Situado em Londres, em uma sociedade distópica num futuro próximo, Natalie Portman estrela como Evey, uma garota da classe trabalhadora que deve determinar se o seu herói se tornou a grande ameaça contra quem está lutando. Hugo Weaving interpreta V, um carismático defensor da liberdade disposto a se vingar daqueles que o desfiguraram. Stephen Rea vive um detetive que inicia uma busca desesperada para capturar V antes que ele inicie uma revolução.
O filme foi originalmente programado para ser lançado pela Warner Bros em 4 de novembro de 2005 (um dia antes do 400º aniversário da Noite de Guy Fawkes), mas foi adiado, e estreou em 17 de março de 2006.
As críticas foram positivas e os ganhos de bilheteria mundial alcançaram mais de 132 milhões de dólares, mas Alan Moore, depois de ter ficado desapontado com as adaptações cinematográficas de dois de seus outros romances gráficos, Do Inferno e A Liga Extraordinária, recusou-se a ver o filme e, posteriormente, distanciou-se dele. Os cineastas removeram muitos dos temas anarquistas e as referências a drogas que estavam na história original e também alteraram a mensagem política para o que eles acreditavam que seria mais relevante para um público de 2006.
O filme foi visto por muitos grupos políticos como uma alegoria da opressão do governo. Libertários usaram isso como uma afirmação conservadora contra a intervenção governamental na vida dos cidadãos. Anarquistas usaram esse filme para propagar a teoria política do anarquismo.
Enredo.
No final da década de 2020, o mundo está em crise e em guerra; os Estados Unidos não são mais uma superpotência como consequência de uma guerra civil, enquanto uma pandemia mortal do "vírus de Santa Maria" assola o continente europeu. O Reino Unido permanece como um dos poucos países estáveis sob o regime fascista e totalitário do partido Fogo Nórdico (Norsefire), comandado pelo Alto Chanceler Adam Sutler. Opositores políticos, homossexuais e outros "indesejáveis" são presos e enviados para campos de concentração. Evey Hammond, uma mulher que trabalha na rede estatal de televisão britânica, durante uma tentativa de estupro por membros da polícia secreta, conhecidos como "Os Homens-Dedo", é resgatada por um vigilante com uma máscara de Guy Fawkes e que é conhecido como "V". Ele a leva a um telhado para assistir a destruição do edifício Old Bailey, em Londres, que ele mesmo causou. O Fogo Nórdico rapidamente explica o incidente como uma "demolição de emergência" de um edifício estruturalmente instável, porém, logo V interrompe as transmissões da televisão estatal para assumir a responsabilidade pelo ato. Ele exorta o povo britânico a se levantar contra seu governo e encontrá-lo em um ano, no dia 5 de novembro, em frente às Casas do Parlamento, edifício que ele promete destruir nessa data. Evey ajuda V a escapar da sede da emissora de TV, mas é nocauteada no processo.
V leva Evey para seu covil, a Galeria das Sombras, onde diz que ela deve ficar escondida até o dia 5 de novembro, a Noite de Guy Fawkes, do ano seguinte. Depois de saber que V está assassinando funcionários do governo, ela foge para a casa de seu chefe, o comediante e apresentador de talk show Gordon Deitrich. Em retorno por Evey ter confiado sua segurança a ele, Deitrich revela uma coleção de materiais proibidos pelo governo, como pinturas subversivas, um alcorão antigo e fotografias homoeróticas de Robert Mapplethorpe. Deitrich, que é homossexual, explica que ele tem de esconder sua verdadeira sexualidade para manter a sua carreira na televisão. Depois que Gordon faz uma sátira do governo em seu programa de televisão, a sua casa é invadida por agentes do governo e Evey é capturada enquanto tentava escapar. Ela é presa e torturada por dias, com o objetivo de obter informações sobre o paradeiro de V; seu único consolo aparece quando ela encontra em sua cela notas escritas em um pedaço de papel higiênico por uma outra prisioneira, uma atriz chamada Valerie Page, que foi presa por ser homossexual.
