quinta-feira, 30 de março de 2017

Ufologia, a Pseudociência que tentar ser Ciência (Ou um Ramo da Ciência que se tornou Pseudociência).

 “O principal problema da ufologia hoje é a maioria dos próprios ufólogos. Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é sinônimo de nave extraterrestre” 


Rogério Chola, ombudsman da revista ufo.


Ufologia (português brasileiro) ou Ovnilogia (português europeu) é o estudo de relatos, registros visuais, evidências físicas e demais fenômenos relacionados aos objetos voadores não identificados (OVNI). O termo "ufologia" deriva da sigla em inglês UFO (acrônimo de: Unidentified Flying Object) e da palavra λογία (lo-gía), que no grego antigo quer dizer estudo, razão. Devido às dificuldades de obtenção de dados confiáveis e de fácil acesso para pesquisadores, não constitui um campo de pesquisa científica reconhecido, constituindo-se num ramo de investigação especulativo e que não faz uso do método científico. A ufologia tem sido caracterizada como uma pseudociência, o que muitos ufologistas rejeitam.

No começo da Ufologia lá pelos anos 40 e 50, descrições de
seres verdes vindos de Marte eram comuns, como demonstrado
em um dos inúmeros episódios do desenho do Pica-Pau.
Os primeiros relatos de estranhos objetos pairando entre as nuvens remontam à Antiguidade. Já houve a época das carroças e dos navios voadores. Mais tarde a moda foram os “homenzinhos verdes” – marcianos ou venusianos. As naves possuíam hélices e asas. No início do século, em Paris, um concurso chegou a oferecer 100 000 francos para quem provasse que mantinha contato com seres extraterrestres. Marcianos não valiam. Eram considerados fáceis demais. Naquela época, ninguém saía por aí dizendo que viu um ET marrom, roxo ou amarelo. Ou eram verdes, ou não eram ETs. Hoje, tudo mudou. Ufólogos aceitam ETs de todas as cores, procedentes de qualquer parte do Universo, menos de Marte ou Vênus, onde o máximo de vida que ainda pode se esperar são microscópicas bactérias. Já imaginou o que seriam dos ETs se eles não seguissem a moda terrestre e continuassem a aparecer, todos de verde, viajando em caravelas celestiais? Felizmente, eles se mantiveram em dia com as novidades da nossa ciência e tecnologia. Caso contrário, o público provavelmente deixaria de acreditar em discos voadores.

O Velho Testamento registra uma cena espetacular, que hoje alguns ufólogos interpretam como um típico caso de aparição de um Ovni (objeto voador não-identificado). O profeta Ezequiel descreve uma carroça com rodas de fogo que desceu dos céus até ele. Esta visão foi amplamente difundida pelo escritor Erich von Däniken em seu livro Eram os Deuses Astronautas? como uma prova irrefutável de que a Terra tem sido visitada por alienígenas desde tempos remotos. À luz do conhecimento científico atual, é fácil deduzir que Ezequiel teve uma ilusão de ótica causada pelo reflexo da luz do sol em cristais de água na atmosfera.

Na Idade Média, quando se incendiavam pessoas por qualquer motivo, várias mulheres foram mortas por terem visões estranhas. É claro que, na época da Inquisição, ninguém dizia ter contatos com seres extra-terrestres. Acreditava-se em duendes, fadas e demônios. Os ETs ainda não tinham sido inventados. Naves espaciais tripuladas por alienígenas só despontaram no imaginário coletivo no fim do século passado. Foi naquela época que surgiram, nos Estados Unidos, os relatos sobre estranhos objetos voadores, em geral dotados de asas e hélices. Claro, na época ainda não havia aviões. Existia, isto sim, um crescente interesse pelo tema das “máquinas voadoras”. Era uma época de avanços prodigiosos na tecnologia dos balões e dos dirigíveis, como o famoso Zepelin. A invenção de um aparelho voador mais pesado do que o ar já era tida como iminente. Em outras palavras, a expectativa de ver aeronaves nos céus americanos favorecia que as pessoas realmente as “vissem”.

