hussein e a atual rainha da Inglaterra. Ele também apontou que o jogo de RPG Illuminati – A Nova Ordem Mundial, lançado em 1995, teria previsto os ataques de 11 de setembro. Cartas do jogo traziam um ataque terrorista às Torres Gêmeas e ao Pentágono.

A Fonte das Teorias Conspiratórias do 11 de Setembro.

As teorias conspiratórias do 11 de setembro vêm antes do 11 de setembro. Em 25 de julho de 2001, numa transmissão de duas horas e meia de seu programa Infowars TV, num canal de acesso público, Alex Jones expôs o que via como a história dos ataques falsos fabricados pelo governo – do incidente do Golfo de Tonquim, que Lyndon Johnson usou para afundar ainda mais os EUA na guerra do Vietnã, ao primeiro ataque do World Trade Center, em 1993, e o atentado de Oklahoma City, em 1995, que Jones alegava ser um terrorismo fabricado pelo governo para ajudar Bill Clinton a subir nas pesquisas e oprimir as liberdades civis. Enquanto comparava Oklahoma City ao incêndio de Reichstag, Jones exibia na tela os números de telefone do congresso e da Casa Branca.
"Ligue para a Casa Branca e diga a eles que sabemos que o governo está planejando terrorismo’', disse ele. “Bin Laden”, continuou ele, desenhando aspas com as mãos, "é o bicho-papão de que eles precisam neste sistema orwelliano falso’'.
Seis semanas depois, no dia em que as torres gêmeas caíram, Jones iniciou sua transmissão declarando que, conforme havia previsto, a administração Bush havia tomado parte de um ataque terrorista encenado. "Vou lhes dizer o principal’', afirmou ele. "As chances de que este foi um bombardeio produzido pelo governo são de 98 por cento’'.

A teoria da demolição controlada segue como o maior dogma unificador dos 'adeptos da verdade’ do 11 de setembro, como eles chamam a si mesmos. Mas imediatamente após os ataques, essa era uma posição complicada de adotar. No mês seguinte ao 11 de setembro, a constante pregação de Jones de que o ataque seria um trabalho interno lhe custou mais de 70 de suas cem estações afiliadas de rádio. Por outro lado, esse posicionamento inicial também lhe trouxe credibilidade, quando o desencanto tanto da direita e da esquerda cresceu progressivamente na década seguinte. Hoje, Jones está de volta em mais de 60 estações de rádio, com uma audiência de 3 milhões de ouvintes por dia e ostenta seu papel como disseminador da teoria conspiratória do 11 de setembro: “Eu sou o progenitor disso tudo”.

Mas não foram apenas os curiosos entusiasmados que elevaram a popularidade da teoria conspiratória do 11 de setembro. Fatos do princípio - aparentemente peças inconsequentes, divulgadas pela internet logo após os ataques – também tiveram um papel importante. Até essas informações serem desmentidas, a teoria invocada por elas já havia recebido ampla aceitação.

Então a semente da teoria conspiratória do 11 de setembro se baseou numa falsidade propagada pelo governo. As gravações do dia feitas na sede do Norad, finalmente divulgadas ao público em 2007, mostrariam que os caças não conseguiriam ter feito muita coisa. Mas isso já não importava mais. Em novembro de 2001, Ruppert já fazia palestras para mil pessoas, na Universidade Estadual de Portland, sobre as 'Verdades e Mentiras do 11 de Setembro’, que ele gravava e vendia posteriormente. Mais tarde, ele catalogou seus relatos do site From the Wilderness num livro, 'Crossing the Rubicon: The Decline of the American Empire at the End of the Age of Oil’, vendendo mais de 100 mil cópias. Nas semanas e meses após o 11 de setembro, Jones e Ruppert já estavam formulando uma vasta teoria conspiratória que levaria vários anos para atingir seu pico de popularidade. Havia outra teoria, porém, que se espalhou de forma mais ampla e morreu mais rapidamente, pelo menos no Ocidente. Como tal, ela serve como uma lição sobre como e onde – além de por que – as teorias de conspiração funcionam: pegando uma pequena peça da verdade e construindo mitologias completas ao redor dela.

Demorou menos de 24 horas para que começassem a circular algumas teorias vagas, atribuindo os ataques a Israel. Quatro dias após o 11 de setembro, foi relatada a primeira peça de evidência ligando Israel aos ataques, no jornal sírio 'Al Thawra’. O jornal estatal afirmava que ``4 mil judeus faltaram em seus empregos no dia das explosões’', sugerindo que 4 mil judeus teriam sido avisados dos ataques pelos perpetradores, colegas judeus. A história se espalhou pelo Oriente Médio. A fonte original desse preciso número de 4 mil foi o Jerusalem Post, que relatou no dia dos ataques que ``o ministério do Exterior em Jerusalém recebeu, até agora, os nomes de 4 mil israelenses que teriam sido vistos nas áreas do World Trade Center e do Pentágono no momento dos ataques’'.

A Slate, junto ao popular site de desmistificação Snopes.com, foi um dos primeiros veículos de comunicação a desmentir os rumores. Porém, dez anos depois, versões adaptadas da desacreditada história dos 'judeus avisados’ ainda são repetidas por teóricos conspiratórios antissemitas, incluindo o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. A teoria não ganhou muita força nos EUA, mesmo entre os teóricos conspiratórios do 11 de setembro, mas manteve uma popularidade consistente nas ruas árabes – onde, segundo o 'New York Times’, o fato de judeus terem sido avisados dos ataques já se tornou senso comum.

Em 2008, uma pesquisa mundial de opinião pública mostrou que 43 por cento dos egípcios e 31 por cento dos jordanianos culpavam Israel pelo 11 de setembro, enquanto 36 por cento dos turcos culpavam o governo dos Estados Unidos. Nos territórios palestinos, 27 por cento colocavam a culpa nos EUA, enquanto 19 por cento afirmavam que Israel havia organizado o atentado.
Edições árabes da teoria conspiratória antissemita original, 'Os Protocolos dos Sábios de Sião’, ficaram entre os mais vendidos na Síria e no Líbano, e a famosa mentira foi adaptada pela televisão egípcia num 'drama histórico’ de 41 partes em 2002.

Segundo Charles Hill, veterano de 32 anos de serviços no estrangeiro, há no Oriente Médio uma forte corrente afirmando que praticamente tudo que acontece no mundo – de bom ou ruim – seria causado por uma conspiração internacional de judeus americanos. "A América é uma espécie de grande ordem judia, pois 'os judeus controlam a mídia, eles controlam comitês do Congresso e controlam as universidades’'', disse ele. No caso do rumor dos 4 mil judeus, explicou Hill, a própria especificidade da acusação lhe concedeu credibilidade – mesmo também permitindo que a ideia fosse rapidamente desmentida. Conspiratórios gostam de um fato "que é inventado para ser plausível, pois ele é altamente específico’', afirmou Hill. "E porque ele é altamente específico, e por ter sido 'descoberto’, por ter sido acobertado, criado para não ser conhecido, e foi revelado graças a um erro ou por alguém que o encontrou por acaso, tudo isso prova ou agrega credibilidade à acusação geral’'. O destaque dado ao rumor dos 4 mil judeus no Oriente Médio até os dias de hoje, além de seu fracasso nos Estados Unidos, é um caráter ilustrativo de um fato crucial da popularidade das teorias conspiratórias: elas precisam de um terreno fértil para florescer.

(ATUALIZADO EM 11 DE SETEMBRO DE 2018)

(?*) E uma data atemporal

Fontes.







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