quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O Caso Barney e Betty Hill. 2° Parte.

Barney e Betty Hill, segurando jornal com reportagem
sobre o caso. Créditos: Portal Fenomenum.
O Caso Hill, também chamado a Abdução dos Hill e, algumas vezes, de Incidente Zeta Reticuli, diz respeito aos acontecimentos que teriam cercado o casal Barney e Betty Hill nos dias 19 e 20 de setembro de 1961. A história do casal era que eles haviam sido sequestrados por um curto período por um OVNI. Essa foi a primeira alegação de abdução por alienígenas amplamente divulgada, tendo sido adaptada em 1966 para o livro The Interrupted Journey, que foi sucesso de vendas, e um filme para televisão.

A 1° Vez que ouvi falar deste caso (Lá para 2008, quando iniciei com profundidade os estudos sobre Ufologia) eu cogitei que o casal Hill serviu de inspiração para outro famoso casal; estes dos Desenhos animados, Barney e Betty Rubble, de The Flintstones. Mas pesquisado meses depois estava cogitando bastante já que o Desenho em questão estreou 1 ano antes do caso (Só uma curiosidade quando ouvi o nome do casal mesmo).

  • Entrevista com Betty Hill.
Pergunta: Se o Boston Herald não tivesse tornado pública a história de seu sequestro, em 1965, você - ainda assim - teria cooperado na publicação de um livro referente ao incidente ou tornado-o público de alguma maneira? 

BETTY: Não, eu acho que a história teria ficado comigo, Barney e o Dr. Simon. Mas claro, a história do Herald saiu fora de nosso controle e não foi feita com nossa permissão.

Pergunta: Depois de quanto tempo depois de seu sequestro, vocês voltaram a estrada procurando OVNIS ou outra prova de sua experiência? 

BETTY: Desde o principio, começamos a voltar àquela mesma estrada, procurando e tentando encontrar alguma explicação para o que tinha acontecido - o que nós estávamos omitindo.

Pergunta: Você mantêm um caderninho cheio de anotações de avistamentos de OVNIS de todos os tipos, entretanto, você está sempre só quando tais avistamentos acontecem ou você já levou observadores com você? 

BETTY : Tenho levado todo o tipo de pessoas. Por exemplo, Jim Voutrot do canal 9 de Manchester (New Hampshire), veio uma noite e teve um excelente avistamento. Tanto que ele filmou o OVNI e mais tarde mostrou o filme na TV (N.T: Voutrot confirmou esta afirmação de Betty).

Pergunta: Você se sente de alguma forma privilegiada de ter visto OVNIS tantas vezes? 

BETTY: De forma alguma. Há pessoas por todo o estado (New Hampshire) que tiveram avistamentos, mas eu só ponho mais tempo na coisa e sei o que procurar.Acho que a paciência é a chave de tudo. Vou a vários lugares numa média de 3 vezes por semana e usualmente gasto cerca de horas numa esticada dessas.

Pergunta: Como se explica que não haja relatos de OVNIS mais oficiais, de pilotos por exemplo? 

BETTY : Se você se decide a contar que viu um OVNI você é levado a sentir-se extenuado só de pensar que você terá de passar por um monte de perguntas, entrevistas e preencher um montes de papéis, no seu próprio tempo. Ademais torna-se um caso impar e quem quer ser levado ao ridículo.

Pergunta: Você pensa que o governo sabe mais do que ele está deixando transparecer? 

BETTY: Eu suponho que o governo sabe um bocado. Ninguém pode me convencer do contrário.

Pergunta: Na sua opinião, qual é a principal fonte de informação sobre OVNIS? 

BETTY: Sem dúvida, a APRO (Aerial Phenomena Research Organization) em Tucson, Arizona. São totalmente profissionais e realmente sabem das coisas.

Pergunta: Recordando um pouco, há alguma coisa relacionada com o incidente de 1961 que, par uma razão ou outra, possa não ter sido registrada no livro? 

BETTY : Depois de uma busca mais ou menos continua, finalmente encontramos o local de nossa captura, em Campton, cerca de 15 a 18 milhas (24 a 29 km) de Indiahead. Preenchia perfeitamente nossas recordação, até por ter um solo de areia fina, que é altamente incomum naquela área. Outra coisa que eu nunca mencionei no livro foi a história dos meus brincos. Cerca de vinte semanas depois do incidente (o seqüestro) voltei para casa com Barney e encontramos algumas folhas secas e um par de brincos meus sobre a mesa da cozinha. A casa estivera trancada e não tivemos idéia de como e porque eles haviam ido parar ali.

Pergunta: O que havia de significativo nisto? 

BETTY: Depois de nosso tratamento com o Dr. Simon, eu me lembrava com clareza do líder alienígena dizendo - ou talvez comunicando - para mim: "se quisermos você saberemos onde encontrá-la." Bem, esses brincos eram o mesmo par que eu usara na noite da captura e ali estavam, devolvidos para mim de alguma forma, com as folhas como lembrança do lugar onde a captura tivera lugar. Ao menos, essa é a minha interpretação, a qual cheguei depois das sessões de hipnose. Antes eu não tinha idéia do seu significado.

Pergunta: Quando Barney estava observando o OVNI, lá no campo, em Indianhead, por que ele sentiu que ia ser capturado? 

BETTY: Barney simplesmente recebeu a mensagem (telepáticamente). Eu digo "recebeu a mensagem" querendo dizer que eles se comunicaram com ele de alguma maneira e disseram-lhe para ficar ali e ficar olhando. Quando a nave começou a descer é que ele tirou o binóculo dos olhos e correu de volta para o carro.

Pergunta: Qual a sua opinião sobre a serie de sonhos que você teve depois do encontro ? 

BETTY: Acho que foi uma maneira natural de começar a lembrar do que o líder havia me instruído para esquecer. Isto é semelhante ao que aconteceu quando o Dr. Simon nos fazia esquecer cada sessão realizada, como dispositivo de segurança, para que não houvesse confabulação entre nós. Dr. Simon sentiu que ao redor da marca de dez dias (após cada consulta), começaríamos a nos lembrar de tudo, automaticamente. Então, ele insistia que o visitássemos cada sete dias e se não tivéssemos tempo para uma sessão completa, deveríamos ao menos ter um reforço na hipnose (N.T.: Betty se refere à sugestão pós-hipnótica de esquecer, a nível consciente, do conjunto de lembranças, obtidas sob hipnose em cada sessão). Uma coisa interessante é que, nos meus sonhos, eu usava objetos mais familiares para descrever o que estava acontecendo. Por exemplo: nos meus sonhos eu pensava que subira uma escada, mas - sob hipnose - lembrei-me de estar subindo uma rampa para entrar na nave.

