segunda-feira, 30 de julho de 2018

Dossiê Mundial de Clubes. 3° Parte. Os Mundiais de 1952 e 1953.

Todo clube de futebol anseia em ser o campeão do Mundo. Hoje em dia e necessário vencer a Liga continental em seu País para ir ao Mundial do Clubes da FIFA, para enfrentar outros campeões continentais.

No posts anteriores falei um pouco de como originou o Mundial de Clubes e de quem se proclamou Campeão do Mundo antes de existir uma competição que validasse isso (A Liga dos Campeões da UEFA (Europa), a Copa Libertadores da America (America do Sul), Campeão da Liga dos Campeões da CAF (Africa), Campeão da Liga dos Campeões da CONCACAF (America do Norte, Central e Caribe), Campeão da Liga dos Campeões da AFC (Ásia), Campeão da Liga dos Campeões da OFC (Oceania).

Agora falaremos de Mundiais que alguns nem consideram Mundiais

Copa Rio de 1952.

Troféu da Copa Rio de 1952.
Créditos: Wikipédia.
A Copa Rio de 1952 ou simplesmente Copa Rio (nome oficial escrito no troféu da edição de 1952) foi disputada por oito equipes de sete países da América do Sul e da Europa entre 13 de julho e 2 de agosto de 1952 no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos estádios do Maracanã e do Pacaembu, respectivamente. O Fluminense sagrou-se campeão de forma invicta.

A competição foi organizada pela CBD e pelo Fluminense, em face das comemorações de seu cinquentenário, com autorização e acompanhamento da FIFA, e tinha este nome por ser patrocinada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que assim como no ano anterior, doou o troféu aos campeões.

Até 27 de janeiro de 2017, a maioria das menções da FIFA como primeiro torneio de clubes de dimensão mundial faziam referência apenas à Copa Rio de 1951, em geral, consultas formais do Palmeiras e do jornal O Estado de S. Paulo sobre o título palmeirense, porém naquela data uma comunicação da FIFA ao jornal O Estado de S. Paulo incluiu a Copa Rio de 1952 em sua nota oficial.

Pronunciamento da FIFA sobre a Copa Rio de 1952:
“A Fifa reconhece e valoriza as iniciativas de se estabelecer competições de clubes em nível mundial através da história. Esse é o caso dos torneios envolvendo clubes europeus e sul-americanos, tais como a pioneira Copa Rio, disputada em 1951 e 1952, e a Copa Intercontinental.”
A segunda edição da Copa Rio deveria ter sido disputada em 1953, de acordo ao estipulado quando a competição foi criada em 1951, de que seria um torneio bianual. Porém, foi antecipada para 1952, a pedido do Fluminense, que queria organizar a competição no âmbito das comemorações pelo seu cinquentenário, tendo o clube assumido a organização do torneio com autorização e apoio da CBD e apoio financeiro da Câmara Municipal do Rio.

Sobre o fim da Copa Rio:
“Um detalhe que acabou marcando, de forma mais expressiva a II Copa Rio, é que ela foi a segunda e última. Em verdade, não se sabe bem porquê, cinco clubes do Rio e de S. Paulo reuniram-se e resolveram forçar a C.B.D. a extinguir a Copa Rio. Deixaram a entidade máxima com um torneio internacional na mesma época, mas com outro nome e outro regulamento. Inclusive aumentando o número de concorrentes brasileiros, que agora serão quatro: dois do Rio e dois de S. Paulo. E essa fórmula nova deverá começar a vigorar agora, neste ano de 1953 - Anuário do Esporte Ilustrado 1953.”
Nomenclaturas.

Em agosto de 2014, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, afirmou que a entidade reconheceria a competição de 1951, vencida pelo Palmeiras, como um mundial de clubes. O dirigente máximo da entidade destacou que a Copa Rio não seria equiparada aos Mundiais da FIFA, mas que receberia um certificado que chancela sua importância. Na mesma declaração, Blatter disse que reconheceria outros campeões mundiais, o que poderia incluir a Copa Rio de 1952.

Algumas fontes alegam que, diferentemente da edição de 1951, a edição de 1952 da Copa Rio não teve cunho de Mundial de Clubes, porém, a edição de 1952 também chegou a receber menção como troféu mundial pela imprensa da época, contudo bem menos que a edição de 1951. Em 1951, os jornais brasileiros, de forma generalizada, trataram a competição como Mundial de Clubes; já em 1952, pelo menos três jornais a trataram como Mundial, o jornal Última Hora a tratou assim, o jornal Diário de Minas de Belo Horizonte (que estampou como manchete principal "Fluminense campeão do mundo") e o Jornal dos Sports. O Jornal dos Sports fazia citações do tipo "..o mais importante torneio de clubes campeões que se tem realizado no mundo" ou "Rio capital mundial do football", rebateu a opinião de alguns que a segunda Copa Rio teria tido nível técnico menor do que a primeira (em virtude das sucessivas recusas de alguns clubes convidados, como Millonários, Racing, Juventus, Barcelona, chegou-se a fazer pilhéria da organização da competição), além de afirmar que a vitória do Fluminense marcou uma curva decisiva na evolução tática do futebol brasileiro.

Em junho de 1951, a CBD declarou que as edições seguintes do torneio (depois da edição de 1951) não seriam chamadas oficialmente de Torneio de Campeões, mas só de Copa Rio. Possivelmente por isso, a conquista do Fluminense em 1952 foi tratada apenas como Copa Rio pela imprensa, exceto pelos jornais citados, que a trataram como título Mundial e dos Campeões, assim como o Canal 100, histórico cine-jornal brasileiro, raro documento de imprensa não escrita da época atualmente preservado.

Créditos: Wikipedia.
História.

O jornal catalão Mundo Deportivo cobriu os preparativos para a organização da edição de 1952 da Copa Rio. A reportagem de 18 de fevereiro de 1952, intitulada "Brasil prepara la Copa Río", confirma a participação da CBD na organização do torneio, embora sem responsabilidade econômica como na edição anterior, e o recebimento pela entidade de 10% da renda dos jogos. A mesma reportagem indica a intenção inicial dos organizadores de contar com a participação dos campeões da:
  • Áustria (Áustria Viena); 
  • Itália (Juventus);
  • Uruguai (Peñarol); 
  • Argentina (Racing); 
  • Portugal (Sporting); 
  • Espanha (Barcelona, Real Madrid ou Atlético de Bilbao); 
  • Um campeão britânico, de Inglaterra ou Escócia (o inglês Newcastle ou o escocês Hibernian).
O Dínamo Zagreb, campeão iugoslavo, solicitou a sua inscrição.

A edição de 2 de junho de 1952 do jornal catalão confirma a participação do secretário da FIFA Ottorino Barassi na organização do evento, afirma a vontade do Real Madrid de participar da competição, além de indicar que o campeão alemão disputaria o torneio em caso de ausência do clube espanhol. Por não haver acordo financeiro, o clube madrilenho optou por não disputar o certame e participar da Pequena Taça do Mundo, competição amistosa realizada na Venezuela em datas próximas às da Copa Rio de 1952.

A cobertura do jornal O Estado de S. Paulo à organização: a edição de 5 de abril de 1952 do jornal O Estado de S. Paulo confirma o convite feito pelo Fluminense a que Ottorino Barassi participasse na organização da Copa Rio de 1952 e o convite à participação dos seguintes clubes:
  • Barcelona (Espanha); 
  • Áustria Viena (Áustria); 
  • Racing (Argentina);
  • Peñarol (Uruguai).
E o campeão de Portugal, além de estipular que a vaga restante seria disputada em jogos eliminatórios entre clubes de Escócia, Iugoslávia e Alemanha.

A matéria de 11 de abril de 1952 mostra a intenção da CBD e do Fluminense de contarem com os campeões de Escócia/Alemanha/Áustria (com o campeão de um dos três), Espanha (Barcelona), Inglaterra, Itália (Juventus), Portugal (Sporting), Argentina (Racing) e Uruguai (Peñarol), também ressaltando força das equipes convidadas, comentando que o "mais fraco" seria o Sporting Lisboa, mas que o convite ao mesmo seria uma questão de "sangue luso-brasileiro".

A edição de 30 de abril de 1952 deste jornal indica que naquele momento haviam confirmado participação as seguintes equipes estrangeiras: Áustria Viena (Áustria), Hibernian (Escócia), Racing (Argentina), Sporting (Portugal), além de estar confirmado um clube uruguaio (Nacional ou Peñarol), sendo que a vaga restante seria de um clube de Espanha ou Itália.

Em 8 de junho de 1952 o mesmo jornal afirma que o campeão argentino Racing chegou a confirmar sua participação.A edição de 18 de junho de 1952 traz a lista de participantes pretendidos como sendo Corinthians, Fluminense, Peñarol, Racing, Sporting, Hibernian, Juventus, Áustria Viena e talvez o Millonarios da Colômbia. A mesma matéria cita que o Fluminense tentou aumentar o preço dos ingressos com o argumento de que visava evitar prejuízos na organização da competição, mas que em uma carta para um congressista da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o presidente do Flu, Fábio Carneiro de Mendonça, revelou que o objetivo do clube não era evitar prejuízos mas sim gerar lucro que pudesse ser usado em outros eventos programados no âmbito das comemorações pelo cinquentenário do clube.

A edição de 19 de junho de 1952 do mesmo jornal confirma em sua página 13, que, autorizado pelo Flu, o tesoureiro da CBD, Mozart Di Giorgio, empreenderia uma viagem à Europa (Itália, Áustria, Escócia e Portugal) com o objetivo de entrar em entendimentos com Ottorino Barassi e ajustar os detalhes sobre a participação dos clubes europeus. A mesma edição do jornal dá conta (em sua página 12) que o clube Millonarios da Colômbia recusava o convite para participar da competição por já estar comprometido com a Pequena Taça do Mundo. É possível que o comprometimento da agremiação colombiana à competição venezuelana tenha a ver com o fato de que esta competição foi prestigiada pelo governo da Colômbia, que doou inclusive um dos troféus entregues ao seu campeão.

