domingo, 13 de janeiro de 2019

O Curioso Caso de Sakakibara Seito, O Assassino Infantil.

De Tempos em Tempos, uma postagem figura entre os top 10 do Blog, O Curioso Caso de Nevada-Tan, A Pequena Assassina Japonesa. Uma vez ou outra essa postagem está lá.

Como sabemos bem, o Japão é conhecido no mundo inteiro por ter uma porcentagem baixa de criminalidade, embora esteja entre os países com maior número de suicídios, inclusive entre crianças e adolescentes.

Pesquisando mais a fundo a quantidade de assassinos infantis japoneses e impressionante.

E um destes casos e um dos mais sinistros casos envolvendo crianças psicopatas, o caso de Sakakibara Seito, pseudônimo de um garoto assassino, também conhecido como “Garoto A” e “Onibara”, na época com 14 anos.

Ele foi o responsável por duas mortes, além de atacar três garotas na região de Kobe no ano de 1997.

A nível de curiosidade, dizem que a Light Novel/Mangá/Anime Another e baseada neste caso, não sei até que ponto o caso e o Light Novel/Mangá/Anime são parecidos, além do sobrenome do Protagonista ser Sakakibara e aconteceram mortes (estranhas) na escola. Mas vamos ao Caso.

Sakakibara Seito, O Assassino Infantil.

Em 15 de Março de 1997, Ayaka Yamashita, de 10 anos, foi encontrada morta em um beco na cidade de Kobe. Ela havia sido espancada até a morte com uma barra de ferro. Três outras garotas foram atacadas na mesma região. Elas descreveram o atacante como um “menino”. Dois meses depois, em 27 de maio de 1997, um estudante de 11 anos chamado Jun Hase desapareceu na frente do portão do colégio. Sua cabeça foi encontrada 3 dias depois pelo zelador um pouco antes dos estudantes entrarem. O estudante fora decapitado com uma serra manual e para dar um ar de filme de terror ao assassinato, havia um bilhete dentro da sua boca, escrito com tinta vermelha. 

O assassino também usou um símbolo de cruz na carta, símbolos semelhantes foram encontrados pintados nas paredes perto da escola primária onde a cabeça foi encontrada. Dois gatos mutilados também foram encontrados do lado de fora do portão principal da escola secundária onde a cabeça do garoto foi encontrado. Fontes policiais disseram que carcaças de gatos mutilados também foram encontrados perto das duas outras cenas de crime antes que os ataques ocorressem.

O mais macabro foi o bilhete dentro da boca de Jun Hase, escrito com tinta vermelha, que dizia: 
“Isto é só o começo… Detenham-me se puderem … Desejo desesperadamente ver pessoas morrendo. Matar é uma excitação para mim. É necessário um julgamento sangrento para os meus anos de grande amargura.”
O bilhete encontrado dentro da boca de Jun Hase. Créditos: psicologia-forense.blogspot.com
Todo Grande assassino tem um nome que o identifique, uma macabra tradição iniciada com Jack, o Estripador, e como manda a tradição daqueles nascido sob o Signo do Assassinato, lhe deixou sua assinatura: 酒鬼薔薇 聖斗 (Sakakibara Seito), cujos ideogramas significavam Álcool, Diabo, Rosa Santo e Luta. (O Santo Diabo Rosa Alcoólatra que Luta?) Também pode ser visto no bilhete que o assassino escreveu (erroneamente) em inglês “Shool Killer”. Certamente ele queria escrever “School Killer” (assassino da escola). Os policiais comentaram que o estilo dos assassinatos e do bilhete encontrado no corpo do menino Hase eram semelhantes ao caso do Assassino do Zodíaco, um assassino em série estadunidense que atuou no Norte da Califórnia durante 10 meses desde o final da década de 1960.

Depois, o assassino mandou outra carta ao Jornal Kobe Shimbum, que mais parecia um desabafo: Na carta, ele se mostrou ciente de suas atitudes e que elas eram o reflexo do rígido sistema educacional japonês.
  • As Outras Cartas e “Onibara”.
Os crimes causaram pânico em Kobe e em 6 de junho, uma carta foi enviada ao jornal Kobe Shinbun, na qual Sakakibara assumiu a responsabilidade pelo assassinato e decapitação de Jun Hase, e ameaçou que mais mortes ocorressem. 

