quarta-feira, 7 de março de 2018

O Que é Pseudociência?

Este deve ser um Post para aqueles que apenas veem o título e não o conteúdo. O Oberhalb Thoth, falando de Pseudociência. E sabido que aqui neste Blog eu trato de diversos assuntos, e as pseudagens são uma delas, Teorias da Conspiração, Passando pelos Aliens e Pseudo-História

Pois bem, mesmo tratando destes assuntos, não vejo esse Blog como um disseminador de Pseudociências, tá mais nos campo da Curiosidade mesmo. As pessoas são curiosas, e ainda não conseguiram distinguir a Ciência da Pseudociência (Os motivos são bem explicativos)

Uma das maiores batalhas atuais com relação à ciência reside em um problema de identidade. Existem diversas formas de conhecimento em nosso mundo, mas a ciência talvez seja a única que precisa constantemente lutar para explicar o que ela é e o que ela não é (Esse é na verdade um dos motivos pelos quais existe a Filosofia da Ciência). Isso acontece porque com grande frequência alegações são feitas e ditas como “científicas”, quando na verdade, não são. Essas alegações são as Pseudociência” que são tão combatidas pelos cientistas e divulgadores de Ciência.

O Que é Pseudociência?

Uma pseudociência é qualquer tipo de informação que se diz ser baseada em fatos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão de conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos. É uma reivindicação, crença ou prática que se apresenta como científica, mas não adere a um método científico válido, carece de provas ou plausibilidade, não podendo ser confiavelmente testado, ou de outra forma, não tem estatuto científico. A pseudociência é frequentemente caracterizada pelo uso de afirmações vagas, exageradas ou improváveis, uma confiança excessiva na confirmação, em vez de tentativas rigorosas de refutação, a falta de abertura para a avaliação de outros especialistas, e uma ausência generalizada de processos sistemáticos para desenvolver teorias racionalmente.

Um campo, prática ou corpo de conhecimento pode razoavelmente ser chamado de pseudocientífico quando for apresentado como sendo coerente com as normas de pesquisa científica, mas comprovadamente não cumprindo essas normas. A ciência é também distinguível de teologia, revelação ou espiritualidade na medida em que oferece uma visão sobre o mundo físico obtido pelas pesquisas e testes empíricos. Crenças comuns na ciência popular podem não cumprir os critérios da ciência. A ciência "pop" pode desfocar a divisão entre ciência e pseudociência entre o público em geral, e pode também envolver ficção científica. As crenças pseudocientíficas são comuns, mesmo entre professores de ciências do ensino público e repórteres de jornais.

Créditos: The Skeptics Guide To The Universe, via Papo de Primata.
O problema da demarcação entre ciência e pseudociência tem implicações políticas, éticas, bem como questões filosóficas e científicas. Diferenciar ciência e pseudociência tem várias implicações práticas, dentre elas os cuidados de saúde, o testemunho de especialistas nas falsas polêmicas sobre o Aquecimento global e na educação científica das pessoas. A distinção entre fatos e teorias científicas de crenças pseudocientíficas, como os encontrados na astrologia, no charlatanismo médico e nas crenças ocultistas combinados com conceitos científicos, é parte da educação científica e literacia científica.

O termo "pseudociência" é muitas vezes depreciativo, sugerindo que algo está sendo impreciso ou mesmo enganosamente retratado como ciência. Por isso as pessoas rotuladas como praticantes ou partidárias de pseudociência normalmente contestam a caracterização.

Ultimamente os pseudocientistas – àqueles que distorcem a ciência para fundamentar dogmas e crenças pessoais – se passam por entendedores da ciência argumentando que a mesma possui todas as ferramentas necessárias para entender um mundo alternativo – o mundo espiritual – do qual, “cientistas céticos se recusam a aceitar por medo de alguma represália de seus superiores”.

Basicamente a ideia é criticar a ciência, ao mesmo tempo, que a usam para fundamentar suas crenças de maneira desonesta, isto é, fundamentando suas ideias não por evidências, não por experimentos, não por resultados replicáveis por outros cientistas, mas sim através de falsos jargões científicos e matemáticos para dar uma falsa aparência de que tal ideia possui consistência lógica e matemática. Claro que existem outros meios para dar falsas consistências a estas ideias, mas este é apenas um dos vários modos existentes para se criar uma pseudociência.

