domingo, 25 de outubro de 2015

Caso Antônio Villas Boas 1° Parte.

Na década de 1950, a casuística ufológica era composta basicamente por casos de avistamento a curta e média distância, alguns casos envolvendo aeronaves e casos esporádicos de pouso com ocasionais avistamentos de tripulantes. Neste ultimo tipo de ocorrência predominava o caráter arredio e cauteloso por parte dos tripulantes destes objetos. Em 15 de outubro de 1957, ocorreu o primeiro caso de abdução propriamente dito, em que a testemunha/vítima é levada contra a sua vontade para dentro de aparelhos voadores desconhecidos onde são submetidos à variados testes e experimentos. O Caso Antônio Villas Boas, como ficou conhecido, é o primeiro de uma série de casos que ainda hoje,a quase 60 anos depois, constituem-se no maior mistério dentro de todo o Fenômeno O.V.N.I.

Nesta post do caso Villas-Boas, você encontrará relatórios de pesquisa do médico gastroenterologista e ufólogo Olavo Fontes, primeiro pesquisador do caso; do médico Walter Buller, e do historiador Claudio Suenaga, que mais recentemente investigou o caso. Chamamos a atenção na forma de abordagem do caso, dos termos utilizados, e dos questionamentos e detalhes levantados, que variam conforma época em que foram publicados, sendo obviamente influenciados por conhecimentos de cada época. Além dos artigos dos dois pesquisadores principais, disponibilizamos o laudo do exame realizado por Olavo Fontes no protagonista do caso, Antônio Villas Boas, e apresentamos detalhes de como o assunto foi encarado ao longo dos anos pela comunidade ufológica brasileira e mundial.

O Caso.

Este caso, ocorrido na zona rural de São Francisco de Sales (MG), teve como protagonista Antônio Villas Boas, na ocasião com 23 anos de idade, branco, filho do proprietário da fazenda, que estava arando o campo à noite, com o auxílio de um trator. Por volta da 1 hora da madrugada de 15 de outubro de 1957, Villas Boas observou uma estrela vermelha que aparentemente se aproximava de onde se encontrava. Em pouco tempo, ele percebeu que não se tratava de uma estrela e sim de um aparelho de grandes dimensões fortemente iluminado que pairou sobre o trator a mais ou menos 50 metros de altura, para logo em seguida pousar nas proximidades. 

O aparelho tinha formado oval, alongado, com aproximadamente 20 metros de comprimento por 4 de altura e apoiou-se sobre três hastes metálicas. Na parte da frente havia três hastes de aparência metálica, solidamente encravadas na estrutura, sendo uma no bico afunilado da nave e uma de cada lado, como se fossem três esporões, bem grossos na base afinando nas pontas. Destas extremidades saíam uma ligeira fosforescência avermelhada, como se as pontas estivessem em brasa. Ao longo do objeto haviam inúmeras lâmpadas embutidas na fuselagem do aparelho, havendo uma única janela. Na parte superior havia uma cúpula giratória, de uns 10 metros de diâmetro, em constante movimento de rotação, e emitindo uma luz forte e avermelhada. 

Pouco depois do pouso, saíram do objeto vários seres, vestindo escafandros, que dominaram Antônio e o levaram a força para dentro do veículo, onde foi despido, teve seu sangue extraído e em seguida foi obrigado a manter relações sexuais com uma fêmea humanóide. Após tudo isto, Antônio recebeu suas roupas de volta e foi levado de volta para a escadinha pela qual entrou. 

Ao decolar, o objeto levantou um pouco do solo e recolheu o trem de pouso, elevou-se uns 50 metros, onde parou. Sua luminosidade aumentou e mudou para vermelho vivo. Após isto emitiu um zumbido e partiu em altíssima velocidade, em direção ao sul.

