domingo, 30 de setembro de 2018

Enciclopédia dos Mitos e Lendas do Brasil: Romãozinho.

Hoje iremos falar de um Capeta em forma de Guri. Literalmente.

O Ministério do Folclore adverte: Cuidado, praga de mãe pega.
(Se persistirem os sintomas, os Irmãos Winchesters devem ser
consultados)
O folclore brasileiro e recheado de diversos mitos e lendas. Sejam elas criaturas fantásticas (o Bestiário propriamente dito) ou seres fantásticos. O menino Romãozinho faz parte dos chamados seres fantásticos.

Diz a lenda que Romãozinho fora filho de agricultores, nascido sob uma estrela maligna, pois sempre gostou de maltratar os animais e destruir as plantas. Para exemplificar sua maldade, uma vez, sua mãe mandou-o levar o almoço ao pai, que trabalhava na roça. Ele foi de má-vontade. No meio do caminho, ele comeu a galinha, colocou seus ossos na marmita e levou-a ao pai. Quando o pai viu os ossos em vez da comida, ele perguntou o que aquilo significava.

Romãozinho, perfidamente, disse:
Deram a mim isso... Eu penso que minha mãe comeu a galinha com o homem que vai a nossa casa quando você não está lá, e enviou-lhe somente os ossos. 
Enlouquecido de raiva, o pai voltou logo para casa, puxou do punhal e matou a esposa. Antes de morrer, a mãe amaldiçoou o filho que ria, dizendo: Você não morrerá nunca! Você não conhecerá o Céu (Já que o mesmo  levantou falso testemunho contra a própria mãe. [Oitavo Mandamento: Não apresentarás um falso testemunho contra teu próximo - ‎Êxodo, Capítulo 20, Versículo 16] e não honrou Pai e mãe [‎Quarto Mandamento: "Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor,o teu Deus, te dá - Êxodo, Capítulo 20, Versículo 12]) ou o Inferno (Nem Satã queria ele, vendo como Mais um provável concorrente), nem repousará enquanto existir um vivente sobre a terra!

O marido, se matou, arrependido do que fez.

Romãozinho (Um protótipo a Espectro de Hades) riu ante a maldição e foi embora. Desde então, o menino nunca cresceu, anda pelas estradas e faz travessuras, como quebrar as telhas dos telhados a pedradas, assustar os homens e tortura as galinhas.

Dizem que ele virou bicho aos 14 anos, já tem mais de duzentos anos e continua com a mesma voz e as mesmas diabruras. Wilson Lins, conta no seu livro o Médio São Francisco um depoimento sobre Romãozinho na vila de Icatu. Romãozinho atanazou a vida dos moradores, apagando o fogo das cozinhas, derramando as panelas de comida, derrubando as garrafas das prateleiras das bodegas, tocando os sinos da igreja, levantando as saias das mulheres nas ruas.

Mandaram buscar um sacerdote na vizinha cidade da Barra para benzer a Vila. Dizem que mesmo depois da benção, Romãozinho continuou vez por outra visitando o povoado fazendo suas diabruras.

Em algumas oportunidades, faz coisas boas. Há uma história que diz que uma mulher grávida estava sozinha e entrou em trabalho de parto, e no desespero chamou por Romãozinho e este foi à casa da parteira que depenava uma galinha, a galinha de repente saiu da mão dela e saiu voando, a parteira saiu correndo atrás e a galinha foi jogada na casa da mulher que estava em trabalho de parto.

O Poltergeist (Romãozinho) de Euclides da Cunha.

Euclides da Cunha é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população de acordo com a estimativa populacional de 2013 é de 60.558 habitantes. Possui uma área de 2.028,421 km².

Os primeiros habitantes da região foram os índios caimbés, da tribo dos Tupiniquins. Foi desbravado por colonos vindos de regiões circunvizinhas, sobretudo de Monte Santo e Tucano, que se fixaram com suas famílias e dedicaram-se à lavoura e à criação de gado; até hoje bases da economia municipal.

O povoamento se iniciou na Fazenda Cumbe do Major, de propriedade de Major Antonino, primeiro explorador das terras do município. Os padres jesuítas, em missão de catequese pelo sertão, construíram, no local da atual vila de Massacará, uma capela, ainda de pé, e um convento, destruído pelos próprios quando foram expulsos do Brasil.

Formação Administrativa.

Localização de Euclides da Cunha na Bahia.
Créditos: Wikipédia.
Com a chegada de mais colonos, a fazenda Cumbe experimentou considerável surto de progresso, evidenciado em construções, sendo elevada em 1881 à Freguesia de Nossa Senhora do Cumbe, um distrito de Monte Santo. No ano de 1888 foi construída uma capela subordinada a de Massacará, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, pelo padre Vicente Sabino dos Santos.

