terça-feira, 23 de janeiro de 2018

São Paulo, 464 Anos. Parte I.

25 de janeiro de 2018, uma data como outra qualquer. Neste dia em Especifico a Cidade de São Paulo completa 464 anos de vida. São Paulo e a que considero a cidade vô por ter me acolhido, já que Guarulhos e a cidade mãe por ter me criado. Desde que me entendo por gente eu passeio por essas bandas. Não sou um profundo conhecedor de todos as ruas e cantos, mas já estive nas principais localidades (Geralmente a Trabalho) mas de uma coisa eu posso dizer. São paulo, dificilmente você se perder. Mesmo estando nos extremos, todos os caminhos levam ao Centro.


São Paulo foi a cidade escolhida para passar toda a trama (Urbana) de Magno Saga, ou seja será recorrente a citações de bairros e lugares da capital paulista. Vamos a essa o longa postagem para quem está curioso com essa cidade peculiar da qual reúne os 4 cantos do mundo.

Postagem dividida em 3 partes, pois ficou bastante extensa.

História. 

São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. É;
  • A cidade mais populosa do Brasil; 
  • Do continente americano; 
  • E da lusofonia e de todo o hemisfério sul. 
São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é "Non ducor, duco", frase latina que significa "Não sou conduzido, conduzo".


Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, a São Paulo Fashion Week e a Parada do orgulho LGBT.

O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 10,7% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional (2005) e por mais de 40% das patentes produzidas no país. A cidade também é a sede da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado. São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte, entre outros.

São Paulo é a 7ª cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, com cerca de 20 milhões de habitantes, é a 8ª maior aglomeração urbana do mundo. A cidade também possui um caráter cosmopolita, sendo que, em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes. Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado Complexo Metropolitano Expandido — ultrapassa 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população do estado) e forma a primeira megalópole do hemisfério sul.

Fundação de São Paulo, quadro de 1913 de Antônio Parreiras
A história da cidade de São Paulo ocorre paralelamente à história do Brasil, ao longo de aproximadamente 464 anos de sua existência, contra os 518 anos do país (54 de diferença). Todavia tenha sido marcada por uma relativa inexpressividade, seja do ponto de vista político ou econômico, durante os primeiros três séculos desde sua fundação, São Paulo destacou-se em diversos momentos como cenário de variados e importantes momentos de ruptura na história do país.

São Paulo surgiu como missão jesuítica, em 25 de janeiro de 1554, reunindo em seus primeiros territórios habitantes de origem tanto europeia quanto indígena. Com o tempo, o povoado acabou caracterizando-se como entreposto comercial e de serviços de relativa importância regional. Esta característica de cidade comercial e de composição heterogênea vai acompanhar a cidade em toda a sua história, e atingirá o seu ápice após o espetacular crescimento demográfico e econômico advindo do ciclo do café e da industrialização, que elevariam São Paulo ao posto de maior cidade do país.

Antecedentes

Em 1532, Martim Afonso de Sousa funda, no litoral paulista, a primeira vila brasileira, São Vicente. Donatário da capitania de São Vicente, Martim Afonso incentiva a ocupação da região e outras vilas são criadas no litoral (Itanhaém, 1532; Santos, 1546). Poucos anos depois, vencida a barreira representada pela serra do Mar, os colonizadores avançam pelo planalto Paulista, estabelecendo novos povoados. Em 1553, João Ramalho, que vivia no planalto desde antes da criação de São Vicente, funda a vila de Santo André da Borda do Campo, situada no caminho do mar (atual região do ABC paulista). Explorador português, João Ramalho era casado com a índia Bartira, esta, por sua vez, filha do cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos tupiniquins. Encontrava-se, dessa forma, apto a exercer a função de intermediário dos interesses portugueses junto aos indígenas.

Fundação.

Interessado em estabelecer um local onde pudesse catequizar os indígenas longe da influência dos homens brancos, o padre Manuel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus no Brasil, observou que uma região próxima, localizada sobre um planalto, seria o ponto ideal, então chamado de Piratininga. Em 29 de agosto de 1553, padre Nóbrega fez 50 catecúmenos entre os nativos, o que fez aumentar a vontade de fundar um colégio jesuíta no Brasil.

