terça-feira, 8 de agosto de 2017

Se tá na Internet e Verdade(?)!

Se tá na Internet é verdade, está é uma máxima que todos seguem. Afinal a Internet e a maior e mais confiável fonte de informação, da qual a mídia tradicional não pode manipular como bem querer. Mas será mesmo? Tal frase virou até mesmo um meme para a crença que tudo que está na Rede seja de fato crível, a origem deste meme e discutível. Para quem navega neste oceano chamado internet já se deparou com diversas notícias, e dentre elas as falsas notícias que todos de vem em quando acreditam. E por acreditar (É duvidar da mesma) escrevi esse post relacionado às Fakes News.
Uma das Origens do termo Se tá na Internet é Verdade!















Notícias falsas (Fake News) são um tipo de imprensa marrom que consiste na distribuição deliberada de desinformação ou boatos via jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais. As notícias falsas são escritas e publicadas com a intenção de enganar, a fim de obter ganhos financeiros ou políticos, muitas vezes com manchetes sensacionalistas, exageradas ou evidentemente falsas para chamar a atenção. O conteúdo intencionalmente enganoso e falso é diferente da sátira ou paródia. Estas notícias, muitas vezes, empregam manchetes atraentes ou inteiramente fabricadas para aumentar o número de leitores, compartilhamento e taxas de clique na Internet. Neste último caso, é semelhante as manchetes "clickbait", e se baseia em receitas de publicidade geradas a partir desta atividade, independentemente da veracidade das histórias publicadas. As notícias falsas também prejudicam a cobertura profissional da imprensa e torna mais difícil para os jornalistas cobrir notícias significativas.


O fácil acesso online ao lucro de anúncios online, o aumento da polarização política e da popularidade das mídias sociais, principalmente a linha do tempo do Facebook, têm implicado na propagação de notícias falsas. A quantidade de sites de notícias falsas anonimamente hospedados e a falta de editores conhecidos também vem crescendo, porque isso torna difícil processar os autores por calúnia. A relevância de notícias falsas aumentou em uma realidade política "pós-verdade". Em resposta, os pesquisadores têm estudado o desenvolvimento de uma "vacina" psicológica para ajudar as pessoas a detectar falsas notícias.

Repórteres com várias notícias falsas em uma ilustração de 1894 por Frederick Burr Opper.
Enquanto estava no trabalho, um colega me mostrou a seguinte notícia que recebera em seu grupo de o WhatsApp "Tentaram matar o deputado Tiririca após voto contra Temer" a 1° coisa que pensei foi: Com mais de 200 votos favoráveis a cassação do atual mandatário deste país, tudo relacionado ao Caso da JBS, por que logo com o Tiririca? É quanto aos outros 226 que votaram a favor da investigação (Que cá entre nos, a maioria quem votava a favor da investigação era a nova oposição, que até Abril do ano passado era situação, ou seja sair Temer, entra Maia. Ocorre as eleições Diretas. Lula vira presidente.) 

Depois que vi a notícia, percebi na hora que era um boato. Mas fiquei naquela, depois de 16 bilhões em verbas foi liberados pelo presidente (Curiosamente antes dos votação se a denuncia contra sua pessoa ser aceita) não duvidaria que algo assim ocorra.
Circula no WhatsApp e no Facebook uma mensagem que diz que "tentaram matar" o deputado federal Tiririca (PR-SP) após ele ter votado a favor da investigação de denúncia do Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer. 

No último dia 2, Tiririca votou "não" ao relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendava a rejeição da denúncia contra Temer por crime de corrupção passiva.

A assessoria de imprensa do deputado diz que a informação de que ele foi alvo de tentativa de homicídio é falsa.

Ao votar na Câmara dos Deputados, Tiririca disse apenas a seguinte frase: "Sr. Presidente, eu vim do povo e estou com o povo contra a corrupção. O meu voto é 'não'".

O texto falso, no entanto, atribui ao deputado outras declarações, também não reconhecidas pela assessoria do parlamentar. Elas não foram proferidas no plenário.


Veja o que diz a mensagem falsa:

URGENTE

TENTARAM MATAR O DEPUTADO TIRIRICA HOJE.

ATENÇÃO A MÍDIA NÃO QUER MOSTRAR ISSO, ENTÃO POR FAVOR COMPARTILHE ISSO COM SEUS AMIGOS

Na eleição vergonhosa que votou pela absolvição do presidente Michel Temer a voz de Tiririca nadou contra a corrente e chamou a atenção dos deputados que trocaram suas convicções políticas em troca de R$ 16 bilhões em verbas.

