quarta-feira, 27 de março de 2019

O Palhaço Assassino.

Toda Lenda Urbana tem sua origem, a notória gangue de palhaços também tem a sua, com John Wayne Gacy Jr, conhecido como Pogo, o Palhaço Assassino.

Formado em Administração, fora casado duas vezes e tinha um casal de filhos; era tesoureiro do Partido Democrata, membro da Defesa Civil do estado de Illinois além de ter sido eleito homem do ano e até posou ao lado da primeira-dama dos Estados Unidos Rosalynn Carter em 1978.

Porém, ao investigar o desaparecimento de um rapaz de 15 anos a polícia derrubou a carismática máscara com que Gacy escondia um serial killer.

A história se inicia em 1978, a polícia de Illinois, Chicago, efetuou uma busca na casa n° 8975 da West Summerdale Avenue, interrogando seu morador, John Wayne Gacy Jr, palhaço amado e muito querido pelas crianças da cidade, o tipo de pessoa, pensava-se, que dificilmente cometeria algum crime.

Antes de ir embora, um dos policiais estranhou um cheiro desagradável na casa; "É só um entupimento nos canos de esgoto", alegou Gacy. Mas como havia pessoas desaparecidas na região, uma das quais sabia-se conhecer Gacy, a polícia investigou mesmo assim. Quando Gacy percebeu que seria pego, entregou-se e revelou o paradeiro dos corpos enterrados em seu porão. Gacy desenhou uma planta do porão, apontando onde se encontrava cada corpo, inclusive de alguns que ele já não mais lembrava os nomes e ainda revelou que havia jogado alguns corpos num rio local. Foram encontrados os restos de mais de vinte e nove garotos entre nove e vinte e sete anos, com sinais de tortura, violências sexuais e estrangulamento.

A História do "Palhaço Assassino".

John Wayne Gacy Jr. nasceu em 1942, em Chicago, nos Estados Unidos. Tinha duas irmãs. Seu pai, John Gacy, era alcoólatra e aparentava não gostar do filho: batia-lhe sem grandes motivos, chamava-lhe de “menininha”. A mãe também era vítima deste homem. Apesar disto, aparentemente Gacy Jr. gostava do pai. Aos 11 anos, John Wayne Gacy foi atingido na cabeça por um balanço. Nos cinco anos seguintes, periodicamente sofria escurecimentos da visão. Foi descoberto um coágulo em seu cérebro, que foi removido cirurgicamente, e houve a remissão do problema. Contudo, Gacy ainda manteve outros sintomas hipocondríacos, que o ajudavam a afastar-se de atividades mais masculinas, como a prática de esportes violentos – ocasionalmente tinha queixas cardíacas, por exemplo.

Apesar de tudo isto, John Wayne Gacy formou-se em Administração e tornou-se vendedor de sapatos. Casou-se com uma colega de trabalho cujo pai possuía um restaurante de frangos fritos, em outro estado, e logo John passou a gerenciar tal estabelecimento, com desenvoltura. Em 1968, um evento que pegou de surpresa todos os seus conhecidos: foi acusado de ter subjugado sexualmente, por um longo período de tempo, um jovem empregado. John Wayne Gacy contratou um adolescente assassino para espancar uma testemunha da promotoria, e mais acusações pesaram sobre ele. Negociando uma confissão, foi sentenciado a dez anos de prisão. Prisioneiro “modelo”, foi solto menos de dois anos depois. Entretanto, sua esposa o largou, neste período. Gacy voltou então para Chicago.

