segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Lembrai, Lembrai, o 05 de Novembro...

Todos sabem quem é Guy Fawkes, Anonymous e a máscara em Particular. Embora ela tenha nascido no filme “V for Vendetta” , o ideal que ela representa nasceu muito antes, para ser mais preciso, em 13 de Abril de 1570. Essa é a história de Guy Fawkes, o homem que inspirou a Graphic Novel de Alan Moore e responsável por um dos planos mais ousados criados para libertar o povo inglês.

Neste 5 de Novembro lembraremos um pouco de uma dos Marcos históricos que entrou para a Cultura Popular, principalmente por eternizar um dos personagens mas Famosos de Alan Moore.

Antecedentes.

Guy Fawkes. Créditos: Wikipédia.
A Conspiração da Pólvora de 1605, também chamada de a Conspiração da Traição da Pólvora ou a Traição Jesuíta, foi uma tentativa de assassinato contra o rei Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra por um grupo provinciano de católicos ingleses liderados por Robert Catesby.

O plano era explodir a Câmara dos Lordes durante a cerimônia de abertura do parlamento em 5 de novembro de 1605, sendo um prelúdio para uma revolta popular nas Midlands em que a filha de nove anos de Jaime, Isabel, seria colocada como rainha de um governo católico. Catesby pode ter embarcado no esquema após suas esperanças de maior tolerância religiosa terem desaparecido sob Jaime, deixando muitos católicos ingleses desapontados. Seus co-conspiradores foram John Wright, Thomas Wintour, Thomas Percy, Guy Fawkes, Robert Keyes, Thomas Bates, Robert Wintour, Christopher Wright, John Grant, Ambrose Rookwood, Sir Everard Digby e Francis Tresham.

A conspiração foi revelada para as autoridades em uma carta anônima enviada no dia 26 de outubro a Guilherme Parker, 4.º Barão Monteagle. Durante uma busca na Câmara dos Lordes por volta da meia-noite de 4 de novembro, Fawkes foi descoberto guardando 36 barris de pólvora – suficiente para destruir completamente a câmara – e preso. A maioria dos conspiradores fugiu de Londres ao descobrirem sobre a revelação da conspiração, tentando encontrar apoio pelo caminho. Vários enfrentaram o Xerife de Worcester e seus homens na Casa Holbeche; no confronto que se seguiu, Catesby foi um dos mortos. Oito dos sobreviventes, incluindo Fawkes, foram julgados em 27 de janeiro de 1606 e condenados a enforcamento, afogamento e esquartejamento.

Aquele Que É Lembrado Em 05 de Novembro.

Guy Fawkes nasceu em 1570 em Stonegate, York. Era o segundo entre os quatro filhos de Edward Fawkes, inspetor e defensor público da corte, e sua esposa, Edith. O casal era uma figura proeminente na Igreja da Inglaterra, assim como os avós paternos de Guy. Sua avó, Ellen Harrington, era filha de um importante comerciante que serviu ao prefeito de York em 1536. A família de sua mãe era de católicos do movimento "Recusancy" e seu primo Richard Cowling, chegou a tornar-se padre jesuíta. Guy era um nome incomum para a Inglaterra, mas era popular na região de York devido a um nobre local chamado Sir Guy Fairfax de Steeton.
Recusancy (Rejeição) é o termo dado à recusa, por parte principalmente de católicos ingleses mas também de puritanos, de participarem dos serviços litúrgicos e pastorais da Igreja Anglicana. Até o Roman Catholic Relief Act 1829, a religião católica era severamente restrita na Inglaterra. Dentre os participantes do movimento (recusants), alguns se tornaram colonizadores nos Estados Unidos da América, como o fundador da colônia de Maryland, Lorde Cecilius Calvert. Entre os mais famosos recusants se encontra Thomas More (São Tomás Moro).
A data exata do nascimento de Guy é desconhecida. Sabe-se que ele foi batizado na igreja de St Michael le Belfrey em 16 de abril de 1570. Como o período entre o nascimento e o batismo costuma ser de três dias, pode-se presumir que ele tenha nascido em 13 de abril. Em 1568, Edith deu à luz uma menina, chamada Anne, mas o bebê morreu depois de dois meses, em novembro do mesmo ano. Ela teve ainda mais dois filhos depois de Guy, Anne (1572) e Elizabeth (1575). As duas se casaram em 1599 e 1594 respectivamente.