Embora a busca da catequese sem a influência do homem branco fosse um objetivo, o que precipitou a mudança para o planalto foi a necessidade de resolver o problema de alimentação dos indígenas que estavam sendo doutrinados, como afirma o padre Anchieta:

“Para sustento destes meninos, a farinha de pau era trazida do interior, da distância de 30 milhas (*48 Km Aproximadamente). Como era muito trabalhoso e difícil por causa da aspereza do caminho, ao nosso Padre (padre Manuel da Nóbrega) pareceu melhor no Senhor mudarmo-nos para esta povoação de índios, que se chama Piratininga.”

Em janeiro de 1554, um grupo de jesuítas, comandado pelo padre Manuel da Nóbrega e auxiliado pelo igualmente jesuíta José de Anchieta, chega ao planalto, auxiliado por João Ramalho. Com o objetivo de catequizar os índios que viviam na região, os jesuítas erguem um barracão de taipa de pilão, em uma colina alta e plana, localizada entre os rios Tietê, Anhangabaú e Tamanduateí, com a anuência dos chefes indígenas locais, como o cacique Tibiriçá, que comandava uma aldeia de tupiniquins nas proximidades, e o chefe Tamandiba. Em 25 de janeiro daquele ano (Uma Quinta-Feira, segundo o Calendário Juliano, Da qual coincidentemente, ao postar caiu numa Quinta-feira, pelo Calendário Gregoriano) dia em que se comemora a conversão do apóstolo Paulo, o padre Manuel de Paiva celebra a primeira missa na colina. A celebração marcou o início da instalação dos jesuítas no local, e entrou para a história como o nascimento da cidade de São Paulo.

O nome São Paulo foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, mesmo dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme disse o padre José de Anchieta em carta à Companhia de Jesus:

“A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!”

Dois anos depois, os padres erguem uma igreja – a primeira edificação duradoura do povoado. Em seguida, ergueram o colégio e o pavilhão com os aposentos. Destas construções originais, resta apenas uma parede de taipa, onde hoje encontra-se o Pátio do Colégio.

Ao redor do colégio, formou-se uma pequena povoação de índios convertidos, jesuítas e colonizadores portugueses. Em 1560, a população do povoado seria expressivamente ampliada, quando, por ordem de Mem de Sá, governador-geral da colônia, os habitantes da vila de Santo André da Borda do Campo são transferidos para os arredores do colégio. A vila de Santo André é extinta, e o povoado é elevado a esta categoria, com o nome de "Vila de São Paulo de Piratininga". Por ato régio, é criada, no mesmo, ano, sua Câmara Municipal, então chamada "Casa do Conselho". É provavelmente nesse mesmo ano de 1560 que é criada a "Confraria da Misericórdia de São Paulo" (atual Santa Casa de Misericórdia).

Em 1562, incomodados com a aliança entre tupiniquins e portugueses, os índios tupinambás, unidos na Confederação dos Tamoios, lançam uma série de ataques contra a vila em 9 de julho (Uma data importante esse 9 de Julho não é mesmo), no episódio conhecido como Cerco de Piratininga. A defesa organizada por Tibiriçá e João Ramalho impede que os tupinambás entrem em São Paulo, e os obriga a recuar, em 10 de julho do mesmo ano.

Ainda em 1590, com a iminência de um novo ataque a cidade novamente se prepara com obras de defesa, e é claro que nesse ambiente cheio de incertezas a prosperidade se torna impossível. Mas na virada do século XVII a situação se acalma e se consolida o povoamento, nas palavras de Alcântara Machado:

Afinal, com o recuo, a submissão e o extermínio do gentio vizinho, mais folgada se torna a condição dos paulistanos e começa o aproveitamento regular do chão. Deste, somente deste, podem os colonos tirar sustento e cabedais [bens materiais]. É nulo, ou quase nulo, o capital com que iniciam a vida. Entre eles não há representantes das grandes casas peninsulares [famílias do Reino], nem da burguesia dinheirosa. Certo que alguns se aparentam com a pequena nobreza do reino. Mas, se emigram para província tão áspera e distante, é exatamente porque a sorte lhes foi madrasta na terra natal. Outros, a imensa maioria, são homens do campo, mercadores de recursos limitados, artífices aventureiros de toda casta, seduzidos pelas promessas dos donatários ou pelas possibilidades com que lhes acena o continente novo.