A edição de 22 de junho afirma que Fluminense pretendia que a Copa Rio deste ano tivesse mais de 8 concorrentes, porém isso não foi permitido pelo regulamento da competição, elaborado pela CBD. A mesma edição do jornal afirma a vontade do Fluminense de contar com o Millonarios (campeão da Colômbia) e com o Nuremberg (campeão da Alemanha Ocidental) como substitutos caso algum clube convidado abrisse mão de participar da Copa Rio.

A edição de 25 de junho de 1952 informa que a Internazionale de Milão foi convidada à competição mas optou em não participar por ter seu quadro sofrido uma derrota recente de 5 a 1 para a equipe do Pro Patria, de modo que o clube italiano sentia que seu time não estava preparado para o certame realizado no Brasil. A mesma matéria cita que o representante do Fluminense na Europa (Mozart Di Giorgio) entraria em contato com o Nuremberg da Alemanha e com o Olimpique de Nice da França sobre a participação destes clubes no certame e afirma que Mozart Di Giorgio tinha ainda crença na participação do Barcelona e que o Peñarol havia confirmado em definitivo sua participação, porém a matéria afirma que CBD e Fluminense temiam um malogro financeiro da competição após a impossibilidade de vir o Racing argentino e a negativa dos campeões de Itália, Inglaterra e Espanha, e que, na hipótese de não realização da Copa Rio, um torneio diferente poderia ser realizado (segundo esta matéria, tal torneio substituto contaria com 4 equipes brasileiras, Fluminense, Flamengo, Corinthians e Portuguesa de Desportos, e 4 estrangeiras).

A edição de 26 de junho de 1952 de O Estado de S. Paulo (página 9) sustenta a versão de que o Real Madrid já havia fechado acordo para disputar a Pequena Taça do Mundo mas chegou a comunicar ao Fluminense que abriria mão da competição venezuelana para poder jogar a Copa Rio, porém o clube espanhol acabou mesmo disputando a competição venezuelana. A mesma edição do jornal (outra matéria, na página 11) sustenta que o Fluminense e a CBD chegaram a cogitar cancelar a competição, em virtude das dificuldades de trazer os quadros europeus; as explicações dadas pela matéria são que o período de realização do certame não se compatibiliza bem com o calendário das competições europeias (em junho e julho, todos os clubes europeus estariam às voltas com certames nacionais ou regionais, não podendo ausentar-se de seus países por 2 ou 3 semanas), e que um "clube líder", ao se ausentar de seu país por certo tempo, impede que seus antagonistas locais ganhem dinheiro.

A mesma matéria cita que Mozart Di Giorgio faria a última tentativa pela vinda de Nice e Barcelona, porém sem grande esperança, e informa a resposta negativa do alemão Nuremberg em participar. É noticiado também a possibilidade de realização de um outro certame, com 4 equipes nacionais e quatro estrangeiras, com este jornal sugerindo que o Flu poderia ter prejuízo se realizasse a Copa Rio com clubes estrangeiros de menor importância.

A matéria do mesmo jornal de 27 de junho de 1952 (página 13), confirma, em definitivo, a disposição do presidente do Fluminense (Fabio Carneiro de Mendonça) em organizar a competição; cita como certa a participação do Real Madrid, do Peñarol, do Sporting Lisboa e do Áustria Viena. É publicado também que não virá nem o Nuremberg nem nenhum outro clube alemão, em função da proibição, por lei federal então existente na Alemanha, a que clubes esportivos daquele país fossem ao exterior, acrescentando que continuavam as gestões pela vinda de Barcelona e do Nice, ressaltando que o Barcelona acabara de vencer o campeão italiano (pelas semifinais da Copa Latina de 1952), com este jornal sugerindo a realização de um certame substituto com quatro equipes brasileiras. A edição de 28 de junho sustenta que o Dundee escocês chegou a ser cogitado na competição, assim como cogitou-se convidar o campeão chileno caso o representante paraguaio desistisse de participar.

A edição do jornal O Estado de S. Paulo de 2 de julho de 1952 publicou que o Grasshoppers e o Saarbrucken confirmavam a participação. Segundo esta matéria, o Saarbrucken era finalista do campeonato alemão quando do acerto para sua participação (o outro finalista era o Stuttgart), sendo que havia uma proibição aos clubes alemães de disputarem torneios no exterior (uma das razões da resposta negativa do Nuremberg), mas o Saarbrucken não estava submetido a tal proibição por tratar-se de uma equipe do Sarre.

Após longas negociações com estes clubes e mudanças nas expectativas quanto aos clubes participantes, a edição do jornal O Estado de S. Paulo de 3 de julho de 1952 publicou a lista definitiva de participantes da Copa Rio: Fluminense, Corinthians, Saarbrucken, Libertad, Peñarol, Áustria Viena, Grasshoppers e Sporting. Nesta matéria, o jornal paulista lamentou que, de todos os participantes estrangeiros, apenas o Peñarol tinha grande projeção internacional (segundo o jornal), e entre os demais, apenas o Austria Viena já tinha "demonstrado praticar bom futebol" (segundo o jornal).

A edição de 6 de setembro de 1952 divulgou que o presidente do Fluminense (Fábio Carneiro de Mendonça) informara que o clube teve prejuízo com a realização da Copa Rio da ordem de 1,5 milhão de cruzeiros, alegando que a Lei Municipal 715 (que instituía ao Fluminense uma ajuda de 2 milhões de cruzeiros) não havia sido implementada e que ele temia que ela não o fosse tão cedo, segundo ele pelo pouco caso atribuído à questão pelos membros da Câmara.

A edição de 13 de setembro de 1952 (página 13) informa que o Sr. Castelo Branco, presidente do Conselho Técnico da CBD, proporia à entidade a realização da Copa Rio de 4 em 4 anos ao invés de 2 em 2 anos (a periodicidade originalmente pensada para a Copa Rio era de 2 em 2 anos, mas a segunda edição da Copa Rio, programada para 1953, foi antecipada para 1952 a pedido do Fluminense, em função das comemorações do cinquentenário do clube).

A edição do Jornal do Brasil de 9 de abril de 1952 traz texto e informações semelhantes à edição de 11 de abril de 1952 do jornal O Estado de S. Paulo, frisando os clubes a serem convidados ao certame: os campeões de Espanha (Barcelona), Itália (Juventus), Inglaterra (então ainda indefinido), Uruguai (Peñarol), Argentina (Racing), Rio de Janeiro (Fluminense), São Paulo (Corinthians), Portugal (Sporting Lisboa) e o campeão de Alemanha, Áustria ou Escócia. A mesma matéria enaltece o torneio, dizendo que a própria Copa do Mundo "recebe uma sombra" com a realização da Copa Rio, enaltece o futebol austríaco como "a máxima expressão da Europa Central" (a Áustria dividia com a Hungria à época o status de país que mais vezes havia vencido a Mitropa Cup) e se refere ao certame como "verdadeiro torneio de campeões".

A edição do Jornal do Brasil de 26 de abril de 1952 informa sobre a participação do Racing da Argentina, como forma de restabelecimento formal das relações esportivas entre Argentina e Brasil. A edição do Jornal do Brasil de 10 de maio de 1952 informa sobre a dificuldade para trazer o Racing e sobre a recusa do campeão italiano Juventus em participar, apresentando a justificativa de que o clube preferiu participar da Copa Latina, a mesma matéria informando que as datas originalmente pensadas para a Copa Rio foram de 5 a 20 de julho de 1952 (as datas originalmente planejadas para a Copa Rio, 5 a 20 de julho, foram próximas às datas da Copa Latina de 1952, que ocorreu de 25 a 29 de junho).

A matéria de 28 de maio de 1952 do Jornal do Brasil, na página 11, informa que seria difícil a vinda do Racing (campeão argentino) à Copa Rio de 1952, pois a participação do clube na Copa Rio de 1952 seria dependente da visita de algumas equipes estrangeiras à Argentina nas mesmas datas da Copa Rio. Isso, pois, se essas equipes estrangeiras visitassem a Argentina, a Associação de Futebol Argentino (AFA) interromperia o campeonato nacional para permitir amistosos entre os clubes argentinos e os clubes estrangeiros visitantes, e com a interrupção no campeonato nacional, o Racing receberia liberação da AFA para vir ao Brasil jogar a Copa Rio; porém, se não houvesse a visita desses clubes estrangeiros à Argentina, não haveria interrupção no Campeonato Argentino e a AFA não liberaria o Racing para vir ao Brasil, por considerar que sua participação nesta competição tem vital importância.

Segundo a edição de 31 de maio de 1952 do Jornal do Brasil, na página 11, Ottorino Barassi participou na organização do certame, nesta data dando notícia de que participariam do certame o Áustria Viena e o Sporting Lisboa, mas que não participariam os campeões escocês Hibernian e espanhol Barcelona. A mesma edição do jornal dá conta que, tal como em 1951, o Campeonato Uruguaio foi interrompido em 1952 para que o campeão do país pudesse participar da Copa Rio, e que durante a interrupção o Vasco e o Palmeiras iriam ao Uruguai disputar partidas contra clubes desse país.

Créditos: Wikipedia.

Recusas e Desistências.

Quatro entre os clubes europeus convidados à Copa Rio de 1952 (Barcelona/Espanha, Nice/França, Juventus/Itália, Sporting Lisboa/Portugal) tinham o direito, enquanto campeões de seus países, a disputar a Copa Latina. Três deles (Barcelona/Espanha, Nice/França e Juventus/Itália) optaram por privilegiar a Copa Latina daquele ano, disputada em datas muito próximas, com poucos dias de antecedência, em relação às datas originalmente planejadas para a Copa Rio de 1952 (5 a 20 de julho), sendo a exceção o Sporting, que disputou ambas as competições, como havia feito em 1951. Segundo Geraldo Romulado da Silva, correspondente do Jornal dos Sports na França, a Copa Latina foi mais uma vez "um fiasco", disputada em estádios pequenos e com baixo comparecimento do público, tendo dado prejuízo.