Estabeleceu-se como construtor. Logo se casou. Desenvolto, logo adquiriu popularidade com os vizinhos. Participava da política (seu pai detestava políticos), tendo posado para uma foto ao lado da primeira-dama do país, a esposa de John Carter. Fantasiava-se de palhaço em festas caritativas. Era membro do Conselho Católico e da Defesa Civil. Foi então que começou a matar, perto de fazer 30 anos. Muitas vezes atacava conhecidos, mas em outras ocasiões abordava pessoas na rua, às vezes de uma forma convidativa, outras mais intimidativo. Escolhia sempre pessoas do sexo masculino – adolescentes ou jovens adultos. Sodomizava-os, torturava-os e depois os matava, geralmente sufocados ou estrangulados. Enterrava os corpos no chão de sua casa – até que, sem espaço, começou a jogá-los em um rio.
  • A Investigação.
Chicago, Illinois, março de 1978. Jeffrey Ringall, um jovem de 27 anos passeia pela New Town (uma avenida movimentada de Chicago) quando um homem em um Oldsmobile preto pára do seu lado e o convida para dar uma volta pela cidade. Horas depois Ringall acordaria debaixo de uma ponte sem a mínima noção de como foi parar lá. Ficou 6 dias internado em um hospital com trauma emocional extremo além de ter tido estragos permanentes no fígado. Ringall não se lembrava de nada, apenas de um homem gordo em um Oldsmobile preto. Após recuperar-se, Ringall decidido a vingar-se do seu agressor,passou vários meses dentro de um carro estacionado em um avenida de Chicago onde lembrava ter sido pego pelo tal homem gordo do Oldsmobile preto. Um dia então, um Oldsmobile preto passou na avenida e Ringall o seguiu. O dono do Oldsmobile era John Wayne Gacy Jr.

Des Plaines, Illinois, 11 de Dezembro de 1978. No dia de seu aniversário de 15 anos, Robert Piest, disse à sua mãe que se encontraria com um empreiteiro dono da PDM Contractors, Incorporated, que o estava oferecendo um emprego. Piest nunca mais voltou. A polícia foi chamada e o tenente Joseph Kozenczak começou a investigar o desaparecimento.

O detetive Joseph Kozenczak do Departamento de Polícia de Des Plaines intimou o dono da PDM Contractors, John Wayne Gacy Jr, a depor. Gacy disse que não sabia nada a respeito do desaparecimento de Robert. Ainda desconfiado, Kozenczak conseguiu um mandato de busca para a residência de Gacy.

Em 13 de Dezembro de 1978, dois dias após o desaparecimento de Robert, a polícia entrou na casa de Gacy na Avenida Summerdale. Gacy não estava em casa no horário. Ao revirar a casa a polícia encontrou, dentre outros objetos:
  • Uma caixa contendo maconha e rolos de fumo;
  • Sete filmes eróticos suecos;
  • Pílulas de nitrato de amilo e valium;
  • Livros “Adolescentes”, “Os Direitos das Pessoas Homossexuais”, “Sexo entre homens e meninos”, “21 Casos de Sexo Anormal”, “O Guia do Americano Bi-Centenário Gay”, “A Grande Engolida”, dentre outros;
  • Um par de algemas com chaves;
  • Uma prancha de madeira com dois furos na extremidade;
  • Uma pistola italiana 6 mm;
  • Um vibrador de borracha de 45 cm;
  • Roupas muito pequenas para o barrigão de Gacy;
  • Cordas de nylon.
Os policiais então resolveram verificar o porão da casa. O cheiro horrível e bastante forte fizeram os investigadores a acreditarem que havia algum cano quebrado por onde o esgoto deveria estar escorrendo. Nesta primeira busca não acharam nada de incriminador.

Ao saber que a polícia havia entrado em sua casa e confiscado alguns objetos, Gacy ficou furioso e contratou um advogado imediatamente. A polícia não tinha nada que ligasse Gacy ao desaparecimento e o liberou. Continuando com as investigações o detetive Kozenczak intimou amigos e familiares de Gacy para depor, mas todos foram enfáticos ao dizer que Gacy nunca seria capaz de matar alguém. Bastante frustrado por não conseguir ligar Gacy ao desaparecimento de Robert, a polícia decidiu prendê-lo por posse de maconha e valium. Sua situação ficou pior porque Ringall havia aberto um processo de agressão sexual contra ele.

A casa de John Wayne Gacy vista por dentro e alguns dos objetos apreendidos pela polícia. Créditos: O Aprendiz Verde.
Continuando as investigações, a polícia descobriu que três empregados de Gacy também estavam desaparecidos: John Butkovich, Gregory Godzik e John Szyc. John Butkovich desapareceu quando Gacy ofereceu carona a John para levá-lo pra casa após o serviço. Em 12 de dezembro de 1976, depois de levar a namorada em casa, seguiu em direção à sua. No dia seguinte, a polícia encontrou seu carro abandonado. Nunca mais foi visto.

