sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O que dar para comprar com 51 Milhões?!

Quando dizem que o Brasil não é para amadores, o criador desta frase estava certo. Sabe a política Brasileira é um mar de Lama, a cada semana, quando você crer que isso foi absurdo, outro absurdo maior aparece. Como foi Mencionado algumas vezes aqui, House Of Cards é Desenho Infantil perto do roteiro da Política Brasileira.


Pois bem, na manhã de Terça feira, entre às 6 e 7 horas, 5 de Setembro de 2017, tivemos mais um capítulo da série Castelo de Cartas do Brasil. No episódio de Terça-Feira (Da qual nomeei o que dar para comprar com 51 Milhões?!) A ação, chamada de Tesouro Perdido, que é um desdobramento das investigações sobre fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal, a operação Cui Bono (Do latim, "A Quem Beneficia"), que é um desdobramento de outra operação, a Operação Catilinárias, da Operação Lava Jato.

Neste Tesouro Perdido, a Polícia Federal encontrou, uma grande quantidade de dinheiro em um apartamento que seria utilizado por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em Salvador. Antes de continuamos para aqueles que estão por fora, ou desconhece os principais detalhes irei resumir um pouco a vida deste cidadão.

Geddel Quadros Vieira Lima nascido em 18 de março de 1959 na cidade de Salvador, capital da Bahia, é um administrador de empresas, pecuarista, cacauicultor e político brasileiro, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Ex-deputado federal eleito cinco vezes consecutivas pelo PMDB da Bahia, foi ministro da Integração Nacional do governo Lula, vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, no governo Dilma e ministro de Governo no Palácio do Planalto sob a gestão Michel Temer, tendo sido demitido aos seis meses no governo, após virem a público denúncias de corrupção feitas por outro ex-ministro da Cultura de Temer, Marcelo Calero. Ele foi acusado de tê pressionado Marcelo para liberar uma obra na Ladeira da Barra, área nobre de Salvador.

Foi preso preventivamente no dia 3 de julho de 2017, pela Polícia Federal na Bahia, na Operação Greenfield. A prisão ocorreu em caráter preventivo a partir das delações do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista (Aquele da delação) e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, por supostamente agir para atrapalhar as investigações. De acordo com nota do Ministério Público Federal, o objetivo de Geddel seria evitar que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e o próprio Lúcio Funaro firmem acordo de colaboração com o MPF. Para isso, o ex-ministro teria atuado para assegurar que ambos recebessem vantagens indevidas, além de "monitorar" o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.

Em 12 julho de 2017, foi solto pela segunda instância da Justiça Federal em Brasília para cumprir pena em prisão domiciliar. A decisão foi proferida pelo desembargador Ney Bello, motivada por um pedido de liberdade feito pela defesa de Geddel. No pedido à Justiça, o Ministério Público Federal afirmou que Geddel é "um criminoso em série" e que faz dos crimes financeiros e contra a administração pública "sua própria carreira profissional". O ex-ministro cumpria prisão domiciliar na Bahia.

Em 8 de setembro de 2017, voltou a ser preso preventivamente pela PF. O pedido foi feito pela instituição após o cumprimento de mandado de busca e apreensão no "bunker" onde foram encontrados mais de 51 milhões de reais em espécie (Dinheiro Vivo). O pedido de prisão preventiva foi endossado pelo Ministério Público Federal, e atacado pelo juiz federal juiz Vallisney de Souza Oliveira.

O Bunker do Geddel.

Lembram das histórias de guarda dinheiro debaixo do colchão ou no bolso de uma blusa que raramente usa? Esse foi longe demais.
As caixas e malas de dinheiro encontradas pela PF na terça estavam em um imóvel que fica na Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça, área nobre da capital baiana. O apartamento teria sido emprestado ao ex-ministro para que guardasse os pertences do seu pai, já falecido. Durante as investigações sobre Geddel, surgiu a suspeita de que ele estava usando o local para esconder provas de atos ilícitos e dinheiro em espécie.

A busca e apreensão no apartamento foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília. No mandado judicial, datado de 30 de agosto, consta que "há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal".