O caso foi pesquisado por dois médicos e ufólogos cariocas, Olavo Fontes e Walter Buller, que através de exames em Antônio Villas Boas diagnosticaram exposição à radiação, que gerou insônia, cansaço, dores pelo corpo, náuseas, dores de cabeça, perda de apetite, ardência nos olhos, lacrimejamento permanente e lesões cutâneas provocadas por contusões até as mais leves. Também surgiram manchas amareladas pelo corpo, que levavam de 10 a 20 dias para desaparecer. As lesões continuaram a aparecer durante meses, tendo o aspecto de pequenos nódulos avermelhados, mais duros do que a pele em volta. Destes nódulos saíam pus amarelado. 
  • A Divulgação do Caso.
Após sua extraordinária experiência, Antônio Villas Boas procurou um farmacêutico da localidade de São Francisco de Sales, no intuito de aliviar os problemas decorrentes do contato. O farmacêutico havia lido reportagens de João Martins para a Revista O Cruzeiro, e era muito aberto ao tema. Ele recomendou à Villas Boas que procurasse o repórter João Martins para relatar-lhe sua experiência. Antônio assim o fez, através de carta, que foi prontamente respondida pelo repórter. Depois de algumas correspondências, o protagonista foi ao Rio de Janeiro onde conheceu pessoalmente o repórter e o ufólogo Olavo Fontes, um dos pioneiros neste tema no Brasil. Olavo era médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil e foi quem inicialmente divulgou o caso, através do Boletim da SBEDV (26/27) e em seguida pela revista inglesa “Flying Saucer Rewiw” (F.S.R.), 8 anos após ter acontecido. Ainda em 1958, Olavo Fontes remeteu um relatório à APRO, na época uma das mais conceituadas entidades de pesquisa ufológica do planeta, que na ocasião resolveu não publicá-lo, só o fazendo anos depois, quando o caso já era plenamente conhecido e divulgado no meio ufológico.

Apesar do relato ser muito conhecido e comentado nos meios ufológicos do início da década de 1960, apenas poucos grupos nacionais sabiam de fato onde o caso ocorrera e tinham meios de contatar o protagonista. A SBEDV era uma das entidades mais atuantes dessa época, tendo investigado os mais importantes casos ufológicos das décadas de 50, 60 e 70. Mesmo sendo tão atuante ela desconhecia o local exato do caso, para que pudesse iniciar sua própria investigação. Vencidas estas dificuldades a investigação da SBEDV teve início, ocorrendo nos primeiros meses de 1962. Os ufólogos Dr. Walter Buller e Dr. Mario prudente Aquino, viajaram até São Francisco de Salles para realizar a pesquisa de campo. Ao chegar na localidade, procuraram inicialmente o farmacêutico que atentou Antônio Villas Boas pouco tempo depois do caso ter ocorrido. Através deste, eles conseguiram conversar com o protagonista que relatou, então, os detalhes de sua fantástica experiência.

São Francisco de Sales, destacado em vermelho. Créditos: Portal Fenomenum.
De início, Antônio mostrou-se arredio, um pouco tenso e desconfiado. Em virtude disso, a entrevista inicial durou apenas 45 minutos abordando aspectos mais gerais do caso, sem abordar o aspecto de estudo genético com cópula, realizado a bordo do aparelho. No dia seguinte, a pesquisa continuou com uma visita dos pesquisadores à fazenda dos Villas Boas. Nessa etapa eles conheceram o local onde o caso ocorreu, e complementaram a entrevista com a testemunha. Os resultados desta pesquisa foram divulgados inicialmente, de forma resumida, no Boletim da SBEDV, edição 26/27 (em inglês), de junho de 1962. O boletim teve grande repercussão no exterior, gerando enorme interesse por parte da comunidade ufológica internacional. Mais tarde, o caso foi exposto novamente na revista Flying Saucer Review (F.S.R.), nos meses de janeiro/fevereiro e julho/agosto de 1965. Este artigo da F.S.R. motivou uma série de reportagens da Revista O Cruzeiro Internacional, que em três ocasiões (16/01/1965; 1/2/1965 e 16/2/1965) divulgou o caso, desta vez em espanhol. 

Em 1966, o Dr. Olavo Fontes divulgou seu relatório pessoal sobre o caso, que foi divulgado pela SBEDV e pela F.S.R. ao longo de 5 edições entre os meses de julho e dezembro de 1966 e janeiro e junho de 1967. Depois destas divulgações iniciais o caso consolidou-se como um clássico da Ufologia Mundial, sendo citados em inúmeros livros, revistas, palestras, reportagens, sites, documentos, etc.
  • A Pesquisa de Olavo Fontes.
O Caso Antônio Villas Boas chegou ao conhecimento dos ufólogos e do público em geral graças à três pessoas: o repórter João Martins, que publicou uma série de artigos sobre o mistério dos discos voadores na extinta revista O Cruzeiro. O segundo personagem decisivo na divulgação do caso foi o farmacêutico de São Francisco de Salles que atendeu Antônio Villas Boas, ainda na época em que o caso ocorreu e que o aconselhou a contatar o repórter João Martins. O terceiro é o ufólogo Olavo Fontes, médico, que foi o primeiro e principal investigador do Caso Antônio Villas Boas. 