A Juventus (campeã italiana em 1952) teve em 1952 a mesma atitude que o Milan (campeão italiano em 1951) teve em 1951: optar pela Copa Latina e abrir mão da Copa Rio. Já o Nice teve atitude diversa: em 1951 participou da Copa Rio e deixou a vaga na Copa Latina ao vice-campeão francês Lille, mas em 1952 participou da Copa Latina. Segundo o Jornal dos Sports, a desistência da Juventus teria se dado por ter saído do Brasil no ano anterior ofendida, afirmando que nunca mais voltaria a este país, alguma coisa ligada a fato que teria acontecido em um hotel.

Equipes britânicas foram convidadas à competição (o inglês Newcastle e escocês Hibernian), mas não quiseram participar, numa atitude que guarda relação com certa relutância britânica demonstrada, na década de 70, em disputar a Copa Intercontinental: naquela década, clubes ingleses venceram a Liga dos Campeões da Europa em 3 ocasiões, e nas 3 ocasiões não quiseram vir à América do Sul disputar a Copa Intercontinental.

O Nuremberg foi convidado, mas não pôde aceitar porque havia à época uma Lei Federal na Alemanha Ocidental que proibia naquele momento os clubes do país de disputar competições no exterior, sendo que tal Lei não se aplicava ao Saarbrücken, pois era uma equipe da região do Sarre, então administrada pela França.

O Racing Avellaneda, da Argentina, aceitou participar, mas não obteve autorização da AFA (Asociación del Fútbol Argentino), que vivia às turras com a CBD, inclusive não tendo participado da Copa do Mundo de 1950 por conta disto.

Millonarios (Colômbia) e Real Madrid (Espanha) foram convidados, mas já haviam fechado acordo para disputar a Pequena Taça do Mundo, na Venezuela. O governo colombiano era inclusive um dos patronos da competição venezuelana, tendo doado inclusive um dos troféus entregues ao campeão da mesma.

Como foi organizada pelo Fluminense em conjunto com a CBD, na Copa Rio as equipes estrangeiras convidadas não eram obrigadas a participar da competição, tendo assim a competição observado em 1952 a negativa ou desistência de Barcelona, Real Madrid, Newcastle, Hibernian, Internazionale, Juventus, Millonarios e Nice em participar (sem contar os clubes que não conseguiram autorização de suas federações nacionais: Racing Avellaneda e Nuremberg). Além destes, as edições do Jornal dos Sports de 1952 citam dois outros clubes que foram convidados, o Milan e o Manchester United.

Na década de 1970, a Copa Intercontinental também observou negativas e desistências de clubes europeus em 7 entre os 10 anos da década. Apenas a partir da década de 1980, este duelo intercontinental (na forma da Copa Toyota) deixou de observar desistências e negativas de clubes europeus, pois passou a haver a obrigatoriedade de participação dos mesmos: a partir do surgimento da Copa Toyota nos anos 1980, a UEFA passou a obrigar os clubes europeus a assinarem um contrato, antes de entrarem na Copa dos Campeões da Europa, segundo o qual eles seriam obrigados a disputar a Toyota Cup (mesmo se não quisessem) ao vencerem a Copa dos Campeões da Europa, e caso não disputassem a Copa Toyota, sofreriam sanções pesadas por quebra de contrato. Esses fatos inclusive pesaram na decisão do Barcelona de disputar a Copa Toyota de 1992 (o clube catalão chegou a cogitar não a disputar).
Créditos: Wikipedia.
Sobre os Participantes.

Fora das ilhas britânicas, o futebol europeu se expandiu primeiramente pela Áustria, Escandinávia e Suíça, estando os dois países citados, Áustria e Suíça, representados na Copa Rio de 1952. O campeão do mundo, Uruguai, a Alemanha, que seria campeã da copa seguinte, Paraguai, vice campeão da Copa América, e Portugal, foram os países representados, além do Brasil.

A chegada do Sporting, clube da cidade de Lisboa, fundado em 1906, foi noticiada na edição de 5 de julho de 1952 do Jornal dos Sports, que informou que o time vinha reforçado pelo defensor Carvalho, do Porto e por Saia, do Barreirense. Na campanha da conquista do Campeonato Português a equipe obteve 19 vitórias em 26 jogos, com 3 empates e 4 derrotas, 91 gols a favor e 40 contra. O Sporting foi o clube dominante do futebol português entre 1939 e 1958, só vindo a perder a hegemonia como maior vencedor do Campeonato Português, durante os anos 1970. Os seus maiores destaques eram o goleiro Carlos Gomes e o atacante Travassos, um dos integrantes do famoso ataque sportinguista, intitulado Cinco Violinos.

O Grasshopper Club, campeão suíço, clube de Zurique, cidade germanófona de um país tetralíngue, fundado por ingleses simpatizantes do Blackburn Rovers em 1886, era o representante dos anfitriões da Copa do Mundo de 1954, um futebol nacional que na época era conhecido como "ferrolho suíço", pelo seu sistema de jogo excessivamente defensivo. O seu atacante Alfred Bickel foi um dos dois únicos jogadores que disputaram Copas do Mundo antes e depois da Segunda Guerra Mundial, tendo sido eleito o "melhor jogador jovem da Copa do Mundo", em 1938. O outro foi o sueco Erik Nilsson. Ambos jogaram em 1938 e 1950. Ainda é, nos dias atuais, o maior vencedor entre os clubes que disputam o Campeonato Suíço.

Já o Club Libertad, clube da cidade de Assunção, fundado em 1905, que liderava o Campeonato Paraguaio na época do convite, terminaria como vice campeão nacional em cinco ocasiões durante os anos 1950 (1950, 1952, 1953, 1954 e 1956), tendo sido campeão no ano de 1955. A Seleção Paraguaia, nas competições mais próximas da Copa Rio, foi vice campeã da Copa América em 1947 e 1949, além de campeã em 1953 ao derrotar a Seleção Brasileira na final. O Libertad já ostentava na época, a marca de terceiro maior vencedor do Campeonato Paraguaio. No ano anterior, em excursão pela Argentina, derrotou o forte time do River Plate e empatou com o Racing Club, campeão argentino. Seu time era base da Seleção Paraguaia que havia vencido o Fluminense em maio de 1952, por 5 a 3.

Sobre o Saarbrücken, clube fundado em 1903 na cidade do mesmo nome na região do Sarre, no Sudoeste da Alemanha, o Jornal dos Sports apresentou na edição de 11 de julho de 1952 o cartel dos clubes participantes, destacando que o clube germânico apresentava vitórias sobre o Atlhetic Bilbao e o Real Madrid, ambas por 4 a 0 na Espanha, 3 a 0 sobre o Liverpool e duas vitórias contra o Áustria Viena, sendo considerado um dos grandes quadros da Europa do momento. No Campeonato Alemão eliminou o Kaiserslautern, campeão alemão do ano anterior, o Nürnberg, campeão da Alemanha do Sul, o Hamburgo, campeão da Alemanha do Norte e o Schalke 04, vice campeão da Alemanha do Oeste, vindo a perder a final para o Stuttgart por 1 a 0.

O Peñarol, de Montevidéu, que teria sido fundado em 1881 como CURCC e renomeado em 1913, chegou credenciado como o time base da Seleção Uruguaia campeã do mundo em 1950, quando foi representado por nove jogadores. Em 1928 o Peñarol havia conquistado a Copa Aldao, competição regional platina. Posteriormente, em 1954, o Peñarol conquistaria a Copa Montevideo, competição iniciada em 1953 e organizada pela Asociación Uruguaya de Fútbol (AUF), que é reivindicada pelos uruguaios como sucessora da Copa Rio, com o Fluminense vindo a terminar em terceiro nessa ocasião. Historicamente, alterna com o Nacional, a condição de maior campeão do Campeonato Uruguaio.

O Áustria Viena, fundado em 1911, campeão da Mitropa Cup em duas ocasiões na década de 1930, competição que reunia clubes de países da Europa Central, era considerado um dos grandes clubes do futebol austríaco, muito pelo talento de Matthias Sindelar, tido como o melhor jogador austríaco de todos os tempos, com o Áustria tendo um importante papel de resistência na luta contra o Nazismo durante a anexação de seu país pela Alemanha. Já por ocasião da disputa da Copa Rio, era e continua sendo, o segundo clube com mais títulos conquistados no Campeonato Austríaco.

Fluminense, campeão carioca, e Corinthians, campeão paulista, representaram o Brasil como campeões de seus estados. No Torneio Rio-São Paulo de 1952, finalizado em março, o Fluminense chegou na última rodada necessitando ganhar do Corinthians em São Paulo para se sagrar campeão, mas a derrota para o Timão o fez empatar com o Flu no terceiro lugar e jogar a decisão para partidas extras entre a Portuguesa, que seria campeã, e o Vasco.

Em abril, a Seleção Brasileira conquistaria o seu primeiro título relevante no exterior, o Campeonato Pan-Americano de 1952, com o Fluminense tendo contribuído com o seu técnico Zezé Moreira e com os jogadores Castilho, Pinheiro e Didi, titulares nas cinco partidas disputadas pela seleção canarinho, além de Bigode, e o Corinthians com o seu artilheiro Baltazar, o "Cabecinha de Ouro" e seu goleiro Cabeção, que não atuou. Já em 1928 o Fluminense conquistaria a sua primeira taça internacional, ao vencer o clube português Sporting, igualmente participante dessa edição da Copa Rio, por 4 a 1, em partida disputada no Estádio de Laranjeiras.

Um pouco antes do início da Copa Rio de 1952, o Fluminense sagrou-se campeão do Torneio José de Paula Júnior, disputado contra as equipes mineiras do América, Atlético e Cruzeiro. Já o Corinthians realizou a sua primeira excursão a Europa entre abril a junho, com 12 vitórias, 3 empates e 1 derrota.

Abandono do Peñarol.

