sábado, 3 de fevereiro de 2018

Superlua Azul de Sangue.

Na última quarta feira de Janeiro, esteve semelhante há 150 anos no passado, tal evento será lembrado como um momento particular da Astronomia. No dia 31 de Janeiro de 2018, algumas partes do mundo presenciaram uma coincidência de fenômenos raríssima que conferiu um visual incrível à Lua, da qual foi chamada de Superlua Azul de Sangue.

O fenômeno da Superlua, que já aconteceu no início do mês, volta, agora acompanhado de um eclipse lunar, uma Lua de Sangue e uma Lua Azul. A última vez em que isso ocorreu foi em 1866 e a próxima vez será em 31 de janeiro de 2037. No Brasil, de acordo com a Nasa, apenas cidades do Norte do país, a maioria no Estado do Acre, poderão ver o eclipse lunar. O que ser tornou visível no território brasileiro foi a Superlua e a Lua Azul. 
Pela segunda vez no início do ano, foi possível observar a superlua — o satélite em órbita está situado no ponto mais próximo da Terra e fica 14% maior e 30% mais brilhante — em um evento apelidado de Lua Azul (quando a segunda lua cheia acontece em um mesmo mês).

Junto disso, ocorreu um eclipse lunar, quando a Lua passa pela sombra da Terra, além de um fenômeno conhecido como "Lua de Sangue" — quando, durante o eclipse, a Lua continua à vista e ganha uma tonalidade avermelhada por conta de um efeito da atmosfera terrestre. 

Infelizmente, o Brasil fica de fora do espetáculo: por conta do fuso horário e da posição em relação à órbita terrestre, países da América Latina, África e Europa Ocidental não conseguiram observar o momento do eclipse. O oeste dos Estados Unidos foi a região mais privilegiada para a observação. 

A Nasa, agência espacial norte-americana, afirmou que passamos por uma "trilogia de superluas": em 3 de dezembro de 2017 e no dia 1º de janeiro de 2018 também foi possível presenciar nosso satélite de maneira maior e mais brilhante. O site oficial da Nasa realiza uma transmissão ao vivo para acompanhar o fenômeno. 



A Tríades dos Fenômenos.

O que faz esse fenômeno celeste chamar tanta a atenção, no dia 31 de janeiro aconteceu um terceiro fenômeno, menos comum do que a Superlua e a Lua Azul: a Terra, o Sol e a Lua ficaram alinhados, resultando em um eclipse lunar total. 

O eclipse lunar ocorre sempre durante a fase da Lua cheia pois ela precisa estar atrás da Terra, do ponto de vista de um observador no Sol. Como o plano da órbita da Lua está inclinado a 5° graus em relação ao plano da órbita que a Terra realiza ao redor do Sol, nem todas as fases de Lua cheia levam à ocorrência do eclipse. Este ponto onde a órbita da Lua se encontra com o plano da órbita da Terra chama-se nodo orbital. O nodo pode ser classificado como ascendente ou descendente, de acordo com a direção que a Lua cruza o plano. Ao contrário dos eclipses solares que são visíveis apenas em pequenas áreas da Terra, os eclipses lunares podem ser vistos em qualquer lugar da Terra em que seja noite no momento do eclipse.

Os eclipses lunares podem ser classificados de acordo com a parte da Lua que é obscurecida pela sombra da Terra, e por qual parte da sombra da Terra ela está sendo obscurecida.

A sombra projetada pela Terra possui duas partes denominadas umbra e penumbra. A umbra é uma região em que não há iluminação direta do Sol e a penumbra é uma região em que apenas parte da iluminação é bloqueada.

Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra, o que na prática resulta numa variação do brilho da Lua que dificilmente é notada. Se a Lua entra inteiramente na região de penumbra ocorre o raro eclipse penumbral total que pode gerar um gradiente de luminosidade visível, estando a Lua mais escura na região que se aproxima mais da umbra.

Quando a Lua entra na região da umbra, podem ocorrer os eclipses lunares parcial e total. O eclipse parcial ocorre quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra e o total, quando toda a face visível da Lua é obscurecida pela umbra. Este obscurecimento total pode durar até 107 minutos e é mais longo quando a Lua está próxima de seu apogeu, ou seja, quando sua distância da Terra é o maior possível.