Villas Boas seguiu o conselho do farmacêutico e escreveu à João Martins que manteve-se descrente em relação ao caso. Todavia, ele custeou a viagem de Antônio Villas Boas ao Rio de Janeiro onde ele e o ufólogo Olavo Fontes o entrevistaram exaustivamente no consultório de Fontes, na tarde de 22 de fevereiro de 1958.

Médico Olavo Fontes pioneiro
da Pesquisa ufológica Brasileira
“Durante cerca de quatro horas, ouvimos a narração de sua história e submetemo-lo a um interrogatório minucioso – procurando esclarecer certos detalhes, tentando apanha-lo em contradições, procurando chamar a sua atenção para fatos inexplicáveis em sua história, para ver se ele ficava desconcertado ou se apelava para a imaginação. Desde o início ficou evidente que ele não apresentava nenhum traço psicopático. Calmo, falando com desembaraço, sem apresentar tiques ou sinais de instabilidade emocional, todas as reações que apresentou em face das perguntas que lhe eram feitas foram perfeitamente normais. Em nenhum momento titubeou ou perdeu o controle da sua narração. Suas hesitações correspondiam exatamente ao que se podia prever de um indivíduo numa situação estranha, que não encontrava explicação para certos fatos; nessas ocasiões, mesmo sabendo que as dúvidas expressadas em certas perguntas poderiam levar à incredulidade, respondia com simplicidade: “isto eu não sei”, “isto eu não posso explicar”. Vários exemplos podem ser dados, de fatos, na sua narração, inteiramente sem explicação para ele:
  1. O reflexo de luz que iluminava o curral, mas que ele não sabia de onde vinha; 
  2. A causa que fez parar o motor do trator e se apagarem as luzes dos faróis; 
  3. A razão da existência daquele prato giratório no topo do aparelho, que rodava sem cessar; 
  4. O motivo pelo qual foi colhido o seu sangue; 
  5. A porta que se fechava e se transformava em parede; 
  6. Os estranhos sons que saíam das gargantas dos personagens de sua narração 
  7. Os sintomas (descritos mais adiante) que apresentou nos dias que se seguiram à sua aventura, etc. etc. 
Por outro lado, em uma de suas cartas ao Dr. João Martins, ele afirmava que certos detalhes não podia dar por escrito, pois tinha vergonha. Era a parte que se relacionava com a ‘mulher” e os “contatos sexuais”. Não deu nenhum espontaneamente; nenhuma descrição a respeito. Quando interrogado, mostrou-se embaraçado e envergonhado – e só com muita insistência conseguimos extrair os detalhes incluídos acima. Mostrou-se também acanhado quando confessou que a camisa que usava na ocasião estava rasgada, ao responder à minha pergunta sobre se lhe haviam lhe rasgado a roupa. Essas reações emocionais são compatíveis com o que se esperaria de uma pessoa psicologicamente normal dentro das mesmas condições de educação e meio ambiente.

