segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Caso Augusto Leverger.

Augusto Leverger.
Finalmente chegamos no mês de Novembro. Quem diria que se passaram 10 meses, 305 dias, e damos inicio a mais uma postagem relacionada aos fenômenos dos Discos Voadores (não todos é claro afinal catalogar todos os casos envolvendo o fenômeno Óvni é praticamente impossível) os casos relacionados ao Fenômeno Óvni, principalmente nos dias que eles ocorreram.

Retomando a tradição de cada mês apresentarei uma imagem diferente de um Alien Aleatório, no inicio de cada postagem.

Novembro será a mesma coisa, da qual apresentarei alguns casos famosos e nem tão famosos em torno Ufologia. Nesta 14° Postagem de Memórias da Ufologia de Novembro, apresentarei um dos casos mais emblemáticos da mesma: O Caso Augusto Leverger.


Um dos mais antigos relatos de ÓVNI's publicados no Brasil deve-se a Leverger. Em 5 de julho de 1846, a bordo da barca-canhoneira Dezoito de Julho, que seguia para o Paraguai, acompanhada da embarcação Vinte e Três de Fevereiro, ele observou um fenômeno incomum nos céus. O relato do que viu foi publicado na edição da Gazeta Official do Império do Brasil de 26 de novembro de 1846, vol. I, n° 74, p. 295:

O Caso.

Ao longo da história da humanidade são inúmeros os registros de aparições de ÓVNIS em céus de todo o planeta. Com o advento da Imprensa tais registros tornaram-se mais comuns como vemos no artigo presente no Boletim Oficial Mensal do Departamento de Relações Públicas da Companhia Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro LTDA., em seu número 59, do mês de maio de 1959. Num artigo sob Título DISCOS VOADORES, de autoria de CJ Dunleo temos vários casos documentados na segunda metade do século 19:

“Não é de hoje que se fala em discos voadores. Deixando de parte as histórias fantásticas, sem qualquer fundamento, registramos algumas observações feitas por astrônomos, capitães de navios e outras pessoas dignas de crédito:

Em 1870, o jornal “The Times”, de Londres, noticiava que um estranho objeto elíptico fora visto naquela cidade a 26 de setembro; um ano depois, a 1º de agosto de 1871, diversas pessoas em Marselha, França, avistaram um grande engenho redondo, seguindo lentamente pelos céus; a 22 de março de 1880, eram observados em Kattenau, na Alemanha, vários objetos brilhantes e luminosos, movendo-se em direção oeste e subindo; em 1885, o “Royal Gazette”, de Bermuda, dava notícia de uma coisa redonda misteriosa que voava sobre a ilha; a 1º de novembro do mesmo ano, um astrônomo e diversas testemunhas presenciaram uma enorme máquina redonda voando sobre Adrianópolis, na Turquia; em 1880, um disco oval era visto obre a Nova Zelândia, voando a grande altura; em 1890, diversos objetos aéreos eram percebidos nos céus das Índias Orientais Holandesas, surgindo pouco depois na Inglaterra e Escócia; a 25 de janeiro de 1878, o “Daily News”, de Denison, Texas, EUA, publicava circunstanciado relatório a respeito de um engenho no formato de pires (“saucer”) observado naquele país; em 1897, astrônomos e milhares de pessoas no meio-oeste dos Estados Unidos viram um curioso aparelho no céu, com luzes vermelhas, verdes e brancas, fato esse amplamente noticiado nos jornais de Chicago e diversas cidades; e, assim por diante, para só citar as principais aparições assinaladas no século passado.
  • Quem Foi Augusto Leverger?
Almirante Augusto João Manuel Leverger, conhecido por Barão de Melgaço ou Bretão de Cuiabá (Saint-Malo, Fr, 30 de janeiro de 1802 — Cuiabá, Br, 14 de janeiro de 1880) foi um militar franco-brasileiro, naturalizado brasileiro, escritor, herói da Guerra do Paraguai e presidente da província de Mato Grosso em várias ocasiões. Segundo seu biógrafo Virgílio Correia Filho, era marinheiro desde muito jovem, tendo chegado ao Brasil em 1824. Um decreto de 26 de maio de 1825 o nomeou segundo-tenente.

Filho de Mathurin Michel Leverger e Regina Corbes, chegou a Cuiabá em 23 de novembro de 1830. Casou-se com Inês de Almeida Leite em 1843.

Foi escritor, historiador e geógrafo, estando entre seus principais interesses a hidrografia. Foi a figura mais importante da literatura matogrossense de sua época.

Por decreto do Imperador referendado por Cândido José de Araújo Viana em 18 de junho de 1841, enquanto Capitão-Tenente da Armada Nacional e Imperial, recebeu a mercê do Hábito da Ordem da Rosa e licença para usar sua insígna. Já Capitão de Fragata, foi promovido a oficial da mesma Ordem em 10 de dezembro de 1844.

Devido a seu conhecimento da província de Mato Grosso, foi nomeado Cônsul-Geral do Brasil em 1839 para estabelecer boas relações com o Paraguai, sobretudo no tocante à navegação do Rio Paraguai e ao estabelecimento de fronteiras. Aceitou este cargo somente em 1843.

Quando da Guerra do Paraguai, lutou no Forte de Coimbra e fez erguer as Fortificações de Melgaço para proteger Cuiabá do avanço das tropas de Solano López. Por ter impedido que as tropas invasoras atingissem a capital matogrossense. Devido ao seu envolvimento na guerra e na defesa das fronteiras brasileiras durante a guerra do Paraguai. foi consagrado herói.