Embora Evey inicialmente odeie V pelo o que ele fez com ela, ela percebe que é uma pessoa mais forte do que era antes da prisão. Ela deixa V com a promessa de voltar antes do dia 5 de novembro.
O Finch finalmente percebe que o programa, dirigido pelo então subsecretário Adam Sutler, resultou na criação do "vírus de Santa Maria" e no seu lançamento durante um ataque terrorista de falsa bandeira contra a população civil. A morte de 80 mil pessoas e o medo resultante disso permitiu que o partido Fogo Nórdico alcançasse apoio popular suficiente para ganhar as eleições seguintes, depois de silenciar toda a oposição e transformar o Reino Unido em um Estado policial totalitário.
Conforme o dia 5 de novembro se aproxima, a distribuição de milhares de máscaras de Guy Fawkes por V começa a provocar o caos no Reino Unido e a população começa a questionar o governo do Fogo Nórdico. Na véspera do dia 5, Evey visita V, que mostra a ela um trem carregado de explosivos no sistema do metrô de Londres, que está desativado, para destruir o Parlamento. Ele deixa Evey decidir se usará ou não os explosivos, acreditando ser incapaz de tomar tal decisão. V sai para falar com Creedy, o chefe da polícia secreta, fazendo um acordo com Creedy para entregar Sutler em troca de sua rendição. Quando Creedy executa Sutler no momento em que V assiste, V se recusa a se render e é baleado pelos guarda-costas de Creedy. V sobrevive, em parte graças a uma armadura escondida embaixo de sua roupa, e mata Creedy e seus homens. Mortalmente ferido, V retorna para Evey para agradecê-la e admite que está apaixonado por ela antes de morrer em seus braços.
Enquanto Evey coloca o corpo de V a bordo do trem, ela é encontrada por Finch. Depois de ter aprendido muito sobre a corrupção do regime do Fogo Nórdico, Finch permite que Evey envie o trem para o Parlamento. Centenas de milhares de londrinos, todos desarmados e vestindo a máscara de Guy Fawkes, marcham até o Parlamento para assistir à explosão. Com Sutler e Creedy mortos, ninguém é deixado para dar a ordem de fogo, os militares ficam impotentes em meio a uma rebelião civil. Acompanhado pela Abertura 1812, de Tchaikovsky, o Parlamento e o Big Ben explodem e são destruídos enquanto Evey e Finch olham. Finch então pergunta a Evey qual era a identidade de V, ao que ela responde: "Ele era Edmond Dantès. Era meu pai, minha mãe, meu irmão, meu amigo. Ele era eu, era você, era todos nós."
Elenco.
- Hugo Weaving como V: Um defensor da liberdade carismático e habilidoso que foi alvo de experimentos forçados pelo partido Fogo Nórdico. James Purefoy foi originalmente escalado como V, mas deixou as gravações após seis semanas de filmagens, citando dificuldades com a máscara durante todo o filme. Ele foi substituído por Weaving, que já havia trabalhado com Joel Silver e as irmãs Wachowski na série Matrix.
- Natalie Portman como Evey Hammond: O diretor James McTeigue conheceu Portman no set de Star Wars Episódio II: O Ataque dos Clones, onde trabalhou com ela como assistente de direção. Na preparação para o papel, Portman trabalhou com dialetologista Barbara Berkery para conseguir desenvolver um sotaque britânico. Ela também estudou filmes como The Weather Underground e leu a autobiografia de Menachem Begin. O papel de Portman no filme tem paralelos com seu papel como Mathilda Lando no filme Léon. De acordo com Portman: "A relação entre V e Evey tem uma complicação [como] a relação no filme." Portman também teve sua cabeça raspada na tela durante uma cena em que sua personagem é torturada.