Antonio Villas-Boas.
Não notamos nele nenhuma tendência para superstição ou para o misticismo. Não pensou que os tripulantes do aparelho fossem anjos, super-homens ou demônios. Julga que eram homens como nós, porém de outras terras em algum outro planeta. Afirmou pensar assim porque o tripulante que o acompanhou para fora do aparelho apontou para si mesmo, para a terra e para algum lugar no céu – gesto que só podia ter esta significação segundo ele. Além disto, o fato de os tripulantes permanecerem o tempo todo de uniforme fechado e capacete indica, na sua opinião, que o ar que eles respiram não é igual ao nosso. Tomando esta declaração como sinal de que ele considerava a mulher, única a aparecer sem capacete e uniforme, como de raça diferente da dos outros – possivelmente de origem terrestre (criada e adaptada às condições de outro planeta), fiz-lhe esta pergunta. Ele negou peremptoriamente admitir esta possibilidade, argumentando que ela era fisicamente igual aos outros quando vestia uniforme e capacete, só se diferenciando na estatura; além disto ela falava com os mesmos sons que os outros; tinha também colaborado na sua captura; em nenhum momento parecera constrangida pelos outros, estando tão à vontade como qualquer deles. Perguntei então se os capacetes não poderiam ser uma espécie de disfarce, já que a mulher respirava nosso ar. Respondeu que não achava, porque pensava que ela só conseguira suportar nossa atmosfera por causa da fumacinha que saía dos pequenos tubos embutidos na parede da pequena sala onde se dera o encontro – que tanto mal estar provocara nele. Esse fato, mais a observação de que essa fumaça não existira em nenhuma das outras salas (onde não viu nenhum tripulante tirar o capacete), fizeram-no concluir que a mesma era algum gás necessário à respiração dela – posto ali justamente para que ela pudesse aparecer sem a proteção do capacete. Como se pode ver por este exemplo, o Sr. Antônio Villas boas é muito inteligente. O seu raciocínio é de uma lógica surpreendente num homem do interior que apenas sabe ler e escrever (instrução primária). O mesmo pode ser dito a respeito de sua suspeita em relação aos possíveis efeitos afrodisíacos do líquido que lhe passaram no corpo, embora aqui esta explicação talvez tenha servido mais para satisfação do seu próprio ego (caso esteja falando a verdade) – pois a sua excitação sexual pode ter sido perfeitamente espontânea. Sua repulsa inconsciente poderia se dever ao fato de lhe ser penoso reconhecer ter sido dominado por impulsos puramente animais.

O líquido, por outro lado, podia ter sido um simples antisséptico, desinfetante ou desodorante – para limpa-lo e livra-lo de germes que poderiam ser nocivos à sua companheira.

Foi-lhe perguntado se julgava que alguns de seus atos tivessem sido executados sob o domínio ou sugestão telepática de seus captores. A resposta foi negativa. Disse estar senhor de suas ações e pensamentos durante toda a aventura. Em nenhum momento sentiu-se dominado por qualquer ideia ou influência estranha: “tudo o que conseguiram de mim foi no braço”, foi o seu comentário. Negou ter recebido qualquer ideia ou mensagem telepática de qualquer um deles: “Se eles se julgassem capazes de tais coisas, devo tê-los decepcionado bastante”, concluiu.

Ao fim do interrogatório, João Martins declarou-lhe que infelizmente não poderia publicar a sua história no “O Cruzeiro”, pois dificilmente seria levada a sério na ausência de provas mais conclusivas em apoio da mesma. Exceto se aparecesse uma história igual em outro lugar. Villas Boas ficou visivelmente abatido (ou porque queria ver seu nome no “O Cruzeiro”, ou porque viu, pela expressão de Martins, que não estava sendo acreditado). Ficou bem sem jeito, mas não protestou nem tentou discutir a questão. Disse apenas o seguinte:

“Neste caso, se não precisam de mim, voltarei amanhã mesmo para minha terra. Se quiserem ir lá um dia, para um passeio, terei muito prazer em recebe-los. Se desejarem mais alguma coisa de mim, basta escrever...”.

Para consola-lo em seu desapontamento, disse-lhe que, se fizesse questão de ver sua aventura publicada, bastava que fosse aos jornais – que certamente a publicariam, nesse momento em que o assunto voltava às manchetes por causa das fotos do disco da Ilha da Trindade (Uma fraude já comprovada). Mas, citando o exemplo do fotógrafo Baraúna, avisei-o que para muito gente ele seria apenas um louco mistificador. A sua resposta foi nos seguintes termos: “Os que me acusassem de louco ou mentiroso, eu desafiaria a que fossem à minha terra fazer uma investigação sobre minha pessoa. Eles iam ver se o pessoal de lá não me considera um homem normal e honrado. Se depois disso tudo continuasse a duvidar de mim, azar o deles...”.

Todos esses comentários feitos acima confirmam a impressão de sinceridade que o modo de narrar do Sr. Villas Boas conferia à sua história. Por outro lado, deixam claro que não se trata de um psicopata, um místico ou um visionário. Mas apesar de tudo, o próprio conteúdo de sua narração é o maior argumento contra a veracidade da mesma. Certos detalhes são fantásticos demais para serem acreditados – infelizmente para ele. Nessas condições, a melhor hipótese é de que ele seja um mentiroso extremamente hábil, um mistificador dotado de uma imaginação admirável e de uma inteligência rara – capaz de contar uma história inteiramente original, completamente diferente de tudo o que tem aparecido até agora, no gênero. Sua memória deve ser também fenomenal; por exemplo, a descrição detalhada que nos deu, do aparelho estranho, confere exatamente com um modelo esculpido em madeira, que ele enviou em novembro para João Martins. Note-se que esse aparelho é inteiramente diferente dos discos voadores descritos até agora (como se ele fizesse questão de ser, até nisto, original).