A situação de Gacy ficou ainda pior quando a polícia descobriu um anel pertencente a John Szyc em sua casa. As evidências só iam aumentando até que Gacy confessou ter matado uma pessoa (em auto-defesa) e enterrado embaixo da garagem de sua casa. A polícia porém desconfiava de outro lugar: o porão.
  • Primeiro assassinato.
Sua primeira vítima foi um adolescente de 14 anos chamado Timothy Jack McCoy, que Gacy conhecera em um terminal de ônibus da cidade. McCoy estava em uma viagem de Michigan a Omaha, quando Gacy o levou para um tour por Chicago. À tarde, Gacy o levou para sua casa, sob a promessa de que McCoy poderia passar a noite, e seria levado ao terminal de ônibus a tempo para sua próxima viagem. Gacy alegou que ao acordar na manhã seguinte, se deparou com McCoy parado na porta de seu quarto com uma faca de cozinha em sua mão. Gacy pulou de sua cama e McCoy levantou os braços em um gesto de rendição e acidentalmente fez um corte no antebraço de Gacy (havia uma cicatriz em seu braço, provando sua alegação). Gacy segurou o pulso de McCoy, e bateu com sua cabeça na parede do quarto, chutou-o contra o armário e foi novamente em sua direção. McCoy então chutou-o na barriga, Gacy o segurou, jogou-o no chão e o esfaqueou repetidas vezes. Gacy alegou que foi até à cozinha e viu uma caixa de ovos aberta, além de bacon ainda não fatiado. McCoy também havia posto a mesa para dois; McCoy foi para o quarto de Gacy, acordá-lo e distraidamente levou a faca de cozinha consigo. Gacy então enterrou-o em seu porão, e mais tarde cobriu seu túmulo com concreto.
  • O Horror.
Foram encontrados 27 corpos de rapazes, com idade entre 15 e 21 anos sob o piso da casa de Gacy. Os dois primeiros corpos a serem encontrados foram os de John Butkovich e Gregory Godzik. Outros corpos foram encontrados nos Rios Illinois e Des Plaines. Como posteriormente disse Gacy, além de não caber mais, “cavar dava dor nas costas”, por isso começou a desovar suas vítimas nos rios. Outra vítima foi encontrada concretada no pátio de sua casa, o lugar onde ele costumava promover os animados churrascos para os vizinhos. Um outro corpo foi  encontrado enterrado embaixo da sala de estar. A maioria das vítimas estava com  a cueca entalada na garganta. A essa altura, 32 corpos haviam sido encontrados, mas Robert Piest continuava desaparecido.

Finalmente em abril de 1979 o corpo de Robert Piest seria encontrado no Rio Illinois. Segundo a autópsia, Piest morreu sufocado com sua própria cueca.

John Wayne Gacy junto da primeira-dama Rosalynn Carter.
Créditos: Wikipédia.
6 de maio de 1978. John Wayne Gacy Jr., Presidente da Polish Constitution Day Parade (Parada do Dia da Constituição Polonesa) e a primeira-dama dos EUA Rosalynn Carter. A Parada do Dia da Constituição Polonesa era um evento anual organizado por comunidades polonesas de Chicago em comemoração ao aniversário da ratificação da Constituição da Polônia, o primeiro país democrático europeu a ter uma Constituição. Gacy supervisionou esse evento de 1975 a 1978. Neste ano Gacy matou cinco rapazes até ser preso em Dezembro. “Meus cumprimentos a este grande homem, John Wayne Gacy”, disse a primeira-dama dos Estados Unidos. O Serviço Secreto americano foi bastante criticado posteriormente quando os assassinatos de Gacy vieram à tona. Como pode ser visto na foto, Gacy usa um broche com a letra ‘S’ (não está legível), o que indica que ele recebeu autorização especial do Serviço Secreto para se encontrar com a primeira-dama.