- Stephen Rea como Eric Finch: é o investigador-chefe na busca por V, mas que, durante a sua investigação, descobre um crime indizível cometido pelo governo. Quando perguntado se a política o atraiu para o filme, Rea respondeu: "Bem, eu não acho que seria muito interessante se fosse apenas material de quadrinhos. A política é o que lhe confere a sua dimensão e dinamismo, e é claro que eu estava interessado em política. Por que não estaria?"
- John Hurt como Alto Chanceler Adam Sutler: Um antigo membro conservador do parlamento britânico e Sub-Secretário de Defesa, o chanceler Sutler é o fundador do partido Fogo Nórdico e o ditador de facto do Reino Unido. Hurt desempenhou um papel contrário ao de outro filme distópico: o personagem Winston Smith, uma vítima de um Estado opressor na adaptação cinematográfica do livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell.
- Stephen Fry interpreta Gordon Deitrich, um homossexual enrustido e apresentador de TV. Quando perguntado em uma entrevista se ele gostava do papel, Fry respondeu: "Ser espancado, eu não tinha sido espancado em um filme antes e eu estava muito animado com a ideia de ser espancado até a morte." Também estão incluídos no elenco estão Tim Pigott-Smith como Peter Creedy, o líder do partido Fogo Nórdico e o chefe da polícia secreta da Grã-Bretanha (a "Finger"); Rupert Graves como Dominic Stone, tenente do inspetor Finch; Roger Allam como Lewis Prothero, um propagandista do Fogo Nórdico; John Standing como Anthony James Lilliman, um bispo corrupto da Abadia de Westminster, e Sinéad Cusack como Dra. Delia Surridge, a ex-médica-chefe do centro de detenção de Larkhill, agora uma médica legista. Natasha Wightman interpreta Valerie Page, uma atriz lésbica presa por sua orientação sexual. Imogen Poots interpreta Valerie quando criança.
- Referências.
Símbolo do partido "Fogo Nórdico". Créditos: Wikipédia |
Como observado por vários críticos e comentaristas, a história e o estilo do filme têm elementos semelhantes ao da obra O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux. Tanto V quanto o Fantasma usam máscaras para esconder suas deformações, controlam os outros através da estimulação de suas imaginações, têm um passado trágico e são motivados pela vingança. A relação de V com Evey também se assemelha a muitos dos elementos românticos d'O Fantasma da Ópera, onde o fantasma mascarado leva Christine Daaé para seu covil subterrâneo para reeducá-la.
Como um filme sobre a luta entre a liberdade e a opressão do Estado, V for Vendetta leva ao imaginário muitos ícones totalitários clássicos, reais e da ficção, como o Terceiro Reich e o livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell. O ditador Adam Sutler, por exemplo, aparece principalmente em grandes telas de vídeo e em retratos nas casas das pessoas, características comuns entre os regimes totalitários modernos e que lembram a imagem do Grande Irmão. Em outra referência ao romance de Orwell, o lema "Força através da Unidade. Unidade através da Fé" é exibido com destaque em Londres, similar em cadência ao "Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força" do livro de Orwell. Esta conexão entre os dois também pode ser vista quando Evey está sendo torturada e encontra um rato em seu quarto, semelhante ao pior medo do protagonista de 1984. Há também o uso do estado de vigilância das massas, como o uso de um circuito fechado de televisão para monitorar os seus cidadãos. A personagem Valerie foi enviada para um centro de detenção por ser homossexual e depois sofre experiências médicas, em referência à perseguição de homossexuais e judeus pela Alemanha nazista. O nome de Adam Sutler é inspirado pelo nome de Adolf Hitler. O discurso histérico do Sutler também é inspirado no estilo de Hitler, embora seus alvos de perseguição agora incluam muçulmanos, em vez dos judeus que Hitler perseguia. Na história, o partido Fogo Nórdico substitui a Cruz de São Jorge pela Cruz de Lorena como um símbolo nacional. Este era um símbolo usado por forças francesas livres durante a Segunda Guerra Mundial, como se fosse um símbolo tradicional do patriotismo francês, que poderia ser usado como uma resposta à suástica nazista.