Carta enviada pelo assassino auto denominado “Sakakibara Seito”. Créditos: psicologia-forense.blogspot.com
Um pedaço da carta dizia:
“Estou pondo minha vida em risco por esse jogo. Se for pego, provavelmente serei enforcado… A polícia deveria ser mais tenaz e furiosa na minha busca… Só quando mato sou liberado do ódio constante que sofro e posso alcançar a paz. Só quando causo sofrimento às pessoas posso amenizar minha própria dor. Em traços largos a carta também atacou, entre outras coisas,do Japão," a educação obrigatória, que me tornou uma pessoa invisível." 
Esta segunda carta, entregue em um envelope marrom postado no dia 3 de junho, sem nome e endereço de retorno. Em anexo havia uma carta de 1400 palavras e três páginas, também escrita em tinta vermelha, que incluía um nome de seis caracteres que pode ser pronunciado como "Sakakibara Seito". Os mesmos usados na primeira mensagem que foi introduzida (e encontrada) na boca de Hase. 

No pânico inicial, a mídia japonesa relatou erroneamente o nome como "Onibara" O Demônio Rosa. Embora o assassino tenha insistido que foi como ele o deu. Enfurecido pela confusão, Sakakibara mais tarde escreveu para a emissora: "A partir de agora, se você interpretar mal meu nome ou estragar meu humor, matarei três legumes por semana ... Se você acha que eu só posso matar crianças, você está muito enganado. " (Neste contexto, os "vegetais" que Sakakibara se referia eram humanos).
  • A Prisão.
Em 28 de Junho de 1997 Um estudante de 14 anos foi preso em sua casa, suspeito do assassinato de Hase. Logo depois de sua apreensão, o "menino A" confessou também o assassinato de Ayaka Yamashita de 10 anos, além do ataque das outras de três meninas naquela mesma época. 

Ele mantinha um diário onde registrava com detalhes os seus crimes: 
“Realizei experimentos sagrados hoje para confirmar o quanto os seres humanos são frágeis. Eu acertei a menina (Ayaka Yamashita) com a barra de ferro quando ela se virou para mim. Acho que bati nela algumas vezes, mas eu estava muito excitado para lembrar o número de vezes … … 
Esta manhã, minha mãe me disse: “Pobre menina. A menina atacada parece ter morrido”. Não há nenhum sinal de que serei pego. Eu te agradeço, Bamoidokishin, por isso … Por favor, continue me protegendo.” 
  • Análise. 
O perfil da personalidade de Sakakibara é visto como um exemplo clássico de Psicopatia. Em uma análise do caso, o jornalista Gamal Nkrumah escreveu: 
A pior coisa sobre o caso de Sakakibara é que todos podem ter visto que algo não estava bem. Contudo nem sua família - nem o Japão - perceberam os sinais indicadores. As crianças japonesas são confrontadas com uma educação e uma bateria de exames educacionais bem acima do que uma criança de 6 anos poderia aguentar, seu desempenho determina eficazmente seu futuro inteiro, por isso logo cedo é decidido se irão a uma escola elementar boa, ou uma das escolas de estaduais (consideradas ruins). Os pais não têm nenhuma fé no sistema do estado, e a mãe de Sakakibara não era nenhuma exceção; ela pressionou os encarregados acadêmicos, mesmo que psicólogos a advertissem que seu filho era mentalmente instável. Em suas declarações, ele disse que matou seu colega como um ato de "vingança" contra o sistema escolar implacável. 
Ayaka Yamashita, de 10 anos.
Os analistas e os psicólogos encontraram inúmeras pertubações. Como um "assassino Otaku", Sakakibara desde muito cedo vem percorrendo um trajeto violento, começou a carregar armas de corte quando ainda aprendia a escrever na escola elementar, no seu diário escreveu: "eu diminuo minha irritação quando eu estou girando minha faca e minha tesoura como se fosse uma pistola." Com 6 anos já estava torturando e matando filhotes de animais como se fosse um passatempo,com 12 anos exibiu o que seria o extremo em relação à crueldade contra os animais, fazendo uma fileira das rãs em uma rua e passando sobre elas com sua bicicleta, mutilando gatos e decapitando pombos. Mais tarde começou a agredir meninas enquanto estas iam para a escola.