A era moderna dos Ovnis se inaugurou no dia 24 de junho de 1947, quando o empresário Kenneth Arnold, pilotando seu avião particular sobre as montanhas do Estado de Washington, avistou o que descreveu como nove objetos em formato de pires, voando em formação militar. Das duas uma: ou Arnold deu de cara com uma esquadrilha da Força Aérea ou teve uma miragem. O fato é que, a partir desse relato, o fenômeno dos discos voadores alçou vôo. Mais uma vez a realidade seguiu os passos da imaginação. Revistas populares de ficção científica, como a famosa Amazing Stories, vinham publicando, havia alguns anos, histórias sobre visitantes extraterrestres. As capas estampavam curiosas naves em formato circular. Desde então, não se passa um dia sem que alguém, em algum lugar do mundo, conte um caso de discos voadores. Quando esses depoimentos são adequadamente investigados, as “espaçonaves” quase sempre se revelam balões meteorológicos, aviões, meteoros, pára-quedas, nuvens ou alucinações. Tudo, menos ETs. Quanto às fotografias de “Ovnis”, elas geralmente se explicam por efeitos luminosos, ilusão de ótica ou fraude deliberada.

Em novembro de 1977, o primeiro-ministro de Granada, Eric Matthew Gairy, sugeriu a criação de uma agência na Organização das Nações Unidas (ONU) para coordenar os estudos mundiais sobre o fenômeno óvni. A proposta foi adiante e, um ano depois, foi constituído um grupo de trabalho, formado, entre outros, pelos astrofísicos Josef Allen Hynek e Jacques Vallée, pelo engenheiro Claude Poher e pelo astronauta Leroy Gordon Cooper Jr. Pela primeira vez na curta história da ufologia, objetos voadores não-identificados seriam estudados com o aval de uma instituição digna de crédito no mundo todo. Mas os Estados Unidos não gostaram muito da ideia e avisaram que não financiariam qualquer investigação oficial sobre óvnis. Sem o apoio e a grana da maior economia do planeta, a ideia foi engavetada. E ficou uma pergunta no ar: se a ONU tomasse a frente desses estudos, a ufologia seria levada mais a sério?

O Fenômeno OVNI.

Quando observamos algo no céu do qual não conseguimos identificar, passamos a nomear tal objeto como OVNI, porque simplesmente não conseguimos utilizar a nossa experiência para identificar o objeto. O erro acontece quando, ao invés de admitirmos o fato de que não sabemos do que se trata, damos uma explicação absurda para o objeto. É comum encontrar a seguinte alegação:

Kiko observando um Disco Voador.
“Eu vi um OVNI… era impossível que aquele objeto tenha sido controlado por alguma inteligência humana, só podem ser seres extraterrestres.”

O erro não começa quando a pessoa admite que são objetos desconhecidos, mas quando alguém insiste em dar uma explicação baseada em sua crença pessoal. Admitir que algo não tem explicação não é o mesmo que afirmar algo absurdo ou extraordinário.

Ainda, a frase acima recorre a uma anedota (relato de que algo supostamente aconteceu mas não há meio algum de analisar sua veracidade) e ao argumentum ad ignorantiam (argumento da ignorância), no qual o argumentador (um ufólogo, por exemplo) afirma que, por não ter uma explicação plausível para um OVNI, ele automaticamente é de origem extraterrestre. Perceberam a contradição? Se o objeto voador não é identificado, então, não podemos atribuir um significado secundário sem a conclusão da primeira premissa, caso contrário é falácia, e sua alegação não é válida!