- Letra V e Número 5.
Voilà! À vista, um humilde veterano vaudevilliano, apresentado vicariamente como ambos vítima e vilão pelas vicissitudes do Destino. Esta visagem, não mero verniz da vaidade, é ela vestígio da vox populi, agora vacante, vanescida, enquanto a voz vital da verossimilhança agora venera aquilo que uma vez vilificaram. Entretanto, esta valorosa visitação de uma antiga vexação, permanece vivificada, e há votado por vaporizar estes venais e virulentos verminados vanguardeiros vícios e favorecer a violentamente viciosa e voraciosa violação da volição. O único veredito é a vingança, uma vendeta, mantida votiva, não em vão, pelo valor e veracidade dos quais um dia deverão vindicar os vigilantes e os virtuosos. Verdadeiramente, esta vichyssoise de verbosidade vira mais verbose vis-a-vis uma introdução, então é minha boa honra conhecê-la e você pode me chamar de V.
– Monólogo de V ao conhecer Evey.
Símbolo do personagem V. Créditos: Wikipédia |
Muitos críticos de cinema, comentaristas políticos e outros membros dos meios de comunicação também observaram inúmeras referências do filme aos acontecimentos que envolveram o então presidente George W. Bush, dos Estados Unidos. Estes incluem os "sacos pretos", usados pelos prisioneiros em Larkhill, uma referência aos sacos pretos usados pelos prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque e em Prisão de Guantánamo, em Cuba, embora rascunhos do roteiro pré-The Matrix também contenha esta referência. No filme, a cidade de Londres está sob "código amarelo", um alerta de toque de recolher semelhante ao código de cores do Homeland Security Advisory System, do governo dos Estados Unidos. Um dos itens proibidos no porão secreto de Gordon é um cartaz de protesto com a bandeira mista dos Estados Unidos e do Reino Unido com uma suástica e o título "Coalizão da Boa Vontade, ao Poder", que combina referências à "Coalizão da Boa Vontade", na Guerra do Iraque, com o conceito de Friedrich Nietzsche de vontade de poder. Assim como há o uso do termo "rendição" no filme, em referência à forma como o regime elimina os indesejáveis da sociedade.
"O povo não deve temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo."
Frase do personagem VExiste ainda uma breve cena (durante o flashback de Valerie) que contém cenas da vida real de uma manifestação anti-guerra do Iraque, com a menção do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Finalmente, o filme contém referências como a "guerra da América" e "a guerra na América começou", além de cenas reais da guerra do Iraque. O filme também faz uma breve referência às guerras no Curdistão, Síria e Sudão.
Apesar das referências específicas aos Estados Unidos, os produtores sempre se referem ao filme como uma pequena adição ao conjunto de questões muito mais amplas que o governo norte-americano. Quando James McTeigue foi perguntado se o BTN foi inspirado na Fox News Channel, McTeigue respondeu: "Sim. Mas não apenas na Fox. Todo mundo é cúmplice neste tipo de coisa. Ele poderia muito bem ser a Sky News da Grã-Bretanha, também uma parte da News Corp."
Produção e lançamento.
- Desenvolvimento.
Moore explicitamente se desligou do filme devido à sua falta de envolvimento na sua escrita ou direção, além de uma série contínua de disputas sobre adaptações cinematográficas de suas obras. Ele terminou a cooperação com a sua editora, a DC Comics, depois de sua empresa controladora, a Warner Bros, não se retratar de declarações sobre um suposto aval de Moore para o filme. Moore disse que o roteiro continha buracos no enredo e que ia no caminho oposto ao tema de sua obra original, que era colocar dois extremos políticos (o fascismo e o anarquismo) um contra o outro. Ele afirmou que o seu trabalho tinha sido reformulado como uma história sobre o "então neoconservadorismo norte-americano vs atual liberalismo norte-americano". Por sua vontade, o nome de Moore não aparece nos créditos finais do filme. O co-criador e ilustrador David Lloyd apoia a adaptação para o cinema, comentando que o roteiro é muito bom, mas que Moore só ficaria verdadeiramente feliz com uma adaptação completa da história para os cinemas.
