quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Nobuhiro Watsuki, é Preso, E a Discussão em Torno Disto.

Quem diria, por essa nem mesmo o fandom relacionado a cultura Otaku esperavam. Desde o começo de Outubro a Mídia diariamente metralhava noticias relacionados aos escândalos de Hollywood. Não era uma notícia que estava esperando comentar aqui no Blog, mais graças a ela (Infelizmente) Pesquisei um pouco mais a fundo o entrelaçamento do Entretenimento Japonês com a Pornografia Infantil.

No Dia 21 de Novembro, Nobuhiro Watsuki, criador do mangá e anime "Rurouni Kenshin", conhecido no Brasil como "Samurai X", foi preso no Japão acusado de posse de pornografia infantil. As informações são do jornal "Yomiuri Shimbun" e do site Yahoo Japan. Tal notícia caiu como uma bomba tanto para os fans da Obra, quanto para aqueles que consomem de tal cultura.

É como sabemos bem tal cultura e vista com outros olhos por aqueles que não a consomem, como foi retratada na Globo, a um tempo atrás.
Nobuhiro Watsuki e um dos mais conhecidos Mangakás, principalmente aqui no Brasil,  lançou sua obra mais famosa até então, Rurouni Kenshin na revista Shonen Jump, da Shueisha (Que não é necessário dizer as grandes obras que a mesma publicou), em 1994. A obra já foi adaptada em um anime para televisão de 95 episódios, um anime filme, três animes vídeos originais, três filmes live actions e um musical. No Brasil, Rurouni Kenshin foi um dos primeiros mangás publicados pela JBC em 2001, na época com o título de Samurai X, influenciado pela exibição do anime na TV – e no formato meio-tanko (Bastante comum na época que caiu em desuso nos dias de hoje), sendo concluído com 56 volumes. 

Em 2012 ele foi relançado, e desta vez com o título original e no formato tanko, com 28 volumes ao todo. A editora também lançou a enciclopédia da série, o especial “A Sakabatou de Yahiko” e a versão Tokuhitsuban.

Atualmente, o mangá estava ganhando uma continuação focada no aguardado arco de Hokkaido, ao lado de sua esposa Kaoru Kurosaki. A Shueisha já se posicionou e disse que o mangá entrará em hiato por tempo indeterminado. Sim se a maior editora Japonesa emitiu essa nota, significa que não foi uma contravenção menor, insignificante (Estou tentando imaginar qual seria ela, já que o Japão e mundialmente conhecido por ser um dos Países com uma Baixa Criminalidade) que Nobuhiro cometeu.

De acordo com as reportagens, autoridades japonesas encontraram DVDs com vídeos de meninas nuas, de menos de 15 anos, no escritório e na casa do artista em Tóquio. As investigações apontam que Watsuki comprava conteúdo do tipo e assediava estudantes do ensino fundamental e médio.

Em seu depoimento, Watsuki alegadamente disse que “gostava de meninas da escola primária até em torno do segundo ano do ensino médio”. Sim com base confessional em seus depoimento, infelizmente Watsuki é um Pedófilo!

Segundo o Yahoo Japan, as autoridades pesquisaram a casa de Watsuki como parte de uma investigação diferente, que o vinculou à compra de DVDs com pornografia infantil. A acusação contra a Watsuki alega que ele possuiu vídeos pornográficos desde de julho de 2015 – justamente o período em que o autor esteve no Brasil a convite da Fundação Japão. A posse de pornografia infantil implica prisão por até um ano e uma multa de até ¥1.000.000 de ienes (cerca de R$ 30.000), se for considerado culpado.

Esse caso do Watsuki reacendeu um debates que estão em voga desde o caso de Kevin Spacey, o quanto a vida particular de alguém influencia em sua obra. Nobuhiro Watsuki não é qualquer Mangaká, a notícia que o mesmo está envolvido com um crime tão sórdido, chocou todos seus admiradores e fans. A atitude dele é condenável e nada muda isso.