Um último tipo de eclipse lunar raro é denominado eclipse horizontal. Ele ocorre quando o Sol e a Lua, em eclipse, estão visíveis ao mesmo tempo. Este tipo de eclipse só é visível quando o eclipse lunar ocorre perto do poente ou antes do nascente.

O eclipse do dia 31, no entanto, não foi visível em todo o planeta. Na América do Sul, na África e na Europa Ocidental, não foi visível, mas na América do Norte durante a madrugada de janeiro. Na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e leste da Rússia foi possível testemunha o eclipse lunar total.

Foi graças ao Eclipses que os astrônomos da Grécia Antiga notaram que durante o evento, a borda da sombra era sempre circular. Deduziram, assim, que a Terra poderia ser esférica ou redonda.

Superlua.

Na Astronomia, chama-se superlua ou superlua cheia a ocasião na qual a lua cheia ocorre quando a Lua se encontra próxima ao perigeu. Isto acontece devido à órbita lunar ser aproximadamente elíptica, e um lado (apogeu) está cerca de 50.000 quilômetros mais distante da Terra do que o outro mais próximo (perigeu). Portanto, durante os 28 dias de ciclo lunar, o satélite às vezes se encontra mais próximo de nós do que outras vezes. A Superlua ocorre quando o momento de maior aproximação é, além disso, o momento em que há Lua cheia. Nos referidos casos, por estar mais próxima da Terra, apresenta-se com diâmetro angular cerca de 5,5% maior e 11,3% mais brilhante que uma lua cheia média.

O perigeu não permanece no mesmo ponto ao longo do tempo, por isso algumas superluas podem ser sensivelmente maiores que outras, (semelhante ao do dia 31 que estava ente 10 % e 15%) bem como a lua cheia pode ocorrer em diferentes longitudes do perigeu, o que também influencia seu tamanho aparente e brilho aparente.

Lua Azul.

Lua azul é a expressão usada para designar a segunda lua cheia que ocorre em um mesmo mês. Isto ocorre em intervalos de dois anos devido a diferença no tempo de uma lua cheia até a próxima, de 29,5 dias e a duração dos meses que possuem de 28 a 31 dias. Esta é a definição mais difundida, mas já houve outras.

Entretanto como o ciclo lunar tem duração menor que os meses de 30 e 31 dias é possível que ocorram duas luas cheias em um mesmo mês. Considerando a duração do ano solar de 365 dias dividido pelo tempo médio dos ciclos lunares de 29,53 dias observamos que ocorrem 12,36 ciclos ao ano, portanto um ciclo a cada mês. Todavia a sobra desta divisão que equivale a aproximadamente onze dias acumula-se até que haja um ciclo extra levando a ocorrência de uma lua cheia a mais no ano.
Fevereiro é o único mês no qual não pode ocorrer uma lua azul pois mesmo nos anos bissextos o mês é mais curto que a duração de um ciclo lunar. Inclusive é possível que o mês de fevereiro não possua luas cheias, o que leva a ocorrência de duas luas azuis no mesmo ano. Desta forma, uma ocorre no mês de janeiro e outra novamente em março, como ocorreu em 1980 e 1999, e ocorrerá em 2018 e 2037, e há casos mais raros em que a segunda ocorrência de Lua Azul acontece em abril, como aconteceu em 1961.

Por causa da raridade do acontecimento desse fenômeno, há a expressão idiomática da língua inglesa Once in a blue moon (uma vez na lua azul) que é usada para se referir a eventos que raramente acontecem.

Coloração.

Apesar do nome a lua azul ela não adquire a cor azul nesta ocasião. É possível que a lua exiba um brilho azulado devido a condições atmosféricas próprias mas a ocorrência delas não é previsível.

Há relatos de que a lua foi vista em tons de azul no ano de 1883 quando ocorreu a erupção do vulcão Krakatoa. As cinzas do vulcão provocavam a dispersão da luz vermelha, permitindo a passagem apenas dos tons azuis e verdes. A quantidade de cinzas que foram dispersadas na atmosfera foi tão grande que a coloração persistiu por anos. Há ainda outros relatos relacionados a erupções de vulcões como o Monte Santa Helena em 1980, El Chichon em 1983 e o Monte Pinatubo em 1991.

História.