O Peñarol abandonou a competição nas semifinais, após o primeiro jogo de semifinal contra o Corinthians. Descontentes com a arbitragem do tumultuado e violento jogo contra o Corinthians (em que até o árbitro alemão e um fotógrafo de jornal foram agredidos, este último inclusive hospitalizado com fratura na perna, segundo O Estado de S. Paulo de 25 de julho de 1952), e alegando terem tido seu ônibus atacado a pedradas após o jogo por uma "massa exaltada" de corinthianos que "a polícia impotente não pôde conter", os uruguaios solicitaram a remarcação da partida de volta para o Rio de Janeiro (estava marcada para o Pacaembu, em São Paulo), como condição para que permanecessem na competição. O Corinthians não concordou com a mudança no local do jogo, e assim os uruguaios abandonaram a competição.

O Peñarol ofereceu desculpas, garantindo que havia vindo ao certame muito motivado em poder prestigiar o cinquentenário do Fluminense, mas que não poderia continuar no certame mediante a situação que ocorrera. O regulamento da competição previa que, caso algum clube a abandonasse, o Fluminense (organizador do certame) não seria obrigado a pagar a este clube o valor financeiro acertado para sua participação. Porém, por fidalguia, o Fluminense pagou ao Peñarol o valor que havia sido acertado para a participação do clube uruguaio, conforme publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo de 27 de julho de 1952.

O jornal espanhol El Mundo Deportivo dá conta deste ocorrido, citando que o Peñarol recebeu hostilidade (vaias e ofensas, etc) do público brasileiro não só no jogo contra o Corinthians mas também nos outros jogos, no Rio de Janeiro notadamente na partida contra o Sporting, e cita matéria assinada por Orlando Bugallo no semanário "Futebol Actualidad", atribuindo a hostilidade brasileira contra o Peñarol ao ressentimento brasileiro pela final da Copa do Mundo de 1950.

Noticiário do Anuário do Esporte Ilustrado 1953.

* Respeitada a redação original.
"A II Copa Rio foi iniciada num sábado à tarde - 12 de Julho. No Maracanã jogaram o Peñarol e o Grasshopers. O campeão uruguaio, franco favorito, pois contava com quase todo o time que levantara a Copa do Mundo em 50, lutou com dificuldades para conter o ferrolho suiço, conseguindo apenas uma modesta vitória por 1 a 0. No Pacaembu jogaram o Áustria e o Libertad, e o time vienense confirmando a sua classe já demonstrada em 51, venceu bem por 4 a 2." 
"No dia seguinte, domingo, 13, jogaram no Maracanã, o Fluminense e o Sporting. Foi um match sensacional, em que os portugueses, resistindo bravamente aos ataques mais penetrantes dos tricolores, chegaram ao final da lutta com um honroso empate por 0 x 0. E no Pacaembu, o campeão paulista - Corinthians - estreava espetacularmente goleando o Saarbrücken por 6 x 1. " 
" Na segunda rodada, na noite de 16, enfretaram-se, no Maracanã, o Peñarol e o Sporting. Foi um match bem movimentado, em que a melhor classe dos uruguaios acabou se impondo à valentia dos portugueses, pela contagem de 3 x 1. O primeiro tempo terminou empatado em 0 x 0. Enquanto isso no Pacaembu, o Áustria voltava a vencer, impondo-se com facilidade ao Saarbrücken por 5 x 1." 
"Na noite seguinte, voltou o campeão carioca ao Maracanã para enfrentar o Grasshopers e viver outro drama intenso. Encontrando a mesma dificuldade que havia encontrado o Peñarol para romper o ferrôlho suiço, o Fluminense não conseguiu nada no primeiro tempo, que terminou 0 x 0. E na segunda fase, somente quando faltavam doze minutos para findar a luta, foi que marcou o gol da vitória. Já no Pacaembu, o Corinthians voltava a marcar um triunfo fácil, abatendo o Libertad, pela ampla vantagem de 6 x 0." 
"Na tarde de sábado, 19, o Sporting e o Grasshopers despediam-se do torneio no Maracanã. Ratificando a boa impressão da estréia, os portugueses levaram a melhor na luta, derrotando os suíços por 2 x 1. E no Pacaembu despediam-se também os dois perdedores da série paulista, com os paraguaios do Libertad derrotando os alemães do Saarbrücken por 4 x 1." 
"No dia seguinte, encerrando o turno carioca de classificação, jogaram no Maracanã o Fluminense e o Peñarol. Os tricolores, que não haviam convencido nos dois primeiros jogos, se reabilitaram no cotejo com os campeões uruguaios, vencendo bem por 3 x 0 e firmando-se assim como o nº 1 da chave. No Pacaembu defrontaram-se os também invictos, Corinthians e Áustria, sendo que desta feita o campeão paulista não conseguiu a goleada que vinha marcando sucessivamente. Com muita dificuldade venceu por 2 x 1, sendo que o primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 x 0 para os austríacos." 
"De acordo com a regulamentação do certame, nas semi-finais o Fluminense teve que enfrentar o Áustria, segundo colocado na chave paulista, enquanto Corinthians jogava com o Peñarol. O primeiro jogo realizado entre os tricolores e os austríacos no Maracanã terminou com a difícil vitória do campeão carioca por 1 x 0 apenas. No segundo jogo, porém, o Fluminense conseguiu desbaratar a resistência austríaca, vencendo por 5 x 2. O Áustria na metade do primeiro tempo esteve vencendo por 2 x 1, mas já no final desta fase os tricolores estavam à frente com 3 x 2." 
"No Pacaembu, o Corinthians e o Peñarol jogaram apenas a primeira metade da semifinal. Tão acidentada foi esta peleja, ganha pelo campeão paulista por 2 x 1 que o Peñarol desistiu da segunda, abandonando o certame. Interessante é que os uruguaios se queixaram da violência do jogo, mas foi o Corinthians que teve dois players fora de combate: - Baltazar, com fratura e afundamento do malar, e Murilo com forte contusão no joelho. Ambos não puderam jogar mais até o fim do certame. Dois uruguaios foram expulsos de campo, sendo Romero por jogo violento e Miguez por agressão ao árbitro, o alemão Dinger." 
"Com a vitória do Fluminense sobre o Áustria e a desistência do Peñarol, ficaram os dois clubes brasileiros classificados para a final da II Copa Rio. No primeiro jogo, o Fluminense levou a melhor pela contagem de 2 x 0, marcando um goal em cada tempo. No segundo encontro, na noite de 3 de Agosto, registrou-se um empate de 2 x 2 e assim o Fluminense sagrou-se campeão do certame. Uma vitória tão mais expressiva porque conquistada justamente no ano do cinquentenário do tricolor carioca."
Créditos: Wikipedia.

Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer

Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer (nome dado em homenagem ao então presidente da CBD) foi um torneio internacional de natureza intercontinental de futebol disputado entre 7 de junho e 4 de julho de 1953 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sucedeu a Copa Rio, com novo nome, formato, regulamento e história própria, com outros patrocinadores - mas com o mesmo organizador, a CBD e com autorização da FIFA, e que teve o Vasco da Gama como campeão invicto.

Fatos da Copa Rivadávia:
  • Extinção da Copa Rio.
Segundo o RSSSF, o Anuário do Esporte teria publicado, em 1953, sobre a criação do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer: Um detalhe que acabou marcando, de forma mais expressiva a II Copa Rio, é que ela foi a segunda e última. Em verdade, não se sabe bem porquê, cinco clubes do Rio e de S. Paulo reuniram-se e resolveram forçar a C.B.D. a extinguir a Copa Rio. Deixaram a entidade máxima com um torneio internacional na mesma época, mas com outro nome e outro regulamento. Inclusive aumentando o número de concorrentes brasileiros, que agora serão quatro: dois do Rio e dois de S. Paulo. E essa fórmula nova deverá começar a vigorar agora, neste ano de 1953.

No dia 11 de setembro de 1952, a CBD informou que a Copa Rio não seria disputada em 1953, devido à antecipação da segunda edição da mesma de 1953 para 1952. Com isso, o Conselho Técnico da CBD sugeriu que ela fosse disputada de 4 em 4 anos (e não mais de 2 em 2 anos), ficando o certame entrosado à Copa do Mundo, às Olimpíadas e à vindoura Taça Brasil. Já no dia 25 de setembro de 1952, a CBD divulgou um esboço de calendário para as temporadas de 1953, 1954 e 1955 marcando a "Taça Rio" (Copa Rio) para junho e julho de 1953, o mesmo período em que ocorreu o Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, substituindo a Copa Rio, segundo a edição de 23 de outubro de 1952 do mesmo jornal.