Barney e Betty Hill, com a cadela Delsey. Barney segura um desenho  do objeto observado. Créditos: Portal Fenomenum.
Pergunta: Qual é sua opinião sobre o mapa estelar que você descreveu sob hipnose e depois desenhou? 

BETTY: Acho que tanto quanto se possa imaginar, as duas estrelas grandes, conectadas por linhas grossas e múltiplas, no meu mapa, do Zeta Reticuli I e Zeta Reticuli II. Mas estas estrelas não podem ser vistas das Montanhas Brancas de New Hampshire. Na verdade, temos de estar ao Sul da Cidade do México para vê-las, então obviamente este mapa não foi feito por mim, olhando o céu e desenhando !

Pergunta: Sua experiência com o OVNI e sua tripulação mudou sua vida de alguma forma? 

BETTY: A não ser pela publicidade estouvada da revista LOOK e tudo o mais, no começo e até dois anos atrás, quando me aposentei, diria que muito pouco. Continuei com meu trabalho como assistente social do estado e andei muito ocupada com isto. Mas agora, naturalmente, estou mais disponível para a imprensa e para receber relatos de OVNIS e há minha série de palestras. Vocês sabem, eu nunca recebi um tostão pelas conferências, antes. Mas agora que estou aposentada, achei que já era tempo de sobra para ser paga pelo meu trabalho ufológico.

Pergunta: Você tem um agente agora? 

BETTY: Sim, sou representada pelo Program Corporation of America. A sede é em Hartsdale, estado de New York e eles estão me mandando para lugares como Powell em Wyoming e Centralia, Washington, um montes de lugares. Até gravei um especial para a TV Australiana.

Pergunta: O que você sente sobre o filme "Contatos Imediatos de 30. Grau? 

BETTY: É divertido, mas estritamente, Hollywood. Eu ache que o filme jogará muita gente fora dos trilhos se esperarem ver topos de montanha iluminados e tudo aquilo.

Pergunta: No filme, o herói, Roy Neary, entra num OVNI como voluntário. Mas e você? Se você tivesse a oportunidade de ver esses extraterrestres de novo e a chance de entrar na nave, você teria medo? O que você faria? 

BETTY: Eu não faria nada disso e acho que ninguém com qualquer quantidade de juízo o faria também. Absolutamente, não!

Pergunta: Que tal a versão cinematográfica dos extraterrestres? 

BETTY: A cabeça estava próxima da minha descrição mas os corpos pareciam frágeis e quanto aos dedos, bem, quem quer que desenhou as mãos deveria freqüentar um curso de anatomia. São um pouco ridículas

Pergunta: Finalmente o que você achou da "Nave Mãe" no fim do filme? 

BETTY: Exagerada, iluminada e grande demais, somente uma invenção da imaginação de alguém. Simplesmente não acontece daquele jeito!
  • As Evidências do Caso.
O Caso Barney e Betty Hill é o primeiro caso de abdução a se divulgado a nível oficial. Trata-se de um caso repleto de comprovações e evidências diretas e indiretas atestando o relato do casal. Vejamos mais detalhadamente cada uma delas:

Marcas Lustrosas no Veículo.

A primeira evidência relacionada ao caso refere-se às estranhas marcas encontradas no automóvel do casal. Tratam-se de marcas polidas, circulares, com poucos centímetros de diâmetro, dispostas na lataria do veículo. Em 20 de setembro, Betty telefonou para sua irmã, Janet, e relatou o fato acontecido na noite anterior. Janet sugeriu que o casal fizesse um simples teste com bússola no carro para verificar alterações magnéticas no veículo. Betty fez o teste e descobriu numerosas marcas lustrosas ao longo da lataria do carro. Ao aproximar a bússola destas marcas ela girava descontroladamente. A irmã de Betty, Janet e alguns parentes visitaram Betty dias depois e todos refizeram os testes que foram testemunhados também, por vizinhos do casal. Para descartar a possibilidade de a bússola estar sendo induzida de alguma forma pelo casal e seus familiares, eles deixaram a bússola repousar sobre as marcas e mesmo assim ela girava descontroladamente.
"Eu peguei a bússola e fui até o carro. Barney se recusou a ir, dizendo que ele estava tentando esquecer o que aconteceu. Ainda estava chovendo, mas eu podia ver meu carro claramente sob a luz da rua em frente da minha casa. Eu andei ao redor dele, segurando a bússola e não sabia o que eu estava procurando. Quando eu passei por ele, vi muitos pontos altamente polidos, do tamanho de um meio dólar, ou dólar de prata. O carro estava molhado da chuva, mas estas marcas eram perfeitamente visíveis. Eu me perguntava o que seriam. Coloquei a Bússola sobre eles e começou a girar e girar. Eu pensei que devia ser devido à forma como eu estava balançando a bússola, então eu coloquei-o no carro e tirei a minha mão. A bússola estava realmente girando e continuou a girar. Como eu estava vendo isso eu fui acometida de um terror profundo. Eu estava ali, em pé na chuva, sob a luz da rua, dizendo para mim mesma: 'Não grite, mantenha a calma e não tenha medo, está tudo certo'."
Os sapatos de Barney Hill.

A segunda evidência a favor do relato do casal refere-se ao sapato de Barney que, embora novo, apresentava-se arranhado no bico e na parte superior, tendo restos de plantas e terra, evidenciando que ele foi arrastado na posição vertical por uma área coberta de vegetação. As marcas verificadas no sapato condizem com o depoimento de Betty, de que Barney estava semi-inconsciente, sendo amparado por dois tripulantes tanto na parte inicial quanto na parte final da abdução. Também refere-se às amostras de plantas encontradas na barra da calça que Barney vestia na ocasião.

O Vestido Azul.

A terceira evidência a favor do caso refere-se ao vestido azul, de acetato que Betty usava na ocasião (foi usado pela primeira vez na viagem do casal e ainda não havia sido lavado). Ele apresentava-se danificado e manchado. Ao chegar de viagem, Betty retirou o vestido, dobrou-o e guardou-o em seu armário, onde ficou por três anos. Ele apresentava-se rasgado e se Betty quisesse utilizá-lo novamente deveria mandar restaurá-lo. Entretanto, Betty esqueceu-se do vestido e só lembrou de verificá-lo em meados de abril de 1964, por ocasião das sessões de hipnose regressiva com o Dr. Simon.

Em seu relato sob hipnose, Betty descreve que quando estava prestes a ser embarcada tentou resistir e lutar. Nesse breve momento seu vestigo rasgou-se na lateral. Mais tarde, durante os exames médicos, um dos tripulantes retira o vestido de Betty que era fechado com zíper. Sem saber como abri-lo, o tripulante apenas puxo-o para baixo forçando o zíper que também ficou danificado. Um terceiro aspecto envolvendo o vestido refere-se às estranhas manchas encontradas no vestido de Betty que foram analisadas e não puderam ser explicadas naturalmente.