Quando uma notícia assim sai na Impressa, seria como uma faca de duas pontas, da qual alguns (Infelizmente) associam o Criador a Criatura. Se Watsuki  cometeu algum crime, que pague por isso, mas não tem nada a ver com a obra do mesmo. O cuidado que temos agora, principalmente para a comunidade Otaku é separar. Mais creio que para alguém de fora da comunidade tal notícia apenas vai reforça o preconceito já existente. Afinal quem não se recorda do Bordado Humano e como a Mídia (Record) o explorou.

E esse caso que ocorreu com Watsuki nos lembrar de outro Mangaká, da qual pertence a mesma Editora, Mitsutoshi Shimabukuro que em 2002, então com 27 anos, foi preso por delito de violação das leis de prostituição infantil/juvenil. Entre outras infrações, incluindo o pagamento de ¥80,000 de ienes a uma menor de 16 anos para fazer sexo. Como resultado, Shimabukuro foi condenado a dois anos de prisão. A pena foi suspensa, porém a editora Shueisha decidiu cancelar seu mangá, Seikimatsu Leader Den Takeshi!

Em 18 de Junho de 2014, depois de uma considerável pressão internacional, a Câmara Alta do Parlamento japonês aprovou uma lei, que proíbe a posse de pornografia infantil. A produção e a distribuição já haviam sido proibidas anteriormente. Ou seja Watsuki, desde 2015 sabia muito bem os riscos que corriam. Porém, a legislação não proibia a pornografia infantil representadas nos Mangás e Animes. Ou seja ela proíbe a Pornografia Infantil em Live-Action, mais ameniza para o 2D.

Imagens assim são bastante comuns, seja para promover algum Jogo ou Anime da Estação (Como o caso de Valkirie Drive Mermaid) Apresentadas em forma de um Mural (Toru Yamanaka/AFP. Tokio, Japão)
Tal lei que tinha sido proposta por 10 anos estabelecia que a posse de imagens explícitas de crianças é um delito, punível com até um ano de prisão e multa de até US$ 10 mil. Isso pode ser considerado “um avanço em direção aos padrões internacionais”, disse na época à CNN Shihoko Fujiwara, da Lighthouse, uma organização sem fins lucrativos que ajuda crianças exploradas. Agora, pessoas em posse de pornografia infantil têm um ano para se livrar dela ou podem ser processadas.

A aprovação da lei foi uma tarefa complexa para o Parlamento japonês devido, em boa parte, a questões jurídicas conflitantes e interesses econômicos pesando nas discussões. Do ponto de vista jurídico, a principal discussão foi sobre o que pesava mais na balança: a proteção às crianças ou a liberdade de expressão das editoras.

Mas a presunção geral é a de que o maior peso foi, realmente, o fator econômico: a produção e distribuição de Animes e Mangás é uma indústria multibilionária, com negócios em todo o mundo. Segundo o Publishing Science Institute, em 2013, a indústria de Mangás foi avaliada em US$ 3,6 bilhões, em vendas de revistas e livros. E a indústria de Animes foi avaliada em US$ 2,3 bilhões (Ou seja US$ 5,8 Bilhões de Dólares apenas com o entretenimento), de acordo com o Media Development Research Institute.

A lei exclui a pornografia infantil tanto em Animes quanto em Mangás, porque a proibição se refere apenas a crianças reais. Isso deu margem, por exemplo, para Ken Akamatsu, da Associação dos Caricaturistas do Japão, justificar a exclusão dos desenhos: “Os personagens são imaginários. E como esse tipo de pornografia infantil não envolve crianças reais, ninguém é prejudicado”, disse. “Não é aceitável ver crianças de verdade sofrendo e chorando. Porém nos Mangás quanto nos Animes não envolvem crianças reais, de forma que não existem vítimas reais”, declarou.

Shihoko Fujiwara, da Lighthouse rebateu essa afirmações dizendo que “Predadores sexuais de menores usam os mangás para convencer meninas e meninos de que é normal crianças fazerem sexo com homens mais velhos”. Além disso, essas publicações reforçam a noção de que o abuso sexual de crianças é uma coisa normal, que faz parte da cultura do país.

Em 26 de Outubro de 2015, Maud de Boer-Buquicchio relatora especial da ONU para o tráfico de menores e a prostituição e pornografia infantis, pediu que sejam proibidos mangás e ilustrações de carácter sexual envolvendo menores no Japão, afirmara que ainda que sejam virtuais, “esses conteúdos pedófilo-pornográficos extremos deveriam ser proibidos”.

