Folclorismo é uma especialidade da ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem, os costumes e as tradições, em paralelo a antropologia (ciência que estuda todas as dimensões do homem e da humanidade).
Créditos: TV Maresol/Metró |
Fakeclore uma história falsamente criada como se fosse baseada em uma tradição genuína. Os críticos dizem que fakeclore é explorador e inferior ao folclore, mas os defensores dizem que e melhor, baseado em tradições de longa data e vale a pena por direito próprio.
De fato o Brasil possui diversos mitos estranhos, e aparições envoltas em polêmicas nos últimos anos, o ET de Varginha, o Chupa-Cabra, o Et Bilu, Brasília. Mais um ser para englobar (ou não) a Casuística Mitológica Brasileira, Vindo diretamente de Goianinha, no interior do Rio Grande do Norte, uma série de relatos contaminou as redes sociais no inicio do ano de 2017.
Tal ser conhecido pelo nome de Chupa-Cu, um híbrido entre ser humano, extra-terrestre (e ator pornô gay). Ele entra nas casas pelos telhados e ataca vítimas que dormem sem roupa. E pelo nome já dar para imaginar o que ele faz.
O Mito.
Fanfic 8/10. |
Com medo, a população tentou se esconder, mas não adiantou. No dia 20, mais 15 pessoas já tinham tido o cu chupado. Temer emitiu uma ordem de alerta, e vários soldados do BOPE foram convocados para caçar o Chupa-Cu. Apesar dos esforços, nenhum Chupa-cu morreu, apesar de ninguém ter acabado com o Cu chupado no fim da história. Eles também encontraram o corpo de um Chupa-Cu seco no meio do mato, dando assim o começo de uma teoria que diz que o próprio Chupa-Cu não pode ficar sem sangue do cu dos outros, ou então ele acaba secando, tipo um vampiro, só que mais sexualmente. Finalmente, no dia 21, acabaram encontrando o covil do Chupa-Cu. Próximo dele, haviam mais de 100 esqueletos humanos, todos com o toba pra cima e sangue, que provavelmente foi chupado mas não engolido, no chão. Mesmo sendo pego de surpresa, o Chupa-Cu não se rendeu. Ele chupou o cu de mais 200 soldados antes de ser morto por um míssil atirado por um tanque anti-aéreo a queima roupa. Foi dano demais pra ele se recuperar chupando sangue, e acabou sendo morto. Ainda assim, existem outros chupas-cus em outros estados, esperando pacientemente... para um rabo chupar.
Fakeclore.
Os Estados Unidos têm o Big Foot, a Escócia tem o Loch Ness, o Tibeti tem o Yeti, no Brasil temos um alien rosa pervertido.
Assim como o Slender Man, o Chupa-Cu de Goianinha, foi criado no Boca-a-Boca, neste caso no compartilhamento de informações pelas Redes Sociais. A diferença básica entre o homem comprido para o Alien rosado e como suas histórias se popularizaram: Nos States, o Slender se transformou em uma entidade dos contos de horror, na terra do hue hue, o Chupa-Cu se tornou um meme.
No Estados Unidos, Victor Surge e creditado como o Pai de Slender Man.
No Brasil, Renan Ribeiro, e o Pai do Chupa-Cu.
Créditos: TV Maresol. |
No dia 22 de outubro de 2017 uma conta falsa no Twitter, mimetizando o perfil do @UOL publicou a chamada de que um “chupa-cu voador” teria aparecido em Manaus – levando a um novo nível a piada que já tanto circulou pelas redes em fevereiro daquele ano. O link levava para um notícia qualquer do site real do UOL, mas ele era o de menos importante. Prints da página espalharam a brincadeira.
Mesmo sendo uma piada, as histórias em volta do Chupa-Cu, podem ser consideradas partes do Folclore, tipo, um folclore moderno?
Câmara Cascudo já lembrava: “tudo que é folclórico é popular, mas nem tudo que é popular pode ser considerado folclórico”. O Chupa Cu é uma piada criada por um perfil auto-declarado humorístico, compartilhada e espalhada na forma de meme – alcançando assim a massa. E massa e povo, de onde vem o “folk”, são coisas muito diferentes. Em tese não e uma Lenda (Mesmo ela estando nesta Enciclopédia)
Paralelamente ao Slender Man, o Alien rosado nasceu na chamada nova Mídia, que popularizou de forma satírica (Tv Maresol) suas peripécias. Pegando fotos Aleatórias (Assim como o Slender) dando os retoques necessários e criando um novo ser.