A definição anterior dada pela publicação The Maine Farmers' Almanac em 1937 era baseada no fato do ano solar iniciado no dia do solstício conter doze luas cheias, três em cada estação do ano e cada uma delas com um nome próprio. Ocasionalmente o ano possui treze luas cheias por causa do acúmulo do resto da divisão da duração do ano solar pela duração do ciclo lunar. Com isso uma das estações do ano acaba tendo quatro luas cheias, então para manter seus nomes próprios a quarta era denominada lua azul.

A origem da definição mais difundida atualmente é parte do folclore moderno e tem origem numa interpretação incorreta desta definição anterior que foi publicada na revista Sky and Telescope em 1946 pelo editor James Hugh Pruett. Ele concluiu incorretamente que a definição anterior de lua azul levaria um dos meses a possuir duas luas cheias, o que em geral não é verdade. Desde então esta definição tem sido difundida nos Estados Unidos por livros como o The Kids' World Almanac of Records and Facts, revistas como a própria Sky and Telescope e programas de rádio sobre astronomia como Star Date e acabou tornando-se dominante.

Datas.

Estas são as ocorrências de duas luas cheias em um mesmo mês previstas para ocorrer entre os anos de 2007 e 2040, no horário UTC:
  1. 1 de junho e 30 de junho de 2007.
  2. 2 de dezembro e 31 de dezembro de 2009.
  3. 2 de agosto e 31 de agosto de 2012.
  4. 2 de julho e 31 de julho de 2015.
  5. 2 de janeiro e 31 de janeiro de 2018. → (Lua Azul+Superlua + Eclipse Lunar + Lua de Sangue)
  6. 2 de março e 31 de março de 2018.
  7. 1 de outubro e 31 de outubro de 2020.
  8. 1 de agosto e 31 de agosto de 2023.
  9. 1 de maio e 31 de maio de 2026.
  10. 2 de dezembro e 31 de dezembro de 2028.
  11. 1 de setembro e 30 de setembro de 2031.
  12. 1 de julho e 31 de julho de 2034.
  13. 2 de janeiro e 31 de janeiro de 2037.
  14. 2 de março e 31 de março de 2037.
  15. 2 de outubro e 31 de outubro de 2039.
Lua de Sangue.

A super lua azul de sangue rendeu memes. Um dos
mais Populares e a comparação da Lua de Sangue
com o Infinite Tsukuyomi.
O último fenômeno astronômico deste 31 de janeiro é a Lua de Sangue. A lua de sangue, também conhecida como lua sangrenta, não é um fenômeno frequente, e por isso ela acaba se tornando um mistério para muitos, que até mesmo lhe dão um significado dramático (AKA Fim do Mundo). Mas a ciência explica o porquê dela aparecer com esta cor.

Quando a lua está por trás da Terra em um eclipse lunar total, a luz solar não alcança diretamente a lua, porque incide na Terra. Então, no momento que acontece o alinhamento do eclipse, a luz do Sol passa pela atmosfera da Terra (que alcança aproximadamente 80 km desde a superfície) filtrando a luz azul e verde dos raios solares, mas deixando passar a luz vermelha, da qual incide na Lua com tons de vermelho. 

A lua ganha o tom avermelhado por causa de um fenômeno físico conhecido como dispersão de Rayleigh. A radiação solar é composta por várias frequências eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda. A atmosfera absorve certas frequências e reflete a parte vermelha do espectro. Portanto, a Lua de Sangue só foi visível apenas nas partes do planeta onde o eclipse foi visto.
Se a Terra não tivesse uma atmosfera (Se tornaria semelhante a lua), provavelmente a lua ficaria totalmente preta durante um eclipse lunar total, ou então seria impossível vê-la.

A Lua de Sangue e o seu Significado.

Algumas pessoas acreditam que a lua de sangue não é apenas um fenômeno físico, mas significa algo mais catastrófico: o fim do mundo.

A noção que a lua de sangue simboliza a aproximação do fim dos tempos está baseada em uma passagem da Bíblia, mais concretamente em Joel 2:31: O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e temível dia do Senhor.

Esta profecia bíblica foi usada como uma das bases no livro “Four Blood Moons”, em português "4 Luas de Sangue", da autoria do pastor cristão John Hagee, publicado em 2013.

Para alguns que tiveram a oportunidade de ver esses fenômenos testemunharam com alegria, para outros, apenas as fotos para se deleitar com essa maravilha da natureza.  (Eu perdi a Superlua Azul, pois neste dia o céu estava nublado).

Fontes






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