A pornografia infantil em Mangás representa apenas uma pequena parcela destas publicações (Lolicon/Shotacon/Toddlercon) e, nesse caso, mais do que isso, o sexo explícito, um costume que, segundo os países que pressionam o Japão, está impregnado na cultura do país. O Departamento de Estado dos EUA, por exemplo, rotulou o Japão, em um relatório de 2013 sobre práticas de direitos humanos, como “um centro internacional de produção e tráfico de pornografia infantil”.

Atualmente, esses conteúdos não são regulamentados pela lei como pedofilia. A representante da ONU elogiou as recentes medidas legislativas que, além da distribuição, agora também penalizam a posse de fotos e vídeos de menores, mas lamentou que as autoridades japonesas não tenham chegado a proibir, na legislação vigente desde o ano passado, os desenhos animados com imagens obscenas envolvendo crianças.

A maioria dos desenhistas de Mangá e criadores de Animes é oposta à ideia de proibir os quadrinhos e animações que exibem algum tipo de sexualização infantil, com o pretexto de que é difícil definir exatamente o que é ou não pedofilia e pornografia.

Maud também considerou que na lei japonesa persistem “numerosas lacunas” que permitem atividades comerciais, como a venda de DVDs, álbum de fotos na internet e lojas especializadas em fotos de meninas menores de 12 anos de biquíni ou o aluguel de estudantes para fazer companhia para homens adultos durante algumas horas. A prostituição infantil foi reduzida, mas o material pedófilo e pornográfico aumentou, principalmente online, indicou a representante. “Tudo isso supõe, evidentemente, atividades lucrativas. O preocupante é que essa tendência parece ser socialmente aceita e tolerada”, destacou.

Na verdade, a própria Polícia do Japão se preocupa com o crescimento da exploração sexual de crianças e adolescentes. Dados da Agência Nacional da Polícia japonesa indicam que o abuso sexual infantil cresceu 20% de 2011 para 2012. As investigações de pornografia infantil, por sua vez, cresceram 9,7% no mesmo período. Foram registrados 1.596 casos, envolvendo 1.264 vítimas, todas crianças, segundo a CNN.

Em 2014 (Ano que foi aprovado a lei) foram registrados no Japão 1.828 casos de pornografia infantil, afetando um total de 746 crianças, segundo as autoridades.

O Caso que ocorreu com Nobuhiro Watsuki apenas nos faz pensar em como é a situação da qual a Pornografia Infantil e a Industria dos Animes/Mangás estão entrelaçadas. É não é apenas no Japão, este é um problema mundial O Brasil não fica atrás quando o caso é a exploração e consumo de Pornografia Infantil, afinal pesquisem a palavra Novinha no Google e sobreviva aos comentários mais decompostos da internet.

Um novo filme live-action de Rurouni Kenshin também estava em andamento, mas ainda não sabemos a decisão da Warner – a produtora – com o material. Sabemos que a Netflix cancelou House Of Cards devido as denúncias que Kevin Spacey recebeu (Até mesmo de quem trabalhou no seriado) nos primeiros dias. Veremos o que vai ser depois deste Caso qual será o futuro do novo Filme.

Fontes

Video do Canal LBTV Sobre o Caso.


https://www.chuvadenanquim.com.br/2017/11/nobuhiro-watsuki-autor-de-samurai-x-e-pego-com-posse-de-pornografia-infantil/

https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/nobuhiro-watsuki-criador-do-manga-samurai-x-e-acusado-de-posse-de-pornografia-infantil.ghtml

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobuhiro_Watsuki

http://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/japao-aprova-lei-contra-pornografia-infantil-mas-nao-restringe-quadrinhos#.Whc-8NKnHcc

http://veja.abril.com.br/mundo/onu-pede-proibicao-de-mangas-com-teor-pedofilo-no-japao/

http://dic.nicovideo.jp/a/%E5%92%8C%E6%9C%88%E4%BC%B8%E5%AE%8F

http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/e-certo-o-erotismo-excessivo-das.html

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