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| De Novo?! |
Todo ano, os americanos lembram deste dia com homenagens aos mortos do maior atentado a uma nação do ocidente da história. Na época, o mundo olhou perplexo o que acontecia em frente à TV, e dias depois, ficava ainda mais barbarizado quando entendia o que motivou e quem planejou o acontecido.
No entanto, em todos os dias 11 de setembro, uma lenda toma as discussões na internet e nas redes sociais. Longe do ocorrido, no Brasil, nascia um delírio coletivo da cultura pop nacional que se mantém até o dia de hoje: a ideia de que a cobertura jornalística da Rede Globo interrompeu um momento importante de Dragon Ball Z.
Ao longo dos anos, incontáveis fãs do anime juraram na internet que se lembram do Plantão da Globo ter cortado a transmissão bem quando Goku estava prestes a atingir o terceiro nível de Super Sayajin. Acontece que, quando a tragédia ocorreu, a exibição do desenho sequer tinha começado, como explica a pesquisa conduzida pelo Na Telinha.
A edição da Folha de São Paulo de 11 de setembro de 2001 havia divulgado a programação da Globo para o dia. O programa infantil Bambuluá, apresentado pela Angélica, ocupava o bloco da manhã a partir das 09:30. Na época, a TV Globinho era apenas um quadro do programa, que ia ao ar por volta das 10:30 - mas a transmissão dos desenhos de peso acontecia um pouco mais tarde. Dragon Ball Z, por sua vez, só entraria ao ar a partir das 11:30, acompanhado de outros como Digimon e Power Rangers na Galáxia Perdida.
Para informar o ocorrido, segundo a TV Pesquisa da PUC-RJ, a Rede Globo lançou seu primeiro plantão, conduzido pelo jornalista Carlos Nascimento, por volta das 09:45, com duração de cinco minutos e retornando à programação normal em seguida. Pouco antes do segundo avião atingir as torres, o restante da grade foi cancelado para dar espaço para a cobertura jornalística por volta das 10:00.
Em agosto, um homem chamado Renato de Andrade fez um postagem em seu Facebook de uma planilha usada pelas mídias das emissoras de TV. Nela está bem claro que no momento do ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, não estava passando Dragon Ball Z na Rede Globo, e sim um desenho chamado Turma da Garrafinha:
Pela planilha, Dragon Ball Z iria passar lá pelas 11:44 naquele dia. Lembrando que os melhores desenhos SEMPRE passavam perto próximo ao final dos programas. Dessa forma, Dragon Ball Z não foi interrompido porque nem mesmo chegou a ser exibido naquele dia.
A Globo começou a exibir "Dragon Ball Z" a partir do episódio 200 - quando iniciava a saga de Majim Boo -, e a transformação em Super Sayajim 3 acontece no episódio de número 245. No entanto, o anime ia ao ar de segunda a sexta, não aos sábados. A diferença de 23 de julho para 11 de setembro, sem retirar os sábados, faria mesmo aquele episódio ser exibido em tal fatídico dia. Mas não é o caso: seguindo a cronologia correta, "Dragon Ball Z" teria o episódio de número 237 mostrado naquele dia, intitulado "Vegeta luta por seus entes queridos".
E quanto às diferenças regionais? Tem gente que jura de pé junto que assistiu tal episódio e a explicação seria a diferença de horário de uma programação de Estado para outro. Mesmo que as crianças em São Paulo/Rio não assistiram tal episódio, no Norte/Nordeste viram a transformação em SS1, SS2, e o plantão da globo interrompeu a transformação final.
Como bem pontuou Bruno Leurentino no Twitter, as diferentes praças televisivas se norteavam pelo horário de São Paulo, o que não seria alterado até abril de 2008, com a implementação da Rede Fuso pela Globo.
Muitos associam isso ao famoso efeito Efeito Mandela.
Neste Blog tem um Post falando sobre esse efeito, mas irei explicar brevemente como o mesmo funciona.
O Efeito Mandela é uma teoria que prevê que não há apenas um universo, e sim vários universos paralelos entre si. Essa teoria é baseada em grandes grupos de pessoas, que tem memórias alternativas semelhantes sobre eventos passados. Os defensores da teoria afirmam que, para que essas experiências coletivas sejam verdadeiras, o tecido da realidade deve ter mudado em algum ponto do passado e que, portanto, não só existem universos paralelos e habitáveis, mas que estes universos estão constantemente se alternando entre si.
Ou seja sua contraparte do outro universo estava assistindo DBZ em tal horário, e ouve a interrupção. (E provavelmente neste outro universo a discussão é: A Turma da Garrafinha foi interrompida no 11 de Setembro?)
Doido não é? Universos se alternado entre si, da qual um determinado evento com tal impacto muda de vez as lembranças o ocorrido.
Ou simplesmente são falsas memórias ou memórias ilusórias, informações armazenadas na memória sem um estímulo real objetivo embora sejam recordadas como se tivessem sido efetivamente vivenciadas pelo sujeito. Como o próprio Renato disse na postagem, criou-se uma falsa lembrança coletiva. Uma mentira repetida tantas vezes que se tornou uma verdade para muitos mesmo que inconscientemente.
Não estava passando Dragon Ball Z (e sim a Turma da Garrafinha) e de tanto as pessoas acreditarem nisso, se tornou uma lenda urbana.
Fontes. 123 de 186
https://natelinha.uol.com.br/noticias/2015/09/11/atentados-de-11-de-setembro-nao-interromperam-dragon-ball-z-na-globo-92432.php
https://www.omelete.com.br/series-tv/dragon-ball-z-11-de-setembro-mentira
https://www.atribuna.com.br/variedades/popart/no-dia-em-que-ataque-%C3%A0s-torres-g%C3%AAmeas-completa-18-anos-internautas-revivem-mito-de-dragon-ball-z-1.66967
https://nerdpai.com/estava-passando-dragon-ball-z-no-fatidico-11-de-setembro-de-2001/
https://maisdeoitomil.wordpress.com/2017/09/11/a-mentira-coletiva-do-dia-em-que-um-atentado-terrorista-interrompeu-dragon-ball-z-na-globo/
https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/09/11/dragon-ball-z-nao-passava-na-globo-no-momento-do-atentado-de-11-de-setembro.htm
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