Esta coincidência entre o modelo feito meses atrás e a descrição verbal (mais um desenho) feita agora, indica ser esse homem dotado de uma excelente memória visual.

Uma experiência que também realizamos foi a de apresentar a ele várias fotografias de louras brasileiras, para ver se ele achava algumas delas semelhante nos traços ou no cabelo, à loura tripulante do aparelho. O resultado foi negativo. Apresentamos a ele, em ultimo lugar, uma foto publicada no “O Cruzeiro” (em 1954), de uma reprodução, em quadro, do “venusiano” de Adamski, pintado de acordo com as instruções do próprio. Villas Boas não reconheceu nenhuma semelhança, assinalando que o rosto de sua personagem era mais fino e de forma triangular em sua metade inferior; que os olhos eram maiores e mais rasgados, e as maças mais salientes; e que o cabelo era bem mais curto (só até o meio do pescoço) e arrumado em estilo diferente. Não reconheceu também nenhuma semelhança na roupa.
  • O Desenho do Aparelho.
Foi traçado pelo próprio Villas Boas em meu consultório, para melhor facilitar a compreensão dos detalhes sobre o mesmo, fornecidos em seu depoimento. Este desenho deve ser interpretado em função da descrição feita por Villas Boas, que é bastante minuciosa.
  • Dimensões do aparelho.
No dia seguinte (17 de outubro), Villas Boas voltou ao local onde havia aterrissado a estranha aeronave e mediu as distâncias entre as três marcas que existiam no solo, correspondentes aos pés do tripé sobre o qual pousara o aparelho. Essas dimensões são uma ideia aproximada sobre o tamanho real do mesmo.
  • A Pesquisa da SBEDV.
Antônio Villas Boas iniciou seu relato esclarecendo que o mês de outubro é habitualmente quente naquela região, motivo pelo qual ele e seu irmão haviam preferido arar o campo à noite, quando há menos poeira e a temperatura é agradável. Eram aproximadamente 23 hora do dia 14 de dezembro de 1957. Quando trabalhavam numa várzea próximo ao rio, Antônio Villas Boas chamou a atenção do irmão para um foco luminoso, sobre o campo, que mudava de posição todas as vezes que eles davam uma volta com o arado. Por fim, a luz começou a aproximar-se deles, o que causou medo ao irmão de Antônio. Resolveram então, interromper o trabalho. Separaram o arado, que deixaram no campo e voltaram para casa, no trator.

Na noite seguinte, estava Antônio Villas Boas arando sozinho, quando por volta da meia noite percebeu uma “luz feito estrela”, que se aproximava rapidamente, na direção norte. Após alguns minutos, o foco luminoso parou a uns 100 metros acima do campo. Mesmo assim, Antônio Villas Boas prosseguiu sua tarefa.

Quando finalmente decidiu abandonar o trator e voltar para casa, procurou desengatar o tratar, do arado, manobrando o fecho hidráulico, mas não o conseguiu, o mesmo acontecendo com o motor, que não funcionou. Percebeu, ao mesmo tempo, que o foco luminoso irradiava-se de uma espécie de máquina, que aterrissara a uns 15 metros de distância. Em seguida, viu saírem, da mesma, dois vultos, que correram em sua direção. Rapidamente, Antônio Villas Boas saltou para o paralama do trator e dali para o solo. Nesse momento, foi dominado, pelas costas, pelos dois indivíduos.

Conseguiu derrubar um deles, lançando-o em balão, por cima de sua cabeça. Liberto deste, mas dois tentaram domina-lo e, por fim, eram os agressores em número de cinco ou seis, que, lutando com ele, imobilizando os seus braços e pernas, arrastaram-no em direção ao veículo.

Interrogamos então Antônio Villas Boas, porque não havia prosseguido na luta, uma vez que no início da mesma havia ele oferecido tão grande resistência. Respondeu-nos então, que embora fossem eles fisicamente mais fracos e de estatura inferior à sua, ele havia se convencido de que não devia resistir por mais tempo e que o melhor seria submeter-se voluntariamente.