Chamado para dar seu voto o deputado Francisco Everardo, mais conhecido como Tiririca surpreendeu a Câmara dos Deputados com estas palavras fortes:

“Estou com o povo. Eu sou do povo. Deus é contra injustiça. Eu não posso fechar os meus olhos pra tudo isso. Meu partido pediu pra votar a favor do Temer, mas eu não vou fazer isso. Posso até perder meu mandato. Posso até voltar pro circo. Mas não faço o povo de palhaço. Eu voto contra o Temer. Eu voto a favor do Brasil. Se ele não é culpado que prove sua inocência. Só acho estranho quem se diz inocente gastar bilhões do dinheiro público pra pedir voto aos deputados. Eu devo ser muito burro mesmo. Não entendo a lógica destes políticos. Nem quero entender”.

Não vamos fechar nossos olhos. Ajude nos a divulgar nos grupos e amigos até que esta notícia ganhe repercução."

O texto, que contém vários problemas de pontuação, ainda termina com um erro de grafia na palavra "repercussão".

Uma notícia deste impacto sendo mandada pelo WhatsApp, que segundo a alegação deste colega falou que o governo pagou para não divulgar essa "notícia" (?) na grande mídia. Logo de cara soube, é uma Fake News, (Saquei quando falou que a grande mídia não quer mostrar isso) de tão elaborada que aqueles que desconhecem os termos podem cair nelas. Devo mencionar que não demorou muito para ele divulgar tal notícia para os outros não é mesmo.

Notícias falsas (Fake news) é um termo novo, ou neologismo, usado para se referir a notícias fabricadas. O termo Fake news originou-se nos meios tradicionais de comunicação, mas já se espalhou para mídia online. Este tipo de notícia, encontrada em meios tradicionais, mídias sociais ou sites de notícias falsas, não tem nenhuma base na realidade, mas é apresentado como sendo factualmente correctas. Michael Radutzky, produtor do show 60 Minutes da CBS, disse que seu show considera notícias falsas como "histórias que são comprovadamente falsas, têm um enorme tração [apelo popular] na cultura, e são consumidas por milhões de pessoas". Ele não inclui notícias falsas que são "invocadas por políticos contra os meios de comunicação sobre as histórias ou comentários que eles não gostam ". Guy Campanile, também produtor de 60 Minutos, disse: "Estamos falando de histórias que são fabricadas do nada. De forma geral, criadas deliberadamente e que qualquer por qualquer definição sejam mentira." A intenção e o propósito por trás da notícias falsas é importante. Em alguns casos, o que parece ser uma falsa notícia pode ser, na verdade, notícias de sátira, que usa o exagero e introduz elementos não verdadeiros com o objetivo de divertir ou fazer um ponto, em vez de enganar. Propagandas também pode ser falsas notícias.

Claire Wardle do First Draft News, identifica sete tipos de notícias falsas:
  • Sátira ou paródia ("sem intenção de fazer mal, mas tem potencial para enganar")
  • Falsa conexão ("quando as manchetes, visuais das legendas não dão suporte a conteúdo")
  • Conteúdo enganoso ("má utilização da informação para moldar um problema ou de um indivíduo")
  • Conteúdo falso ("quando o verdadeiro conteúdo é compartilhado com informações falsas contextuais")
  • Conteúdo de impostor ("quando fontes verdadeiras são forjadas" com conteúdo falso)
  • Manipulações de conteúdo ("quando informação genuína ou imagens são manipuladas para enganar", como fotos "adulteradas")
  • Conteúdo fabricados ("conteúdo novo é 100% falso, projetado para enganar e fazer mal")
Notícias falsas não são uma exclusividade do século 21. Através de toda a história vários há vários episódios em que rumores falsos foram espalhados tendo grandes consequências. Por exemplo:

  1. O político e general romano Marco Antonio cometeu suicídio motivado por notícias falsas. Haviam falsamente dito a Marco Antonio que sua mulher, a Cleopatra também havia cometido suicídio.
  2. No século VIII a Doação de Constantino foi uma história forjada, em que supostamente Constantino havia transferido sua autoridade sobre Roma e a parte oeste do Império Romano para o Papa.
  3. Poucos anos antes da Revolução Francesa, vários panfletos eram espalhados em Paris com notícias, muitas vezes contraditórias entre si, sobre o estado de falência do governo. Eventualmente, com vazamento de informações do governo, informações reais sobre o estado financeiro do pais foram a público.
  4. Benjamin Franklin escreveu notícias falsas sobre Índios assassinos que supostamente trabalhavam para o Rei George III, com o intuito de influenciar a opinião pública a favor da Revolução Americana.
  5. Em 1835 o jornal The New York Sun publicou notícias falsas usando o nome de um astrônomo real e um colega inventado sobre a descoberta de vida na lua. O propósito das notícias foi aumentar as vendas do jornal. No mês seguinte o jornal admitiu que os artigos eram apenas boatos.
  6. Entre esses e muitos outros exemplos é possível perceber que esse é um recurso que foi amplamente usado na história, muitas vezes com o propósito de beneficiar alguém ou algum movimento social.
Século XXI.