Ocupação da Cidade.

Desde o início, a ocupação das terras da cidade se deu de forma policêntrica, com diversos aldeamentos, principalmente jesuítas mas também de outras ordens eclesiásticas, em torno das quais iniciavam-se as aglomerações. A motivação mais natural para isso, em São Paulo, era o relevo da cidade, com muitos aclives e riachos. A organização urbana, da mesma forma que em toda a colônia, era centrada, administrativa e eclesiasticamente, nas paróquias. Cada paróquia era centrada em uma capela.

A primeira paróquia foi, naturalmente, a Freguesia da Sé, fundada em 1589. Conforme os demais núcleos foram crescendo, eles desmembraram-se, com novas capelas ganhando status de paróquia. As paróquias desmembradas do centro foram:
  • 26 de Março de 1796: Paróquias de Nossa Senhora do Ó e Penha de França, ambas distantes cerca de 10 km do centro;
  • 21 de Abril de 1809: Paróquia da Santa Ifigênia, mais próxima mas naturalmente separada pelo rio Anhangabaú;
  • 21 de outubro de 1812: Paróquia de São Bernardo, que no ano seguinte (1813, 9 de novembro) foi ainda elevado a distrito;
  • 8 de junho de 1818: Paróquia do Brás, também mais próxima, mas naturalmente separada pelo rio Tamanduateí.
Além dessas, houve diversos aldeamentos mais distantes. Dentre eles, apenas dois prosperaram: o de Pinheiros e o de São Miguel, ambos fundados por José de Anchieta em 1560. Diversos aldeamentos foram dizimados pela varíola, dentre os quais podemos citar: Itaquaquecetuba, Mboy, Itapecerica, Barueri, Guarapiranga, Carapicuíba, Ibirapuera e Guarulhos.

São desta época os primeiros caminhos: o que ia ao Campo do Guaré (hoje chamado bairro da Luz) tornou-se a atual Florêncio de Abreu. Os outros dois dariam origem às hoje denominadas rua 15 de Novembro e rua Direita.

Também no século XVI são fundadas novas igrejas: a Matriz, em 1588 (primeiro protótipo da Sé paulistana), a de Nossa Senhora do Carmo, de 1592 (demolida em 1928), a Igreja de Santo Antônio (ainda hoje na Praça do Patriarca), e a capela de Nossa Senhora da Assunção, por volta de 1600 (que daria origem ao atual Mosteiro de São Bento). Um viajante chegando à cidade nas primeiras décadas do século XIX veria algo como:

“Depois de ultrapassar a Igreja da Penha sobre sua pequena colina, ele descortinaria, ao longe, o sítio inteiro da cidade. Sobreposta sobre outra colina, São Paulo apareceria-lhe dominado pelas torres de suas oito igrejas, seus dois conventos e seus três mosteiros. Era ainda necessário caminhar quase nove quilômetros, atravessar o pequeno aglomerado formado em torno da Igreja do Brás, passar o sítio pantanoso do Carmo, cruzar a ponta lançada sobre o Riacho do Tamanduateí para chegar afinal ao centro urbano.”

A base da alimentação nos primeiros tempos era formada pela canjica, ensinada pelo índio, e o angu de fubá ou de farinha de milho e de mandioca. Convenientemente que esses alimentos não precisavam de sal, que naquela época era raro. A mandioca, que era o principal alimento no início do aldeamento, foi aos poucos sendo superada pelo milho. O trigo, embora desse bem na região, não foi muito utilizado no início - apenas para hóstias e bolinhos - devido a facilidade de se obter a mandioca e o milho. Apenas nos primeiros anos do século 17 que se iniciou uma produção maior de trigo, com pelo menos cinquenta plantadores de trigo no planalto e diversas licenças da Câmara para os moradores fazerem seus próprios moinhos.