Subindo ele uma escada de 3 ou 4 metros de altura, os raptores atravessaram uma porta de penetraram numa sala circular de, aproximadamente 2 metros de diâmetro por 1,70 a 1,80 de altura.
No centro da sala ele percebeu um eixo que emergia do assoalho e alcançava o teto. Esse eixo era protegido por uma parede apresentando orifícios quadrangulares, à semelhança do que se vê, frequentemente, em instalações elétricas. Havia também, uma mesa, tipo tripé, de aproximadamente 80 cm de altura por 1 metro de largura, fixa ao piso. Sobre ela, Antônio Villas Boas percebeu um instrumento semelhante a um relógio (o Dr. João Martins, no Rio de Janeiro, pediu-nos que não descrevesse-os, a fim de que pudessem “testar” outras testemunhas que fizessem referência a objetos semelhantes).

Acrescenta Antônio Villas Boas que, em seguida eles retiraram amostras do seu sangue, aplicando-lhe, por duas vezes, uma espécie de seringa, de cada lado da proeminência do seu queixo. Depois, despiram-no completamente, sendo que as peças do seu vestuário foram retiradas por eles com incrível rapidez, mas sem que as rasgassem, fazendo uso, apenas dos botões. Foi então levado a outro compartimento onde havia, como único móvel, um sofá, recoberto com uma espécie de plástico.

Colocando-se nesse sofá, eles friccionaram-lhe o corpo com uma esponja embebida num líquido refrescante, operação que Antônio Villas Boas interpretou como sendo de limpeza, pois, na realidade, ele se encontrava empoeirado e suarento, em virtude de suas atividades no campo.

A sua estada na primeira sala havia sido de uns cinco minutos apenas. Mas, naquela ultima, ele permaneceu pelo espaço de uns vinte minutos. O recinto estava impregnado de um cheiro acre e nauseante, que lhe provocou vômito copioso.

Afinal, a porta (que era corrediça e devia comunicar-se com um terceiro compartimento) reabriu-se e dois homens penetraram na sala, trazendo com eles uma jovem inteiramente despida, e aparentando uma altura de 1,40 a 1,50. Os dois personagens retiraram-se logo em seguida, deixando a moça a sós com Antônio Villas Boas. Com um sorriso nos lábios, a jovem dirigiu-se a ele, de braços abertos, e puxou-o para o sofá com intenções inconfundíveis e pelo menos aparentemente demonstrando prazer.

Posteriormente, não soube Antônio Villas Boas explicar a sua excitação e cooperação, uma vez que pouco antes havia ele experimentado momentos de terror e de náuseas. Acredita ele que o líquido que haviam passado no seu corpo teria sido o responsável pela mudança.

Instado por nós a descrever o tipo físico da moça, esclareceu ele que os seus cabelos eram louros, mas pareceram-lhe pouco abundantes. Não se recordava de ter visto cílios nem sobrancelhas, ou se os havia, eram muito finos. As orelhas eram pequenas, sendo o queixo, os lábios e o nariz, de constituição física delicada. A implantação dos olhos era semelhante à dos chineses e os zigomas proeminentes lembravam o tipo eslavo. Os dentes eram pequeninos, alvos e bem formados. O seu peso ele o avaliou entre 35 a 40 kg.

As nossas perguntas a respeito dos outros pormenores deixaram-no enrubescido e mesmo contrafeito, porquanto Antônio Villas Boas pareceu-nos uma pessoa pura e ingênua, embora à época da nossa entrevista ele já tivesse casado havia um ano (casara-se no mês de julho de 1961). Em face dessa circunstancia, achamos de bom alvitre não insistir naquelas indagações, com o medo de que Antônio Villas Boas encerrasse bruscamente o seu relato, tão dificilmente conseguido por nós.

Prosseguindo, acrescentou que a jovem, sem haver dito qualquer palavra, deixou a sala, passando pela porta, a qual, para a surpresa de nosso entrevistado, abriu-se automaticamente, sem que ele pudesse perceber como isso acontecera.

Um dos homens veio ao seu encontro e, conduzindo-o através de uma porta que se abria para o exterior, desceu com ele para uma plataforma que circundava o aparelho em toda a sua extensão. Fizeram juntos o percurso da mesma, mostrando-lhe o seu acompanhante a parte externa do aparelho.