Ao chegar em casa, ele pegou o vestido e resolveu jogá-lo fora. Felizmente pouco depois mudou de ideia e decidiu pendurá-lo no varal. Ao fazer isso constatou que o vestido estava muito manchado por uma substância rosa, especialmente ao longo da gola, em torno das mangas e na parte superior do corpete. Ao examinar melhor o vestido ela percebeu que a parte da costura da bainha estava rasgada, fazendo-a cair para baixo e o forro do lado direito do vestido estava rasgado da cintura aos pés. A costura acima do zíper também foi seriamente danificada.

Em 1977, o pesquisador Leonard Stringfield, diretor de relações públicas da Dubois Chemicals, em Cincinnati, Ohio, se ofereceu para realizar análises no vestido de Betty, na Universidade de Cincinnati. A análise foi realizada sem que os técnicos soubessem a história envolvendo o vestido nem sua propriedade. A análise ficou pronta em meados de agosto do mesmo ano. Uma das análises, realizada a partir de raio-X fluorescente, revelou que no vestido havia traços de sódio, enxofre, cloretos e silício. As duas primeiras substâncias poderiam ser encontradas no vestido, mas cloritos e silício não deveriam ser encontrados na amostra. Outro teste realizado foi o de espetroscopia de emissão, que revelou que haviam grandes quantidades de sódio, alumínio, ferro e magnésio presentes no tecido, além de pequenas quantidades de manganês, cálcio e silício. A análise do misterioso pó rosado revelou que era composto por hidrocarbonetos orgânicos indeterminados.

O vestido que Betty usava no momento de sua abdução. Créditos: Portal Fenomenum.
Posteriormente outros testes adicionais foram realizados. Um novo teste de Raio-X fluorescente revelou que havia diferenças na composição elemental entre a parte da frente e a parte de trás do vestido. Uma outra análise retirou dois pedaços quadrados, de aproximadamente 6,5 cm, um da parte da frente e outro da parte de trás do vestido. Ambas foram colocadas em solução concentrada de ácido nítrico misturada com ácido sulfúrico onde dissolveram. Após isso, a solução resultante foi analisada por espetroscopia de emissão onde foram detectados traços de cobre, cálcio, silício, magnésio e ferro, em ambas as amostras.

Vários métodos foram testados e utilizados para tentar reproduzir a mancha encontrada no vestido. Foram utilizados a seco e a molhado, principalmente cloro, ácidos diversos, tratamento básico, à luz ultravioleta (com um dia de exposição) e lâmpada solar (um dia de exposição). Nenhum dos métodos conseguiu reproduzir a mancha observada no vestido. O método que chegou mais perto foi o tratamento à base de ácido, mas ele ficou branco descorado, e não avermelhado.

Um outro cientista, que desejou permanecer anônimo, realizou análises no vestido e concluiu que o mesmo não tinha qualquer traço de pólen ou material micro-orgânico do tipo esporos, embora seja provável que a origem da mancha seja biológica.

A analista química Phyllis Budinger da BP-Amoco, também realizou análises no vestido. Na época ela tinha 35 anos de experiência na industria química e na análise química. Entre novembro de 2001 e outubro de 2003 ela realizou numerosos testes em amostras do vestido. Ela concluiu que as áreas manchadas foram revestidas com material biológico proveniente principalmente de proteínas e uma pequena quantidade de óleo natural. Esta proteína atacou as fibras e o corante nas amostras de tecido, resultando em descoloração e deixando a estrutura das fibras mais flexível. As análises indicaram que estas proteínas não tem origem em Betty Hill, tendo vindo com certeza de uma fonte externa. A análise de pH, revelou que a área manchada tinha um teor mais elevado de ácido do que áreas não manchadas. Na análise microscópica ela encontrou traços de poeira doméstica, pelos de animais, fibras de outras roupas, entre outras coisas, indicando que o mesmo esteve guardado durante longo tempo.

A análise espectral infravermelha também indicou a presença de proteínas na área manchada, com maior ação na área externa do que interna, confirmando que as proteínas tiveram origem externa. As análises de extratos de hexano e de água revelaram que áreas manchadas produziram uma quantidade maior de material solúvel do que áreas não manchadas, além de uma certa quantidade de óleo natural. Os extratos de água foram particularmente interessantes. Eles tinham um baixo peso molecular e quando agitados produziam espuma, sugerindo a presença de substâncias com propriedades semelhantes ao do detergente. Isso não ocorria com amostras não manchadas. Outro detalhe curioso encontrado nesta análise é um odor fétido encontrado em todos os extratos de água das amostras manchadas e que estavam ausentes em amostras de tecido não manchadas.

Com todos estes testes realizados, Budinger especulou sobre origem dos danos e das manchas verificadas no vestido. Durante sua abdução, Betty descreveu um odor desagradável a bordo do aparelho, ao qual ela não pode identificar. Budinger especula que a emissão respiratória dos tripulantes e suas eliminações oleosas acabaram por depositar-se no vestido de Betty. Além disso, as manchas nas mangas e no corpete encaixam-se perfeitamente com a descrição de Betty dos momentos iniciais da abdução, em que tentou reagir à abdução. Diante disso, dois tripulantes agarraram os braços de Betty com firmeza, um de cada lado. Precisamente onde estes seres seguraram Betty, existem manchas rosadas. Pouco depois, um dos seres puxa o vestido de Betty para baixo e justamente onde ele segurou o vestido existem manchas. Na manhã seguinte, outras áreas do vestido foram impregnadas e consequentemente manchadas quando Betty Hill dobrou o vestido para guardar no armário. Durante os testes realizadas por Budinger, foi constatado que existia umidade nas áreas manchadas e essa umidade poderia ter criado um ambiente para que as proteínas tenham se mantido vivas por um longo tempo, resultando posteriormente no resíduo de pó rosa e a mancha presentes no vestido.

Bundiger contou com a colaboração de um especialista em Bioquímica, que realizou análises de DNA nas amostras de tecido e no sangue de Betty Hill. Esta análise encontrou três depósitos de material com DNA. O primeiro, encontrado na parte de cima da manga esquerda e identificado como sendo de um alpha-proteobacterium; o segundo, encontrado na área da axila no vestido, identificado como sendo de Barney Hill e o terceiro, encontrado na parte da frente do vestido cuja origem é incerta, podendo ser de um ser humano, ou um animal terrestre, mas algo perfeitamente natural e seguindo padrão terrestre.

