terça-feira, 1 de janeiro de 2019

The Question Dossiê: Teorias Conspiratórias Envolvendo o Papa João XXIII.

1° Postagem de 2019.

Sociedade secreta é uma associação de iniciados que têm acesso a certos mistérios e conhecimentos que, segundo os seus membros e líderes, não devem ser compartilhados com as demais pessoas, por elas serem incapazes de compreendê-los e “levá-los a sério”, assim sendo, não mereceriam conhecer ou fazer parte de tais sociedades ou grupos.

No sentido antropológico e histórico, as sociedades secretas são profundamente ligadas ao conceito de Männerbund (do alemão, Homens + Liga, união) que seria próprio de culturas pré-modernas. Tais sociedades são criadas para diversos propósitos que muitas vezes são para fins políticos, sociais e econômicos. Mas há também propósitos ocultos muitas vezes ligados às teorias conspiratórias como segredos envolvendo governos, instituições e até igrejas e organizações religiosas.

Saindo das Sociedades e entrando em conspirações particulares, iniciamos o 1° Post de 2019 com algo que venho tentado postar desde o ano Passado Conspirações envolvendo o Papado. Em postagens anteriores já falei do Saeculum Obscurum e da Papisa Joana, irei retomar esse ano com postagens que de certa forma chocam com a Santa Sé.

E abrindo The Question Dossiê de 2019, nada melhor falar de João XXIII.

Quem Foi João XXIII?

João XXIII ou São João XXIII; O.F.S., nascido Angelo Giuseppe Roncalli (Sotto Il Monte, 25 de novembro de 1881 — Vaticano, 3 de junho de 1963) foi Papa de 28 de outubro de 1958 até à data da sua morte. Pertencia à Ordem Franciscana Secular (OFS) e escolheu como lema papal: Obediência e Paz.

Sendo um sacerdote católico desde 1904, ele iniciou a sua vida sacerdotal em Itália, onde foi secretário particular do bispo de Bérgamo D. Giacomo Radini-Tedeschi (1905-1914), professor do Seminário de Bérgamo e estudioso da vida e obra de São Carlos Borromeu, capelão militar do Exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial e presidente italiano do "Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé" (1921-1925). Em 1925, sendo já um arcebispo-titular, iniciou-se a sua longa carreira diplomática, onde o levou à Bulgária como visitador apostólico (1925-1935), à Grécia e Turquia como delegado apostólico (1935-1944) e à França como núncio apostólico (1944-1953). Em todos estes países, ele destacou-se pela sua enorme capacidade conciliadora, pela sua maneira simples e sincera de diálogo, pelo seu empenho ecuménico e pela sua bondade corajosa em salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1953, foi nomeado cardeal e Patriarca de Veneza.

Foi eleito Papa no dia 28 de outubro de 1958. Considerado inicialmente um Papa de transição, depois do longo pontificado de Pio XII, ele convocou, para surpresa de muitos, o Concílio Vaticano II, que visava a renovação da Igreja e à formulação de uma nova forma de explicar pastoralmente a doutrina católica ao mundo moderno. No seu curto pontificado de cinco anos escreveu oito encíclicas, sendo as principais a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).

Devido à sua bondade, simpatia, sorriso, jovialidade e simplicidade, João XXIII era aclamado e elogiado mundialmente como o "Papa bom" ou o "Papa da bondade". Ele foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de Setembro de 2000. É considerado o patrono dos delegados pontifícios e a sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Outubro. Foi canonizado em 27 de Abril de 2014, domingo da Divina Misericórdia, juntamente com o também Papa João Paulo II. A missa de canonização foi presidida pelo Papa Francisco e concelebrada pelo Papa Emérito Bento XVI.

João XXIII em 1959. Créditos: Wikipédia.
Apesar de ser amado, aclamado e homenageado por muitos, o Papa João XXIII é também alvo de várias críticas, acusações e teorias de conspiração, que são feitas e defendidas maioritariamente por alguns grupos de católicos tradicionalistas, entre os quais se destacam os sedevacantistas e os conclavistas. Como por exemplo, estes grupos minoritários e marginalizados defendem que João XXIII era maçom ou rosacruz; era simpatizante ou cúmplice do comunismo, do socialismo e de correntes radicais anticatólicos; e era um herege modernista por defender o ecumenismo, a liberdade religiosa e a realização do Concílio Vaticano II. Por acusá-lo de ser um herege, alguns até defendem a teoria conspiratória de que João XXIII era um antipapa que usurpou ilegalmente a cátedra de São Pedro, que devia pertencer ao cardeal Giuseppe Siri.