Além desses alimentos-base, poderia-se encontrar frutas bravas e selvagens, palmitos e outros alimentos encontrados nas roças dos índios, bem como muitas frutas européias como maçãs, pêssegos, amoras, melões e melancias. A cultura da vinha também teve desenvolvimento nos primeiros anos, sendo que se encontrava sempre muito vinho na vila, a não ser quando os comerciantes espertos tentavam o açambarcamento. Esses vinhos muitas vezes eram utilizados como remédio, servindo de veículos para plantas medicinais. O mesmo se dava com a cachaça que era produzida na região.

São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia, o litoral e se mantinha por meio de lavouras de subsistência. São Paulo foi, por muito tempo, a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta. Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São Vicente, proibira o uso do "Caminho do Piraiquê" (hoje Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos índios.

Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passou a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital foi instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos.

Estudo da Partida da Monção, pintura de 1897 de Almeida
Júnior
Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na América, em São Paulo teve início a atividade dos bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam, também, em busca de ouro e de diamantes. A descoberta do ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez com que as atenções do reino se voltassem para São Paulo.

Os Bandeirantes.

No século XVII (17), as atividades econômicas da vila limitavam-se quase que exclusivamente à agricultura de subsistência. A produção e exportação de açúcar não tinha grande desenvolvimento, embora crescessem outros cultivos nos arredores da vila, como o de trigo, mandioca e milho, além da criação de gado. Não obstante, São Paulo permanecia como um núcleo de povoamento pobre e isolado das áreas mais dinâmicas da colônia. Assim, já nas primeiras décadas do século, os paulistas começaram a organizar as bandeiras – grandes expedições que partiam em direção aos sertões inexplorados da colônia, em busca de mão-de-obra indígena, pedras e metais preciosos. Em pouco tempo, os bandeirantes se tornariam os grandes responsáveis pela ampliação dos limites das fronteiras da colônia, incorporando ao território do Brasil inúmeras áreas que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

Os bandeirantes se tornariam figuras centrais na história política de São Paulo no século XVII, e a autoridade local dos exploradores por vezes sobrepujava os interesses da Igreja Católica e da própria coroa portuguesa. Em 1640, a forte oposição dos jesuítas à captura e comercialização da mão-de-obra indígena promovida pelos bandeirantes levou a uma série de conflitos entre os dois grupos, que culminariam, em 13 de julho daquele ano, com a expulsão dos jesuítas de São Paulo, medida que teve apoio dos comerciantes da vila. Os jesuítas só obteriam permissão para retornar a São Paulo em 1653.

Aclamação de Amador Buenoi], Pintura de 1909 de Oscar
Pereira da Silva.
É também na vila de São Paulo que se registra, no mesmo ano de 1640, o primeiro movimento nativista do Brasil, a chamada "Aclamação de Amador Bueno". Com o fim da Guerra da Restauração, em que Portugal restabeleceu sua independência política da Espanha, os moradores de São Paulo, principalmente bandeirantes e comerciantes, temiam ser prejudicados, já que haviam se beneficiado economicamente do contrabando de índios na região do rio da Prata durante as décadas em que vigorou a União Ibérica. Como forma de protesto, declararam São Paulo reino independente, e Amador Bueno, capitão-mor, rico morador da vila e irmão do bandeirante Francisco Bueno, é aclamado como rei. Amador Bueno, no entanto, rejeita o título e jura fidelidade à coroa portuguesa, encerrando o levante.

Em um primeiro momento, a concentração da atividade bandeirista em São Paulo fomentou, ainda que de forma tímida, a atividade econômica da vila, que ensaia exercer, pela primeira vez, a posição de entreposto comercial. Alguns bandeirantes, enriquecidos com o comércio de escravos indígenas, faziam benfeitorias na vila. Fernão Dias, eleito juiz ordinário e presidente da Câmara Municipal, por exemplo, doou aos monges beneditinos os recursos necessários para a reconstrução do Mosteiro de São Bento. Outras ordens religiosas se instalariam na cidade no século XVII, como os franciscanos, que em 1647 haviam inaugurado o convento (demolido em 1932, para dar lugar à Faculdade de Direito) e a igreja de São Francisco, no largo homônimo.

A Corrida Pelo Ouro.