Um ultimo teste foi realizado no Pinelandia Biophysics Laboratory, em Michigan, para verificar se as substâncias encontradas na área manchada do vestido teriam propriedades germinativas. Para isso, as amostras foram encharcadas em água que depois foi aplicada à sementes de trigo colocadas em papel umedecido em Placas de Petri. Nesse estudo constatou-se as sementes irrigadas com água proveniente das amostras manchadas germinaram e cresceram com maior rapidez do que aquelas irrigadas com água provenientes das amostras não manchadas. Em sete dias estas plantas estavam significativamente maiores do que a amostra de controle. Os testes foram repetidos, desta vez comparando com amostras irrigadas com água convencional e os resultados se repetiram: as plantas irrigadas com água proveniente das amostras de tecido afetadas cresceram num ritmo muito rápido enquanto as outras amostras cresceram num ritmo convencional.

Os dados provenientes das análises envolvendo vestido azul de Betty são mais uma comprovação a favor do relato do casal Hill, que contra a sua vontade foram levados à bordo de um OVNI onde passaram por exames fisiológicos. Sua experiência ainda hoje surpreende e chama a atenção das mais variadas pessoas de todo o planeta.

Relatório da Força Aérea Americana.

Uma quarta evidência a favor do relato do casal origina-se em documentos da Força Aérea Americana. Nestes documentos encontram-se depoimentos de civis, militares e informações sobre um OVNI captado por radar. Todos na mesma região, dia e horário em que a abdução ocorreu.

Documentos da USAF, referentes à noite de 19 para 20 de setembro de 1961:
Relógios.

Uma quinta evidência refere-se aos relógios de Barney e Betty, que funcionavam perfeitamente bem e eram movidos a corda. Após a abdução, constatou-se que eles pararam no mesmo horário, justamento no momento em que a abdução ocorria, e apresentavam-se danificados. Eles jamais voltaram a funcionar depois disso.

Delsey.

Uma sexta evidência a favor do caso refere-se à cadelinha de estimação do casal, que teve uma súbita mudança de comportamento e adoeceu logo após a abdução. Ela desenvolveu uma infecção epidérmica, um problema respiratório e muita agitação durante o sono.

Binóculos.

Uma sétima evidência a favor do caso refere-se à correia do binóculo que Barney portava na ocasião. Antes do contato ela apresentava-se perfeita e já na manhã seguinte ela apresentava-se partida.

Pesadelos.

Uma oitava evidência relacionada ao caso refere-se aos pesadelos de Betty que assemelham-se aos verificados em veteranos de guerra e outros traumas emocionais. Eles eram constantes, repetitivos, muito vívidos e tinham sequencia lógica. Maiores detalhes sobre os pesadelos de Betty podem ser encontrados aqui.

Efeitos físicos e fisiológicos em Barney.

A nona evidência, na verdade é um conjunto delas, todas verificadas em Barney Hill após a abdução. São elas:
  1. Um ferimento nas costas de Barney Hill, descobertas pela manhã, logo após a abdução e ao chegar em casa. À este ferimento não foi dada muita importância devido à amnésia implantada no casal que sequer desconfiava que a origem do ferimento estivesse relacionada à experiência.
  2. Uma segunda evidência envolvendo Barney Hill é um conjunto de 21 verrugas dispostas em circulo, no preciso local onde Barney relata, sob hipnose, a colocação de um aparelho, presumivelmente para a coleta de esperma. Barney examinou a região onde elas surgiram já na manhã de 20 de setembro, pois se sentia contaminado. Na ocasião ele não encontrou nada de anormal. Somente em fevereiro de 1962 é que as verrugas começaram a aparecer. Em 1964, por ocasião das sessões de hipnose regressiva, as verrugas cresceram e inflamaram, sendo necessário sua remoção cirúrgica. Foram feitos diversos testes para comprovar a opinião inicial de seu médico de que o problema seria de origem venérea. Os exames deram como negativo para esta possibilidade. O primeiro especialista procurado recusou-se a remove-las por nunca ter visto algo semelhante e o encaminhou para outro especialista que as removeu, mas sem identificar sua origem.
  3. A terceira evidência envolvendo Barney Hill é uma ulcera nervosa decorrente de estresse que acometeu Barney nas semanas seguintes ao contato. A úlcera não foi decorrente apenas da experiência de abdução, mas foi determinante em seu surgimento.
Testemunhos Coincidentes.

A décima evidência a favor do caso é a relação entre os testemunhos de Barney e Betty Hill, tanto antes, quanto durante ou mesmo depois da hipnose, onde não observam-se contradições em seus depoimentos. Cada um deles descreveu a experiência vivida a partir de seus sentidos sem a menor contradição entre os relatos, em qualquer período feito.

Mapa Estelar.


Desenho de Marjorie Fish, baseado em suas investigações do
desenho de Betty Hill. Créditos: Portal Fenomenum.
Talvez a evidência mais importante e impressionante seja o mapa estelar visto por Betty Hill, e desenhado por hipnose que anos mais tarde comprovou-se verdadeiro por uma astrônoma americana.

O Mapa Estelar de Betty Hill é um dos detalhes mais famosos e conhecidos a respeito deste caso clássico da Ufologia Mundial. Entretanto, poucos sabem como ele chegou até nós e porque sua existência é tão importante. Em primeiro lugar, vamos relembrar como foi o momento em que o Líder mostrou à Betty o mapa estelar:
"E assim eu disse que... Eu perguntei de onde ele era. Eu sabia que ele não era da Terra e eu queria sabe como ele chegou aqui? Ele me perguntou se eu sabia alguma coisa sobre o Universo e eu disse-lhe que não, que não sei praticamente nada, mas quando eu estava na escola fomos ensinados de que o Sol era o centro do Universo e que existiam nove planetas. E depois, mais tarde, claro, nós fizemos avanços...".
Após isso, o Líder atravessou a sala e puxou um mapa de uma abertura na parede e perguntou à Betty se ela já havia visto um mapa semelhante. Ela foi até o mapa e inclinou-se para observar melhor. Tratava-se um mapa alongado, com vários pontos, de tamanho variado, espalhados pela tela. Entre estes pontos haviam linhas retas e curvas unindo-os aqui e ali. Betty então perguntou onde estava seu lar. Em resposta o Líder perguntou à Betty onde estava seu lar no map. Betty riu e disse que não sabia. O Líder respondeu:
"Se você não sabe onde você está, então não há motivo para dizer de onde eu sou!".
Feito isso ele recolocou o mapa em sua posição original na parede.