Antônio Villas Boas tinha, agora, tempo e calma para rememorar tudo o que lhe havia acontecido. As pessoas que o haviam dominado eram em número de cinco ou seis. Todas vestidas de maneira idêntica, com uma espécie de uniforme de cor branca acinzentada, colante e recoberta de escamas metálicas, como pôde convencer-se durante sua breve luta, quando feriu as mãos ao contato com as mesmas. Elas usavam um cinto largo, em cuja frente estava embutido algo, do qual se irradiava uma luz vermelha, fortíssima, além de dois outros focos de luz laterais.

Os sapatos eram, também, de cor branca e, aparentemente, rústicos e sem salto, como faziam supor as impressões, deixadas na terra fofa arada, que foram examinadas no dia seguinte (dia 16). As mãos eram protegidas por luvas grossas, brancas, e usavam um capacete grande (ou alto?), com uma viseira horizontal na parte dianteira, à altura dos olhos, os quais, entretanto, não eram visíveis (havia, aparentemente, uma camada de gaze ou de outro tecido translúcido, que vedava a visão dianteira).

Na parte posterior do capacete havia duas estruturas achatadas, através das quais penetravam (assim pareceu a Antônio Villas Boas) duas tubulações metálicas, que se originavam de uma pequena protuberância localizada nas costas dos tripulantes.

Embora os indivíduos não dirigissem nenhuma palavra a Antônio Villas Boas, eles comunicavam-se entre si numa linguagem estridente, gutural, que não lhe pareceu ser nem o idioma sírio nem o japonês, que ele estava acostumado a ouvir.

Os tripulantes eram de pequena estatura, e alcançavam-lhe os ombros. A altura de Antônio Villas Boas é de 1,69 metros, conforme a sua própria informação, o que permitiria um cálculo de 1,47 metros até os ombros, se tomássemos 22 cm como sendo a altura de sua cabeça. Os tripulantes teriam assim aproximadamente 1,47 a 1,50 de altura, sendo que a moça pareceu-lhe ser ainda mais baixa.

A máquina fazia lembrar a forma de um pássaro, com um comprimento de 15 a 20 metros, e uma altura de 2 a 3 metros. Apoiava-se num tripé de 3 a 4 metros de altura, e cujas pernas tinham cerca de 50 cm de espessura. A placa terminal das mesmas, que se apoiava no solo, era de diâmetro ainda maior. A cabine, na parte dianteira, era de forma afunilada, apresentando três esporões: um mediano, maior, que projetava uma luz esverdeada; e dois outros formando protuberâncias laterais, paralelas, menores, emitindo luzes alaranjadas. Antônio Villas Boas nada soube informar sobre as fontes de luz no interior da máquina.

Na parte superior, e em estreito contato com o corpo principal da fuselagem, havia uma cúpula de 9 a 10 metros de diâmetro por uns 4 cm de espessura, e que estava em constante movimento de rotação (no sentido dos ponteiros do relógio, quando vista de baixo), o que ocasiona deslocamentos no ar, mesmo quando a máquina ainda estava imóvel no solo. Ao levantar voo, mas tarde, esse

deslocamento atingiu a intensidade de um furação, o que, entretanto, não alterou o calor nem o cheiro reinantes, aumentando, contudo, a claridade que se difundia no exterior. Havia, ainda, na parte posterior, uma placa vertical, semelhante a um leme. De cada lado do corpo principal da máquina havia uma chapa curta, de aproximadamente meio metro de largura, em posição horizontal, quando o aparelho estava pousado no solo.

Quando levantou voo, as placas laterais sofreram uma inclinação de uns 30 graus.

Logo após o roteiro de inspeção, enquanto a máquina ainda estava pousada, o companheiro de Antônio Villas Boas, desceu juntamente com ele, até o solo, através de uma escada (que Antônio Villas Boas verificou, mais tarde, ser retrátil). Em terra firme, fez o tripulante dois orifícios no chão, com os dedos. Apontou para um dos orifícios e depois para o céu e, em seguida, apontou para o outro e para Antônio Villas Boas, que não conseguiu compreender o sentido daqueles sinais, conforme nos declarou.

Depois, na sua rápida ascensão, a máquina, ao partir, mudou a cor esverdeada, da luz frontal, para um branco ofuscante, que foi a única luz que perdurou à distância. A velocidade do voo, quando da partida da máquina, e o seu desaparecimento foram espantosos.