Estrategicamente localizada defronte os principais caminhos para o interior, e banhada pelo rio Tietê (cujo curso natural servia de caminho ao interior da capitania e à atual região Centro-Oeste), São Paulo converteu-se no principal centro do movimento bandeirante, especialmente a partir da década de 1660. Foi da vila que partiram as históricas expedições de Fernão Dias Pais, Antônio Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho e de Bartolomeu Bueno da Silva, entre outras.

Em 1690, os bandeirantes paulistas descobriram ouro no "Sertão do Cuieté", atual estado de Minas Gerais. Repetiriam o feito alguns anos mais tarde, em Mato Grosso e Goiás. Primeiros a explorar e ocupar o território mineiro, os paulistas logo enfrentariam a concorrência de luso-brasileiros de outras regiões da colônia, culminando no conflito denominado Guerra dos Emboabas. A descoberta paulista despertou pela primeira vez a atenção do reino português sobre a vila, já que São Paulo, a essa altura, não apenas concentrava a partida das expedições, mas também tornara-se o núcleo principal de irradiação das correntes de povoamento que se dirigiam para Minas Gerais e, posteriormente, para o Mato Grosso e Goiás.

Divisão Administrativa do Brasil após a Guerra dos Emboabas
Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, quando foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de São Paulo e a Capitania de Santo Amaro de seus antigos donatários. Como conseqüência, em 1709, São Paulo substitui São Vicente como sede administrativa da capitania (que tem seu nome alterado para Capitania de São Paulo e Minas de Ouro).

Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade. Conta nesse ano 9 mil habitantes. Logo em seguida, por volta de 1720, foi encontrado ouro, pelos bandeirantes, nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas. Em 1745, torna-se sede de bispado autônomo, separando-se da diocese do Rio de Janeiro.

Embora a corrida pelo ouro de Minas tenha enriquecido muitos desbravadores paulistas, o efeito sobre a cidade foi o oposto. O esvaziamento populacional empobreceu São Paulo, que assistiu a um longo período de estagnação em seu crescimento econômico. Com o esgotamento das jazidas mineiras, na segunda metade do século XVIII, a situação se agrava, e muitos paulistas retornam aos seus locais de origem. A cidade recebe novo fluxo populacional e tenta reorganizar sua atividade econômica.

Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve início o ciclo econômico paulista da cana-de-açúcar, que se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo. Pela cidade de São Paulo, era escoada a produção açucareira para o Porto de Santos. Nessa época, foi construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e o litoral: a Calçada do Lorena

O Ciclo do Açúcar.

Mosteiro da Luz, fotografia de 1867.
O governo paulista passa a desenvolver um plano de fixação de suas populações em áreas exploradas da capitania, e começa a fornecer incentivos à lavoura e à indústria. O plantio da cana-de-açúcar é estimulado nas áreas a sudeste da capital, e grandes fábricas de tecelagem e fundição são instaladas. Em 1792, a abertura da Calçada do Lorena, importante obra de engenharia do período colonial, ligando as cidades de São Paulo e Santos, forneceria condições adequadas para o transporte de açúcar e de outros gêneros alimentícios produzidos no interior da capitania. São Paulo é beneficiada por sua posição geográfica estratégica, como encruzilhada natural das vias de circulação entre o interior e o litoral da colônia. Afirma então seu papel de centro comercial, através do qual se fazia o escoamento da produção, rumo ao porto de Santos.

De forma ainda intermitente, São Paulo começa a prosperar, e novas edificações são erguidas. Em 1750, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, dessa vez por determinação do marquês de Pombal, os bens da ordem são confiscados. A igreja dos jesuítas, reconstruída no início do século XVIII, é transformada em sede da administração da capitania (agora, já separada de Minas Gerais e renomeada Capitania de São Paulo). Em 1765, é fundada a Casa de Ópera do Pátio do Colégio, primeiro teatro da cidade, e em 1775 é inaugurado o Cemitério dos Aflitos, primeira necrópole paulistana, destinada ao enterro de pobres, escravos e condenados à forca. Também do século XVIII são o Mosteiro da Luz (recolhimento de religiosas construído em taipa de pilão, a partir do projeto de Frei Galvão, de 1774) e a Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco (1787), entre outros. Em 1798, a cidade inaugura seu Jardim Botânico (atual Jardim da Luz). Ainda no fim do século XVIII, por iniciativa do marechal José Arouche de Toledo Rendon, os limites urbanos da cidade são expandidos, com a abertura da rua São João e da ponte do Marechal, sobre o rio Anhangabaú. Começa a ser formado o Campo do Curro, atual Praça da República.
Largo da Sé em 1880.