Se a história do Chupa-Cu e uma peça satírica não poderia entrar no âmbito folclórico? Afinal o humor e parte do folclore.
Mais uma vez recorremos a Cascudo: falta-lhe Tempo. Uma das mais importantes características essenciais de um fato folclórico é a Persistência – sua capacidade de comunicar tão fortemente com a sociedade ou com um grupo social que o elemento descola de certa maneira de seu tempo para entrar no imaginário (que é sempre coletivo), transformando-se para ser sempre presente, ainda que com as marcas do passado.
Se observamos bem o Chupa-Cu habita um micro-universo particular nas Redes Sociais sendo evocado quando lhe convém (Mesmo que tenha a mesma origem memistica do Slender Man), geralmente uma piada utilizada para escarnecer pseudo-cientistas, ou outros assuntos um tanto bizarros.
Memes são do instante, pertencem a cibercultura. Tratados de maneira coletiva tem seu lugar na comunicação humana, dizem de uma certa identidade (esta da hiperconexão) mas são esvaziados de sentido. Não tem pregnância simbólica.
É um erro comparar o caso com o da Perna Cabeluda no Recife, por exemplo. A lenda foi criada a partir de um boato espalhado pelo radialista Jota Ferreira na década de 1970, mas só ganhou o status popular quando sua narrativa foi apropriada pelo povo e a autoria se perdeu. Além disso, a perna – que ataca os bêbados durante a noite – ecoa uma série de mitos correlatos que também atacam os notívagos ao longo da história do mundo (como a própria porca dos sete leitões). Percebam então que a criatura é instituída de uma função social, a da regulação das relações conjugais e da vadiagem noturna.
O mesmo acontece no caso do Slender Man. A criatura misteriosa, de rosto sempre oculto, criado por Victor Surge em 2009. Em pouco tempo a narrativa se espalhou e pessoas começaram a sonhar com a criatura. Chegando ao ponto de Anissa Weier e Morgan Geyser quase matarem em seu nome.
"Desgosto dela em particular por conta de sua repercussão. A sua suposta graça está em debochar das crenças populares, levando-as ao extremo do ridículo (a começar pelo nome do monstro). Isso sem falar que o local das aparições indicados pelo meme é sempre longe dos “grandes centros”: Goianinha/RN e Manaus. Nos comentários de quem não discerne a piada do real, só vejo o reforço de algo que insisto tanto em evitar: a ligação entre Folclore e ingenuidade, “ignorância”, vida interiorana e assim por diante.
Folclore não está lá, está aqui. Faz parte de nós. Mitos não são historinhas, são rastros da experiência humana. Memes são formas de comunicação pós-moderna. Piadas que podem carregar muitas coisas com elas: de críticas políticas ao preconceito. São formas válidas, mas cada coisa em seu lugar."A Lenda do Chupa-Cu é uma piada, sem dúvidas, afinal o corpo do Mito que utilizei neste artigo, veio da Desciclopédia.
Fontes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore
https://colecionadordesacis.com.br/2017/10/24/o-folclore-e-o-cu-a-anatomia-dos-mitos-para-alem-dos-memes-do-chupa-cu-de-goianinha/
https://www.sensacionalista.com.br/2017/02/20/saiba-tudo-sobre-o-chupa-cu-de-goianinha-uma-historia-que-nem-o-sensacionalista-conseguiria-inventar/
https://www.buzzfeed.com/raphaelevangelista/tudo-que-voce-precisa-saber-para-entender-o-misterioso-caso
https://www.youtube.com/watch?v=5ClIdPQRbP8
https://desciclopedia.org/wiki/Chupa-cu_de_Goianinha
http://www.abovetopsecret.com/forum/thread1205007/pg1
http://cryptidz.wikia.com/wiki/Chupa-Cu
https://www.brechando.com/2017/02/o-que-e-o-chupa-cu-de-goianinha-e-uma-trollagem/
Nenhum comentário:
Postar um comentário