Fawkes foi batizado na igreja de St Michael le Belfrey, em York.
Créditos: Mtaylor848/Wikipédia.
Em 1579, quando Guy tinha apenas 8 anos, seu pai morreu. Sua mãe viria a se casar vários anos depois com Dionis Baynbrigge (ou Denis Bainbridge), um católico de Harrogate. Guy se tornaria católico através da influência da família de Baynbrigge e sua recusa a praticar os costumes da Igreja da Inglaterra, além de contatos com diversas famílias católicas da região de York e pelo tempo em que estudou na escola de St. Peter, em York, cujo diretor passou 20 anos na prisão por tendências católicas. Alguns colegas de Guy dos tempos de escola, que foram ordenados padres, se tornariam conspiradores com ele.

Depois de se formar, Guy entrou para o serviço de Anthony Browne, 1º Visconde de Montagu, porém o visconde não gostou de Guy e acabou dispensando-o pouco tempo depois. Ele seria reempregado por Anthony-Maria Browne, 2º Visconde de Montagu, que sucedeu seu pai, aos 18 anos. Segundo o Índice Genealógico Internacional, Guy teria se casado com Maria Pulleyn (nascida em 1569), em Scotton (subúrbio de Harrogate), em 1590 e teria tido um filho, chamado Thomas, em 6 de fevereiro de 1591. Esta, por sua vez, é uma fonte secundária que não pode ser comprovada por documentos da época.
  • Carreira Militar.
Em outubro de 1591, Guy vendeu sua propriedade em Clifton, em York, herdada de seu pai. Ele então atravessou o canal rumo ao continente para lutar na Guerra dos Oitenta Anos pela Espanha, país católico, contra República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos e de 1595 até o Tratado de Vervins, em 1598, na França. A Inglaterra não tinha tropas em terra contra a Espanha, mas os dois países ainda estavam em guerra (Guerra anglo-espanhola, (1585-1604). Guy se juntou as tropas de Sir William Stanley, lorde católico e comandante veterano que financiou um exército na Irlanda para luta na expedição de Robert Dudley, 1º Conde de Leicester nos Países Baixos. Stanley era estimado por Elizabeth I, mas ao se render em Deventer para as tropas espanholas em 1587, ele e a maior parte de sua tropa mudou de lado para servir à Espanha. Guy se tornou alferes, ou oficial júnior, lutando bem no cerco de Calais de 1596 e em 1603 foi recomendado para um posto de capitão.

Naquele ano, ele viajou pela Espanha em busca de auxílio para uma rebelião católica na Inglaterra. Foi por volta desta época que ele adotou a versão italiana de seu nome, Guido, e apesar de ser bem recebido na corte de Filipe III, o rei gentilmente negou qualquer apoio ao levante.  Posteriormente, ele viria a conhecer Robert Wintour e Thomas Wintour, que também se envolveriam com a Conspiração da Pólvora.

A Conspiração.

Guy Fawkes era um soldado,adulto à caminho da meia idade, completamente insatisfeito com o rumo que a Inglaterra tomou. Corrupção, aumento excessivo de impostos, perseguição aos católicos, depravação…. o rei Jaime VI & I abusava do poder e o povo sofria calado. A situação chegou extrapolar o limite do tolerável mas o povo, oprimido, se mostrava apático, sem coragem para lutar. O Rei Jaime (James) VI & I, um corrupto incorrigível, usufruía e esbanjava luxo com o dinheiro dos impostos (que aumentavam drasticamente a cada período de seu reinado)  e não concedia direitos iguais a católicos e protestantes. E assim o medo prevaleceu, por um bom tempo.

Outro insatisfeito com o reinado do Rei Jaime fora Robert Catesby, que engrendrou o plano de assassinar o rei Jaime VI & I, para colocar um monarca católico no trono, precisamente a filha do Rei, a a princesa Elizabeth.