Período Imperial.

Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em 1823. Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de estudantes e professores, graças ao qual, a cidade passa a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga.

Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão da produção do café, inicialmente na região do Vale do Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante, São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga o interior da província de São Paulo ao porto de Santos, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.

Pátio do Colégio em 1898.
Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias que ligam o interior do estado à capital, São Paulo. São Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e exportação de café permite à cidade e à província de São Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande crescimento econômico e populacional.

De meados desse século até o seu final, foi o período que a província começou a receber uma grande quantidade de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos se fixaram na capital, e as primeiras indústrias começaram a se instalar.

República Velha.

Com o fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também auxiliado pela política do café com leite e pela grande imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o grande número de imigrantes na capital paulista, Cornélio Pires recolheu, em seu livro "Sambas e Cateretês", uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que descreve a impressão que o homem do interior tinha da capital paulista:



“!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo: que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro!”

Durante a República Velha (1889–1930), São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando e chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período, relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua população. O auge do período do café é representado pela construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício) no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900, onde se construíram muitas mansões.

O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro Novo. A sede do governo paulista é transferida, no início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos Elísios. São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte moderna que foi um marco na história da arte no Brasil. Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o edifício Martinelli.

As modificações realizadas na cidade por Antônio da Silva Prado, o Barão de Duprat e Washington Luís, que governaram de 1899 a 1919, contribuíram para o clima de desenvolvimento da cidade; alguns estudiosos consideram que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período.

Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. A partir da década de 1920 com a retificação do curso de rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que surgisse na zona oeste de São Paulo, loteamentos de alto padrão conhecidos hoje como a "Região dos Jardins".

Vale do Anhangabáu, na segunda metade da década de 1920.
Revolução de 1932 à Contemporaneidade.

Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a população se engaja na guerra contra o "Governo Provisório" de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de outras, é fundada a Universidade de São Paulo (USP), hoje a maior do Brasil. Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década de 1930 e às restrições ao comércio internacional durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento econômico muito elevada que se manteve elevada no pós-guerra. (Esse Post está extenso, então explicarei essa parte em um post a Parte no Dia 9 de Julho)

Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada: a Via Anchieta (construída sobre o antigo traçado do Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era conhecida como A cidade que não pode parar e como A cidade que mais cresce no mundo.

São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do "Quarto Centenário" de fundação da cidade. É inaugurado o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de 1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica localizado no centro histórico (na região chamada de "Triângulo Histórico"), para a Avenida Paulista, as suas mansões foram, na sua maioria, substituídas por grandes edifícios.

Avenida Prestes Maia, onde hoje está o
Anhangabaú, 1974.
No período da década de 1930 até a década de 1960, os grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador do estado de São Paulo Ademar de Barros, o qual também foi prefeito de São Paulo entre 1957 e 1961. Prestes Maia projetou e implantou, na década de 1930, o "Plano de Avenidas para a Cidade de São Paulo", que revolucionou o trânsito de São Paulo.

Estes dois governantes são os responsáveis, também, pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano de Avenidas, e que mudaram São Paulo: a retificação do rio Tietê com a construção de suas marginais e do Metrô de São Paulo: em 13 de fevereiro de 1963, o governador Ademar de Barros e o prefeito Prestes Maia criaram as comissões (estadual e municipal) de estudos para a elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e destinaram ao Metrô suas primeiras verbas.

No início dos anos 1960, São Paulo já somava quatro milhões de habitantes. Iniciado a sua construção em 1968, na gestão do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô paulistano começou a operar comercialmente em 14 de setembro de 1974 e atualmente conta com uma rede de 75,5 quilômetros de extensão e 63 estações.

Atualmente, o crescimento tem-se desacelerado, devido ao crescimento industrial de outras regiões do Brasil. As últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande polo nacional de serviços e negócios, sendo considerada, hoje, um dos mais importantes centros de comércio global da América Latina.