No século XXI, o uso e impacto das notícias falsas se tornou amplo, assim como o uso do termo. Além de ser usado para criar histórias inventadas para enganar os leitores é um recurso usado para aumentar a quantidade de leitores online e assim aumentar os lucros dos sites. O termo também passou a ser usado para sites de notícias de sátira, que não tem o propósito de enganar, mas fazer comédias sobre eventos reais compartilhados na mídia tradicional. No Brasil um bom exemplo de site de sátira é o Sensacionalista. Em fevereiro de 2017 o presidente americano Donald Trump deu uma nova evidência as fake news acusando um repórter da CNN de produzir notícias falsas e se recusando a responder sua pregunta em uma conferência de imprensa.

Atualmente notícias falsas ficam populares rapidamente com o auxilio de redes sociais como Facebook e Twitter muitas vezes chegando aos trend topics. Essas notícias quando não patrocinadas por motivos políticos são financiadas pela "industria de cliques" que grandes plataformas de propaganda digital como o Google Ad Sense criaram. Sites podem ganhar dinheiro baseado em cliques nas propagandas, e para aumentar suas taxas de cliques e frequentadores de suas páginas publicações são feitas com manchetes chamativas muitas vezes distorcendo o texto publicado ou com mentiras. Por exemplo, não é incomum sites de fofoca inventarem a morte de alguma celebridade para atrair leitores.

É importante analisar como e porque notícias falsas se espalham facilmente nas redes sociais. Elas são geralmente apelativas emocionalmente, ou reforçam algum ideal politico ajudando a reforçar crenças e por isso são amplamente compartilhadas e comentadas antes mesmo que os usuários chequem as fontes das notícias. Outros efeito realçado nas redes sociais é o de Câmara de eco, em que pessoas se isolam de grupos com ideais diferentes evitando assim o contraponto de ideais que possam vir a revelar a falsidade de algumas notícias.

Empresas como o Google e Facebook vem sendo acusadas como uma das responsáveis por facilitar a disseminação das notícias falsas. O Facebook com seus algoritmos de busca e o google com seu engenho de busca são hoje as principais formas de jovens terem acesso a notícias em seu dia a dia. Ambas empresas se comprometeram recentemente a combater esse problema, o Google por exemplo bloqueou alguns sites que ele julgou como de notícias falsas de suas redes de anunciois bloqueando assim a fonte de renda dos mesmos, além disso adicionou uma nova função na sua ferramenta de busca de de notícias. Apesar disso, há um debate se elas deveriam entrar nessa luta as fake news separando-as das notícias verdadeiras. Como elas controlam o acesso a informação de grande parte da população elas acabam ganhando um poder de censura e de julgar o que é verdade e o que não é.

A academia também já tenta procurar soluções de classificadores baseados em aprendizagem de máquina que possam identificar notícias verdadeiras e falsas. Há várias pesquisas nesses sentido, e na tentativa de fomenta-las em 2017 foi criado fake news challenge, uma competição em busca dos melhores classificadores automáticos de notícias.

Identificação.



A Federação Internacional das Associações e Instituições de bibliotecária (IFLA) publicou um um diagrama com dicas para ajudar as pessoas a identificarem notícias falas.
  1. Considere a fonte da informação: tente entender sua missão e propósito para olhando para outras publicações do site. (Fiz isso, (pois aqui é o Oberhalb Thoth, aonde cada post tem fontes de onde tirei a informação) a fonte de onde vem a história está nas fontes)
  2. Leia além do título: Títulos chamam atenção, tente ler a história completa. 
  3. Cheque os autores: Verifique se eles realmente existem e são confiáveis.
  4. Procure fontes de apoio: Ache outras fontes que suportem a notícias. (Em outras fontes nenhuma fez menção ao atentado, apenas o G1 (Por enquanto) comentou essa notícia que corre no WhatsApp)
  5. Cheque a data da publicação: Veja se a história ainda é relevante e está atualizada.*
  6. Questione se é uma piada: O texto pode ser uma sátira.
  7. Revise seus preconceitos: Seus ideais podem estar/estão afetando seu julgamento.
  8. Consulte especialistas: Procure uma confirmação de pessoas independentes com conhecimento.
  9. Há algumas instituições como "Aos Fatos" e  International Fact-Checking Network (IFCN) que se propõem a checar notícias e julga-las com falsas ou verdadeiras. A IFCN faz uso de uma rede colaborativa e faz um treinamento de seus colaboradores para que possam validar as histórias. O Facebook se comprometeu a ajudar seus usuários a identificar as notícias falsas, e adicionou em certa de 14 países uma seção com dicas sobre como reconhecer notícias falsas.
*Ponto 5 A notícia foi postada 3 dias (Quadrado Vermelho) atrás, e se tornou popular nas últimas 24 horas.
Com essa pequena pesquisa reforço o que já sei, quando uma notícia impactante desta é publicada/noticiada, querendo (ou não) serão os grandes portais (UOL, G1,Terra entre outros) a publica-los de 1° mão. quando essa noticia não está em outros sites nos primeiros 10 minutos pode ter certeza que é uma engenhosa peça de ficção.

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