- Filmagens.
Para filmar a cena final em Westminster, a área de Trafalgar Square e Whitehall até o Parlamento e o Big Ben tiveram que ser fechados por três noites, de meia-noite até as cinco da manhã. Esta foi a primeira vez que a área de segurança sensível (casa do nº 10 de Downing Street e o Ministério da Defesa) chegou a ser fechada para acomodar as filma. O filho de Tony Blair, primeiro-ministro à época, Euan, trabalhou na produção do filme e (de acordo com uma entrevista com Stephen Fry), ajudou os cineastas a obterem acesso incomparável para filmar. Isso atraiu críticas para Blair vindas do membro do parlamento David Davis, devido ao conteúdo do filme. No entanto, os cineastas negaram o envolvimento de Euan Blair no negócio, dizendo que o acesso foi adquirido através de nove meses de negociações com catorze diferentes departamentos e agências governamentais britânicas.
- Pós-produção.
- Divulgação.
"Alan Moore estava escrevendo sobre algo que aconteceu há algum tempo atrás. Foi uma resposta ao que era viver na Inglaterra de Thatcher... Esta é uma resposta para o mundo em que vivemos hoje. Então eu acho que o filme e os quadrinhos são duas entidades separadas."
Em relação ao controverso conteúdo político do filme, os produtores disseram que o filme é destinado a levantar questões e adicionar um debate que já está presente na sociedade, ao invés de fornecer respostas ou dizer aos espectadores o que pensar.
- Lançamento.
Recepção.
- Comercial.
- Crítica.
O filme, no entanto, recebeu algumas críticas negativas. Jonathan Ross, da BBC, criticou o filme ao chamá-lo de "lamentável, um fracasso deprimente" e afirmou que o "elenco de talentos notáveis e familiar, tais como John Hurt e Stephen Rea, têm pouca chance entre os destroços do roteiro sombrio dos irmãos Wachowski e de seus diálogos particularmente pobres." Sean Burns, do Philadelphia Weekly, deu ao filme um "D", criticando o tratamento do filme à sua mensagem política como sendo "bastante fraca, coisa de adolescente", além de expressar seu desagrado com os "sets mal decorados e com a cinematografia de padrão televisivo e sem sombras do falecido Adrian Biddle. O filme é um insulto visual." Sobre o fato de Alan Moore ter retirado o seu nome do projeto, Burns diz que "não é difícil ver o porquê", além de também ter criticado o desempenho da atriz Natalie Portman: "Portman ainda parece acreditar que ficar por aí com a boca aberta constitui um desempenho." Andy Jacobs, da BBC, deu ao filme duas estrelas de cinco, observando que é "um pouco bagunçado ... raramente emociona ou se envolve como uma história."
V for Vendetta recebeu alguns prêmios, apesar de Natalie Portman ter ganho o prêmio de Melhor Atriz no Saturn Awards de 2007. O Rotten Tomatoes deu ao filme um índice de aprovação de 73%. O filme também foi indicado ao Prêmio Hugo de Melhor Apresentação Dramática, em 2007. V foi incluído na lista dos 100 Maiores Personagens de Ficção da Fandomania. A revista Empire classificou o filme como o 418º melhor de todos os tempos.
Política.
V for Vendetta trata de temas como a homossexualidade, a crítica da religião, o totalitarismo, a islamofobia e o terrorismo. Sua história controversa e os temas presentes no enredo têm sido alvo de críticas e elogios de grupos sociopolíticos.