Existem também alguns grupos, ligados à ufologia ou à detecção e crença de profecias apocalípticas, que defendem que João XXIII teve vários contatos com extraterrestres e redigiu um conjunto de profecias com muitas metáforas que abrangem desde a Segunda Guerra Mundial até ao fim do mundo. Parte destas profecias obscuras foram registadas no livro "As Profecias do Papa João XXIII", de Pier Carpi.

Os principais grupos católicos não acreditam ou negam todas estas críticas, teorias e especulações conspiratórias supramencionadas e descritas com maior pormenor nas secções seguintes. Eles defendem-se dizendo que estas acusações, vindas de grupos marginalizados e ávidos de teorias de conspiração, são tão vagas e mal fundamentadas que a Igreja Católica nunca se deu ao trabalho de refutá-las. Eles defendem que todas as dúvidas importantes acerca da santidade, catolicidade e conduta do Papa João XXIII foram clarificadas ou refutadas direta ou indiretamente pela sua beatificação. Eles também mencionam que a Igreja conseguiu beatificá-lo sem grandes problemas e escândalos, sendo um forte sinal revelador do pouco impacto que estas críticas e acusações conspiratórias causaram.
(Apesar dos rumores lançados por alguns grupos de católicos tradicionalistas, o fato é que Roncalli nunca foi condenado pelo Santo Ofício por heresia.)
  • Relação Com A Maçonaria.
Vários grupos de pessoas, nomeadamente certos grupos católico-tradicionalistas, acusam o Papa João XXIII de ter ligações com a Maçonaria e de ser fortemente influenciado por esta mesma associação secreta. Segundo uma outra teoria, João XXIII, desde 1935 (naquela altura, ele era delegado apostólico na Turquia e na Grécia), já era um membro de uma sociedade iniciática com características maçônicas e rosacrucianas. Outros até dizem que ele foi de fato um membro do Priorado de Sião. Algumas destas teorias estão registadas e defendidas no livro As profecias de João XXIII, de Pier Carpi. Yves Marsaudon, um barão e maçom francês, afirmou que o Papa João XXIII tornou-se num maçom de 33º grau durante a sua estadia em França como núncio apostólico. Em 1994, o Grão-Mestre do Grande Oriente da Itália declarou que Roncalli iniciou-se na Maçonaria em Paris e participou nos trabalhos das lojas maçônicas de Istambul (Turquia). Em 2002, um jornal português revelou mais algumas supostas provas de que Roncalli era de fato um maçom praticante.

As acusações supra-mencionadas são graves porque a Igreja Católica ensina que todos "os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão". Os principais grupos católicos negam qualquer envolvimento do Papa João XXIII na Maçonaria ou em qualquer associação secreta.
  • Relação Com O Comunismo, Socialismo e Radicalismo.
Além de acusarem-no de maçom, o Papa João XXIII é também acusado de ser um simpatizante e até um cúmplice do Comunismo, do Socialismo e de correntes radicais (na sua maioria, anticatólicos). Estes movimentos modernos são todos eles condenados pela Igreja Católica. Existem relatos que dizem que Roncalli, antes de ser Papa, convivia e socializava amavelmente com muitos comunistas, socialistas e radicais, entre os quais destacam-se Vincent Auriol, Bogomolov (embaixador soviético em Paris), Édouard Herriot (que é considerado por alguns como o maior amigo de Roncalli) e Giacomo Manzu (um vencedor do Prêmio Lenin da Paz). No seu octagésimo aniversário (1961), o Papa recebeu inclusivamente, por telegrama, felicitações de Khrushchev, que era, naquela altura, líder da União Soviética.

O Papa é também acusado de firmar um acordo secreto com a União Soviética, em 1962. Neste acordo, "João XXIII comprometeu-se com o negociador soviético […] a não atacar o povo nem o regime da Rússia. Isso era para que Moscovo permitisse que os observadores ortodoxos russos comparecessem" ao Concílio Vaticano II.