A primeira reunião dos cinco principais conspiradores aconteceu em 20 de maio de 1604, em uma pousada chamada "Duck and Drake". Robert Catesby já havia proposto uma reunião com Robert e Thomas Wintour (também grafado Winter), sugerindo matar o rei e destruir seu governo, explodindo o prédio do parlamento com pólvora. Wintour inicialmente rejeitou o plano, mas foi convencido por Catesby a viajar até o continente para buscar ajuda para o levante. Foi nessa viagem que Wintour conheceu Guy Fawkes, que estava longe da Inglaterra havia muitos anos, e assim era desconhecido em sua terra natal.

Em abril de 1604, os dois retornaram ao país. Logo os objetivos de Fawkes (que fora apresentado a Catesby por Hugh Owen) e Catesby se casaram.

Um dos conspiradores, Thomas Percy (também grafado Percye), foi promovido em junho de 1604, tendo assim acesso à uma casa em Londres que pertencia a John Whynniard, responsável pelo guarda-roupa do rei. Guy foi contratado como caseiro e passou a usar o pseudônimo de John Johnson. A casa era um local ideal para esconder os 36 barris de pólvora adquiridos pelos conspiradores. A ameaça constante da peste acabou atrasando a abertura do Parlamento para 5 de novembro, uma terça-feira.

Os outros conspiradores eram Christopher Wright, Thomas Percy, John Wright, Ambrose Rokewood, Robert Keyes, Sir Everard Digby, Francis Tresham, e o criado de Catesby, Thomas Bates. Guy Fawkes, ficou responsável pelos explosivos.

Gravura moderna de oito dos treze conspiradores, por Crispijn van de Passe. Guy Fawkes é o terceiro a partir da direita.
Créditos: Wikipédia.
  • A Descoberta.
Alguns conspiradores estavam preocupados com alguns colegas católicos que estariam presentes durante a sessão do Parlamento no dia do atentado. Na tarde de 26 de outubro, Lord William Monteagle, 4º Barão de Monteagle, recebeu uma carta anônima alertando-o para ficar longe do prédio do parlamento. O barão provavelmente achou que eram boatos e os conspiradores continuaram com seus planos. Guy verificou o galpão embaixo do parlamento em 30 de outubro e reportou que nada havia sido mexido. As suspeitas de Lorde Monteagle, porém, cresceram e ele acabou mostrando a carta ao rei Jaime VI & I. O rei ordenou que Sir Thomas Knyvet conduzisse uma busca pelo parlamento, inclusive nos porões, o que ele fez nas primeiras horas da madrugada de 5 de novembro. Guy trocou de guarda com Percy na noite anterior e foi encontrado deixando o galpão, pouco depois da meia-noite e foi preso. Os barris de pólvora foram encontrados sob pilhas de lenha e carvão.
  • Tortura.
Assinatura de Fawkes como "Guido", logo após a tortura,
comparada com uma assinatura anterior. Créditos: Wikipédia.
Guy deu aos interrogadores seu pseudônimo de John Johnson quando foi interrogado pela primeira vez na sala privativa do rei, onde ainda estava confiante. Ele se identificou como sendo um homem de 36 anos, católico de Netherdale e deu o nome de seu pai como sendo Thomas e sua mãe sendo Edith Jackson. Em algum momento, Guy Fawkes admitiu que sua intenção era em explodir o Parlamento e estava triste por não ter conseguido. Sua maneira firme de falar lhe valeu a admiração do rei James. A admiração, por sua vez, não impediu o rei de mandar torturar "John Johnson" para que ele revelasse os nomes dos outros conspiradores. As torturas começaram "leves" no início, mas as mais severas começaram a ser aplicadas quando ele foi transferido para a Torre de Londres. O rei compôs uma lista de perguntas para que "Johnson" respondesse.