O Jornal dos Sports de 05/10/1952 (edição 7089) relata a reunião da CBD que determinou substituição da Copa Rio pelo Torneio Octogonal, comprovando que o planejamento era incluir quatro clubes brasileiros (dois de RJ e dois de SP) e quatro clubes estrangeiros, sendo que os clubes brasileiros seriam classificados de acordo com sua posição no Torneio Rio-São Paulo (os dois clubes cariocas e os dois clubes paulistas mais bem classificados no Torneio Rio-São Paulo) e os estrangeiros seriam clubes (preferencialmente clubes campeões) de Inglaterra, Escócia, Portugal, Espanha, Itália, Iugoslávia, Hungria, Argentina e Uruguai (ou seja, os mesmos países dos clubes que foram os principais convidados à Copa Rio em 1951 e 1952 mais a Hungria). O jornal atesta que houve acalorado debate sobre manter ou não o mesmo nome anterior, de Copa Rio. Foi uma reunião com a participação do presidente da CBD, Rivadávia Corrêa Meyer, do presidente do Conselho Técnico de Futebol da entidade, Castelo Branco, do presidente da Federação Paulista de Futebol, Roberto Gomes Pedrosa, e de um  representante dos clubes da Federação Metropolitana de Futebol (nome à época da Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

Créditos: Wikipédia.
O Jornal dos Sports de 02/10/1952 (edição 7086) traz um artigo de Mário Filho (jornalista que em 1950 idealizou a Copa Rio) em que o mesmo atribuiu a proposta de mudança no número de participantes estrangeiros/brasileiros (de 6/2 nas Copas Rio para 4/4 no Torneio Rivadávia) a uma solicitação dos próprios clubes brasileiros, sob o argumento dos clubes brasileiros de que o modelo de 1951/1952 (Copa Rio) "favorece um clube paulista e um clube carioca em detrimento dos demais". Mário Filho, neste artigo, diz que discorda da mudança, insinuando que os clubes não-incluídos iam da mesma forma continuar dizendo-se prejudicados: "Vamos admitir que no torneio internacional projetado pelos clubes se dobre o número de clubes brasileiros: dois do RJ e dois de SP. E os outros?" Neste mesmo artigo, Mário Filho diz que já achava errado que na Copa Rio (1951/1952) o Brasil contasse com 2 representantes (os campeões de RJ e SP) enquanto todos os demais países podiam contar com apenas 1 representante, que isso era um benefício indevido ao Brasil, e que seria ainda mais agravado se dobrasse o número de participantes brasileiros. Porém, o mesmo jornal publicou que, se por um lado discordava da mudança no número de participantes brasileiros de 2 para 4, mas que o "essencial era a ideia, que resistiu como necessidade imperiosa", e que "continuará o Torneio Internacional, para honra e proveito do futebol brasileiro".

Em entrevista ao jornal Última Hora de 09/01/1953, o presidente do Conselho Técnico de Futebol da CBD, Sr. Castello Branco, confirmou que foi a pedido dos clubes brasileiros que o número de participantes brasileiros aumentou de 2 para 4. Disse também que o objetivo era contar com os clubes campeões de Escócia, Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal (ou seja, como nos torneios anteriores, o foco principal seria contar com equipes campeãs). Afirmou também que o modelo da competição não seria muito diferente ao da Copa Rio, com 2 grupos de 4 equipes.

A mudança no número de participantes brasileiros, de 2 para 4, foi uma proposta originalmente do jornal O Estado de S. Paulo: o jornal O Estado de S. Paulo criticou a Copa Rio de 1952, comentando que a competição não havia tido sua situação resolvida faltando menos de 15 dias para o seu início, e que, com tantas recusas de convidados europeus, afigurava-se um torneio desinteressante, e sugeriu que organizar uma competição com mais clubes brasileiros (4) e menos estrangeiros seria melhor do que insistir numa Copa Rio com clubes europeus desinteressantes.
  • Proibição ao Nacional pela AUF e sua substituição pelo Fluminense.
O Jornal do Brasil de 10/06/1953 publicou sobre a proibição da Associação Uruguaia de Futebol a que o Club Nacional de Football participasse do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer:
"A comissão diretora do Nacional de Montevidéu se reuniu, em 09 de junho de 1953, e considerou a situação que surgiu com a decisão da Junta dirigente da AUF (Associação Uruguaia de Futebol) de proibir o Clube de participar da "Copa Rivadávia", bem como conferenciou, telefonicamente, com os dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos sobre o problema.
Considerou-se impossível a participação do Nacional, em vista da categórica recusa da Junta por 10 votos, 7 contra a participação do Nacional e 3 a favor (Nacional, Peñarol e Wanderers), já que a participação não autorizada significaria violação dos regulamentos internacionais de futebol.
A sessão da Junta finalizou às primeiras horas daquele dia, fundamentando seu voto contrário, de 10 clubes da primeira divisão, e pronunciando-se a favor da participação apenas o próprio Nacional, o Peñarol e o Wanderers. O presidente do Nacional, Brum Carbajal, ainda tentou solicitar a autorização, como uma homenagem à C.B.D. O resultado da votação fez desaparecer as possibilidades de qualquer outra consideração do assunto, por parte da Junta."
Dois dias depois, em 12/06/1953, o Jornal do Brasil publicou as seguintes informações, deixando claro que Club Nacional de Football desejava participar da competição mas que não pôde fazê-lo porque teve contra si, no âmbito da Associação Uruguaia de Futebol, os 7 clubes "pequenos" do Uruguai (os grandes sendo o Peñarol, o Wanderers e o próprio Nacional):
"A CBD forneceu a imprensa e ao rádio no dia 11 de junho de 1953 uma longa e minuciosa "nota oficial" esclarecendo os entendimentos ocorridos com o Nacional para a sua participação na disputa da "Taça Rivadávia Corrêa Meyer". Pela troca de correspondência, cujos telegramas e ofícios fizeram parte da citada nota da CBD, verificou-se a atitude devente da entidade máxima que atendeu a todos os desejos do Nacional, clube que sempre manteve a altura do prestígio que desfruta, sendo acompanhado pelo Peñarol e pelo Wanderers, tendo contra si os demais outros sete clubes, todos eles sem a expressão do Nacional e que levaram a Associação Uruguaia de Futebol a tomar uma atitude completamente diversas da até então por ela seguida para com a CBD, que sempre se empenhou por manter os laços mais estreitos de amizade com a entidade uruguaia, sem esperar, jamais, que surgisse tão decepcionante atitude" dessa, sempre tida em alta conta, mesmo entre o público desportivo brasileiro.
As edições de 26/05/1953, 09/06/1953 e 12/06/1953 do jornal O Estado de S. Paulo confirmam que o Club Nacional de Football do Uruguai aceitou o convite para participar da competição, e apenas não o fez em função da proibição imposta pela Associação Uruguaia de Futebol.

Flamengo e Fluminense solicitaram à CBD a vaga que seria do clube uruguaio, pois não havia tempo hábil para preencher a vaga com outro clube estrangeiro. A CBD determinou que a Federação Metropolitana de Futebol (que era, na época, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, então Distrito Federal) determinasse um dos dois clubes cariocas para entrar no torneio na vaga do Club Nacional de Football do Uruguai. Em reunião de seu Conselho Arbitral, a Federação Metropolitana deu a vaga ao Fluminense, em função deste ter terminado o Torneio Rio-São Paulo em terceiro lugar entre os cariocas; todos os clubes presentes à reunião concordaram, exceto o Flamengo, que discordou da decisão porque pleiteava a vaga para si.

O time do Fluminense disputava a Copa das Municipalidades do Paraná, e após a realização da primeira partida contra o Ourinhense, o Fluminense teve que voltar ao Rio de Janeiro às pressas para disputar o Torneio Rivadávia Corrêa Meyer, só retornando ao Paraná mais de um mês depois para a finalização da competição amistosa paranaense.

Créditos Wikipédia.

  • Semelhanças e Diferenças entre o Torneio Rivadávia e a Copa Rio.
Ambas as competições tiveram o mesmo organizador, a Confederação Brasileira de Desportos, com autorização da FIFA, comprovada pela participação do presidente da Federação Italiana e vice-presidente e Secretário-Geral da FIFA Ottorino Barassi na sua organização. Porém, para o Torneio Rivadávia de 1953, é registrada nos jornais da época a participação de Ottorino Barassi no recrutamento apenas do representante italiano, que poderia ser Juventus, Internazionale ou Milan (sem haver menções a que ele recrutaria clubes de outros países); contudo, assim como na Copa Rio de 1952, Barassi acabou não tendo êxito em trazer um clube da Itália ao Brasil em 1953. Ottorino Barassi envidou esforços para trazer o campeão italiano AC Milan ao Torneio Rivadávia, mas isso não foi possível em virtude da participação do Milan na Copa Latina do mesmo ano. Barassi chegou a receber na Itália o representante da CBD, Manuel Furtado de Oliveira, que empreendeu um giro pela Europa para tratar da vinda de clubes daquele continente ao Torneio Rivadávia. Ou seja: assim como ocorrera em 1951 (com o AC Milan) e em 1952 (com o Juventus), em 1953 um clube italiano não quis vir ao Brasil disputar a competição da CBD para poder priorizar a Copa Latina, e o campeão português Sporting Lisboa (campeão português em 1951, 1952 e 1953) fez um "tour de force", não querendo perder nem a Copa Latina nem o torneio brasileiro, participando de ambas as competições.

A edição de 29 de abril de 1953 do jornal espanhol El Mundo Deportivo informa ser a Copa Latina a razão da não-participação do AC Milan no Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, referindo-se ao torneio como "o torneio do Rio". A mesma edição do jornal comenta que o adianto da Copa Latina de 1953 em uma semana (para os dias 04 e 07 de junho) possibilitaria ao Reims francês e ao Sporting de Lisboa participar da "Copa de Rio". Assim como nas edições da Copa Rio, no Torneio Rivadávia os árbitros eram todos do quadro da FIFA: por exemplo, o árbitro paulista Querubim da Silva Torres foi aceito na competição apenas na condição de "bandeirinha" por não ser um árbitro do quadro da FIFA.

O RSSSF indica que o Torneio Rivadávia foi o torneio sucessor da Copa Rio, e várias fontes da época tratam o Torneio Rivadávia como "copiado" sobre a Copa Rio ou tratam as duas competições (Copas Rio e Rivadávia) como a mesma competição:
  • Agence France Presse (agência de notícias francesa);
  • Jornal do Brasil;
  • Jornal Última Hora; 
  • Jornal Mundo Esportivo (Brasil);
  • Jornal escocês Glasgow Herald;
  • Jornal O Estado de S. Paulo;
  • Jornal espanhol ABC de Madrid; 
  • Jornal espanhol El Mundo Deportivo.
O jornal Última Hora, jornal que em 1952 tratou a Copa Rio como um troféu mundial, em 1953 se referiu ao Torneio Octogonal Rivadávia como "o torneio que outrora se chamava Copa Rio". O mesmo jornal confirma em 15/06/1953 que o Torneio Rivadávia de 1953 era tratado no Velho Mundo (ou seja, na Europa) como sendo uma edição da Copa Rio. Outras fontes da época confirmam que o Torneio Rivadávia foi tratado pelos europeus como sendo uma edição da Copa Rio.

