segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Enciclopédia das Lendas Urbanas: As Stregas de Curitiba.

Strega (ou Shtriga) é a palavra italiana para Bruxa. Nome comumente dado para uma seguidora da Bruxaria Italiana, Stregoneria ou Stregheria. Plural: Streghe Masculino: Stregone (pl Stregoni). O termo Strega deriva da palavra latina Strix que significa Ave Noturna.

Edith Durham registrou vários métodos tradicionalmente considerados eficazes para se defender da Shtriga. Uma cruz feita do osso de suínos pode ser colocada na entrada de uma igreja no domingo de Páscoa, tornando qualquer Shtriga que estiver lá dentro incapaz de sair. Elas poderiam então ser capturadas e mortas na soleira da porta em que tentaria em vão passar. Ela ainda registrou a história que diz que, depois de drenar o sangue de sua vítima, a Shtriga geralmente vai para dentro de uma floresta e o regurgita. Se uma moeda de prata for embebida nesse sangue regurgitado e envolvido num pano, ela se torna um amuleto que oferece proteção permanente contra qualquer Shtriga.

A Shtriga é frequentemente retratada como uma mulher com cabelos pretos e longos (às vezes vestindo uma capa) e um rosto terrivelmente desfigurado. Elas se recusam a comer qualquer coisa picante ou que contenha alho.

Conhecemos essa bruxa graças as aventuras de Sam e Dean.

No século dezenove um navio cheio de italianos parou em Paranaguá, no Litoral do Paraná. A maioria destes imigrantes foi para Curitiba com o objetivo de trabalhar na lavoura. Assim, nesta cidade, grande parte deles montou um bairro chamado Santa Felicidade. No meio destes imigrantes havia uma moça chamada Constantina e a sua mãe, dona Lola, sempre ralhava:

— Você precisa se preparar na feitiçaria! Afinal, você é uma strega, uma bruxa de descendência italiana. Nunca se esqueça: ninguém se torna uma strega, pois isto precisa ser um dom de nascença e este é o seu destino. Porque o castigo de uma strega que nega o seu dom é ser moça de dia e transformar-se em idosa de noite.

O problema é que Constantina não queria ser uma feiticeira, pois achava que bruxaria era coisa do mal. Porém, mesmo assim, ela notava que era diferente das outras meninas. Pois esta pequena falava com parentes falecidos, tinha sonhos sobrenaturais, premonições e muita vontade de curar as pessoas. Mas quando sua mãe a convidava para ir aos cemitérios e aprender rituais, esta garota sempre torcia o nariz.

Uma certa noite, Dona Lola levou sua filha para arrancar defuntos dos túmulos no cemitério. Porém a garota ficou com tanto pavor que saiu correndo e fugiu de casa. A adolescente andou tanto que foi parar num lugar que hoje é chamado de Campo Largo, localizado na Região Metropolitana de Curitiba. Lá, bem no meio do mato, ela encontrou um casebre abandonado onde descobriu as propriedades das ervas que curam. Naquele lugar ela socorreu uma senhora, que havia quebrado o braço, através de orações e de chás. No final, a garota pegou dois trapos, uma agulha, um fio e exclamou:

— Agora seu osso voltará ao normal. Pois ele será como os tecidos que eu costuro!

Após estas palavras a menina passou a rezar em Latim enquanto cosia.

A partir daquele fato, as pessoas passaram a frequentar a casa de Constantina, no meio da floresta, sempre que precisavam. Porém sempre quando alguém chegava, de noite, na casa dela não via a presença desta pequena e sim de uma senhora idosa, que sempre afirmava que a garota tinha saído. Assim a anciã identificava-se como sendo sua tia-avó e também ajudava com orações e ervas. Mas, as pessoas, também, notaram que quando procuravam Constatina de dia a menina sempre estava lá, mas não havia nem rastro da idosa na casa.Um certo dia, lá pelas seis da tarde, um moleque chamado Zé foi buscar ajuda de Constantina para sua mãe doente. Então ele colocou a cabeça na janela e viu a garota virar uma velha na sua frente. O pequeno correu assustado e contou o fato para todos. Dizem que a partir daquele dia, Constantina fugiu de Campo Largo e voltou a viver com sua família no bairro chamado Santa Felicidade.

Fontes.                                                                                                                                            111 de 186

https://pt.wikipedia.org/wiki/Shtriga

https://oficinadasbruxas.com/tag/strega/

http://oolhardabruxa.blogspot.com/2013/11/stregheria-bruxaria-italiana.html

https://olharsombrio.blogspot.com/2015/02/13-lendas-urbanas-brasileiras.html

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