A fazenda foi elevada à categoria de vila no ano de 1898 como território desmembrado de Monte Santo. Em 1911 foi constituída do distrito-sede (município). Vinte anos depois, em 1931, Vila do Cumbe, ainda como distrito-sede, foi extinta e a sua área foi reanexada ao município de Monte Santo. Em 19 de setembro de 1933, o território foi emancipado, elevado novamente à categoria de município, constituído de dois distritos: Cumbe (a sede) e Canudos; e, por iniciativa do escritor José Aras, como homenagem ao escritor de "Os Sertões", a cidade passou a ser chamada de Euclides da Cunha, porém, este feito só foi oficializado no ano de 1938.

Em 1953 foi criado e anexado ao município o distrito de Massacará (ex-povoado). Na divisão territorial datada de 1960, a cidade tinha três distritos: Euclides da Cunha (sede), Canudos e Massacará. Em 1985, Canudos foi desmembrado de Euclides da Cunha e elevado a município. No mesmo ano foram criados e anexados os distritos de Caimbé e Aribicé, ex-povoados.

Na divisão territorial de 1995, igualmente na de 2007, o município tinha quatro distritos: Euclides da Cunha (sede), Aribicé, Caimbé e Massacará.

Euclides da Cunha sempre foi uma cidade cheia de lendas e mistérios (Assim como todas as cidades Brasileiras com seus mitos domésticos), porém nada ganhou tanta repercussão nacional como o caso de um demônio chamado “Romãozinho” que segundo relatos, aterrorizou uma família e deixou todo mundo em pânico no ano de 1996.

Segundo a lenda, Romãozinho resolveu atacar uma pequena casa do meio rural onde morava uma família dessas consideradas “estranhas”. E com isso eles querem dizer famílias que tem história de casamento consanguíneo. Tal família era formada por um tio casado com uma sobrinha. Como sempre essas coisas começam aos poucos.

Eventualmente alguém nas proximidades da casa recebia uma pedrada. Ao procurar o agressor, ninguém era encontrado. Com o tempo as pedradas ficaram mais frequentes e passaram a atingir o telhado da residência. Telhas quebravam e caiam atingindo os moradores.

Então o negócio começou a piorar. Numa bela noite os moradores acordam com a fumaça….Um incêndio havia começado em um dos colchões. Após apagar o fogo, vultos foram vistos nos cantos da casa.

A situação chegou num ponto insustentável. Os incêndios ficaram mais e mais frequentes e quase toda roupa deles ficou queimada e imprestável. Foi quando resolveram apelar. Primeiro foram ao padre da cidade e ele heroicamente… disse que não ia botar os pés naquele lugar assombrado… Sabe como é… Coisa de padre.

Segundo ele os tais fantasmas eram imaginação popular… Mas o povo da cidade sabia a verdade. Ele estava era morrendo de medo de encarar o local. Então procuraram o prefeito. Esse sim resolveu tomar alguma atitude e quase bate as botas. Ao invés de pedras, o prefeito foi atingido por uma machadada nas costas. Assim como as pedras , ninguém sabe de onde veio ou de quem era o machado.

Nesse ponto o lugar já estava famoso e atraia gente de todo o tipo. Muitos queriam ajudar…outros tantos apenas curiosos e outros ainda queriam era sacanear mesmo. Muitos garotos locais apareceram nas imediações jogando pedras e soltando bombas. O fantasmagórico se unia à perversidade da garotada.



Entre os que queriam ajudar estava uma senhora que resolveu levar o próprio Papa na casa…Bom…não foi bem o Papa, mas sim sua foto. A coitada levou duas pedradas violentas na cabeça que a deixou toda ensanguentada. Um outro herói resolveu pegar o espírito na bala (A lá Família Winchester). Levou uma espingarda e saiu em busca do Romãozinho. Mas este (Romãozinho) não queria conversa e detonou uma “mega pedra” na sua cabeça que o deixou desorientado.

Como nada adiantava o prefeito resolveu convocar o parapsicólogo Clovis Nunes para dar sua opinião. O homem analisou o caso e atestou como um caso real de poltergeist. A família foi aconselhada a mudar de casa…Mas não adiantou. O Poltergeist os perseguia!

Alguns acreditavam que o problema se concentrava no membro mais novo da casa. O garoto de 13 anos tinha mania de falar sozinho e costumava ouvir vozes. Então a família passou a frequentar um centro espírita pra ver se achava uma solução, mas aparentemente não houve.

O caso tomou uma grande repercussão na época e foi até matéria do programa Fantástico (Anos 90 o Fantástico era o portal de noticias mais fidedigno na época). Naquela época uma matéria desta ser veiculada no principal portal de noticias da Vênus Platinada, e por que tinha uma certa relevância.

Curiosamente falando, tal região fica próxima a outra, Canudos, aonde se desenrolou um dos maiores massacres da recém-nascida República, A Guerra de Canudos. Para os mais espiritualistas, o Poltergeist, chamado de Romãozinho seriam os Espíritos Zombeteiros dos sertanejos massacrados em 1897.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rom%C3%A3ozinho

https://www.mitoselendas.com.br/2017/04/o-mito-do-romaozinho.html

http://sinistroaoextremo.blogspot.com/2009/03/lenda-de-romaozinho.html

http://www.rodrygoferraz.com.br/2015/05/caso-de-demonio-que-aterrorizou.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha_(Bahia)

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