Em 17 de abril de 2006, a New York Metro Alliance of Anarchists organizou um protesto contra a DC Comics e a Time Warner, acusando-as de diluir a mensagem original da história em favor da violência e dos efeitos especiais. David Graeber, um estudioso anarquista e ex-professor da Universidade de Yale não ficou decepcionado com o filme. "Eu achei que a mensagem anarquista saiu, apesar de Hollywood." No entanto, Graeber passou a afirmar: "A anarquia é sobre a criação de comunidades e a tomada de decisão democrática, que é o que está ausente na interpretação de Hollywood."
Bandeira encontrada no quarto secreto do personagem Gordon, onde se mesclam as bandeiras norte-americana e britânica com uma suástica nazista no meio. Créditos Wikipédia |
Enquanto isso, comentaristas LGBT elogiaram o filme por sua representação positiva dos homossexuais; Michael Jensen chamou o filme de "um dos mais pró-gay da história." O retrato da personagem Valerie em seu papel simbólico como uma vítima da opressão do Estado foi recebido positivamente por muitos críticos LGBT. Jensen também elogiou as cenas de Valerie, "não apenas porque são muito bem atuadas e escritas, mas porque é algo completamente inesperado [em um filme de Hollywood]".
David Walsh, do World Socialist Web Site, critica as ações de V como "antidemocráticas", chamando o filme de um exemplo "da falência da ideologia anarco-terrorista"; Walsh afirma que como as pessoas não desempenharam qualquer papel na revolução, elas seriam incapazes de produzir uma "sociedade nova, liberta".
Argila Duke, o autor dos tiros em uma escola de Panama City, na Flórida, em 2010, teria sido obcecado com o filme. Antes dos tiros e de seu suicídio, Duke pichou um "V" vermelho dentro de um círculo da mesma cor, uma suposta alusão a sua fascinação pelo romance gráfico.
O filme foi transmitido pela estação de televisão nacional da China, a Televisão Central da China (CCTV) em 16 de dezembro de 2012, surpreendendo muitos espectadores. Enquanto muitos acreditavam que o governo chinês havia proibido o filme, a Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão declarou que não estava ciente da proibição; a CCTV toma suas próprias decisões sobre a possibilidade de censurar filmes estrangeiros. Liu Shanying, cientista político da Academia Chinesa de Ciências Sociais e que costumava trabalhar para CCTV, especulou que a exibição do filme indica que a censura cinematográfica chinesa pode ser afrouxada.
Diferenças Entre o Filme e os Quadrinhos.
Alan Moore, o autor de V for Vendetta. Créditos: Wikipédia. |
Existem várias diferenças fundamentais entre o filme e o material original. Por exemplo, os quadrinhos se passam na década de 1990, enquanto o filme se passa em algum momento entre 2028 e 2038: a história original de Alan Moore foi criada como uma resposta ao thatcherismo britânico no início dos anos 80 e foi definido como um conflito entre um Estado fascista e o anarquismo, enquanto a história do filme foi alterada pelas irmãs Wachowski para caber no contexto político moderno. Alan Moore, no entanto, afirmou que ao fazê-lo, a história se transformou em um conflito norte-americano centrado entre o liberalismo e o neoconservadorismo e abandonou os temas anarco-fascistas da história original. Moore afirma:
"Não houve uma menção a anarquia, pelo tanto que eu pude ver. O fascismo tinha sido completamente debilitado. Quer dizer, eu acho que todas as referências à pureza racial foram retiradas, ao passo que, na verdade, os fascistas são muito relevantes em pureza racial."Além disso, na história original, Moore tentou manter a ambiguidade moral e não retratou os fascistas como caricaturas, mas como personagens realistas, arredondados. As significativas limitações de tempo de um filme, fizeram com que a história omitisse ou agilizasse alguns dos personagens, detalhes e enredos da história original. No romance gráfico original, os fascistas são eleitos legalmente e mantidos no poder pela apatia geral da população, enquanto que o filme introduz o "vírus de Santa Maria", uma arma biológica projetada e lançada pelo partido Fogo Nórdico como um meio de, clandestinamente, tomar o controle do seu próprio país.