Representação computadorizada do desenho de Betty.
Créditos: Portal Fenomenum.
A abdução do casal se deu na noite de 19 de setembro de 1961, sendo que a investigação do caso começou já na manhã seguinte. As sessões de hipnose regressiva só tiveram início efetivo no começo do ano de 1964, ocasião em lembranças sobre o mapa estelar vieram à tona. Ao longo destes anos vários pesquisadores e cientistas atuantes se interessaram por aspectos específicos do caso.

Marjorie Fish, professora de uma escola elementar e astrônoma amadora, leu o livro A Viagem Interrompida, de John Fuller, que relatava o caso Barney e Betty Hill. De imediato ela ficou intrigada com o misterioso mapa estelar holográfico, de 90 cm x 60 cm, descrito por Betty em 1964. Dois anos se passaram antes de ela finalmente encontrar uma fonte adequada para construir um modelo. Durante este tempo, tudo referente à astronomia, exobiologia e hipnose foi avidamente devorado pela dedicada pesquisadora. Vários métodos para construção de modelos foram testados.

Assumindo que das quinze estrelas presentes no mapa uma delas deveria ser o nosso Sol, e que todo o mapa deveria se encaixar em estrelas próximas, ela começou a desenvolver um modelo em agosto de 1968. Todo o processo foi realizado sem o auxílio de computador. Ela copiou à mão, coordenadas de aproximadamente mil estrelas próximas, esperando encontrar sucessivas vezes o padrão desenhado por Betty. Todas as estrelas se encontravam em um raio de 55 anos luz do nosso Sol. Várias estrelas foram excluídas do modelo por serem impróprias para o desenvolvimento da vida. Além disso, sistemas com estrelas duplas, ou triplas, não teriam condições favoráveis ao desenvolvimento de um meio ambiente favorável à vida, sendo também descartadas. O estudo desenrolou-se nos anos seguintes, sem identificar positivamente um conjunto de estrelas que se adequasse ao mapa estelar de Betty Hill. Somente em 1972, com a publicação de uma atualização do Catálogo Estelar de Gliese é que um grupo de estrelas surgiu. Um único grupo de estrelas, que correspondia tanto no posicionamento das estrelas, quanto nas características e posição angular ao que Betty Hill havia desenhado. Estas estrelas se encaixavam também no modelo tridimensional desenvolvido por Fish a partir de critérios favoráveis ao desenvolvimento de vida. Tudo isso respaldado por dados científicos atualizados que não estavam disponíveis na época em que o mapa foi desenhado por Betty Hill.

Mapa final de Marjorie Fish, com a indicação das estrelas indicadas.Créditos: Portal Fenomenum.

Com a conclusão do trabalho foi possível identificar as estrelas do mapa, bem como estabelecer as rotas, já previamente desenhadas por Betty Hill em seu mapa. A tabela abaixo lista as estrelas que compõem o mapa e alguns dados importantes.

Créditos: Portal Fenomenum.
Após a conclusão do estudo, vários astrônomos checaram o trabalho de Marjorie Fish e surpreenderam-se pela precisão do mesmo. O Dr. David Sauders, do Planetário Adler, Dr. George Mitchell, do departamento de astronomia da Universidade Estadual de Ohio, J. A. Hynek, Terence Dickinson do Strassenbug Planetarium são apenas alguns dos nomes de astrônomos que comentaram muito positivamente o trabalho de Fish. Em dezembro de 1974, Terence Dickinson publicou um artigo intitulado "The Zeta Reticuli Incident", na conceituada revista científica Astronomy. Nas semanas e meses que se seguiram o editor da revista recebeu inúmeras correspondências, sendo algumas delas com ataques severos, notadamente oriundos do astrônomo Carl Sagan e de Steven Soter. Devido à repercussão do artigo, foi publicado um livreto, de 32 páginas, colorido, com o artigo e os comentários recebidos. Mais de 10 mil exemplares foram vendidos em um curto espaço de tempo. Todos aqueles que comentaram ou criticaram tiveram seus nomes citados, incluindo Sagan, que ameaçou processar a revista, que ainda vendeu mais 8 mil exemplares.
Comparação entre fases diferentes do mapa.
Créditos: Portal Fenomenum.

Tal conjunto de evidências, comprovações diretas e indiretas, bem como os estudos nelas realizadas, coloca este caso como um dos mais sólidos casos da Ufologia Mundial, sendo referência no estudo de outros casos de abdução.
  • Os Abdutores.
Um dos ramos mais interessante da pesquisa ufológica refere-se ao estudo dos tripulantes dos diferentes aparelhos catalogados pela Ufologia. O Caso Barney e Betty Hill, neste aspecto, fornece detalhes importantes para montarmos o quebra-cabeças envolvendo este nebuloso aspecto do Fenômeno OVNI. As informações que Barney e Betty Hill nos oferecem foram obtidas através de hipnose regressiva, com excessão da lembrança consciente de Barney, quando este parou o carro e aproximou-se do objeto para observar melhor. Nesta ocasião ele pôde ver um dos tripulantes na janela, a bordo do objeto, olhando-o detidamente e um outro de costas, operando algum instrumento. Sua descrição inicial, sem hipnose, é influenciada por experiências anteriores que Barney teve ao longo de sua vida. Num primeiro momento ele compara os tripulantes observados conscientemente à irlandeses que o tratavam em geral de forma preconceituosa, por ele ser negro. Num segundo momento, ele compara os tripulante do aparelho com soldados nazistas, devido à sua experiência como soldado na Segunda Guerra Mundial e pela forma rígida e precisa com que os tripulantes se deslocavam. Mais tarde, sob efeito da hipnose, tanto Barney quanto Betty puderam descrever os seres de forma precisa, pois estiveram com ele por algumas horas, durante a abdução. Betty Hill pôde oferecer maiores detalhes pois ela manteve um contato cordial e mais amistoso para com seus abdutores. Barney, por sua vez, tentou resistir e foi dominado, ficando durante algum tempo em estado semi-consciente.

Algumas fontes, de linha cética, trazem detalhes anatômicos um pouco diferentes daquelas encontradas em outras fontes. Em geral elas descrevem os tripulantes do aparelho como tendo pouco mais de 1 metro e meio de altura, com peitos largos, nariz comprido, pele acinzentada, lábios azulados, cabelos e olhos pretos. Sua vestimenta é descrita como azul acinzentada. Esta descrição é baseada nos pesadelos de Betty Hill e não estão totalmente de acordo com as lembranças vívidas de Barney, nem com as descrições obtidas por meio de hipnose com o casal.

Assim, a descrição mais detalhada e aceita, obtida através de hipnose e lembranças residuais seria a seguinte:  

Créditos: Portal Fenomenum.
É curioso a forma como os detalhes completam o Caso Hill. A descrição precisa dos tripulantes do OVNI, sua curiosidade científica em relação à nós, as semelhanças, as diferenças e o desenvolvimento dos fatos levantam mais perguntas do que respostas. O que pudemos apurar disso tudo parece ser a ponta de um gigantesco iceberg.