Bunker do Geddel

Os valores apreendidos foram transportados a um banco, em razão da grande quantidade de dinheiro, mesmo sendo contabilizado em máquinas, a PF levou 14 horas para conta-lo. Ao fim da contagem o montante totalizou mais de 51 milhões de reais, das quais, 46,2 Milhões em Reais é a outra parte, 2,7 Milhões em dólares (8,7 Milhões de Reais), das quais foram depositados em uma conta Judicial. Até agora esse foi a maior apreensão de dinheiro vivo da história do país.

O que você faria com 51 Milhões de Reais?!

Os R$ 51 milhões apreendidos pela Polícia Federal dariam para custear várias ações do Governo Federal: um ano do programa de inclusão digital Cidades Digitais ou dois anos de funcionamento da Fundação Palmares, de promoção da cultura afro-brasileira.

Sete máquinas de contagem de cédulas e 14 horas de trabalho foram necessárias para que a Polícia Federal pudesse contabilizar o valor em dinheiro vivo. O apartamento pertence a um empresário baiano do ramo da construção civil. Ele disse um dia depois da Operação Tesouro Perdido à Polícia Federal ter emprestado o local a Geddel. O objetivo seria que o ex-ministro pudesse guardar ali objetos que perteceram a seu falecido pai, o também deputado Afrísio Vieira Lima (1929-2016).

Trata-se da maior apreensão de dinheiro vivo já feita pela Polícia Federal. A cifra é tão expressiva que entra na ordem de grandeza de algumas rubricas do Orçamento da União - o valor se equipara, por exemplo, à despesa de alguns órgãos de menor porte. É também quase duas vezes o orçamento de 2017 da Fundação Cultural Palmares (R$ 26 milhões).

O valor apreendido é maior até mesmo que o de certas rubricas da Polícia Federal: supera o dinheiro destinado em 2017 a pagar os planos de saúde e odontológicos dos servidores da PF (R$ 49,50 milhões). É mais também do que o quanto a corporação pretende gastar neste ano com o auxílio pago aos agentes que trabalham em áreas de fronteira: R$ 42,69 milhões.

Créditos: G1.

A soma atribuída a Geddel foi encontrada graças a uma informação privilegiada recebida por policiais federais em Brasília. A "dica" dizia que documentos relacionados a Geddel estavam guardados no apartamento.

Por isso, ainda "não" é possível dizer qual a origem do dinheiro (se lícita ou ilegal) ou se ele pertence realmente ao ex-ministro. Ele nega irregularidades. A ordem para a busca partiu do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de 1ª Instância em Brasília.

O valor também faria diferença na área de Ciência e Tecnologia (Da qual recebeu cortes). Com os R$ 51 milhões seria possível manter durante mais de três anos o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP). Em 2017, a unidade dispõe de R$ 14,8 milhões no Orçamento.

A cifra encontrada no apartamento da rua Barão de Loreto também é muito próxima do valor previsto no Orçamento para o programa Cidades Digitais (R$ 52,4 milhões) em 2017. O programa tem por objetivo levar o acesso à internet a localidades remotas do país. Órgãos públicos como escolas e postos de saúde ganham acesso à rede graças ao programa.


O valor também é muito maior que os mencionados ao longo dos últimos meses de apurações na Lava Jato.

É mais de 102 vezes o valor (R$ 500 mil) que o ex-assessor da Presidência Rodrigo da Rocha Loures foi filmado recebendo em uma mala em São Paulo. O valor tinha sido entregue a Loures por Ricardo Saud, ex-diretor da JBS e hoje delator. Mais tarde, Loures entregou parte do valor em espécie (R$ 465 mil) à PF.

Os maços de notas encontrados no apartamento em Salvador também representam 63 vezes o valor que a publicitária Mônica Moura diz que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), transportou em um jatinho. O dinheiro seria destinado à campanha de 2012 de outro político petista, o ex-ministro Patrus Ananias.


Ambos negam irregularidades - Ananias diz que as doações para a campanha "foram recebidas das instâncias partidárias e que todas as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral" e Pimentel diz que os delatores "tentam se ver livres de suas responsabilidades por meio de mentiras desprovidas de qualquer elemento de prova".