Em carta de agradecimento ao Imperador D. Pedro II (1840 - 1889) por ter recebido o título de barão, escreveu: "... peço a V. Ex. o obséquio de tratar da obtenção do diploma, brasão, etc., pois não tenho tempo nem facilidade de imaginar coisa alguma a esse respeito. Ministrar-lhe-ei as seguintes verídicas informações. Não sei a significação nem a etimologia de Melgaço. É o nome de uma série de colinas que bordam o Rio Cuiabá, distante vinte léguas ..."

Foi, ainda, nomeado pelo Imperador, em diversas ocasiões, presidente ou vice-presidente da Província do Mato Grosso. Em 9 de Junho de 1857, o Imperador D. Pedro II como Grão-Mestre da Ordem de São Bento de Avis o nomeou, em atenção a seus serviços militares, Comendador da Ordem - era então Chefe de Divisão; o decreto está referendado pelo marquês de Olinda. Em 22 de setembro de 1857, o Imperador o nomeou Vice-Presidente da Província de Mato Grosso, em decreto igualmente referendado pelo Marquês de Olinda. Mais tarde, já Chefe de Esquadra reformado, o Imperador lhe concedeu em 1º de Outubro de 1857 permissão para continuar a residir na Província. Em 2 de Outubro de 1865, do Palácio da vila de Uruguaiana, e em atenção a seu distinto merecimento e patriotismo, o Imperador o nomeou Presidente da Província em substituição a Manoel Pedro Drago. Três anos depois, do Palácio do Rio de Janeiro em 28 de Junho de 1868, o Imperador o nomeou Presidente da Província por segunda vez, em decreto referendado por Paulino José Soares de Sousa.

Após a sua morte fizeram-se vários projetos para publicar a sua obra, o que, no entanto, nunca ocorreu. Quando do governo de Manuel José Murtinho em Mato Grosso, um monumento foi erguido sobre o seu túmulo no Cemitério da Piedade, em Cuiabá.

O Almirante Augusto Leverger é o Patrono da Turma de 1978 do Colégio Naval.
  • Depoimento
No Brasil, quem primeiro avistou um disco voador parece ter sido o capitão de fragata Augusto Laverger. Deixamos aqui a preciosa citação de C.J. Dunlop para nos reportarmos, ainda sob sua inspiração, ao que se lê na “Gazeta Official do Império do Brasil”, quinta-feira, 26 de novembro de 1846, página 295:

Créditos: Portal BURN

“Na expedição das canhoneiras de Cuyabá para a cidad de Assumpção, sob o comando do Capitão de Fragata Augusto Leverger, observou este hum extraordinário phenomeno meteorológico que descreve de maneira seguinte: 
Observei esta noite hum phenomeno como nunca antes vira. As 5 horas de 57 minutos estado o céo perfeitamente limpo, calma, thermometro 60º, hum globo luminoso com instantânea rapidez descreveo huma curva de como 30º, ao rumo NNO. A direção fazia com o horizonte ângulo de, aproximadamente, 75º e 105º e agudo aberto pelo lado do Oeste. 
Deixou substituir huma faixa de luz de 5º ou 6º de cumprimento e 30º a 35º de largura, na qual distinguião-se três corpos cujo “brilho era muito mais vivo que o da faxa, e igualava, se não excedia, em intensidade, o da lua cheia em tempo claro. Estavão supepostos e separados um dos outros. 
O do meio tinha a aparência quase circular; o inferior parecia um segmento de circulo de 120º com os raios extremos quebrados; a forma que apresentava o de cima era de hum quadrilátero irregular; a maior dimensão dos discos seria de 20 a 25’. Emfim acima delles via-se huma lista de luz muito fraca em forma de zig-zag de como 3’ de largura e 5º ou 6º de compriment. A altura angular da faxa grande sobre o horizonte parecia de 8º (Receosos de perder alguma circunstância do phenomeno não recorri ao instrumento para medir essas dimensões). 
Foi tudo abaixando com não maior velocidade apparente do que os astros no seu ocaso, porém os globos luminosos mudarão de aspecto tomando a forma elíptica de cada vez mais achatada, e embaciando até parecerem pequenas nuvens. A faixa grande inclinou-se para N até ficar quase horizontal, mas o zig-zag sempre conservou a mesma direção. Depois de 25’ tudo desappareceo, e não houve o mais leve signal de perturbação na atmosphera. 
Na cidade de Assumpção conversei com o Ministro do Brasil e diversos outras pessoas que testemunharão esta, para nós todos, singular apparição. Huma circunstância que ao me parece muito digna de notar-se, he a direção em que o Ministro observava o phenomeno, não houve engano, pois referia a observação a hum auro cujo azimuth era fácil verificar, a esta direção era proximadamente de ONO, fazendo por tanto hum ângulo de 45º com a de NNO, que eu notara. 
Submeti ao calculo trigonométrico esta enorme parallaxe combinada com as posições geográficas de Assumpção e do lugar onde eu observei, e achei que o phenomeno devera verificar-se na região atmospherica e tão somente a 3 légoas de Assumpção".
Como se percebe, na época o fenômeno foi interpretado como meteorológico, e não ovniológico ou ufológico, como se tornou comum chamar depois. E de fato, a interpretação da época tem todas as características de ser a correta, uma vez que o objeto observado devia tratar-se de nada além de um bólido que se desintegrou ao entrar na atmosfera terrestre, iluminado pelo crepúsculo.

O diário do reconhecimento do Rio Paraguai desde a cidade de Assunção até o rio Paraná, feito pelo capitão-de-fragata da armada nacional e imperial Augusto Leverger, foi publicado na Revista Trimensal do Instituto Histórico, Geographico e Ethnographico do Brasil em 1862

Fontes.

Boletim: Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV) - Edição 12 - novembro de 1959.

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/a1950/leverger

http://www.portalburn.com.br/ovnis-avistados-por-militares-brasileiros-antes-de-1947/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Leverger

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