Vista panorâmica da Cidade de São Paulo. 2012.
Geografia.

São Paulo é a capital do estado mais populoso do Brasil, São Paulo, situando-se na latitude 23°33'01'' sul e na longitude 46°38'02'' oeste. A área total do município é de 1 521,11 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o nono maior em extensão territorial. De toda a área do município, 968,3248 km² são de áreas urbanas (2000), sendo a maior área urbana do país.

São Paulo tem altitude média de 760 metros. O ponto culminante do município é o Pico do Jaraguá, com 1.135 metros de altitude acima do nível do mar, localizado Parque Estadual do Jaraguá, na serra da Cantareira, onde se encontra também a segunda maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.

O intenso processo de conurbação atualmente em curso na Grande São Paulo tem tornado inefetivas as fronteiras políticas entre os municípios da região, criando uma metrópole cujo centro está em São Paulo e atinge municípios, como por exemplo, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema (a chamada Região do Grande ABC), Osasco e Guarulhos, entre várias outros. A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi criada no ano de 1973 e atualmente é constituída por 39 municípios, sendo a maior aglomeração urbana do Brasil e a terceira maior das Américas,
com 20 820 093 habitantes. Seu Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2009 cerca de 613 bilhões de reais.

Clima.

O clima de São Paulo é considerado subtropical úmido do tipo Cfa na classificação climática de Köppen-Geiger (com influência Cwa), com diminuição de precipitações no inverno e temperatura média anual em torno dos 19,2 °C, tendo invernos brandos e verões com temperaturas moderadamente altas, aumentadas pelo efeito da poluição e da altíssima concentração de edifícios (ilha de calor). O mês mais quente do ano é fevereiro (22,4 °C) e o mais frio é julho (15,8 °C). A precipitação média é de 1 441 milímetros (mm) anuais, concentrados principalmente no verão, sendo janeiro o mês de maior precipitação (237 mm). O tempo de insolação é de cerca de 2 000 horas/ano,[58] e a umidade do ar é relativamente elevada, com médias mensais entre 75% e 80%, sendo a média anual de 78%. As estações do ano são relativamente bem definidas: o inverno é ameno e subseco, e o verão, moderadamente quente e chuvoso. Outono e primavera são estações de transição. Geadas ocorrem esporadicamente em regiões mais afastadas do centro, e em invernos rigorosos, em boa parte do município.

Apesar da maritimidade que evita maiores variações de temperatura, a altitude de São Paulo faz com que nos meses mais quentes sejam poucas as noites e madrugadas cálidas na cidade, sendo que as temperaturas mínimas raramente são superiores a 23 °C num período de 24 horas.


No inverno, porém, o ingresso de fortes massas de ar polar acompanhadas de excessiva nebulosidade às vezes fazem com que as temperaturas permaneçam muito baixas, mesmo durante a tarde. Tardes com temperaturas máximas que variam entre 14 °C e 16 °C são comuns até mesmo durante o outono e o início da primavera. Durante o inverno, já houve vários registros de tardes em que a temperatura sequer ultrapassou a marca dos 10 °C, como em 24 de julho de 2013, quando a máxima foi de apenas 8,5 °C.


Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em São Paulo, no Mirante de Santana, foi de 0,8 °C em 10 de julho de 1994, mas o recorde mínimo foi de -2,1 °C, registrado em 2 de agosto de 1955. Já a maior temperatura atingiu os 37,8 °C em 17 de outubro de 2014, ultrapassando a marca anterior de 37 °C observada em 20 de janeiro de 1999. O maior acumulado de precipitação observado em 24 horas foi de 151,8 mm em 21 de dezembro de 1988, sendo o recorde mensal de 607,9 mm em março de 2006. O menor índice de umidade relativa do ar foi registrado na tarde de 14 de agosto de 2009, de 10%.



Hidrografia.