Ou seja muita coisa poderia ser feita com esse Dinheiro é seu lhe dissesse que com esse dinheiro poderia comprar uma olimpíada?

Uma Olimpíada?

Enquanto uma parte do episódio ocorria na Bahia, outra parte ocorria no Rio de Janeiro. Nesta parte da qual e da mesma operação, que investigam a mesma casta, mas em ramos diferentes. a Operação Unfair Play, ocorria. Feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF), visam a prisão de suspeitos de compra de votos para a escolha da capital fluminense pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como sede das Olimpíadas 2016, além do pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Por volta das 6h, os agentes chegaram à casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, para cumprir mandados de busca. Estão sendo realizadas buscas também na sede do COB. Nuzman foi intimado a depor nesta terça na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Ele precisou entregar o passaporte e também teve seus bens bloqueados.

Em Miami, Arthur Cesar de Menezes, conhecido como Rei Arthur (ex-dono da fornecedora do Estado chamada Facility), é procurado por autoridades americanas. Ele não foi encontrado em sua residência e a Polícia Federal pediu à Interpol para coloca-lo na lista de procurados internacionais. Há um mandado de prisão preventiva contra ele emitido pela Justiça Brasileira. Apesar disso, Arthur não pode ser preso neste momento pelas autoridades americanas. O processo de cooperação internacional firmado com a França, a Antigua e Barbuda e o Reino Unido não evoluiu com os Estados Unidos. Já Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia dele na empresa, foi presa no Rio de Janeiro e já foi encaminhada para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio.

A Operação Unfair Play teve início na França durante investigações do Ministério Público Federal local. Os franceses investigavam os escândalos de doping russo envolvendo Federação de Atletismo Internacional (IAAF), quando se depararam com indícios de corrupção na escolha da sede do Rio para as Olimpíadas de 2016. Em março deste ano, uma reportagem do jornal francês “Le Monde” revelou uma investigação da polícia francesa que mostrava indícios de pagamentos de Arthur Soares para dois membros do COI - Lamine Diack e Franck Fredericks - antes da eleição que escolheu o Rio como sede dos Jogos de 2016. O valor seria de US$ 2 milhões (8 Milhões de reais na cotação atual) pagos pelo empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho. Na votação do COI, o Rio venceu Madri por 66 votos a 32.

As investigações encontraram indícios de que Carlos Arthur Nuzman teve participação direta nos atos de compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e que teria sido o responsável por interligar corruptos e corruptores. Procurado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se pronunciou sobre a operação desta terça-feira via assessoria de imprensa:

- O COI soube sobre a operação pela mídia e está fazendo todos os esforços para obter mais informação. É no mais alto interesse do COI obter esclarecimentos sobre este assunto.

Sergio Mazzillo, advogado de Carlos Arthur Nuzman, se pronunciou na saída da casa do presidente do COB, no Rio de Janeiro.

- Não existem fortes indícios de nada. Ele afirma que não atuou de maneira nenhuma irregular e que nada de errado foi feito durante a campanha (de candidatura do Rio de Janeiro para ser eleito sede das Olimpíadas de 2016) - disse.

Por volta das 10h15 da manhã, Eliane Pereira Cavalcante chegou à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Ela foi encontrada em um prédio luxuoso em Laranjeiras, também na Zona Sul do Rio. A empresa Facility possuía contratos milionários com o governo do estado na gestão de Sérgio Cabral, através do fornecimento de pessoal e de serviços.

Os procuradores descobriram que o grupo, para ter mais contratos com o governo do estado, pagava propina a Sergio Cabral a partir de uma conta na Antígua e Barbuda. O dinheiro depositado nesta conta foi usado também para pagar a compra de votos para que o Rio fosse sede da olimpíada do ano passado.