“Ele me pediu para verificar o seu porão. Queria saber se podia tirar mais terra. Um dia fui até sua casa e quando entrei ele estava bebendo e vestido de Palhaço. Me chamou para beber com ele e de repente algemou um dos meus punhos e começou a rir como um Palhaço. Ele agia e falava como um Palhaço. Começou a latir como um cachorro e falar que iria me estuprar. Disse a ele que ou tirava as algemas ou eu o agrediria. Me puxou para o seu quarto e começamos a nos agredir, de alguma forma peguei as chaves e saí correndo de lá.” (David Cram, empregado de Gacy no ano de 1977. Neste ano Gacy matou 19 rapazes. Depois deste episódio ele pediu dispensa do emprego)

Em abril de 1979, John Wayne Gacy Jr. foi acusado pela morte de 33 rapazes. O maior número de vítimas de um só assassino da histórias dos Estados Unidos.

Em um depoimento, desenhou um mapa com a disposição dos corpos – em seguida, aparentou desmaiar. Quando “voltou a si”, disse que foi “Jack” o autor do desenho. Os vários psiquiatras que o entrevistaram não quiseram embarcar nesta história, embora tenham conjecturado algumas hipóteses para o diagnóstico: “pseudoneurótico esquizofrênico paranóico”, “personalidade borderline”, “sociopata”, “narcisista”, “mentiroso patológico”.

Gacy era contraditório em seus depoimentos, e em um deles disse lembrar-se de apenas cinco homicídios, e de forma incompleta – sendo que, além disto, as memórias pareciam não ser suas, e sim de outra pessoa, conforme disse. Segundo ele, o único crime que cometera era a de não ter licença para ter um “cemitério em casa”. Segundo Gacy, ele possuía quatro personalidades:
  1. John, o Empreiteiro;
  2. John, o Palhaço;
  3. John, o Político;
  4. John, o Assassino.
Os 8 'Sem Nome'.

Dos 33 assassinatos confirmados por Gacy, 8 vítimas não foram identificadas na época. Nos anos 1970, as análises forenses não eram avançadas como atualmente. Registros dentários e raios-X eram as principais formas de identificação de cadáveres. Todavia, com o passar do tempo, novas tecnologias foram surgindo, como o exame de DNA.

Em 2011, a equipe liderada pelo xerife de Illinois, Tom Dart, realizou procedimento para exumar os corpos das oito vítimas não-identificadas. A seguir, a equipe realizou a coleta de DNA de familiares de jovens desaparecidos durante o período ativo de Gacy.

Os esforços foram recompensados no mesmo ano, quando a polícia anunciou que William 'Bill' George Bundy, um trabalhador da construção civil que havia desaparecido antes de seu aniversário de 19 anos em outubro de 1976, fora identificado como uma das vítimas. “Eu sempre soube que ele ia ser um deles, mas não havia DNA naquela época, então não havia nada que pudesse ser feito” disse Laura O’Leary, irmã mais nova de William Bundy.

Em maio de 2013, a polícia divulgou que havia identificado a segunda vítima dos oito corpos não-identificados. Steven Soden, um jovem de 16 anos que desapareceu durante uma excursão de seu orfanato, em 1972.

Julgamento e Condenação.

Em 6 de fevereiro de 1980 começou em Chicago o julgamento do Palhaço Assassino. O julgamento como de praxe foi uma queda de braços entre defesa, que logicamente defendia a insanidade de Gacy e a promotoria que alegava que Gacy tinha completa noção do certo e do errado. Psiquiatras contratados pela defesa alegaram que ele era esquizofrênico e sofria de múltiplas personalidades e que isso o impedia de perceber o que estava fazendo. Já para os psiquiatras da promotoria, Gacy sabia muito bem diferenciar o certo do errado.

Se Gacy fosse declarado insano pelo júri, ele seria internado em um hospital psiquiátrico e tratado, podendo ser solto caso se curasse de suas doenças mentais. Se fosse declarado são, poderia pegar a pena de morte.

O promotor Bob Egan e o advogado de defesa Robert Motta discutiram constantemente sobre o real estado mental de Gacy durante os crimes. A primeira testemunha chamada pela promotoria foi Marko Butkovich, pai de John Butkovich. A maioria das testemunhas que testemunharam contra Gacy foram os familiares e amigos das vítimas. Empregados de Gacy também depuseram no julgamento. Em seus depoimentos eles enfatizaram as constantes mudanças de humor do patrão e suas inconvenientes brincadeiras.