São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê, tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. Seus rios já foram uma importante fonte de água doce e de lazer. No entanto, efluentes industriais pesados ​​e descargas de águas residuais no final do século XX fizeram com que os rios ficassem fortemente poluídos. Um programa de limpeza substancial para ambos os rios está em andamento (Projeto Tietê), financiado através de uma parceria entre o governo local e os bancos internacionais de desenvolvimento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O rio é navegável no trecho que atravessa a cidade, embora o transporte de água se torne cada vez mais importante no rio Tietê devido à Hidrovia Tietê-Paraná.

Não existem grandes lagos naturais na região, mas os reservatórios Billings e Guarapiranga nos subúrbios do sul da cidade são usados ​​para geração de energia, armazenamento de água e atividades de lazer. A flora original da área consistiu principalmente em angiospermas perenifólias. As espécies não autóctones são comuns, o clima ameno e as chuvas abundantes permitem cultivar a multidão de plantas tropicais, subtropicais e temperadas, especialmente o onipresente eucalipto.

O norte do município contém parte do Parque Estadual Cantareira de 7.917 hectares, criado em 1962, que protege uma grande parte do abastecimento de água metropolitana de São Paulo. Em 2015, São Paulo experimentou uma grande seca, que levou várias cidades do estado a iniciar o sistema de racionamento.

Problemas Ambientais.

A poluição do ar no município é intensa, devido principalmente à enorme quantidade de automóveis que circulam diariamente em suas ruas, avenidas e rodovias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um limite de 20 microgramas de material particulado por metro cúbico de ar como uma média anual segura. Em uma avaliação realizada pela OMS entre mais mil cidades ao redor do mundo em 2011, a cidade de São Paulo foi classificada na 268ª posição entre as mais poluídas, com uma taxa média de 38 microgramas por metro cúbico, índice bastante superior ao limite imposto pela organização, mas inferior ao de outras cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro (64 microgramas por metro cúbico). Um estudo de 2013 apontou que a poluição atmosférica na cidade causa mais mortes do que os acidentes de trânsito.


Além da poluição atmosférica, o município tem sérios problemas devido à poluição hídrica, concentrada principalmente em seus dois principais rios, o rio Tietê e o rio Pinheiros, que estão altamente degradados e são alguns dos rios mais poluídos do país. Atualmente o rio Tietê passa por um programa de despoluição que dura alguns anos.

O problema do abastecimento equilibrado de água para a cidade - e para a metrópole, de uma forma geral - também se configura como questão preocupante: São Paulo possui poucas fontes de água em seu próprio perímetro, tendo de buscá-la em bacias hidrográficas distantes. O problema da poluição da água também é agravado pela ocupação irregular das áreas de mananciais, ocasionada pela expansão urbana, impulsionada pela dificuldade de acesso à terra e à moradia em áreas centrais por parte da população de baixa renda e associada à especulação imobiliária e precariedade nos novos loteamentos. Com isto, também ocorre uma sobrevalorização do transporte individual sobre o transporte coletivo - levando à atual taxa de mais de um veículo para cada dois habitantes e agravando o problema da poluição ambiental.

Parques e Biodiversidade.

Parque Estadual da Cantareira, parte da Reserva da
Biosfera do Cinturão verde
de São Paulo.

São Paulo possui quarenta parques municipais e estaduais, como o Parque Estadual Turístico da Cantareira, parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo e que abriga uma das maiores florestas urbanas do planeta com 7.900 hectares de extensão, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o Parque Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual do Jaraguá, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1994, a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque Anhanguera, o Parque Villa-Lobos, o Parque do Povo, entre outros.

A cidade possui apenas entre cinco e seis metros quadrados de área verde por habitante, abaixo dos 12 m² por habitante recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 21% da área do município é coberta por áreas verdes (incluindo reservas ecológicas).

No município é possível observar pássaros florestais que geralmente aparecem na primavera, devido ao cinturão de mata nativa que ainda cerca a região metropolitana. Espécies como o sabiá-laranjeira, sanhaço, bem-te-vi e colibri são as mais comuns. Apesar da intensa poluição, os principais rios da cidade, o Tietê e o Pinheiros, abrigam várias espécies de animais como capivaras, gaviões, quero-quero, garças africanas e ratões do banhado. Outras espécies encontradas no município são o veado-catingueiro, bugio, tucano-de-bico-verde e pavão-do-mato.

CONTINUA NA 2° PARTE ⇒

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade)

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