Vários católicos tradicionalistas acusam também o Papa de não condenar abertamente o Comunismo e o Socialismo na sua encíclica Mater et Magistra e no Concílio Vaticano II. Eles também acusam esta famosa encíclica de promover e conter ideias socialistas. Mas, a verdade é que o próprio Papa João XXIII teve o cuidado de incluir na Mater et Magistra as condenações do Papa Pio XI sobre o Comunismo e o Socialismo. Mais concretamente, a Mater et Magistra defende que "entre comunismo e cristianismo, […] a oposição é radical, e […] não se pode admitir de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado". E mais, em 1959, João XXIII autorizou a publicação de um documento do Santo Ofício, de 25 de Março (ou 4 de Abril), que confirmava o decreto contra o Comunismo de 1949. Neste documento de 1959, reafirmou-se que não era permitido aos católicos darem o seu voto a partidos ou candidatos que sejam comunistas ou aliados dos comunistas.
  • Concílio Vaticano II E Acusações De Heresia E Modernismo.
Existem vários grupos de católicos tradicionalistas que acusam o Papa João XXIII de ser um defensor e praticante da heresia modernista. Eles afirmam que, já em 1925, Roncalli era suspeito pelo Santo Ofício de ser modernista, acabando por ter que ser enviado para Bulgária como Visitante Apostólico. Tais grupos afirmam também que Roncalli era um grande admirador do movimento modernista francês Le Sillon, que foi condenado pelo Papa Pio X.

Os referidos sectores referem também que o Papa João XXIII, já desde cedo, tinha ideias muito heterodoxas e até heréticas. Como por exemplo, eles alegam que Roncalli, sendo um maçom, não acreditava na divindade de Jesus e em milagres, sendo conhecido por vários maçons como um deísta e racionalista. Roncalli era também visto como um defensor acérrimo da liberdade e dos direitos humanos (incluindo a liberdade religiosa), do ecumenismo, do diálogo inter-religioso (nomeadamente com os judeus) e do respeito e tolerância religiosas. Roncalli chegou mesmo a designar os "cismáticos" e os "heréticos" (ex: ortodoxos e protestantes) de "irmãos separados" que pertencem a uma única "família cristã". Os tradicionalistas acham que tudo isto consiste numa autêntica heresia e apostasia, que tiveram, segundo eles, cada vez maior e predominância depois do Concílio Vaticano II. Eles acreditam que tudo isto era um plano (de carácter universalista e modernista) do Papa João XXIII de corroer a Igreja por dentro, através deste Concílio.

Eles acreditam também que esta corrosão (ou decadência) da Igreja deve-se ao deliberado "sacrifício dos valores" católicos "mais tradicionais" e à promoção do antropocentrismo, que contribuíram para a distorção da autêntica doutrina católica. Eles alegam que este "sacrifício" começou precisamente com o Concílio Vaticano II (idealizado pelo Papa João XXIII), onde se introduziu também muitas outras inovações, como a colegialidade dos bispos, o ecumenismo, a liberdade religiosa, a valorização da dignidade e dos direitos humanos, a reforma litúrgica do Rito Romano, o aggiornamento (Atualização) e a abertura da Igreja ao mundo moderno. Eles acreditam que estas inovações são heréticas e constituem uma ruptura com a Tradição católica, fazendo com que a atual Igreja Romana não seja verdadeiramente católica.
As ideias de João XXIII acerca do ecumenismo, da liberdade religiosa, dos direitos humanos e das outras denominações cristãs estão presentes no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (2005). Como por exemplo, este documento afirma que nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja Católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos. (n. 163). 
ORLANDO FEDELI (2005) João XXIII, Paulo VI e a Maçonaria. 
  • Antipapa.
O Papa João XXIII é também acusado de ser um antipapa por alguns grupos de sedevacantistas e conclavistas. Eles alegam que João XXIII era de fato um herege, um apóstata e um não-católico que pretendia conspirar contra a Igreja Católica, através do Concílio Vaticano II. Estas acusações são baseadas nas outras acusações supra-mencionadas, onde se destacam obviamente as supostas heresias (nomeadamente o modernismo) de João XXIII, o seu envolvimento na Maçonaria e as suas amizades com o comunismo e o socialismo.