Metodologia Científica.

Embora os padrões para determinar se determinado corpo de conhecimento, metodologia ou prática é ou não científico possam variar de campo para campo, existem princípios básicos amplamente consensuais entre os cientistas. A noção mais elementar é a de que todos os resultados experimentais devem poder ser reproduzidos e verificados por outras pessoas. Estes princípios garantem que todas as experiências científicas possam ser reproduzidas mediante condições idênticas, o que permite a outros investigadores determinar se uma hipótese ou teoria relativas a um dado fenómeno são simultaneamente válidas e fidedignas. Os padrões exigem que o método científico seja aplicado em todo o processo e que o viés seja controlado ou eliminado através de aleatoriedade, procedimentos de amostragem claros, estudos com dupla ocultação ou outros métodos. É expectável que todos os dados reunidos, incluindo as condições ambientais da experiência, sejam documentados para posterior escrutínio e disponibilizados para arbitragem científica, de modo a permitir que sejam realizados novos estudos que confirmem a veracidade ou falsidade dos resultados. São também ferramentas importantes do método científico a quantificação da significância, confiança e margem de erro.

Refutabilidade.

Em meados do século XX, Karl Popper propôs o critério da refutabilidade para distinguir a ciência da não ciência. A refutabilidade significa que determinado resultado deve ter condições para poder ser refutado. Por exemplo, a afirmação de que "Deus criou o universo" pode ser verdadeira ou falsa, mas é impossível delinear um teste que prove que o fez ou que não o fez, estando para além do alcance da ciência. Popper usou a astrologia e a psicanálise como exemplos de pseudociência e a teoria da relatividade de Einstein como exemplo de ciência. Subdividiu também a não ciência em formulações filosóficas, matemáticas, mitológicas, religiosas e metafísicas e em formulações pseudocientíficas, embora não tenha fornecido critérios claros em relação às diferenças.

Outro exemplo que mostra a necessidade clara da refutabilidade de uma alegação é o indicado por Carl Sagan em O Mundo Assombrado por Demônios (no Original The Demon-Haunted World), quando se refere a um dragão invisível que tem na sua garagem. O objetivo é demonstrar que não existe qualquer teste físico que tenha a possibilidade de refutar a alegação da presença deste dragão, sendo impossível a alguém provar que a alegação é falsa. Sagan conclui: "Posto isto, qual é a diferença entre um dragão invisível, extracorpóreo e que voa a cuspir fogo e absolutamente nenhum dragão?" Afirma ainda que "a sua incapacidade em invalidar a minha hipótese não é a mesma coisa do que demonstrar que é verdadeira".

Recusa em reconhecer problemas.

Em 1978, Paul Thagard propôs que a principal distinção entre pseudociência e ciência está relacionada com o fato da pseudociência ser muito mais resistente a abandonar uma teoria mesmo quando essa teoria é suplantada por teorias alternativas, e à resistência dos proponentes em reconhecer ou corrigir os problemas da própria teoria. Em 1983, Mario Bunge sugeriu as categorias de "campos de crenças" e "campos de investigação" para ajudar a distinguir entre pseudociência e ciência, onde o primeiro é essencialmente pessoal e subjetivo e o último implica uma abordagem sistemática.

Classificação.

Tipicamente, as pseudociências falham ao não adotar os critérios da ciência em geral (incluindo o método científico), e podem ser identificadas por uma combinação de uma destas características:
  1. Ao aceitar verdades sem o suporte de uma evidência experimental;
  2. Ao aceitar verdades que contradizem resultados experimentais estabelecidos;
  3. Por deixar de fornecer uma possibilidade experimental de reproduzir os seus resultados;
  4. Ao aceitar verdades que violam falseabilidade;
  5. Por violar a Navalha de Occam (o princípio da escolha da explicação mais simples quando múltiplas explicações viáveis são possíveis); quanto pior for a escolha, maior será a possibilidade de errar.
Pseudociências são distinguíveis de filosofias, revelações, teologias ou espiritualidade pois elas dizem revelar a verdade do mundo físico por meios científicos (ou seja, muitas normalmente de acordo com o método científico). Sistemas de pensamento que se baseiam em pensamentos de origem "filosófica", "divina" ou "inspirados" não são considerados pseudociência se eles não afirmam serem científicos ou não vão contra a ciência.