Vejamos por exemplo, a característica física destes seres, apresentada na tabela anterior. Observa-se uma clara similaridade entre o biotipo alienígena e o biotipo humano. Cabeça, com dois olhos, um nariz, uma boca, dois membros superiores, dois membros inferiores. Na verdade exatamente o que deveríamos esperar de um povo capaz de realizar uma viagem interestelar. Betty Hill, após as sessões de hipnose regressiva com o Dr. Simon, mergulhou de cabeça na pesquisa de casos de abdução que começaram a surgir nos anos que se seguiram. Ela acreditava na possibilidade de termos antepassados em comum com os alienígenas que nos visitam, ou então eles mesmos serem nossos antepassados. Ela acreditava ainda na possibilidade de que o mundo deles tivesse escassez de água, luz e alimentação, obrigando-os à pesquisar novos mundos numa busca para resolver seus problemas.

Retrato falado do Examinador.
Créditos: Portal Fenomenum.
Essa busca os leva à planeta com condições diferentes daquelas de seu mundo de origem. Isso parece encontrar força em certos aspectos do depoimento do casal. Dois exemplos disso são encontrados logo no começo da abdução, onde os tripulantes do aparelho aproximam-se com um andar arrastado, como se eles tivessem dificuldades de locomoção no ambiente terrestre. Ainda do lado de fora, um dos tripulantes abriu a boca e puxou a respiração, como se sentisse falta de ar momentânea. A julgar pelos detalhes seu mundo possui uma gravidade ligeiramente menor que a terrestre, e com uma composição atmosférica diferente da nossa.

Outro ponto curioso a ser observado é a aparente hierarquia entre os tripulantes do objeto. Betty Hill os identificou como o examinador, o líder, e o pequeno homem, além dos outros tripulantes. O examinador, identificado pelo líder como sendo um fisiologista era o encarregado das análises biológicas no casal. Os outros tripulantes prestavam auxílios eventuais durante os procedimentos que se seguiram. O comportamento destes era de viva curiosidade e muitas vezes de surpresa, diante dos fatos e dados obtidos mediante a análise.

O líder era o intérprete e o único a manter longa comunicação com Betty. Foi ele quem apresentou o mapa à abduzida e questionou-a sobre aspectos da vida humana, sociedade, etc. Havia também o homem pequeno, que transmitiu insegurança, hostilidade e medo à Betty. Este ficava o tempo todo por perto, como que inspecionando o que era realizado, com uma aparente autoridade sobre tudo e todos.

"Ele continua me olhando, olhando. Quero chutá-lo por causa da maneira como está olhando para mim. Ele me faz sentir medo. Seu chuto, ele vai saber que eu não tenho medo dele".

Este tripulante foi o mesmo que impediu que Betty Hill trouxesse um livro como prova de sua experiência de abdução. Quando fez isso, olhou para Betty com aparência zangada e com um comportamento autoritário. Betty suspeitou que aquele com a qual ela manteve conversação e chamou de líder era apenas um intérprete, e que talvez o verdadeiro líder seja este outro tripulante.

Representação do momento em que Barney observa os
tripulantes do aparelho pouco antes da abdução.
Créditos: Portal Fenomenum.
As comunicações entre os tripulantes e o casal também são interessantes. Barney descreve a vocalização de seus abdutores: "suas bocas se movem e eu posso vê-lo". Quando suas bocas moveram emitiram sons que Barney descreveu como: "Oh-oh-oh-oh-oh. Eles abriram suas bocas mas eles não não estão falando comigo". Barney descrevia que os seres comunicavam-se entre si nessa língua estranha e diferente.

Betty descreveu a vocalização de forma semelhante: "Oh, ele fez um som. Eu não consigo entender em inglês. A tripulação faz diferentes sons, como "Ah-ah-ah-ah-ah-ah", murmurando. Na verdade eles não murmuravam como nós murmuramos. O Líder e o examinador não murmuravam como o resto da tripulação. Elas pareciam como palavras, como sons de palavras. Ela não conseguiu identificar o idioma que usavam, entendendo apenas quando o líder falava diretamente para ela. Ela também entendeu algumas poucas vezes coisas ditas pelo examinador.

Alguns anos após as sessões de hipnose regressiva, um artista do estado de New Hampshire, David Baker, fez o retrato falado dos tripulantes a partir da descrição de Barney, durante uma reunião na casa do artista. Várias pessoas estavam presentes na ocasião. Durante a confecção do trabalho apenas Barney Hill permaneceu na sala, fornecendo informações. Com o término do trabalho, o artista mostrou o retrato falado à Barney, que reagiu com visível emoção à figura. Pouco depois, o artista apresentou o retrato à Betty, que de início se afastou, dirigindo-se até o outro lado da sala, andando em círculos por algum tempo para em seguida parar sobre uma janela, visivelmente abalada.
Busto do "Líder" criado a partir das
informações de Barney e Betty Hill,
obtidos via hipnose.
Créditos: Portal Fenomenum.

  • Pesquisas Posteriores
O Caso Barney e Betty Hill foi o primeiro caso de abdução divulgado a nível oficial. Embora outros tenham ocorrido e até mesmo sido investigado antes da ocorrência deste caso, este incidente é um divisor de águas na Ufologia Mundial. Devido ao seu caráter inédito, pelo menos àquela época, o caso sofreu pesadas críticas de diversos setores da sociedade, que sob os mais diversos pretextos, colocavam em dúvida a veracidade do caso e muitas vezes as comprovações à ele associados.

À primeira vista parece que nem mesmo os céticos se entendem em relação ao Caso, pois existem várias e várias explicações, ou tentativas de explicações de alguns detalhes do caso. No melhor modus operandi pseudo-científico, encontram uma explicação para alguns detalhes, ignoram o que não podem explicar e extrapolam isso para o caso inteiro e para os demais casos ufológicos. Stanton Friedman e Kahleen Marden resumem muito bem este método de ação em seu livro Captured!: The Betty and Barney Hill Ufo Experience [Ainda não publicado no Brasil]:

"O que o público não sabe, eu não vou dizer a eles".

"Não me incomode com os fatos pois minha mente já está feita".

"Se alguém não pode atacar os fatos, ignore e ataque a pessoa".

"Faça uma pesquisa geral. Uma investigação profunda é muito problemática e a maioria dos jornalistas e cientistas jamais vai perceber a diferença".

Em geral, críticas sobre OVNIs giram em torno da alegação de que não existem provas a favor para o fenômeno.