O jornal português Diário de Lisboa, quando da participação do Sporting, ressaltou o caráter intercontinental ("característica euro-sul-americana") do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, o que, segundo o jornal, o valorizava, sendo um "torneio de homenagem ao prestigioso presidente da CBD." Além da diferença na quantidade de participantes estrangeiros e brasileiros e nos países representados, há também a óbvia diferença nominal entre a Copa Rio e o Torneio Rivadávia. Porém, observa-se que houve diferença nominal mesmo entre as duas edições da Copa Rio, pois a 1ª Copa Rio (1951) se chamou oficialmente "Torneio Internacional de Clubes Campeões - Copa Rio" (nome escrito no troféu) enquanto a 2ª Copa Rio (1952) se chamou oficialmente apenas de "Copa Rio"(nome escrito no troféu). O fato do nome da taça de 1953 homenagear um dirigente esportivo (no caso, Rivadávia Corrêa Meyer) é um fato comum no futebol, sendo observado em várias competições oficiais, mesmo competições da maior importância como a Taça Jules Rimet/Copa do Mundo, o Troféu Henri Delaunay/Eurocopa e a Copa João Havelange/Campeonato Brasileiro de Futebol de 2000, além de diversas outras competições oficiais (Supercopa João Havelange/Supercopa dos Campeões da Libertadores, Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Copa Ouro Nicolas Leoz), e não implica qualquer conclusão sobre a oficialidade e o objetivo da competição.

Convite e desconvite aos campeões de França e Alemanha e não-aceitação do campeão da Iugoslávia
Em 1953 o campeão da Taça da Alemanha Rot-Weiß Essen foi convidado e aceitou participar do Torneio Rivadávia, e não participou apenas porque foi desconvidado pela própria CBD após ter aceitado o convite. A tabela do Torneio Rivadávia chegou a ser feita incluindo este clube, mas sua participação foi cancelada pela própria CBD, que desconvidou o clube ao torneio, conforme informado pelas edições de maio e junho de 1953 do jornal Folha da Manhã (antiga Folha de S.Paulo). A edição de 28/05/1953 do jornal O Estado de S. Paulo dá conta que o Rot-Weiß Essen era campeão alemão e detentor da Taça da Alemanha, e que ele e o Hibernian eram as duas maiores expectativas que a CBD tinha em termos de participantes estrangeiros para o Torneio Rivadávia. Porém, o Rot-Weiß Essen foi "fragorosamente derrotado" em sua cidade (Essen) pelo America Football Club do Rio de Janeiro, o que levou a CBD a cancelar o convite ao mesmo. A edição de 06 de agosto de 1953 dá conta que o Rot-Weiß Essen acionou a CBD pedindo indenização por danos (e levou o caso à FIFA), pela CBD ter convidado e desconvidado o clube ao certame.

A edição de 07 de maio de 1953 do jornal O Estado de S. Paulo dá conta da vontade do campeão francês Stade de Reims em participar do Torneio Rivadávia. O Jornal do Brasil de 7 de maio de 1953 (página 3 do 2º caderno) noticiou que o Stade de Reims (então campeão francês) foi questionado sobre o Torneio Octogonal e tinha dito "que irá ao Brasil participar do torneio em disputa da Taça Rivadávia Corrêa Meyer (Copa Rio). Porém, a CBD havia condicionado o convite ao Stade de Reims, campeão francês, ao resultado do jogo do mesmo contra o America Football Club. Como o clube carioca derrotou o Stade de Reims em partida amistosa realizada em Liege (Bélgica), a CBD pôs o clube francês fora de cogitações para o Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer.

Assim como ocorrido com o campeão iugoslavo Dinamo Zagreb na Copa Rio de 1952 (que solicitou sua inscrição na Copa Rio de 1952 mas não foi aceito), em 1953 o campeão da Copa da Iugoslávia, o FK Partizan de Belgrado, solicitou sua inscrição no Torneio Rivadávia, mas não foi aceito pela CBD.
  • A Organização do Torneio.
No estádio do Hibernian, uma ilustração dos"Os cinco famosos" 
(The Famous Five), quinteto ofensivo do Hibernian, composto 
de Gordon Smith,Bobby Johnstone, Lawrie Reilly, Eddie Turnbull 
e Willie Ormond, que foram o grande atrativo do clube perante 
público brasileiro em 1953. Após sua atuações pelo Hibernian 
no Torneio Rivadávia, Smith e Johnstone chamaram a atenção
de clubes brasileiros, que tentaram contratá-los. Após recusarem,
por razões desconhecidas, participar da Copa Rio Internacional, os 
escoceses do Hibernian vieram ao Brasil disputar o Torneio Rivadávia, 
considerando-o um Mundial de Clubes. Créditos Wikipédia
O jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição de 26 de novembro de 1952, dá conta que o Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer foi visto, já naquele momento, como substituto da Copa Rio. adicionando que desde então (novembro de 1952) a CBD já julgava importante começar a convidar os quadros estrangeiros. A edição do mesmo jornal do dia seguinte (27/11/1952) afirma que a CBD convidou o Milan para participar da competição. A edição de 22 de janeiro de 1953 do Estado de São Paulo dá conta de que a CBD planejava contar, para o torneio, com 4 entre os campeões de Inglaterra, França, Itália, Espanha e Portugal; porém, como a CBD sabia que os 4 últimos estariam envolvidos na Copa Latina, estava cogitando o Millonarios da Colômbia, o Hibernian da Escócia e o Sporting de Portugal (esta matéria de jornal indica que o Millonarios da Colômbia seria uma equipe composta apenas de jogadores argentinos); em 1951 e 1952, a Copa Rio já havia sofrido grande concorrência da Copa Latina, pois em 1951 o Milan e o Atlético de Madrid foram convidados à Copa Rio mas não participaram em parte para poder priorizar da Copa Latina, enquanto em 1952 Juventus, Nice e Barcelona foram convidados à Copa Rio mas preferiram priorizar a Copa Latina.

A edição de 28 de fevereiro de 1953 do jornal catalão El Mundo Deportivo afirma que o objetivo original da CBD era realizar a competição com 3 times brasileiros, mais Sporting (Portugal), Juventus (Itália), Millonarios (Colômbia) e uma equipe austríaca (não especificada na matéria). A edição de 16 de março de 1953 do mesmo jornal informa sobre viagem de representante da CBD, Manuel Furtado Oliveira, à Europa para trazer quadros europeus ao torneio, que seriam o Barcelona (Espanha), o Hibernian (Escócia) e o Internazionale (Itália).

A edição de 19 de março de 1953 do jornal O Estado de S. Paulo dá conta de que o secretário do CBD Manuel Furtado de Oliveira viajou a Paris com o objetivo de trazer ao torneio 4 clubes europeus: um da Itália (a ser Juventus ou Inter de Milão), um da Escócia (Hibernian), um da Espanha (Barcelona) e um de Portugal (Sporting), e que em caso de recusa do Barcelona, a escolha recairia sobre o Reims (França) ou o Partizan de Belgrado (Iugoslávia). A edição do dia seguinte (20/03/1953) dá ciência de que o Millonarios da Colômbia também foi convidado. A edição do Estado de São Paulo de 18 de abril de 1953 traz a lista de participantes como sendo Corinthians, São Paulo, Vasco, Flamengo, Millonarios (Colômbia), Hibernian, Milan e um clube de Portugal a ser definido. A edição de 25 de abril de 1953 informava que 3 clubes estrangeiros estavam garantidos no Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer: Hibernian, Sporting e Milan, sendo que os dois últimos pediam um adiamento do certame brasileiro para poderem disputar a Copa Latina, sendo que a CBD concordava com este adiamento; a matéria também informando que a CBD concederia 72 horas para que o Millonarios da Colômbia respondesse se participaria do certame, e em caso negativo a CBD convidaria um representante paraguaio, porém condicionado ao requisito que este tivesse ao menos cinco jogadores da seleção paraguaia que acabara de ser campeã da Copa América de 1953. A edição de 05 de maio de 1953 dá conta de que os 4 clubes estrangeiros seriam o Hibernian, o Sporting de Lisboa, o Rot-Weiß Essen, e a última vaga estrangeira ficaria entre o Reims (França), o Partizan (Iugoslávia) , o Austria Viena (Áustria) e o Olimpia (Paraguai).

A edição de 29 de abril de 1953 do jornal espanhol El Mundo Deportivo informa que participariam do torneio o Milan, Sporting Lisboa, o Partizan de Belgrado (Iugoslávia- este clube foi convidado e depois desconvidado pela CBD a participar do certame), o Hibernian, o Vasco, o São Paulo e o Corinthians, adicionando que, caso o Milan e o Sporting Lisboa não pudessem participar por causa da Copa Latina, suas vagas seriam oferecidas ao Reims francês e ao Benfica português.

A edição de 07 de maio de 1953 do jornal O Estado de S. Paulo dá conta da vontade do campeão francês Reims em participar do torneio. A edição de 23/05/1953 dá conta de que a tabela da competição chegou a ser feita incluindo quatro clubes estrangeiros: Hibernian, Olimpia, Rot-Weiß Essen e Sporting; a tabela da competição foi republicada pelo jornal em 03/06/1953, colocando o Club Nacional de Football do Uruguai no lugar do Rot-Weiß Essen. Em suas edições de 13/05/1953, 22/05/1953 e 27/05/1953, o mesmo jornal diz que os clubes Sporting de Lisboa, Olimpia de Assunção e Club Nacional de Football do Uruguai concordaram em participar da "Taça Rio" que seria disputada em 1953. A edição de 11/06/1953 confirma que o Club Nacional de Football do Uruguai foi obrigado a desistir do torneio pela Associação Uruguaia de Futebol, mas que o clube estava interessado em participar da competição.
  • Extinção das competições internacionais de clubes da CBD.
Nenhuma das 3 competições internacionais de clubes de "meio de ano" da 1ª metade dos anos 1950 (Copa Latina, Pequena Taça do Mundo, Copa Rio Internacional/Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer) foi realizada em 1954, o que foi decorrência da realização da Copa do Mundo de 1954 no mesmo período do ano, pois a FIFA proíbe a realização de competições simultaneamente à Copa do Mundo. A Copa Latina e Pequena Taça do Mundo foram relançadas em 1955, perdendo status e sendo extintas após 1957 com o lançamento da Copa dos Campeões da Europa na temporada 1955-1956, torneio este que passou a ser a prioridade máxima dos clubes europeus. Em 1955, a CBD organizou a última de suas competições internacionais de clubes, o Torneio Internacional Charles Miller, vencido pelo Corinthians, com 4 equipes brasileiras e 2 estrangeiras, e um fracasso de público e renda. Não se sabe a razão da CBD ter desistido de organizar competições internacionais de clubes a partir de 1956, sendo porém uma possível causa as grandes dificuldades encontradas pela CBD em 1951, 1952 e 1953 para conciliar as datas das suas competições internacionais (Copa Rio Internacional 1951-1952 e Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer 1953) com a disponibilidade de datas dos clubes estrangeiros, sobretudo a concorrência com a Copa Latina e com a Copa dos Campeões da Europa a partir de 1955. Outra possível causa é o fracasso de público e renda do Torneio Internacional Charles Miller de 1955.