Muitos dos personagens do romance gráfico passaram por mudanças significativas na adaptação cinematográfica. V é caracterizado no filme como um romântico combatente da liberdade que demonstra preocupação com a perda de vidas inocentes. Nos quadrinhos, no entanto, ele é retratado como uma pessoa cruel, disposta a matar qualquer um que fique em seu caminho. A transformação de Evey Hammond como a protegida de V também é muito mais drástica no romance do que no filme. No início do filme, ela já é uma mulher confiante, com uma pitada de rebeldia; nos quadrinhos ela começa como uma jovem desesperada e insegura que foi forçada à prostituição. A relação de V e Evey, embora não seja tão óbvia nos quadrinhos, termina no filme com promessas de amor. No final do romance gráfico, ela não só realiza os planos de V, assim como ela faz no filme, como também claramente assume a identidade dele. No filme, o inspetor Finch simpatiza com V, mas no romance gráfico, ele está determinado a pará-lo, ao ponto de tomar LSD para conseguir alcançar o estado de espírito de um criminoso. Gordon, um personagem muito menor em ambas as adaptações, também é drasticamente alterado. No romance, Gordon é um pequeno criminoso que leva Evey em sua casa depois que V a abandona na rua. Os dois compartilham um breve romance antes de Gordon ser morto por uma gangue escocesa. No filme, no entanto, Gordon é um colega de trabalho bem-educado de Evey, que posteriormente revela-se homossexual. Ele é morto pelos Homens-Dedo depois de tornar seu programa de TV uma ferramenta de paródia política e é cobrado publicamente por manter um antigo exemplar do alcorão em sua casa.
Divulgação.
- Home media.
- Trilha Sonora.
Três músicas foram tocadas durante os créditos finais, mas que não foram incluídas na trilha sonora V de Vingança. A primeira foi "Street Fighting Man", dos Rolling Stones. A segunda foi uma versão especial de "BKAB", de Ethan Stoller. De acordo com o tom revolucionário do filme, trechos de "On Black Power", do líder nacionalista negro Malcolm X, e de "Address to the Women of America", da escritora feminista Gloria Steinem, foram adicionados à música. Gloria Steinem pode ser ouvida dizendo: "Essa não é uma reforma simples ... É realmente uma revolução. Sexo e raça, por serem diferenças fáceis e visíveis, têm sido as principais formas de organização de seres humanos em grupos superiores e inferiores e na mão de obra barata da qual este sistema ainda depende. " A última música foi "Out of Sight", da banda Spiritualized.
Também foram adicionadas ao filme trechos de duas canções de Antônio Carlos Jobim e que são clássicos da Bossa Nova: "Garota de Ipanema" e "Corcovado". Essas músicas foram tocadas durante as cenas em que V e Deitrich preparam o café da manhã e foram uma das formas usadas para conectar os dois personagens. A Sinfonia nº 5, de Beethoven, também desempenha um papel importante no filme, com as quatro primeiras notas do primeiro movimento, significando a letra "V" em código Morse.
- Livros.
A novelização do filme, escrito por Steve Moore e com base no roteiro das irmãs Wachowski, foi publicado pela Pocket Star em 31 de janeiro de 2006. Spencer Lamm, que já trabalhou com as irmãs Wachowski, criou um livro "behind-the-scenes". Intitulado V for Vendetta: From Script to Film, que foi publicado pela Universo em 22 de agosto de 2006.
- Outros.
Trajes semioficiais de V foram criados para o Dia das Bruxas, que vão desde o traje completo com a capa, o chapéu, a máscara e o cinto de espadas, até várias características individuais do personagem, como luvas, chapéu, máscara, cabelo e punhais. Todos estão disponíveis separadamente ou em combinações.
Fontes. 152 de 186
https://pt.wikipedia.org/wiki/V_de_Vingan%C3%A7a_(filme)
https://pt.wikipedia.org/wiki/V_for_Vendetta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conspira%C3%A7%C3%A3o_da_P%C3%B3lvora
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