Escreveu também em seu diário:
"Eu realizei experiências hoje para confirmar como os seres humanos são frágeis... Eu coloquei em ação o meu martelo quando a menina virou para me enfrentar. Eu penso que eu bati apenas algumas vezes, mas eu estava excitado demais para recordar." Na semana seguinte, escreveu sobre o assunto: "esta manhã minha mãe me disse: ' Pobre menina, a menina atacada parece ter morrido.' não há nenhum sinal de que meu caminho esteja sendo desviado...Eu agradeço, deus Bamoidooki, por isso... Continue por favor a proteger-me.” 
O Bamoidooki imaginário é uma cabeça flutuante de Buda com um símbolo da suástica japonesa. 

Ocasionalmente, em uma busca no quarto de Sakakibara foram achados milhares de HQs, Mangás e animes, chamando a atenção pela falta de restrições etárias, méritos literários ou educacionais, e repletos de cenas jorrando sangue e crueldade. No Japão existe uma política de limite, onde os adultos devem ser responsabilizados por esse tipo de material, caso estejam em posse dos filhos, exceto quando o conteúdo desses material são leves. 
  • Consequências e Controvérsia.
Após os assassinatos, o político japonês Shizuka Kamei pediu a restrição de conteúdo questionável, afirmando: 
"Filmes sem qualquer mérito literário ou educacional feito apenas para mostrar cenas cruéis ... Os adultos devem ser culpados por isso", e que "[o incidente] dá adultos a chance de repensar a política de restrições auto-impostas sobre esses filmes e se eles devem permitir-lhes apenas porque são 
Em 2000, o Kokkai (国会 National Diet) reduziu a idade para responsabilidade criminal de 16 para 14 anos em conseqüência dos assassinatos de Sakakibara Por ser menor de idade ele não foi julgado como adulto e seu nome não foi divulgado. Ele ficou conhecido no Japão como “Garoto A”.

No entanto, após o assassinato de Satomi Mitarai em 01 de junho de 2004 pela "Menina A" de 11 anos, tem havido alguns discussão para a necessidade de revisão adicional.

Em 11 de março de 2004, em um ato sem precedentes, o Ministério da Justiça japonês anunciou que Sakakibara, com 21 anos na época, estava indo para a Condicional. Sua libertação foi anunciada ao público e as famílias das vítimas seriam periodicamente notificadas de seu paradeiro. Os críticos acusou que desde que o governo tomou a medida incomum de notificar o público, que Sakakibara provavelmente não estava apto para ser libertado e deveria ser transferido para a prisão. Na sequência do caso de Nevada-Tan, três meses depois, esta crítica foi exacerbada.

Devido à gravidade dos crimes e ao fato de terem sido cometidos por um menor, o seu nome e nova residência até hoje continuam a ser um segredo altamente guardado. No entanto, seu nome verdadeiro circula na Internet desde 29 de junho de 1997, segundo o jornalista Fumihiko Takayama.

Um número de pessoas, incluindo Shojiro Gotō (um advogado que lidou com muitos casos de acusação falsas), Hidehiko Kumagai e Nobuyoshi Iwata (ex-diretor da escola secundária que Sakakibara frequentou), insistem que o mesmo foi injustamente acusado e apontar contradições nas declarações das autoridades investigadoras, por exemplo:
  • Os investigadores da polícia disseram que um dos assassinatos foi cometido por uma pessoa canhota: o Sakakibara é destro.
  • A confissão de Sakakibara continha muitas declarações absurdas e afirmações de coisas que seriam impossíveis para um adolescente de 14 anos de idade.
  • Sakakibara tinha notas ruins, e ainda assim sua confissão era complexa (se enigmática) e continha muitas figuras elaboradas de fala e símiles.
Em 2002 (então com 19 anos), a mãe do garoto o visitou na prisão e perguntou se ele havia realmente cometido os crimes. Ele afirmou isso a ela. Passou 6 anos em tratamento em um hospital psiquiátrico e em 2003, ele foi julgado para ser "curado" de seu sadismo sexual e compulsão para matar. 