Exemplos de Pseudociências.

São exemplos de atividades majoritarimente classificados como pseudociências (Que provavelmente serão Posts Futuros):
  1. Pseudoarqueologia e Pseudo-História
  2. Parapsicologia (mediunidade, espiritismo científico, problema mente-corpo); 
  3. Cubo do Tempo de Gene Ray
  4. Astrologia;
  5. Criacionismo
  6. Design Inteligente
  7. Terra Plana;
  8. Terra Oca;
  9. Contra-Terra
  10. Ufologia;
  11. Teoria do Nibiru
  12. Homeopatia
  13. Grafologia;
  14. Efeito Lunar; 
  15. Piramidologia e Cristais; 
  16. Numerologia;
  17. CriptoZoologia
  18. Geologia do Dilúvio.
Há também alguns campos jovens da ciência (protociência) que são mal vistos por cientistas de áreas já estabelecidas, primeiramente por sua natureza especulativa, embora estes campos não sejam considerados pseudocientíficos ou protocientíficos por muitos cientistas e sejam estudados por muitas universidades e institutos especializados. São exemplos de protociências a Exobiologia / Astrobiologia, busca de inteligência extraterrestre (SETI) e Comunicação com inteligência extraterrestre (CETI).

SETI e CETI não afirmam que os extraterrestres existem, embora muitos considerem que seja provável (ver equação de Drake). Há controvérsia na biologia se evidência de vida extraterrestre microbiótica foi encontrada (fossilizada em meteoritos e como parte de experimentos do programa Viking de exobiologia).

Alguns grupos "cães de guarda", como o Comitê para a Investigação Cética, expressam preocupação com o aparente crescimento de popularidade das pseudociências, especialmente quando se trata de áreas científicas que existem para salvar vidas. Vários tratamentos autoproclamados como medicina alternativa foram designados pseudociência por críticos, porque seus métodos inspiram falsa esperança em pacientes terminais e acabam custando grandes quantias de dinheiro sem prover nenhum benefício real, tratamento, ou cura para várias doenças simples. A Clínica Burzynski é um exemplo disso.

Créditos: Papo de Primata.
A Pseudociência é Inofensiva?

Muitas pessoas acham que a pseudociência é inofensiva, porém estas mesmas pessoas esquecem que algumas pseudociências, são respectivamente das áreas da saúde.

Vamos usar como exemplo a “medicina alternativa”, como o próprio nome já diz, “alternativa”, significa que não é baseada em evidência.

A grande preocupação dos cientistas e médicos é para que estes métodos “alternativos” não substituam os tratamentos convencionais, pois dependendo da gravidade do problema de um paciente, tais métodos não seriam eficazes ou poderiam fazer com que um determinado problema se agrave.

Um caso famoso que representa bem as consequências negativas da pseudociência, por exemplo, é o caso de Steve Jobs. Quando ele foi diagnosticado com câncer no pâncreas, ele recusou-se ao tratamento médico convencional (da quimioterapia à intervenção cirúrgica). Por quase nove meses, o cofundador da Apple, adotou um método de “recuperação” alternativo, que consistia numa dieta à base de ervas, raízes, sucos, além de aplicações práticas de acupuntura. O doutor Ramzi Amri, da Universidade de Harvard, afirmou que seu tipo de câncer era “tratável” se tivesse sido iniciado o tratamento desde sua fase inicial. Jobs não concordava com a ideia de cirurgia, segundo ele, isso seria “uma violação a seu corpo”. Quando ele decidiu procurar à ciência, seu câncer já havia se agravado. Seu biógrafo afirma que notava um arrependimento nas palavras de Jobs, que faleceu em outros de 2011 com 56 anos.

Com base neste trágico acontecimento, fica a lição de não confiar jamais em métodos alternativos, entre outras pseudociências.


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