Posteriormente, Antônio Villas Boas verificou que a máquina (quando havia chegado) havia aterrissado a uns 40 metros do rio, o que lhe impediria a retirada, por meio do trator, para sua casa, a qual ficava a 3 km daquele local. Nessas condições, não havia possibilidade, para ele, ter escapado àquele incidente.

Quando no trajeto de volta à casa, naquela noite, sentiu-se Antônio Villas Boas ainda nauseado.

Durante três dias, sentiu o “seu fígado dolorido” e surgiram pequenas ulcerações superficiais, na face e nos braços, mas que cicatrizaram pouco depois. Os sinais da retirada do sangue de seu queixo permaneceram visíveis por 3 anos após o incidente.

No dia seguinte ao episódio, encontrou o trator em perfeitas condições de funcionamento. Na terra fofa, arada, ainda podiam ser vistos os traços que o tripé da máquina havia deixado, assim como as impressões dos sapatos dos tripulantes

Antônio Villas Boas informou ainda que, alguns meses antes do incidente, por duas vezes, à noite, a casa da fazenda foi banhada por uma claridade vinda do alto. Esse fato fora testemunhado pela sua progenitora. Três meses antes, Antônio Villas Boas e seu irmão haviam visto o pátio da casa iluminado por uma luz que vinha, também, do alto. Pessoas da vizinhança declararam haver visto, à noite, em várias ocasiões, luzes movendo-se no céu.

A uma pergunta nossa, respondeu Antônio Villas Boas que não desejava uma repetição de sua impressionante experiência, mas se, por acaso, a máquina viesse a aterrissar junto dele novamente, ele não mais procuraria fugir de seus tripulantes. Acrescentou ainda que, havia se casado algum tempo depois do incidente.

Do Boletim da SBEDV, n°26/27, constam as três perguntas seguintes:

1ª. Teria o exame de sangue de Antônio Villas Boas algo a ver com o contato que teve, a seguir, com a jovem?

2ª. Os focos luminosos, que incidiam à noite sobre a casa de Antônio Villas Boas, teriam alguma relação com a experiência posterior?

3ª. Quais teriam sido as razões de seu encontro com a jovem?
  • A) Pra ativar genes fracos de uma raça interplanetária, por meio dos genes robustos terrestres?
  • B) Para completar um “check-up” físico de um ser da Terra?
  • C) Para provar aos terrestres que algumas das raças extraterrenas possuem condições físico-anatômicas iguais às nossas?
  • D) Para estabelecer relações de parentesco interplanetário como elemento precursor de entendimentos políticos ou culturais posteriores?
  • E) Ou, apenas porque a jovem, que talvez estivesse em situação hierárquica superior, na tripulação da nave, tivera um desejo momentâneo nesse sentido?
Vídeo do Caso Antonio Villas Boas:

Créditos, Canal Área 51.



2° Parte.

3° Parte.

Fontes.

Livros:
  • BULHER, Walter e PEREIRA, Guilherme. O Livro Branco dos Discos Voadores. Petrópolis: Ed. Vozes, 1983.
  • DURRANT, Henry. Primeiras investigações sobre os humanóides extraterrestres. Tradução de Luzia D. Mendonça. São Paulo: Ed. Hemus,1980.
  • KEYHOE, Donald. A verdade sobre os discos voadores. Tradução de Lauro Blandy. São Paulo: Global Editora, 1973.
  • MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO. Contactos Alienígenas. Rio de janeiro: Time-Life Livros,1993.
  • MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO. O Fenômeno OVNI. Rio de janeiro: Time-Life Livros,1993.
  • HOPKINS, Budd. Intrusos - Um estudo sobre o rapto de pessoas por alienígenas. Tradução de Reinaldo Guarani. Rio de Janeiro, 1995.
Boletins:
  • B23 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 26-27
  • B46 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 90-93
  • B63 - Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 1975
  • B64 - PEREIRA, Jader. Tipologia dos humanóides extraterrestres. Coleção Biblioteca UFO, nº 1, Março 1991.
Artigos de Revistas:
  • SBEDV. Contatos com extraterrestres no Brasil. Revista UFO, Campo Grande, nº 6, p.20-2, nov/dez 1988.
  • LAUDA, Jaime. O Caso Villas-Boas revisado. Ufologia Nacional e Internacional, Campo Grande, nº 3, p. 13-15, julho/agosto 1985.
http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1950/villasboas1

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1950/villasboas2

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1950/villasboas3

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http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/ufovia/abducao2.htm

https://en.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Vilas_Boas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Vilas-Boas

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