Não há qualquer evidência amplamente aceita que corrobore a existência de vida extraterrestre; no entanto, várias reivindicações controversas já foram feitas. A crença de que alguns objetos voadores não identificados (OVNIs) podem ter origem extraterrestre e alegações de abdução alienígena são rejeitadas pela maior parte da comunidade científica. A utilização de alguns métodos e técnicas de análises em imagens (não é a mesma coisa que utilizar metodologia científica) ainda é necessária para analisar a grande maioria dos relatos de OVNIs que podem ser explicados podem ser pipas, satélites, balões meteorológicos, balões de ar quente, bexigas de gás, sacos plásticos, fenômenos naturais, planetas, estrelas, insetos e sujeiras na lente da câmera e até mesmo efeitos de reflexão da lente da câmera em relação ao flash e ao ambiente (lens flare, por exemplo), ou são apenas hoaxes. Eles podem até ser extraterrestres, mas ainda não temos uma evidência capaz de sustentar essa afirmação.

Após o Caso Roswell, ocorrido em 1947 na localidade de Roswell, no Novo México, Estados Unidos, várias teorias conspiratórias sobre a presença de seres extraterrestres no planeta Terra se tornaram um fenômeno cultural generalizado no país durante a década de 1940 e no início da era espacial na década de 1950, o que foi acompanhado por uma onda de relatos de avistamentos de OVNIs. A sigla "OVNI" foi criada em 1952, no contexto da enorme popularidade do conceito de "discos voadores", logo após o avistamento de um OVNI pelo piloto Kenneth Arnold em 1947, em Washington. Os documentos Majestic 12, publicados em 1982, sugerem que houve um interesse genuíno em teorias da conspiração envolvendo OVNIs dentro do governo dos Estados Unidos durante os anos 1940.

No Brasil, casos envolvendo OVNIs ou supostas aparições de seres extraterrestres também tornaram-se mais frequentes depois de Roswell. Um dos casos mais famosos foi o da "Operação Prato", o nome dado a uma operação realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) em 1977 e 1978, através do Comando Aéreo Regional em Belém, para verificar a ocorrência de fenômenos desconhecidos que envolviam luzes que supostamente tinham um comportamento hostil e que eram relatadas pela população do município de Colares, no norte do estado do Pará. Outro caso bastante conhecido no país é o do Incidente de Varginha, em 1996, quando moradores do município de Varginha, Minas Gerais, alegaram terem visto os corpos de três seres alienígenas. Três jovens da cidade ainda mantêm a versão de que teriam visto um dos seres ainda com vida.

Uma Matéria um Tanto Controversa.

O estudo de óvnis é um campo minado, no qual os cientistas evitam pisar para não explodir a própria reputação. A maioria dos acadêmicos considera a ufologia uma pseudociência, ou seja, um trabalho destituído do rigor da metodologia científica. Para piorar, dezenas de charlatões tomaram conta das pesquisas ufológicas, com a intenção de explorar a boa-fé das pessoas. Mas há cientistas, com formação acadêmica e reconhecimento público, que adotaram a ufologia como sua especialidade. Como identificar quem é quem no meio desse balaio de gatos?

Primeiro, é preciso entender o conceito. A ufologia investiga o fenômeno óvni – qualquer objeto visto no céu que não possa ser identificado ao primeiro olhar. A hipótese extraterrestre é apenas uma das possibilidades a serem investigadas. “Este é o principal problema da ufologia: a maioria dos próprios ufólogos”, diz Rogério Chola, ombudsman da revista UFO. “Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é o mesmo que nave extraterrestre.”

Ao longo de décadas, a Ufologia tem se prendido a questões de natureza pouco palpável. De relatos de testemunhas oculares a fotografias tremidas, registros feitos com celulares (cada vez mais comuns) e evidências como documentos militares, que apesar de apontarem para uma realidade de mistério sobre objetos que desafiam nossa compreensão, são efetivamente poucas as evidências físicas com os quais se pode trabalhar.

Além das marcas no solo, pegadas, fragmentos de metais estranhos e etc, além dos tais “implantes” com cristalizações compatíveis com a de metais encontrados em meteoritos, há pouco material para se levar num laboratório em busca de pistas. A falta de evidências físicas do fenômeno é tamanha, que muitos céticos chegaram a usar isso como indício de que a questão da Ufologia está muito mais centrada num arcabouço cultural do que na realidade física propriamente dita. É inegável que as questões ufológicas estejam realmente fazendo parte da cultura humana, como mitos modernos. Isso foi detalhadamente investigado por muitos especialistas em mistos e comportamento humano, sendo talvez o mais célebre a se debruçar sobre a questão, Carl Gustav Jung.



