Muitas dessas histórias têm como pivô a construção da Transamazônica, onde relataram a morte a tiros de uma sucuri com quase quarenta metros de comprimento. Muitas imagens de cobras gigantes têm fontes desconhecidas, levando a crer que não passam de montagens.
Montagem ou não, muitas das lendas sobre serpentes fanstásticas se originaram destas criaturas ofídicas, exemplo mais famoso, o Boitatá.
Boiuna, cobra-grande, mãe-do-rio ou senhora-das-águas é um mito amazônico de origem ameríndia. derivados dos nomes mboi, "cobra" e una, "negra", também conhecida como boiaçu, de mboi e açu, "grande", ou ainda cobra-grande é, segundo Câmara Cascudo, o mais poderoso e complexo dos mitos amazônicos, exercendo ampla influência nas populações às margens do rio Amazonas e seus afluentes.
Martius (Viagem pelo Brasil) registrou a força assombrosa do medo que os indígenas tinham do monstro, com as dimensões multiplicadas pelo terror. Chamavam-no de Mãe-d'água e Mãe-do-rio, mas as histórias só mencionavam a voracidade da cobra-grande, arrebatando crianças e adultos que se banhavam. Recusavam-se a matar a cobra, porque então era certa a própria ruína, bem como de toda a tribo.
Desenho do site cryptomundo, alegadamente baseado na fotografia do Jornal Diário de Pernambuco de 24 de Janeiro de 1948 |
Há ocasião em que nenhum pescador se atreve a sair para o rio à noite, pois duas vezes seguidas foi avistada uma Cobra-grande... pelos olhos que alumiavam como tochas. Os pescadores foram perseguidos até a praia, somente escapando porque o corpo muito grande encalhou na areia. Esses pescadores ficaram doentes de pânico e medo da experiência que relatavam com real emoção. (Eduardo Galvão, Santos e Visagens, Brasiliana, São Paulo, 1955).
Lendas da Boiúna.
Em Belém, há uma velha crença de que existe uma cobra-grande adormecida embaixo da parte da cidade, cuja cabeça estaria sob o altar-mor da Basílica de Nazaré e o final da cauda debaixo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Outros já dizem que a tal cobra-grande está com a cabeça debaixo da Igreja da Sé, a Catedral Metropolitana de Belém, e sua cauda debaixo da Basílica de Nazaré: é o percurso da tradicional procissão do Círio de Nazaré, com 3,3 quilômetros de extensão. Os mais antigos dizem que se algum dia a cobra acordar ou mesmo tentar se mexer, a cidade toda poderá desabar. Por isso, em 1970 quando houve um tremor de terra na capital paraense, dizia-se que a tal cobra havia se mexido. Os mais folclóricos iam mais longe: "imagine se ela se acorda e tenta sair de lá!".
Em Roraima, conta-se que Cunhã Poranga ("índia bela") apaixonou-se pelo rio Branco e, por isso, Muiraquitã ficou com ciúme. Para se vingar, Muiraquitã transformou a bela índia na imensa cobra que todos passaram a chamar de Boiúna. Como ela tinha um bom coração, passou a ter a função de proteger as águas de seu amado rio Branco.
Entre as populações que habitam as margens dos rios Solimões e Negro, no Amazonas, acredita-se que quando uma mulher engravida de uma visagem, a criança fruto desse terrível cruzamento está predestinada a ser uma cobra-grande.
Há quem acredite que a cobra-grande pode nascer de um ovo de mutum.
Segundo uma lenda mais comum no Acre, uma cobra-grande se transforma numa bela morena nas noites de luar do mês de junho, para seduzir os homens durante os arraiais de festas juninas, como se fosse a versão feminina do boto.
O folclorista Walcyr Monteiro conta que em Barcarena (PA) existe o lugar conhecido como "Buraco da Cobra-Grande", atração turística do local.
Misabel Pedrosa diz que a Cobra-grande mora debaixo do cemitério do Pacoval, na ilha de Marajó.
Cobra-grande Como Navio Encantado.
Aparece sob diferentes aspectos. Ora como cobra preta, grande, de olhos luminosos como dois faróis, ora como embarcação a vapor ou a vela. Eduardo Galvão confirma ter a Cobra-grande se tornado navio encantado. O poeta Raul Bopp assim interpretou a cobra-grande:
- Axi, cumpadre arrepare uma coisa: lá vem um navio vem-que-vem-vindo depressa, todo alumiado.
Parece feito de prata...
- Aquilo não é navio, cumpadre
- Mas os mastros e as luises... e o casco dourado?...
Alguns contam que a cobra grande pode algumas vezes parecer um navio para assustar os ribeirinhos. Refletindo o luar, suas enormes escamas parecem lâmpadas de um navio todo iluminado. Mas quando o "navio" chega mais perto é possível ver que na verdade é uma cobra grande querendo dar o bote.
A Cobra Descrita por Fawcett.
A Sucuri gigante descrita por Fawcett, de 19 metros |
O barco parou para que o coronel pudesse examinar o corpo. A despeito de ter sido mortalmente ferida, "convulsões subiam e desciam pelo corpo como golpes de vento em um lago de montanha." Embora não tivessem equipamentos para medições com ele, Fawcett estimou que a serpente tinha 19 metros de comprimento e 30 cm de diâmetro.
Nos pântanos de Madre de Diós, em Bení, Bolívia, Fawcett disse ter visto rastros de uma cobra que indicavam um comprimento de 24 metros.
Fontes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boiuna
http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Boi%C3%BAna
http://lizzabathory.blogspot.com.br/2012/09/boiuna.html
https://contosdehorroreterror.wordpress.com/2016/07/17/boiuna/
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