Em 24 de fevereiro, começou os procedimentos da defesa de Gacy, e para surpresa de todos, Jeffrey Ringal foi a primeira testemunha chamada pela defesa. A estratégia dos advogados de Gacy com Ringall era reforçar a tese de que Gacy não possuía o controle de suas ações. Um dos advogados de Gacy perguntou a Ringall se ele achava que Gacy tinha o controle de suas ações, Ringall respondeu que não. Porém o tiro saiu pela culatra; ao contar os detalhes sórdidos do ataque, Ringall estressou-se de tal maneira que vomitou na corte e chorou histericamente. Gacy olhou para ele sem sinal algum de remorso.

Em um esforço para provar que Gacy era insano, os advogados chamaram amigos e familiares para depor. A mãe de Gacy disse que ele sofreu vários abusos de seu pai. Sua irmã disse que o pai era alcoólatra e batia nele com uma cinta. Outras testemunhas enfatizaram a generosidade de Gacy, aquele que ajudava a todos com um “sorriso no rosto”.

Psiquiatras levados pela defesa disseram que Gacy sofria de transtorno borderline e esquizofrenia, tinha múltiplas personalidades e comportamento anti-social. Afirmaram que o seu transtorno mental o impedia de compreender a magnitude dos seus atos.

Depois de cinco semanas e do depoimento de mais de 100 pessoas, o júri retirou-se para tomar a decisão. Duas horas depois o veredicto. O júri decidiu que John Wayne Gacy Jr., 37 anos, era culpado pela morte de 33 rapazes e tinha completa consciência dos seus atos. Ele foi condenado a 21 prisões perpétuas e 12 penas de morte.

Em meados de 1984, a Suprema Corte de Illinois confirmou a condenação de Gacy e ordenou que ele fosse executado por injeção letal em 14 de novembro. Gacy interpôs recurso contra essa decisão, que foi negada pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 04 março de 1985. No ano seguinte, Gacy apresentou outra petição pós-condenação, buscando um novo julgamento. Seu então advogado de defesa, Richard Kling , argumentou que Gacy tinha recebido aconselhamento legal ineficaz em seu julgamento de 1980. Esta petição pós-condenação foi indeferida em 11 de setembro de 1986.

A decisão de 1985 de ser executado foi novamente apelada por Gacy, embora sua condenação tenha sido novamente confirmada em 29 de setembro de 1988, com a Suprema Corte de Illinois estabelecendo uma data de execução renovada em 11 de janeiro de 1989.

Depois que o apelo final de Gacy à Suprema Corte dos EUA foi negado em outubro de 1993, a Suprema Corte de Illinois estabeleceu formalmente uma data de execução para 10 de maio de 1994.

Enquanto aguardava no "Corredor da morte" do Menard Correctional Center de Illinois, Gacy - apelidado pela imprensa de "Palhaço Assassino" - passava o tempo fazendo desenhos infantis, especialmente palhaços. Suas ilustrações são consideradas itens de coleção, e alcançam altos preços no mercado.

Modus Operandi.

Gacy saia à “caça” pelas ruas de Chicago dirigindo seu Oldsmobile preto em busca de vítimas. Conversava com rapazes e oferecia empregos em sua construtora. Por agir durante o dia, a mentira do “emprego” caía bem e muitos rapazes aceitavam a “carona” até à empresa de Gacy. Quando a vítima não aceitava, Gacy partia para o “Plano B”: oferecia maconha e dinheiro caso o rapaz fizesse sexo com ele. Uma vez dentro do carro, atacava suas vítimas com clorofórmio. Com a vítima desacordada, levava-a até sua casa. Amarrava-a e iniciava a sessão de tortura com diversos instrumentos. Muitas das vezes garotos iam até a casa de Gacy à procura de emprego. Gacy então os convidava para entrar e mostrava o “Truque das Algemas”. Uma vez algemados, os garotos eram dopados e molestados sexualmente por Gacy. Mas antes, para que ninguém escutasse os gritos dos garotos, Gacy os amordaçava com suas próprias cuecas. Era sua assinatura. Muitas vezes as torturas eram feitas, segundo Gacy, por uma de suas personalidades, “O Palhaço”. Vestindo-se de Palhaço Pogo, as torturava lendo passagens da Bíblia. Depois da tortura e dos abusos sexuais, Gacy estrangulava suas vítimas usando um instrumento conhecido como Garrote. Instrumento o qual foi apreendido na primeira busca que a polícia fez na casa de Gacy (o pedaço de madeira com dois furos nas extremidades).
Pintura feita por John Wayne Gacy na prisão.
Créditos: Wikipédia.