(Obs: Como Já discutido nos Posts Ufologia, a Pseudociência que tentar ser Ciência (Ou um Ramo da Ciência que se tornou Pseudociência) e O Post em Ébano dos Discos Voadores. (Ou como a Ufologia tornou minha pseudociência favorita). Deixo bastante claro meu posicionamento em relação a essa matéria de Estudo (É uma pseudociência? É. O fenômeno existe? Sim. Existe preconceito da Ciência em torno da Ufologia? Existe!)

Zeta Reticuli 1 (acima) e Zeta Reticuli 2 (Abaixo), que seriam
o local de origem dos abdutores de Barney e Betty Hill.
Créditos: Portal Fenomenum.
Em se tratando do Caso Hill, existem várias explicações levantadas pelos mais diferentes nomes do ceticismo internacional. Um dos primeiros a se manifestar em relação ao caso foi Phillip Klass, que em seu livro UFOs Identified, de 1966, afirma que o avistamento relatado pelo casal seria explicado como sendo um fenômeno natural, de natureza plasmática, gerada por raios bola. Esta hipótese, uma verdadeira afronta à inteligência de um ser racional pensante, desmorona quando levamos em conta as evidências físicas do contato [relógios danificados, doença da cadelinha Delsey, o ferimento nas costas de Barney e o conjunto de verrugas circulares na sua virilha, os vestígios no vestido, as marcas magnetizadas no veículo, etc]. Posteriormente, em seu livro UFO Abductions: A Dangerous Game, tenta consertar o estrago afirmando que o depoimento de Barney originou-se de fantasias geradas pelos sonhos de Betty, que por sua vez teria originado-se em leituras de jornais e revistas. Para apoiar sua tese ele afirma que em hipnose regressiva Barney demonstrava profundo terror por sua experiência enquanto Betty mostrava-se calma, como se estivesse descrevendo uma ida ao mercado. A bem da verdade, tanto Barney quanto Betty tiveram, durante a maior parte de sua experiência, momentos de pânico que, ocasionalmente, cediam lugar à calma e tranquilidade, em decorrência da influência dos tripulantes do aparelho. É um claro exemplo do: "O que o público não sabe, eu não vou dizer a eles."

Em debates públicos sobre o caso, Phillip Klass procurou desacreditar o caso com táticas nada convencionais e até certo ponto questionáveis. Em certa ocasião, em debate com o ufólogo Stanton Friedman, Klass levou uma folha de papel, com vários pontos desenhados nela, com a alegação de queria fazer um experimento científico para por em dúvidas a qualidade do mapa desenhado per Betty. Stanton Friedman recusou imediatamente afirmando que não se tratava de um teste científico e sim uma manobra proposital para atacar o caso. Ele justificou alegando os seguintes pontos:

Stanton Friedman não é Betty Hill, portanto, características como percepção, memória e estilo de aprendizagem são diferentes

Betty estava condicionada por um hipnoterapeuta, formado em psiquiatria e reconhecido internacionalmente, que a preparou para desenhar o mapa se, e somente se, lembrasse claramente dele.

Betty descreveu o mapa como sendo uma espécie de holograma tridimensional, com profundidade e colorido, ao passo que o desenho de Klass eram pontos desenhados aleatoriamente com lápis em uma folha de papel, sem linhas ligando os diferentes pontos, como eram verificados no mapa desenhado sob indução hipnótica.

Outro cético que atacou levianamente o Caso Hill foi o mágico James Randi, da CSICOP. Randi declarou:
"Parece evidente que a senhora Hill observou o planeta Júpiter, falou com seu marido para ele acreditar que era um OVNI, e depois imaginou que foi levada a bordo e feito esquecer suas experiências, que ela relembrou apenas depois de sonhar recorrentemente com o evento. Mas quando ela teve sua história aflorada, Betty Hill foi capaz de lembrar três anos após o evento, que ela tinha visto um mapa de navegação na sala de controle e o desenhou para a posterioridade. Este mapa é uma das várias afirmações que suportam o depoimento dos Hill".
Comparação entre o mapa de Betty, o de Fish e
um final modelado por computador.
Créditos: Portal Fenomenum.

Esta declaração soa como imprecisa, falsa e enganosa a respeito do caso Hill. Primeiro pelo fato de que o objeto deslocava-se de forma errática, tinha formato nítido, com luzes piscantes ao longo da fuselagem. Em dado momento, o objeto estava sobre o carro, embora a um altitude considerável. Além disso, na época, a Lua, Júpiter e Saturno estavam bem próximos numa mesma região celeste, sendo vistos, por volta das 23 horas no céu, a sudoeste, a aproximadamente 45° acima do horizonte. Além disso, nos dias seguintes eles estariam ainda perfeitamente visíveis no céu e certamente teriam se assustado pensando que o objeto os perseguia todas as noites...

Outro ponto a se considerar é porque apenas na mesma região, na divisa de Lincon e Concord, em New Hampshire, houve relatos de avistamento, com a mesma descrição básica. Porque na Califórnia não houveram avistamentos do mesmo tipo? Porque na França, Itália e Brasil não houveram também? A resposta óbvia é que o objeto relatado na região de Lincon/Concord não era um corpo celeste e sim o que era realmente declarado pelo casal.

Em outra declaração, Randi errou de forma ainda mais grotesca ao comentar o trabalho de Marjorie Fish:
"Ela como que reordenou o ponto de vista e retirou uma parte da constelação do Reticulum para facilitar a aceitação".
Esta frase demonstrou o quanto Randi se aprofundou no caso e no trabalho de Marjorie Fish. Vários cientistas analisaram repetidas vezes o trabalho de Fish e ressaltaram a precisão e o nível de detalhes nele incluído. Randi ignorou o fato de que Fish montou 25 modelos precisos, em 3D da nossa vizinhança galática. Alguns modelos com até 250 estrelas. O modelo final realmente tinha estrelas da constelação citada, mas tinha também estrelas de outras constelações próximas e foi exatamente isso que Fish reproduziu: aquilo que era mostrado no mapa que ela viu a bordo do aparelho.