Mas há um vácuo enorme na ideia que  o fenômeno Ufo – que por acaso deixa registros até em radares – está restrito ao universo mítico. Muitas pessoas, (eu me encontro entre elas) acreditam que além de fazer parte indissociável de nossa cultura, o fenômeno ufo é uma questão real, física, palpável e controlada por uma inteligência não-humana, que pode até estar na Terra, mas que muito provavelmente não está restrita ao nosso orbe.

Quantos não dariam tudo para ter em mãos um pedaço que seja de um disco voador? Quantos não hesitariam em fazer qualquer coisa que estivesse ao seu alcance para descobrir a verdade?

Os óvnis realmente existem. Pode ser um avião passando entre as nuvens, uma estrela brilhante, um meteoro, um satélite artificial, um balão meteorológico, pássaros. Pode ser um punhado de coisas banais que normalmente não tomariam a sua atenção, mas que, por terem aparecido em condições desfavoráveis – escuridão, neblina, distância –, não puderam ser identificadas de imediato. Os pilotos de aviões comerciais e militares freqüentemente encontram objetos desconhecidos no céu e relatam como óvnis. O papel dos ufólogos é este: Buscar uma explicação para os fenômenos. “Se nenhuma dessas hipóteses explicar ou reproduzir o fenômeno, então o objeto continua sendo um óvni. Claro que a hipótese extraterrestre deve ser a última a ser considerada e, caso o óvni preencha certos requisitos, poderá ser enquadrado como um artefato de origem desconhecida da tecnologia humana e da natureza do planeta Terra. Ir além disso é especular sem argumentos convincentes”, afirma Chola.

As Teorias.

Atualmente, há quatro teorias sobre o fenômeno óvni. A primeira apela para o racional: óvni é algum tipo de aeronave avançada, secreta ou experimental de fabricação humana, desconhecida ou mal reconhecida pelo observador. A segunda é a mais polêmica: se nenhum fenômeno natural ou tecnologia terrestre servir de explicação, trata-se de uma espaçonave alienígena. A terceira teoria aponta para hipóteses psicossociais e psicopatológicas: quem vê um óvni sofre de algum distúrbio. E a quarta escola apóia-se na religião, no ocultismo e no sobrenatural – os óvnis são mensagens divinas ou diabólicas. Pobre do ufólogo quando as hipóteses de uma tendência misturam-se às de outra. “A ufologia extrapolou os seus limites ao enveredar por caminhos místicos e transcendentais, passando a estudar vida extraterrestre, canalizações de mensagens extraterrestres, contatos telepáticos e entidades de outras dimensões, entre outros, o que a rigor não compete a ela estudar”, diz Chola.

Mas a responsabilidade não é só dos ufólogos. Como a ciência abdicou do direito de estudar os óvnis, diversas histórias permanecem sem resposta e adubam a já fértil imaginação do homem. Um dos poucos cientistas que tentaram encontrar uma explicação para o fenômeno óvni foi o astrofísico americano Josef Allen Hynek (1910-1986), fundador do Centro para Estudos Ufológicos e conselheiro do Projeto Blue Book. Nos anos 50, Hynek era cético sobre óvnis e acreditava que as descrições eram feitas por testemunhas que não haviam sido capazes de identificar objetos naturais ou de fabricação humana. Depois de ler dezenas de papéis, porém, ele encontrou relatos de gente instruída – como astrônomos, pilotos, oficiais de polícia e militares – que mereciam um mínimo de crédito. Hynek conversou com físicos que também contaram ter visto objetos voadores impossíveis de explicar à luz dos conhecimentos atuais da ciência. Ele então abandonou o ceticismo, encarou a ufologia como profissão, aplicou a metodologia científica nas pesquisas e foi um dos personagens da frustrada tentativa de abrir a agência coordenadora na ONU.