Alguns destes grupos acreditam inclusivamente que o Cardeal Giuseppe Siri foi de facto eleito Papa no conclave de 1958, mas que teve que dar o seu lugar a Roncalli devido às ameaças dos comunistas (nomeadamente dos soviéticos). Os apoiantes desta teoria afirmam também que esta suposta resignação do Cardeal Siri era ilegal, por isso eles acreditam que Siri é que era o verdadeiro e legítimo Papa (eles até acreditam que Siri escolheu o nome papal de Gregório XVII). Eles acham por isso que João XXIII era só um mero usurpador ilegal da cátedra de São Pedro. Mas, existem também muitos estudiosos, entre os quais católicos tradicionalistas (ex: Hutton Gibson), que defendem que esta teoria é falsa e foi baseada em interpretações confusas e distorcidas dos fatos e de certas notícias em língua italiana.

Estes grupos minoritários acreditam também que Roncalli escolheu o nome papal de João XXIII para, de uma forma discreta e codificada, informar os seus companheiros maçons que ele era de fato um antipapa e que iria pôr em prática um plano de destruição da Igreja Católica. Este plano implicava também estabelecer uma Nova Ordem Mundial. Eles acreditam nisso em parte porque, na verdade, existiu mesmo um antipapa chamado João XXIII, que viveu na Idade Média.
  • Supostas Profecias E Encontros Com Extraterrestres.
Para além das críticas e acusações, existem também várias alegações e teorias que defendem que Ângelo Roncalli redigiu, em 1935, um conjunto de profecias "surpreendentemente claras", sendo "em parte reveladas ao mundo no livro "As Profecias do Papa João XXIII", de Pier Carpi". "Como qualquer profecia, as suas mensagens estão carregadas de metáforas e outros tropos. Abrangem desde a iminente II Guerra Mundial até o "final dos tempos"".

Eles acham que João XXIII prognosticou "a entrada em cena de um Santo Padre em cujo tempo "a Mãe estenderá o braço e se abrirá ao mundo" – ou seja, a Igreja abarcará o mundo todo. […] A Igreja aceitará então "uma pequena corrente", isto é, adotará princípios gnósticos. […] A doutrina da reencarnação será então aceita. […] Mas no fim, […] "injustas acusações terá o vigário […], o Pai da Mãe estará sozinho e haverá os espinhos […]. E sangue nas prisões para quem crê". […] Será então que a biogenética terá descortinado o mapa genético do homem. Nesse ponto, entrará em cena o Anticristo: "Um grande irmão do Oriente fará estremecer o mundo com a cruz invertida sem lírios". João XXIII fornece a data: "São vinte séculos mais a idade do Salvador"".

Segundo eles, João XXIII também profetizou que "o mundo futuro será socialista e […] será governado pelo futuro Grande Monarca "Luz de Ocidente, última luz antes da eterna, desconhecida. A verdade será mais simples de quanto todos dissemos, escrevemos. Será um bom juízo…"". Eles afirmam também que, quando Roncalli já era Papa, ele conseguiu prever que o cardeal Montini (o futuro Papa Paulo VI) "seria o seu sucessor".

Na década de 1990, um grupo de pessoas espalhou rumores na Internet, dizendo que o diário privado de João XXIII contém mais revelações e profecias sobre o futuro. Eles afirmam que João XXIII, através do seu contacto direto com Cristo e com Nossa Senhora, recebeu a preciosa informação de que, no dia 25 de Dezembro de 2000, Cristo apareceria em Nova Iorque (Ou New York), dando início à Parusia e ao fim do mundo, o que não aconteceu. Apesar de este Papa ter de fato um diário, não existe evidências fundamentadas de que este diário privado contém visões apocalípticas do futuro.

Existem também pessoas que atribuem ao Papa João XXIII uma profecia relativa ao ressurgimento da Atlântida e ao contato com os OVNI's. Ainda em relação aos extraterrestres (ETs), existem relatos que afirmam que João XXIII "teve vários encontros" com estes "seres não humanos", sendo que "um deles […] teve lugar na residência de Castel Gandolfo, em 1961". Segundo estes relatos, no fim deste encontro em Castel Gandolfo, o Papa afirmou a um dos seus assistentes o seguinte: "os filhos de Deus estão em todas as partes; algumas vezes temos dificuldade em reconhecer a nossos próprios irmãos".

Fontes.                                                                                                                                  001 de 186

https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_XXIII

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_e_teorias_de_conspira%C3%A7%C3%A3o_envolvendo_o_Papa_Jo%C3%A3o_XXIII

http://fatoefarsa.blogspot.com/2014/08/teorias-conspiratorias-envolvendo-o.html

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