Sir William Waad, tenente da torre acabou por obter a confissão de Guy. Ele acabou revelando sua verdadeira identidade em 7 de novembro e revelou aos interrogadores que existiam cinco pessoas envolvidas na conspiração contra o rei. Ele então revelou os nomes, em 8 de novembro, contando que a intenção era colocar a princesa Elizabeth no trono. Em sua terceira confissão, em 9 de novembro, ele implicou Francis Tresham. Fawkes assinou sua confissão logo em seguida.
  • Julgamento e Execução.
O julgamento dos oito conspiradores começou na segunda-feira, 27 de janeiro de 1606. O resultado não foi surpresa para ninguém. O juri considerou todos os oito conspiradores culpados por alta traição. O procurador geral da Inglaterra Sir Edward Coke proferiu a sentença: todos seriam estripados, seus genitais deveriam ser removidos e queimados na sua frente, seu coração deveria ser arrancado e depois deveriam ser decapitados e seus corpos desmembrados para que as partes fossem levadas em todos os quatro cantos do reino para servir de aviso aos traidores.

Em 31 de janeiro de 1606, os condenados foram levados para o palanque, onde seriam executados. Enfraquecido pela tortura, pedindo perdão ao rei e à nação, Guy conseguiu se soltar e pulou para a morte, quebrando o pescoço em seguida, a fim de evitar a humilhação da execução. Seu corpo foi desmembrado mesmo assim e as partes foram levadas para vários lugares do reino.

Os detalhes sobre a conspiração foram contados ao principal jesuíta da Inglaterra, Henry Garnet, com a permissão de Robert Catesby, por Oswald Tesimond, outro jesuíta. Apesar da oposição de Garnet, a conspiração foi adiante, e Garnet foi sentenciado a decapitação, afogamento e esquartejamento, por traição.

Legado.

Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão. Uma tradição sardônica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas". Sua imagem acabou se tornando um símbolo de rebelião e até da anarquia.

Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes são desfilados na rua, agredidos, despedaçados e por fim queimados

A graphic novel V de Vingança, com roteiro de Alan Moore e arte de David Lloyd, possui influências da "Conspiração da Pólvora". Um personagem que utiliza o codinome V e que utiliza uma máscara inspirada no rosto de Guy Fawkes, tenta promover uma revolução na Inglaterra fictícia (década de 1990) onde é ambientada a graphic novel. A explosão do parlamento inglês também era objetivada, buscando-se concretizar, de certa forma, os planos da conspiração da pólvora.

Prisão de Guy Fawkes.
Outra influência é encontrada em pelo menos dois dos livros da saga Harry Potter: em Harry Potter e a Pedra Filosofal, no primeiro capítulo, a história é explicitamente citada quando dois locutores de televisão, ao anunciarem uma chuva de estrelas observada anormalmente no céu, atribuem a sua origem a uma provável comemoração antecipada da Noite das Fogueiras; e em Harry Potter e a Câmara Secreta, no capitulo doze, uma fênix é chamada de Fawkes, tentando traçar um paralelo entre o mito da fênix que, após morrer renasce das suas próprias cinzas, e a necessidade do renascimento social, cultural e político em Inglaterra, concretizável caso a revolução fosse adiante.

Na série de manga e Anime "One Piece", existe um personagem cujo nome é Dracule Mihawk, usualmente chamado de "Olhos de falcão". Fica muito claro que este personagem é uma homenagem direta de Eiichiro Oda (o criador da série) ao Guy Fawkes, isso pode ser facilmente explicitado observando-se o nome e a fisionomia do personagem criado pelo Mangaka.

No vídeo-jogo Fallout 3, um dos personagens utiliza o nome Fawkes. Quando questionado sobre o porquê da escolha do nome, responde que era o nome de alguém "...que lutou e morreu por aquilo em que acreditava."
  • Cultura Pop.
Como a ignorância sempre sobressai , os ideais de liberdade de Fawkes e a sua luta por aquilo que acreditava foram esquecidos com o tempo, dando espaço para a versão de que Jaime VI & I deu à História quando disse que ao derrubar a conspiração, ele salvou a Inglaterra. Criou-se então uma tradição chamada Noite das Fogueiras, celebrada todo dia 5 de novembro. Nesta noite é tradição malhar e queimar em fogueiras, bonecos que representam Fawkes, e soltar fogos de artifício.