A sua Liberdade condicional supervisionada durou apenas até 31 de dezembro de 2004. Foi relatado que ele já não era mais obrigado a responder ao seu agente de condicional, ele se mudou duas vezes e em seguida desapareceu. Até mesmo o seu pai afirma que não tem notícias de seu filho desde o ano passado, e diz que não sabe onde seu filho está vivendo. 

Hoje, Sakakibara Seito é um homem livre com uma nova identidade. Fontes próximas do caso disseram que o Sakakibara costumava ler notas escritas pelas famílias das vítimas e que gostaria de trabalhar para pagar-lhes uma indenização. Aparentemente ele foi curado. Será?
  • Crimes Dentro das Escolas Japonesas.
Jun Hase, de 11 Anos.
O caso Sakakibara Seito pode ser considerado o crime mais hediondo cometido por uma criança, mas está longe de ser o único no país. Segundo especialistas, o Japão é visto como um milagre econômico do pós-guerra, mas paralelamente à sua ascensão econômica, a população tem sido acometida por sérios problemas sociais.

O aumento de acontecimentos trágicos como suicídios e assassinados pode ser um sintoma de uma sociedade fragilizada e não apenas um desvio individual de conduta. É claro que os responsáveis pelos crimes devem ser punidos com rigor, mas também é necessário estudar as razões que desencadeiam tais problemas.

Tudo leva a crer que muitos acontecimentos estão relacionados ao bullying ou pela pressão imposta pelo rígido sistema educacional, visto que muitos casos acontecem dentro das escolas. 
  • Zekka.
Em junho de 2015, Sakakibara, então com 32 anos, lançou uma autobiografia através da Ohta Publishing chamada Zekka (絶 歌), na qual ele expressou remorso por seus crimes e contou os assassinatos em detalhes gráficos. Apesar das tentativas da família de Jun Hase para bloquear o lançamento de Zekka, e apesar de uma cadeia de livrarias recusar-se a estocar o livro, rapidamente alcançou o topo das listas de best-sellers japoneses. 

A publicação causou repulsa entre a população e trouxe ainda mais indignação por ter sido lançado sem informar as famílias das vítimas de antemão.

Seito chegou inclusive a enviar exemplares do livro às famílias das suas vítimas com uma nota de desculpas lá dentro. Segundo a Ota Publishing Co., editora que publicou “Zekka”, Sakakibara pretende usar o dinheiro da venda do livro para compensar as famílias das vítimas. Estima-se que sua dívida com eles gira em torno de 200 milhões de ienes.

Poucos meses depois, Sakakibara montou um site no qual ele postou fotos bizarras de um homem nu, sugerido ser ele mesmo (www.sonzainotaerarenaitomeisa (Até aonde pesquisei, parece que esse site nem existe mais). Em resposta a essas controvérsias, o tablóide Shūkan Post divulgou o nome real de Sakakibara sendo Shinichiro Azuma, sua ocupação na época e sua localização. 

Fontes.                                                                                                                                     007 de 186 

https://www.japaoemfoco.com/sakakibara-seito/

http://mitologialendasjapao.blogspot.com/2014/09/another-e-baseado-em-faros-reais-caso.html

https://psicologia-forense.blogspot.com/2012/12/caso-sakakibara-seito.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Kobe_child_murders

http://oaprendizverde.com.br/2015/09/27/seito-sakakibara-crianca-assassina-lanca-autobiografia-e-causa-indignacao-no-japao/

http://oaprendizverde.com.br/2015/09/27/seito-sakakibara-tabloide-japones-revela-nome-verdadeiro-do-serial-killer/

http://oaprendizverde.com.br/2015/09/27/seito-sakakibara-crianca-assassina-cria-um-suposto-site-na-internet/

http://horasdemedo.blogspot.com/2016/01/another-fatos-reais-o-caso-de.html

https://aminoapps.com/c/otanix/page/blog/a-verdadeira-historia-de-another/NKZp_awcMu3b7GRd3x6DP58naKmzYeZRJJ

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