Grupos.

Grupo do Rio de Janeiro:
  • Botafogo (Brasil): 2º Carioca melhor colocado no Torneio Rio-São Paulo de 1953
  • Hibernian (Escócia): Bicampeão escocês 1950-1951/1951-1952, o Hibernian havia sido convidado antes a participar da Copa Rio em 1951 e 1952, ocasiões em que recusou o convite e foi substituído pelo Austria Viena. Tal era o prestígio do futebol escocês que Vittorio Pozzo (técnico bicampeão mundial com a Itália nas Copas de 1934 e 1938) afirmou que a Copa Rio de 1951 não teve maior êxito técnico por não terem participado representantes de Escócia, Inglaterra e Argentina, e quando o Hibernian foi convidado à Copa Rio de 1952, foi divulgado no Brasil como sendo o melhor time britânico. O Hibernian participou do Torneio Octogonal considerando-o um Mundial de Clubes, alegando ser o mesmo assim rotulado pela CBD. À época, o futebol da Escócia era tão prestigiado quanto o inglês, tendo o mesmo número de títulos da Inglaterra no British Home Championship.
  • Fluminense (Brasil): O campeão uruguaio Club Nacional de Football foi convidado ao torneio, aceitou participar, mas foi proibido disso pela Associação Uruguaia de Futebol, forçada a tal decisão pelos clubes "pequenos" do Uruguai. Flamengo e Fluminense solicitaram a vaga do Club Nacional de Football, pois não havia tempo hábil para preencher a vaga estrangeira. Em reunião da CBD e da Federação Metropolitana de Futebol (então Federação de Futebol do Rio de Janeiro, então Distrito Federal), decidiu-se dar a vaga do campeão uruguaio ao Fluminense, seguindo o critério oficial de classificação de clubes brasileiros ao Torneio, a colocação no Torneio Rio-São Paulo de 1953.
  • Vasco (Brasil): Carioca melhor colocado no Torneio Rio-São Paulo de 1953.
Grupo de São Paulo:
  • Corinthians (Brasil): Paulista melhor colocado no Torneio Rio-São Paulo de 1953
  • Olimpia(Paraguai): Vice-campeão paraguaio em 1953, mas liderava o campeonato de seu país na época do convite. À época, o Paraguai era o campeão da Copa América. Substituiu o Millonarios da Colômbia.
  • São Paulo(Brasil): 2º Paulista melhor colocado no Torneio Rio-São Paulo de 1953
  • Sporting (Portugal): Tricampeão português 1950/51, 1951/52 e 1952/53.
Clubes que Quase Participaram.

Além dos já citados Club Nacional de Football do Uruguai e Millonarios da Colômbia, também quase participaram da competição: os campeões de Alemanha e França, respectivamente Rot-Weiß Essen (Copa da Alemanha) e Reims (Campeonato Francês), que foram convidados, aceitaram o convite para participar, mas foram desconvidados pela CBD após serem derrotados na Europa pelo America-RJ; o campeão italiano Milan foi convidado mas deu preferência a participar da Copa Latina; o campeão da Copa da Iugoslávia, o Partizan de Belgrado, solicitou sua inscrição no torneio, mas esta não foi aceita pela CBD.

Mudanças em Relação ao Modelo Anterior (Copas Rio de 1951 e 1952).

Ambos os torneios contaram com os campeões carioca e paulista do ano anterior (Copa Rio de 1952: Fluminense e Corinthians; Torneio Rivadávia de 1953: Vasco da Gama e Corinthians), o campeão português (Sporting, nos dois casos), e o vice-campeão do Paraguai (em 1952, o Libertad, e em 1953, o Olimpia). O Austria Viena participou das Copas Rio de 1951 e 1952, mas participou como substituto do Hibernian, que foi convidado às Copas Rio de 1951 e 1952 mas preferiu não participar (o mesmo Hibernian que participou do Torneio Rivadávia de 1953). O campeão uruguaio em 1952 era o Peñarol, participou da Copa Rio de 1952, e abandonou a competição nas semi-finais, sendo eliminado por W.O para o Corinthians.

Em 1953, o campeão uruguaio Club Nacional de Football aceitou participar do Torneio Rivadávia, mas "de última hora" não pôde participar, sendo substituído pelo Fluminense. Assim, a diferença mais efetiva entre os quadros da Copa Rio de 1952 e do Torneio Rivadávia de 1953 é que as "vagas" que haviam sido do Grasshoppers e do FC Saarbrucken na Copa Rio de 1952, estas vagas no Torneio Rivadávia de 1953 acabaram sendo do Botafogo e do São Paulo. O Grasshoppers e o FC Saarbrucken eram clubes respectivamente de Suíça e Alemanha (região do Sarre, então administrada pela França), dois países que não tiveram representantes na Copa Rio de 1951 e que não faziam parte dos 9 países originalmente planejados pela CBD para ter representantes na Copa Rio (Brasil, Uruguai, Itália, Inglaterra, Suécia, Espanha, Portugal, Argentina, Escócia).

Créditos: Wikipédia.


A Copa Rio de 1951, 1952 e 1953 (Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer) Podem ser Considerados Mundiais?

E está pergunta que Inflamar os torcedores dos 3 clubes envolvidos nesta polêmica da qual não tiveram seus Mundiais reconhecidos pela FIFA

A Copa Rio não deve ser considerada mundial de Clubes? Primeiramente a série de argumentação que começa a partir de agora só devem ser levadas em consideração para a COPA RIO 51 e 52. A Copa Rio 53, ou Octoganol Rivadavia Corrêa Meyer não deve nem ser levada em consideração pelos poucos times estrangeiros na competição e pela falta de critério na escolha dos clubes brasileiros. Um Campeonato Mundial com 5 Times Brasileiros, não poe nem ser chamado de Mundial, talvez um Rio-São Paulo com estrangeiros (Mesmo o Hibernian dizendo o contrário).

Competição Organizada pela CBD. Desde a primeira ideia da criação da competição em nenhum momento a FIFA se envolveu, a competição foi estritamente organizada pela CBD. A FIFA entrou na jogada apenas por autorizar que a competição acontecesse. A Taça foi criada com intuito de não fazer o povo brasileiro desanimar depois do fiasco do mundial de 50. A Copa ainda foi patrocinada pelo governo do Rio de Janeiro. E teve apoio de Ottorino Barassi, secretário da FIFA e futuro criador da UEFA, que veio pessoalmente supervisionar a competição.

O (Não) Reconhecimento da FIFA. O torneio estava esquecido há muito tempo e só veio à tona depois de o Corinthians ter sido Campeão Mundial da FIFA em 2000 e 2012. Como os moldes do 1° Mundial Interclubes da FIFA eram parecidos com de 1951 (6 Times Estrangeiros e 2 Nacionais) o Palmeiras viu ali uma chance de ultrapassar o seu arquirrival e tentou que a competição fosse reconhecida como primeiro mundial de clubes da história. Depois de muita insistência o secretário-geral da FIFA Urs Linsi, em fax, respondeu como se a COPA RIO fosse válida como primeiro mundial, entretanto há quem diga que isso foi apenas para livrar-se da insistência palmeirense.

A FIFA pouco depois documentou que não reconhecia a competição como um mundial de clubes da FIFA e sequer chega a citar a competição como sendo oficial em seu site. Na Época da competição o presidente da FIFA Jules Rimet declarou que a Copa Rio não era submetida à FIFA, sendo de total competência da CBD.

No dia 21 de novembro de 2014, o ministro do esporte do Brasil, Aldo Rebelo, recebeu a cópia da ata da reunião do Comitê Executivo da FIFA, no qual afirma que o Torneio Internacional de Campeões de 1951 equivale a um mundial de clubes. Intitulado "Reconhecimento da Copa Rio 1951 como a Primeira Copa Mundial de Clubes", o documento afirma que "depois do grande sucesso da Copa do Mundo FIFA no Brasil em 1950, a CBD decidiu promover outro campeonato em parceria com a FIFA visando elevar a qualidade técnica do esporte. Isso foi alcançado na Copa Rio 1951".

No dia 18 de dezembro de 2015, a FIFA voltou a declarar que o Palmeiras é detentor do título da primeira competição mundial entre clubes da história que foi realizada em 1951, como o presidente Joseph Blatter havia garantido para a CBF e para a própria diretoria do clube durante a Copa do Mundo de 2014. A nova confirmação foi dada por meio de um documento oficial ao jornal O Estado de S. Paulo, diretamente da sede da entidade máxima do futebol na Suíça. Um porta-voz da FIFA enviou um texto onde declara que o Palmeiras detém o primeiro título mundial da história.

No dia 22 de julho de 2016, a FIFA exaltou o aniversário de 65 anos do título da Copa Rio de 1951, conquistado pelo Palmeiras, naquele que foi o primeiro Mundial de Clubes da história.