E assim o tempo passou e o povo converteu a imagem de Fawkes para bandido tal como o Rei quisera. E na cultura popular, foi criada uma rima tradicional, em alusão à Conspiração da Pólvora, versos como esse foram cantados por gerações, saudando o feito do Rei:
"Remember, remember, the 5th of NovemberThe gunpowder treason and plot;I know of no reason why the gunpowder treasonShould ever be forgot." 
Tradução livre:
"Relembrem, relembrem o cinco de novembroA traição e conspiração da pólvoraNão sei de nenhuma razão para que a traição da pólvoraAlgum dia seja esquecida."
Outra tradução livre:
"Me lembro, me lembro, do cinco de novembro
Do atentado e da pólvora, se deve saber
E não vejo razão, para que tal traição
Um dia se venha a esquecer."
Noite das Fogueiras (ou Noite de Guy Fawkes)
de 2005 em Lewes, Sussex.
Créditos: Andrew Dunn/Wikipédia
Há mais versos que se seguem a estes, alguns dos quais não costumam ser usados por serem ofensivos.

Os versos em inglês:
Remember, remember the fifth of November,
The gunpowder treason and plot.
I know of no reason why the gunpowder treason
Should ever be forgot.
Guy Fawkes, Guy Fawkes, 'twas his intent
To blow up the King and Parliament.
Three score barrels of powder below,
Poor old England to overthrow;
By God's providence he was catch'd
With a dark lantern and burning match.
Holloa boys, holloa boys, make the bells ring.
Holloa boys, holloa boys, God save the King!
Hip hip hoorah!
Em português:
"Lembrai, lembrai do 5 de novembro""A pólvora, a traição e o ardil""Por isso não vejo porque esquecer""Uma traição de pólvora tão vil""Guy Fawkes,Guy Fawkes, esta era sua intenção""Explodir o rei e o Parlamento""Três montes de barris de pólvora abaixo""Para derrubar a pobre Inglaterra""Pela providencia divina foi capturado""Com uma lanterna escura e um fósforo""Halloa boys,Halloa boys, façam os sinos tocar""Halloa boys,Halloa boys, Deus salve o Rei""Hip hip Horray"
Parte considerada ofensiva e com uso terminal, devido a discriminação com o catolicismo.
A penny loaf to feed the Pope.A farthing o' cheese to choke him.A pint of beer to rinse it down.A faggot of sticks to burn him.Burn him in a tub of tar.Burn him like a blazing star.Burn his body from his head.Then we'll say ol' Pope is dead.Hip hip hoorah!Hip hip hoorah hoorah!
Em português:
Uma migalha de pão para alimentar o Papa.
Uma fatia de queijo para sufocar ele.
Uma taça de cerveja para lava-lo.
Um feixe de varas para queimá-lo.
Queime-o em um banho de alcatrão.
Queime-o como uma estrela brilhante.
Queimar o seu corpo a partir de sua cabeça.
Então, vamos dizer o Papa está morto.
Hip hip hoorah!
Hip hip hoorah hoorah!
Na história em quadrinhos do V de Vingança, bem como no filme homônimo, há referência a essas rimas e à conspiração da pólvora, bem como na canção "Remember" da carreira solo de John Lennon.

Vendetta.

Porém, destruir um ideal por completo é uma tarefa difícil, quase impossível. Frente aos constante casos de corrupções na coroa Inglesa, Fawkes começou a renascer. E o seu ideal de liberdade, de luta contra opressão, levantou-se novamente. E os historiadores começaram a escrever uma segunda versão para História. E foi dessa versão que surgiu a referência ao personagem mascarado de codinome V da graphic novel de Alan Moore.

O enredo é situado num passado futurista (uma espécie de passado alternativo), numa realidade onde a Inglaterra é controlada por um partido de índole totalitária ascende ao poder, após uma guerra nuclear. A analogia com o regime fascista é inevitável: o governo tem o controle da mídia, há uma polícia secreta e campos de concentração para minorias raciais e sexuais - à semelhança do que escreveu Hannah Arendt no seu livro "Origens do totalitarismo", de 1951. Existe também um sistema de monitoramento mediante o uso de câmeras, nos moldes de 1984, de George Orwell, escrito em 1948, quando o CFTV ainda não existia tal como é hoje.