Pinturas.

Durante os 14 anos em que esteve preso, Gacy pintou diversos quadros. Pintava como hobby e como forma de ganhar dinheiro, chegou a vender 120 mil dólares em quadros. Seus quadros hoje alcançam altos valores no mercado e são vistos com ceticismo por parte de alguns especialistas em obras de arte. Na prisão, ainda ganhou bastante dinheiro – com as pinturas que fazia (especialmente populares eram as de palhaço e auto-retratos, mas também retratou Jesus, Hitler, personagens da Disney, outros criminosos etc.) e com outros métodos, como um serviço telefônico pago que criou, onde a pessoa que ligava podia ouvir sua alegação de inocência. Suas pinturas chegaram a fazer parte de exposições. Tinha uma rotina obsessiva na cadeia: anotava cada ligação, carta ou visita recebida, e até mesmo o que comeu. Conta-se que, nos 14 anos que esteve preso, passou a abusar de álcool e tentou suicídio. Pouco antes de morrer, em 1994, de injeção letal, já sedado, pronunciou suas últimas palavras: “Kiss my ass!” (“Beije minha bunda!” ou “Beije meu cu)!”.
  • Citações.
"They were just a bunch of worthless little queers and punks." ("Eles eram apenas um bando de gays e vagabundos") 
Sobre suas vítimas.
"Kiss my ass". ("Beije minha bunda") 
Para o guarda, quando questionado sobre suas últimas palavras antes da execução.
Curiosidades.
  • A banda norte americana Dog Fashion Disco gravou a música "Pogo the clown", sobre o Modus Operandi de John Wayne Gacy .
  • A banda japonesa Pentagon gravou a música "少年ワルツ" (Shonen Waltz, ou A Valsa dos Jovens) inspirada por John Wayne Gacy, a música ganhou um video clipe contando com um ator representando o assassino vestido de palhaço.
  • Jonathan Davis, vocalista da banda Korn, comprou o traje de palhaço de Gacy.
  • O ex-tecladista da banda de Marilyn Manson usou parte do nome de John para sua "nova identidade": Madonna Wayne Gacy.
  • A casa de Gacy (que foi demolida) foi reconstruída 3 anos após o fim dos assassinatos, mas, mesmo assim, a casa continua desabitada.
  • A banda brasileira John Wayne tem esse nome como referência a John Wayne Gacy.
  • Sufjan Stevens gravou a música "John Wayne Gacy Jr" no disco Come On Feel the Illinoise (2005).
  • A banda Bathory gravou a música 33 Something, no albúm Octagon (1995). O nome dessa música refere-se ao número de vítimas de Gacy.
  • Foi interpretado nos episódios de American Horror Story: Hotel devil's night part 1 e part 2.
  • A banda Acid Bath usou como referência uma das pinturas de palhaço de John Wayne na capa do disco When the Kite String Pops.
  • A banda Matinta Perera também criou uma música chamada John Wayne Gacy (Palhaço Assassino)
  • No episódio Lebanon da 14ª Temporada de Supernatural, o fantasma de John Wayne aparece como um espírito vingativo, em forma de palhaço, após escapar de uma caixa de cigarros. Sam derrota-o ao queimar a caixa.
Fontes.                                                                                                                                            043 de 186

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Wayne_Gacy

https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Wayne_Gacy

https://incrivelhistoria.com.br/pogo-palhaco-assassino/

http://oaprendizverde.com.br/2010/01/15/serial-killers-o-palhaco-assassino/

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