Um grupo de psiquiatras, certa vez, alegou que o relato de Barney e Betty Hill era fruto de alucinação gerado por estresse induzido pelo fato de formarem um casal inter-racial, sofrendo, portanto, preconceitos diversos. Se buscarmos confirmar esta hipótese veremos que ela não se sustenta, pois Barney e Betty, eram sim vítimas de preconceitos, mas nada que afetasse a vida do casal. Barney era muito querido pela família de sua esposa, em seu trabalho e em sua comunidade, recebendo menções honrosas por seu trabalho social. O próprio Dr. Simon, durante sua fase de investigação, constatou que alucinação estaria no fim da fila de possíveis explicações. Além disso, simples questionamentos já colocam esta hipótese em cheque:
  • Porque outros casais raciais não revelaram experiências idênticas?
  • Porque na África do Sul, onde a segregação racial e o preconceito atingiram níveis que beiram o absurdo não aconteceram casos semelhantes?
Um dos maiores críticos do caso foi o cético Martin Kottmeyer, do The Committee for Skeptical Inquiry. Em um artigo, de 1990 e intitulado Entirely Unpredisposed, Kottmeyer sugere que a memória de Barney revelada sob hipnose, teriam sido influenciadas pelo episódio Bellero Shield, da série The Outer Limits, que foi apresentado duas semanas antes da primeira sessão hipnótica de Barney Hill. ele declara:

Representação de um dos tripulantes
descritos no Caso Barney e Betty Hill.
Créditos: Portal Fenomenum.
"Olhos oblíquos são uma raridade extrema em filmes de ficção científica. Conheço apenas um exemplo. Apareceu em um alienígena de um episódio de uma série de televisão antiga 'The Outer Limits, intitulado "The Shield Bellero". Uma pessoa familiarizada com o esboço de Barney em Uma Viagem Interrompida e o esboço feito em colaboração com o artista David Baker vai encontrar um frisson "dejavú", subindo a espinha nesse episódio. A semelhança é muito estimulada pela ausência de orelhas, cabelo, e o nariz em ambos os aliens. Poderia ser por acaso? Conside que Barney descreveu e desenhou primeiro os olhos oblíquos durante a sessão de hipnose datada de 22 de fevereiro de 1964. "The Shield Bellero" foi transmitido pela primeira vez em 10 de fevereiro de 1964. Apenas 12 dias separam as duas instâncias. Se a identificação for admitida, a generalidade dos olhos oblíquos na literatura de abdução se deve à forças culturais".

Olhando a primeira vista, parece fazer sentido a declaração de Kottemeyer. Mas fazendo uma comparação entre o desenho dos tripulantes e do alienígena representado em The Bellero Shield, a semelhança não é tão clara assim.

Mas ainda resta a velha pergunta que incomoda a quem tem medo da realidade: E as evidências e comprovações a favor do caso? Como fica? São perguntas para os quais Martin Kottmeyer não tem respostas. Aliás, Kottmeyer sequer conseguiu provar que Betty e principalmente Barney tenham visto o episódio. Na época em que o episódio foi ao ar, Barney trabalhava à noite, e quando não estava trabalhando, geralmente eles estavam envolvidos em atividades da NAACP.

Um ataque mais recente foi realizado pela psicóloga, Dra. Susan Clancy, da Universidade de Harvard. Em sua crítica em relação ao Caso Hill, ela ignorou detalhes importantes do caso. Jamais mencionou o mapa estelar ou qualquer outra evidência envolvendo o caso. Ou se refuta em todos os detalhes um caso, ou não se refuta nada. "Betty tinha visto uma estrela brilhante que parecia estar perseguindo-lhes. Nervosos, eles saíram da estrada principal e entraram em estradas secundárias da região, chegando em casa duas horas mais tarde do que o esperado", declarou Susan. Ela comete o mesmo erro do mágico Randi, afirmando que o objeto avistado era uma estrela. Ignorou os movimentos descritos pelo casal e pelas testemunhas adicionais, ignorou o registro de radar, obtido na ocasião, ignorou que o objeto foi observado de binóculos e as evidências adicionais.
Alienígena de The Bellero Shield. Créditos: Portal Fenomenum

Outras alegações da Dra. Susan envolvem filmes de ficção científica e livros sobre Ufologia que Betty havia lido antes da hipnose. Mas ainda assim ignora as evidências já mencionadas e o fato de que os depoimentos do casal são bem diferentes do que vemos no cinema ou literatura ufológica da época. Uma simples visita aos seus colegas cientistas que já haviam investigado o caso seria suficiente para que ela pudesse fazer uma pesquisa mais apurada e correta em relação ao caso.

Seja qual for a explicação utilizada, as hipóteses explicativas aceitas no meio cético deixam grandes lacunas. Detalhes importantes são muitas vezes ignorados em nome de uma aparente explicação final que nada explica. É importante saber reconhecer certos fatos, por mais impressionantes, desconcertantes e inexplicáveis que sejam. Como dizia Claude Bernard: A Ciência sempre deve se colocar em guarda contra a superstição e a credulidade, mas não devemos refutar os fatos, somente porque eles nos parecem extraordinários e inexplicáveis.

Fontes.

Livros:
  • FRIEDMAN, Stanton e MARDEN, Katheleen. CAPTURED: The Betty and Barney Hill UFO Experience. New Jersei: New Page Books, 2007.
  • DURRANT, Henry. Primeiras investigações sobre os humanóides extraterrestres. Tradução de Luzia D. Mendonça. São Paulo: Ed. Hemus,1980.
  • MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO. Contactos Alienígenas. Rio de janeiro: Time-Life Livros,1993.
  • MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO. O Fenômeno OVNI. Rio de janeiro: Time-Life Livros,1993.
  • NOBILE, Peter. UFO, Triângulo das Bermudas e Atlântida - O que há de verdade. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza. Melhoramentos: 1979.
  • HYNEK, J. A. Ufologia, Uma Pesquisa Científica. Uma apreciação crítica do problema dos UFOs/OVNIs pela mais alta autoridade no assunto.Tradução de Wilma Freitas Ronald de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora Nórdica, 1972.
Boletins:
  • B23 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 26-27
  • B46 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 90-93
  • B63 - Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 1975
  • B64 - PEREIRA, Jader. Tipologia dos humanóides extraterrestres. Coleção Biblioteca UFO, nº 1, Março 1991.
Artigos de Revistas:
  • SBEDV. Contatos com extraterrestres no Brasil. Revista UFO, Campo Grande, nº 6, p.20-2, nov/dez 1988.
  • LAUDA, Jaime. O Caso Villas-Boas revisado. Ufologia Nacional e Internacional, Campo Grande, nº 3, p. 13-15, julho/agosto 1985.
Documentos Oficiais:
http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill1

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill2

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill3

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill4

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill5

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill6

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill7

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill8

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill9

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill10

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill11

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill12

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/hill13

https://en.wikipedia.org/wiki/Barney_and_Betty_Hill

https://pt.wikipedia.org/wiki/Betty_e_Barney_Hill

http://www.ufos-aliens.co.uk/cosmichills.html

http://www.kathleen-marden.com/

http://www.astrosurf.com/lunascan/hillzeta.htm

http://www.astrosurf.com/lunascan/hillzeta2.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Flintstones

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