No entanto, aos poucos, Hynek se tornou um crítico da explicação extraterrestre. Em 1976, ele afirmou: “Tenho apoiado cada vez menos a ideia de que os óvnis são espaçonaves de outros mundos. Há tantas coisas se opondo a essa teoria. Para mim, parece ridículo que superinteligências viajariam grandes distâncias para fazer coisas relativamente estúpidas, como parar carros, coletar amostras de solo e assustar pessoas”. No final da vida, ele estava convencido de que os “discos voadores” tinham mais a ver com fenômenos psíquicos do que com veículos alienígenas.

Seja como for, a hipótese extraterrestre vem perdendo das outras teorias por falta de provas físicas. Em 60 anos, nenhum dos milhares de humanos que alegam ter contatado ETs conseguiu apresentar um único objeto comprovadamente de origem extraterrena. O mais famoso ufólogo do século 20, o americano cético Philip Klass, ofereceu 10 mil dólares a qualquer vítima de abdução que registrar queixa no FBI e deixar a polícia federal americana averiguar o caso. Se for verdade, o denunciante ganha a grana. Se for mentira, será multado em 10 mil dólares e preso por cinco anos. Até hoje, ninguém topou o desafio.

Profissionalismo.

Qualquer pessoa pode ser ufólogo. Não existe graduação e nem pesquisa acadêmica voltada exclusivamente para o estudo científico de objetos voadores não identificados – quer dizer, até existem algumas áreas que usam a ufologia como objeto de estudo, mas são problemas tratados por quem trabalha em outros campos:

Astronáutica: análise e identificação de objetos voadores supostamente desconhecidos e;

Psicologia: análises e testes psicológicos (estudos comportamentais e neurológicos) de pessoas que alegam haver tido experiências físicas com alienígenas.

No campo ufológico, qualquer pessoa pode levantar a “bandeira” e ganhar fama sem fazer qualquer progresso científico, aliás, sem fazer qualquer estudo rigoroso no campo acadêmico:

1) Que consiste em usar metodologia científica;

2) Publicar suas descobertas em revistas científicas (de preferência em revistas de alto impacto);

3) Submeter sua descoberta à crítica da comunidade acadêmica (intersubjetividade acadêmica) e;

4) Ter seu trabalho revisado por pares (peer review) e replicado por outros cientistas da mesma área de atuação. E, diferentemente da ufologia, esse processo rigoroso só ocorre no campo astrobiológico.

Na ufologia, principalmente a espiritual, não existe qualquer interação com outras áreas científicas do saber, ela também não tem objeto de estudo, uma vez que assumir a existência de OVNIs não é a mesma coisa que admitir a existência de vida extraterrestre inteligente. Em outras palavras, a ufologia é uma pseudociência, porque:

1) Ela não tem objeto de estudo; ( Os Discos Voadores, o extraterrestre em si, nem mesmo nenhum material exótico)

2) Não age com rigor metodológico (Cada ufólogo segue sua crença) e;

3) Não produz conhecimento passível de verificação empírica (ou seja, testável). A ufologia é totalmente baseada em relatos e documentos (registros) e anedotas (observações que não podem ser provadas ou testemunhos).

Lembrando que relatos e documentos não são evidências científicas (Vide Caso Varginha da qual existem centenas de provas testemunhais, como depoimentos e documentos e nenhuma evidência cientifica).

Aliás, existe uma inteiração da ufologia com outras áreas caracterizadas como pseudociências, mas não com ciências:

Parapsicologia: área que alega que o ser humano possui atividades além da psique. Suas alegações servem atualmente de apoio as reivindicações de que as pessoas abduzidas começaram a manifestar poderes psíquicos.