Após o fim de um conflito político, com os campos de concentração desativados e a população complacente com a situação, o governo domina e persegue a população até que surge “V” — um Anarquista que veste uma máscara estilizada de Guy Fawkes e é possuidor de uma vasta gama de habilidades e recursos. Ele então inicia uma elaborada e teatral campanha para derrubar o sistema, representado pelo Estado totalitário.

A história em quadrinho foi escrita no momento em que a Inglaterra, sob a liderança da primeira ministra Margaret Thatcher, estava implementando o modelo econômico neoliberal, ao mesmo tempo em que o chamado socialismo real entrava em colapso na U.R.S.S..

Nesta obra, o caráter totalitário do Estado é mostrado, tal como escreveram vários teóricos anarquistas - Enrico Malatesta (nos seus Escritos revolucionários), Mikhail Bakunin, Pierre Joseph Proudhon, Max Stirner, Emma Goldman, Piotr Kropotkin e Henry David Thoreau.
  • Impacto cultural
O Anonymous, um grupo nascido na grande rede, adotou a máscara de Guy Fawkes como seu símbolo (em referência a um meme da internet). Os membros do grupo usavam tais máscaras, por exemplo, durante os protestos do Projeto Chanology contra a Igreja da Cientologia em 2008. Alan Moore, o autor dos quadrinhos, falou sobre o uso das máscaras de Guy Fawkes, adotado a partir de V for Vendetta, em uma entrevista à Entertainment Weekly:
“Eu também estava bastante animado outro dia quando assisti ao noticiário ao ver que houve manifestações em frente à sede da Cientologia por aqui e, de repente, vi uma filmagem mostrando todos esses manifestantes vestindo as máscaras de Guy Fawkes de V for Vendetta. Isso me agradou. Isso me deu um pouco de entusiasmo.”
Segundo a revista Time, a adoção da máscara por manifestantes levou a se tornar a máscara mais vendida na Amazon.com, vendendo centenas de milhares de exemplares anualmente.

Membros do grupo Anonymous usando a máscara de Guy Fawkes em Los Angeles, Estados Unidos, em 2008. Créditos: Vincent Diamante/Wikipédia.
O filme supostamente inspirou alguns dos jovens egípcios, antes e durante a revolução egípcia de 2011.

Em 23 de maio de 2009 manifestantes vestidos como o personagem V e usaram um barril de pólvora falso no Parlamento do Reino Unido, em Londres, enquanto protestavam contra as despesas dos deputados britânicos.

Durante o movimento Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e em outras manifestações semelhantes ao redor do mundo, a máscara tornou-se conhecida internacionalmente como um símbolo da revolução popular. O artista David Lloyd, declarou:
"A máscara de Guy Fawkes tornou-se uma marca comum e um cartaz conveniente para usar em protestos contra a tirania — e eu estou feliz que as pessoas a usem, parece bastante original, um ícone da cultura popular sendo usado para este caminho."
Em 17 de novembro de 2012, policiais em Dubai advertiu contra o uso de máscaras de Guy Fawkes pintadas com as cores da bandeira dos Emirados Árabes Unidos durante qualquer celebração associada com o "Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos "(2 de dezembro), declarando que tal uso um ato ilegal.

Durante os protestos no Brasil em 2013, vários manifestantes também usaram a máscara como símbolo de suas reivindicações.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conspira%C3%A7%C3%A3o_da_P%C3%B3lvora

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guy_Fawkes

https://pt.wikipedia.org/wiki/Recusancy

https://pt.wikipedia.org/wiki/V_for_Vendetta

https://pt.wikipedia.org/wiki/V_de_Vingan%C3%A7a_(filme)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Anonymous

https://maringapost.com.br/ahduvido/guy-fawkes-conspiracao-da-polvora-v-de-vinganca-e-anonymous/

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