Até 27 de janeiro de 2017, a maioria das menções da FIFA como primeiro torneio de clubes de dimensão mundial faziam referência apenas à Copa Rio de 1951, em geral, consultas formais do Palmeiras e do jornal O Estado de S. Paulo sobre o título palmeirense, porém naquela data uma comunicação da FIFA ao jornal O Estado de S. Paulo incluiu a Copa Rio de 1952 em sua nota oficial. Nessa mesma nota a entidade declarou que, apesar de reconhecer e valorizar as competições de clubes de dimensões mundiais não organizadas por ela como no caso da Copa Rio e da Copa Intercontinental, no entanto, só considerava como campeões mundiais oficiais da FIFA os vencedores da Copa do Mundo de Clubes disputada em 2000 e desde 2005.

Em 27 de Outubro de 2017, a FIFA reconheceu como campeões mundiais os clubes que faturaram os Torneio Intercontinental, realizado entre os anos de 1960 até 2004. Nessa lista, estão vários times brasileiros que já conquistaram o torneio, como Santos (1962 e 1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e São Paulo (1992 e 1993). A dona FIFA reconheceu os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais, sem, também, promover a unificação da Copa Intercontinental com a sua atual competição.

No entanto, a Copa Rio de 1951, competição de caráter mundial conquistado pelo Palmeiras, não entrou na lista da entidade. Por definição do Conselho da FIFA, Palmeiras nem Fluminense, nem podem ser considerados oficialmente como campeões mundiais de clubes.

Existiam Outras Competições Parecidas. O argumento mais usado pelos torcedores do Palmeiras e do Fluminense é que como não tinha nenhuma competição equivalente a tal então se podia ser considerado então a Grande Competição de Clubes da época. Não é bem assim, esse argumento seria como transformar a Copa Latina na UEFA Champions League ou qualquer competição amistosa pelo Brasil como Campeonato Nacional.
Existiam torneios como:
  • Torneio de Paris (que existe até hoje);
  • O Troféu Teresa Herrera;
  • O Troféu Ramón Carranza;
  • E principalmente o PEQUENO MUNDIAL DE CLUBES quer era realizado na Venezuela.
Esse tipo de competição é conhecido como competição pré-temporada e hoje em dia existem muitas, principalmente nos Estados Unidos (Florida Cup ), China e Oriente Médio. Imagine se cada Campeão de uma Copa de Dubai querer requisitar o reconhecimento do titulo como mundial.

Melhores Equipes do Mundo não foram convidados.

Na época existiam duas grandes equipes: o Honved da Hungria, base do time campeão olímpico de 52 e que encantou o mundo na copa de 54. E o poderoso Real Madrid, que venceria as primeiras 5 Champions Leagues. As equipes sequer foram convidadas, na segunda edição O Real Madrid optou pela Pequena Taça do Mundo na Venezuela. Barcelona estava dando prioridade a Copa Latina.

Grandes Ligas Ficaram de Fora. Equipes da Inglaterra e da Espanha nunca participaram da competição: Naquela época estas duas ligas profissionais erasm (É ainda é) a mais fortes. Num “Mundial” à convite como não existiam ligas continentais então os campeões das ligas mais fortes deveriam ser convidados. Ambos foram convidados. Times ingleses foram convidados, mais por relutância como demonstrada nas décadas de 70 (Quando existia a Liga dos Campeões), não quiseram participar. Times espanhois deram mais atenção a Copa Latina.

Convite de Ligas de procedências duvidosas. Foram convidados times das ligas da Áustria e Portugal, até então sem grande expressão mundialmente, na primeira edição e da Suíça e Paraguai na segunda edição, diminuindo a força da competição.

Vices-Campeões na competição. A segunda edição do torneio veio recheada de Vices-Campeões. Foram convidados para o torneio os vice-campeões da Áustria, Paraguai e Alemanha. Um mundial de clubes em que vices campeões nacionais participam não é lá muito “mundial”.

Torneio de Verão na Europa. A competição, embora atraísse interesse, era considerada Torneio de Verão. Torneio de preparação para os Campeonatos Nacionais do outro ano, na pré-temporada.

O Que Pesa a Favor da Copa Rio:
  • Campeonato Uruguaio Paralisado. A Federação Uruguaia de Futebol decidiu paralisar o campeonato nacional por um mês para que o Nacional pudesse disputar a Copa Rio.
  • O Lillie trocou a Copa Latina pela Copa Rio. O Lillie da França preferiu jogar a Copa Rio que a Copa Latina, já o Sporting Lisboa conseguiu jogar as duas competições, haja fôlego.
  • Interesse Internacional: Muitos jornalistas correspondentes de vários países vieram ao Brasil para cobrir a competição, havia interesse nas noticias da competição. Os jornais noticiavam todos os detalhes da primeira edição, a edição de 1952 já não teve tanto interesse.
  • O Temor da FIFA. Há quem diga que a FIFA queria reconhecer o titulo da Copa Rio 51 como primeiro mundial de clubes, mas isso poderia acarretar a milhões de processo de reconhecimento de “títulos mundiais” de todas as partes. Torneios preparatórios entre clubes de diversos países ganhariam Status Mundial
Copa Intercontinental (Toyota (Tema do Próximo Post) conta como mundial. Geralmente torcedores, indignados, do Fluminense e Palmeiras irão dizer: “Meu time não ganhou mundial, então Copa Toyota não é Mundial.

Pois bem apelando para a autoridade (A FIFA em questão) este documento de 22 páginas, OFICIAL DA FIFA que mostram as estatísticas de todos os mundiais feito para o Mundial d FIFA de 2009. E se você for ver na História consta que a taça Intercontinental  (Copa Toyota a partir de 1980) é o verdadeiro “pai” do mundial de clubes da FIFA, e se você for até a última página verá todos os campeões mundiais, tanto da FIFA quanto da Intercontinental . Porém existe uma ressalva, o mundial atual é COPA DO  MUNDO DE CLUBES FIFA e o antigo ainda é a Taça Intercontinental , não contando como FIFA mas a FIFA o considerando como mundial.

Conclusão (Ou Não).

Tendo em vista a forma como foi organizada e a importância dada à competição pelos clubes convidados e até a falta de critério em alguns casos ficam com a impressão que a Copa Rio Internacional deve ser lembrando como um belo torneio organizado aqui no Brasil, mas não pode ser lembrado como mundial de clubes. É uma questão discutível e claro que os torcedores beneficiados poderão até querer adicionar a seus clubes esse titulo mundial, mas não é assim.

Como Citado No 2° Dossiê e Neste, As edições de 51, 52 e 53 podem ser consideradas Mundiais de "Schrödinger" a competição existiu, os trófeis estão nas galerias destes Clubes, mais o valor Mundial e dado pelos seus torcedores e jogadores (alguns estrangeiros) é a Mídia na época.

Sobre a Copa Rivadávia de 1953 podemos excluir completamente de que é um mundial, 80% de quem disputou foram times do Eixo Rio-São Paulo. (Um Rio-São Paulo com 3 times estrangeiros).

A Copa Rio de 1951 tenha tido um pouco mais cara de Competição Oficial ela deve ser considerada um Torneio Pré-Temporada. Aliás, era considerado torneio pré-temporada até o Palmeiras ver-se em desvantagem em algum título contra seu maior rival.

Mas, como citado no 1° Post deste Dossiê a motivação para criação da copa de clubes de 1951, foi a derrota do Brasil, dentro do Maracanã. Diversos grandes times europeus foram convidado, mas vieram apenas de países que haviam perdido a Segunda Guerra Mundial, e onde o futebol estava renascendo, isto digo sem demérito, mas os Grandes Europeus não vieram em função de outro torneio na Europa. Foi sim um torneio internacional importante, mas daí a ter status de Mundial vai uma longa distância.

Continua em Dossiê Mundial de Clubes. 4° Parte: O Intercontinental.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_vira-lata

https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_Rio_de_1951

https://www.buzzfeed.com/sepalmeiras/o-ano-em-que-o-mundo-se-pintou-de-verde-2exe7?utm_term=.huEDYLkpP#.dndPY6wK5

https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/palmeiras-tem-mundial-parte-1/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_Rio_(torneio_internacional)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Antecedentes_da_Copa_do_Mundo_de_Clubes_da_FIFA

https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_Rio_de_1952

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pequena_Ta%C3%A7a_do_Mundo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_Intercontinental

https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_de_Clubes_da_FIFA

https://pt.wikipedia.org/wiki/Torneio_Octogonal_Rivad%C3%A1via_Corr%C3%AAa_Meyer

https://pt.wikipedia.org/wiki/Torneio_Internacional_Charles_Miller

https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_dos_Campe%C3%B5es_da_UEFA

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_munic%C3%ADpios_de_S%C3%A3o_Paulo_por_popula%C3%A7%C3%A3o_(1950)

http://www.goal.com/br/news/10692/futebol-paulista/2016/07/21/25801642/65-anos-da-copa-rio-de-1951-lembre-14-fatos-e-curiosidades

https://globoesporte.globo.com/blogs/bastidores-fc/post/2018/04/16/24-clubes-seis-sedes-o-mundial-de-clubes-que-a-fifa-quer-a-partir-de-2021.ghtml

https://globoesporte.globo.com/blogs/bastidores-fc/post/2018/04/23/conmebol-quer-seis-das-24-vagas-no-novo-mundial-de-clubes-da-fifa.ghtml

https://esportefera.com.br/noticias/futebol,neto-diz-que-palmeiras-so-quer-mundial-de-51-porque-corinthians-ganhou-em-2000,70002063223

https://www.youtube.com/watch?v=KeDOr1AvSrM

https://www.youtube.com/watch?v=9KKvpeg-BgE

http://fute.blog.br/2012/05/copa-rio-por-que-nao-pode-ser-considerado-mundial/

https://www.fifa.com/mm/document/fifafacts/mencompcwc/01/15/71/66/cwc-stats-kit.pdf

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