O Ministério Público das Finanças francês já vinha fazendo essa investigação da compra de votos e, por um acordo de cooperação, está trabalhando com o Ministério Público Federal do Brasil. O Ministério Público Federal apresentou um mapa das investigações da operação:

O dinheiro do esquema vinha do empresário Arthur Soares, que chegou a ter contratos que somavam milhões de reais com o governo do estado. O empresário abastecia uma conta no Caribe, que era gerenciada por um operador financeiro do grupo de Sérgio Cabral.

Na decisão do juiz Marcelo Bretas, o documento destaca também a participação de membros da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e também do Comitê Olímpico Internacional (COI). Segundo a decisão, os crimes apurados, caso sejam confimadas, tem o "potencial de transmitir mundialmente a mensagem de que o povo brasileiro é incapaz de alcançar conquistas legítimas".

Uma parte do documento do Ministério Público Federal cita o depoimento de Eric Maleson, ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, quem testemunhou na Justiça francesa sobre o esquema. O testemunho dele indica ter havido ajustes e efetivo pagamento a membros africanos do COI para escolha do Rio de Janeiro como sede para os Jogos de 2016.

[…] durante o mês de julho de 2009, uma delegação brasileira, nomeadamente composta por Carlos NUZMAN e Ruy Cesar Miranda Reis (Miranda REIS), ajudante dos esportes na Prefeitura do Rio de Janeiro, se tinha deslocado a ABUJA (Nigéria) para apresentar a candidatura do Rio de Janeiro aos países africanos. Alguns meses mais tarde, quando se encontrava no Rio de Janeiro na companhia de Miguel PEREZ, secretário-geral da federação brasileira dos esportes de gelo, se tinha encontrado com Ruy Cesar Miranda REIS que lhe tinha indicado que o encontro se tinha passado bem e lhe tinha feito compreender que o dinheiro tinha sido pago. […]

Sim ao que tudo Indica, o Brasil não ganhou de forma limpa e justa. Pagou para ganhar. Com o Dinheiro encontrado no Apartamento-Bunker e essa denuncia eu me pergunto para quem e de outro país, quais delas e mais impactante?

(Vou dizer uma coisa, com tantas denúncias o Brasileiro já se habituou com tais noticias, quando algo assim aparece na mídia ninguém mais se choca, apenas pergunta, quantos milhões foram desta vez?!)

É falando em suborno, lembrei do falecido Robin Willians, quando fez o que foi considerado uma piada infeliz naquela ocasião. Ele mencionou que os Brasileiros (Possivelmente membros do Comitê) haviam subornado com 50 Strippers é meio quilo de Cocaína. Na época pegou mal. Ele pode ter exagerado na piada, mas foi certeiro no que foi dito de suborno. (Possivelmente alguém vai garimpar isso é usar como meme ou uma visão profética que Robin Willians recebeu, esperemos)

Fontes

https://pt.wikipedia.org/wiki/Geddel_Vieira_Lima

https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Tesouro_Perdido

http://g1.globo.com/politica/noticia/policia-federal-encontra-dinheiro-em-apartamento-supostamente-utilizado-por-geddel.ghtml

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41182480

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/09/1916801-pf-cumpre-mandado-na-casa-de-ex-ministro-geddel-vieira-lima.shtml

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/09/1916054-dinheiro-atribuido-a-geddel-em-bunker-ja-passa-de-r-225-milhoes.shtml

http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/a-vergonha-chega-a-olimpiada-do-rio-lava-jato-acusa-nuzman-de-intermediar-compra-de-votos-05092017/

https://www.gazetaesportiva.com/mais-esportes/atletas-brasileiros-repercutem-caso-de-compra-de-votos-do-rio-2016/

http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/09/05/interna_politica,897853/lava-jato-investiga-compra-de-voto-escolha-do-rio-como-sede-olimpica.shtml

http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/lava-jato-apura-suspeita-de-compra-de-voto-para-escolha-do-rio-como-sede-jogos-de-2016.ghtml

http://esportes.estadao.com.br/blogs/bate-pronto/robin-williams-diz-que-rio-ganhou-os-jog/

https://blogdopedlowski.com/2017/08/02/ciencia-brasileira-sob-grave-perigo-cnpq-esta-a-beira-da-falencia/

http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/a-ciencia-brasileira-esta-falida-e-dai/

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