Pseudoarqueologia ou Ufoarqueologia: área que deturpa o autêntico conhecimento arqueológico ignorando evidências da atividade humana na construção de monumentos megalíticos

Como sabiamente disse Carl Sagan no Capítulo 03, do livro “O Mundo Assombrado Pelos Demônios”:

“Cada área da ciência tem o seu próprio complemento de pseudociência. Os geofísicos têm de se haver com Terras chatas, Terras ocas, Terras com eixos loucamente oscilantes, continentes que emergem e afundam rapidamente, além de profetas de terremotos. Os botânicos têm plantas cuja ardente vida emocional pode ser monitorada com detectores de mentiras, os antropólogos têm homens-macacos sobreviventes, os zoólogos têm dinossauros remanescentes, e os biólogos evolutivos têm os literalistas bíblicos mordendo o seu flanco. Os arqueólogos têm astronautas antigos, runas forjadas e estatuária espúria. Os físicos têm máquinas de movimento perpétuo, uma multidão de refutadores amadores da teoria da relatividade, e talvez a fusão fria. Os químicos ainda têm a alquimia. Os psicólogos têm grande parte da psicanálise e quase toda a parapsicologia. Os economistas têm previsões econômicas de longo alcance. Até agora, os meteorologistas têm a previsão do tempo a longo prazo a partir das manchas solares, como no Farmer’s Almanac (embora a previsão do clima a longo prazo seja outra história). A astronomia tem, como sua pseudociência mais importante, a astrologia — a disciplina que lhe deu origem. As pseudociências às vezes se cruzam, combinando a confusão — como nas buscas telepáticas dos tesouros enterrados de Atlântida, ou em previsões econômicas astrológicas.”

Existe também um problema em estabelecer uma análise crítica na ufologia, porque muitas pessoas desconhecem a própria natureza (fenômenos naturais). Por exemplo, não sabem o que é halo solar, nuvens lenticulares e sun dogs. E, convenhamos, a maioria das pessoas nem sempre gosta de ouvir respostas simples, dando preferência a ouvir algo que condiz com suas crenças (viés de confirmação).

Fabricando Discos Voadores.


Se os Aliens de Roswell e Varginha tivessem indo nesta oficina fazer a revisão, suas quedas nunca teria acontecido.
Que a ufologia é uma Pseudociência não á dúvidas, mas cabe dizer que poucos sãos os ufólogos que usam a metodologia cientifica em seus estudos, da qual na grande maioria dos casos são facilmente explicados. A grande maioria ainda estão presas as velhos costumes e crenças que se enraizaram em suas vidas

Muitos ufólogos admitem que a maior parte dos objetos relatados como Ovnis podem ser descartados como enganos ou fraudes. A polêmica se concentra sobre um pequeno resíduo, algo como 2% de casos insolúveis. Ou seja, de cada 100 casos ditos como natureza ufológica, apenas 2 deles não tem uma explicação plausível, ou seja todos passaram pelas analises, mais afirmar que é um disco voador de uma inteligência não humana e a última das hipóteses, ainda é classificada como OVNI, que necessariamente não quer dizer que é de origem extraterrestre.

As pessoas que acreditam em discos voadores encaram esses casos sem explicação como provas da existência de Ovnis e de visitas extraterrestres. Elas simplesmente não conseguem explicar as ocorrências de outra maneira. Os cientistas se recusam a acreditar em ETs até que apareçam provas realmente convincentes.

Evidentemente, existem casos que resistem às explicações. Qual é a diferença entre a atitude dos cientistas e a dos ufólogos nessas ocasiões? Os ufólogos partem da premissa de que, se não existe explicação para um fenômeno estranho, isto é sinal da presença de algum ET. Já os cientistas acham que isso é insuficiente como prova. Os mistérios de hoje podem ser facilmente explicados amanhã, ponderam. Os ufólogos não têm dado muita sorte até agora. Toda vez que vem a público uma suposta “prova” da visita de Ovnis, ela vira fumaça imediatamente, desmascarada como um fenômeno natural, um objeto comum ou, o que é pior, uma fraude.

Fontes.

Operação Lava Jato vira exemplo em debate sobre ufologiaBacharelado em Ufologia: Inscreva-se já! (e não é em Varginha), Philip J. KlassAstrobiologia ou Ufologia: Um conflito entre Ciência e PseudociênciaUfologia e CiênciaWikipedia.org. UfologiaA industria dos ovnis.


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