sábado, 19 de maio de 2018

A Noite Oficial dos OVNIs No Brasil.

OVNI é um estímulo visual que provoca um relato, por um ou mais indivíduos, de alguma coisa vista no céu e que o observador não identifica como tendo uma origem natural ordinária, parecendo suficientemente enigmática a ponto de comprometê-lo a fazer um relatório a polícia, autoridades do governo, para a imprensa, ou a representantes de organizações civis devotadas ao estudo desses objetos. Essa é a definição acadêmica para OVNI, expressa no Relatório Condon, produzido por um grupo de pesquisadores da Universidade do Colorado, sob direção científica do físico nuclear Dr. Edward Condon e financiado pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Foi endossado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A grande enciclopédia dos OVNIs e relacionados chegou em Maio. E a 4° Postagem deste mês e de um caso fantástico, classificado na Escala Hynek de um CE I (Contato Imediato de 1° Grau): A Noite Oficial dos OVNIs No Brasil.

No que tange os Estudos dos Fenômenos Ufológicos, 98% dos casos são fraudes grosseiras e erros de interpretação, apenas 2% são classificados como inconclusivos. Dentre estes casos inconclusivos, se encontra evento conhecido como A Noite Oficial dos OVNIs No Brasil.

Noite Oficial dos OVNIs é um termo adotado por ufólogos brasileiros para descrever a aparição de vários OVNIs sobre o Brasil de acordo com informações do Comando da Aeronáutica do Brasil. O fato ocorreu na noite de 19 de maio de 1986. Cerca de vinte Objetos Voadores Não-Identificados (OVNIs), de formato esférico, alguns com mais de 100 metros de diâmetro, foram detectados pelos radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), com sede em Brasília.

Esta revoada de OVNIs durou cerca de três horas, e foi observada nos estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. A situação chegou a tal ponto que o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) considerou a segurança de voo ameaçada, principalmente em São Paulo, onde se concentra o maior número de rotas aéreas do país, e onde os OVNIs estavam mais ativos. Isso levou o Alto Comando da Força Aérea Brasileira a deflagrar duas operações de interceptação e perseguição dos OVNIs por caças F-5E e Mirage, uma partindo da Base Aérea de Santa Cruz (RJ) e outra de Anápolis (GO).

Tais objetos interagiram com as aeronaves comerciais, em manobras arrojadas em clara demonstração da inteligência e superioridade. No dia seguinte, em um gesto impressionante o então Ministro da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro do Ar Octávio Júlio Moreira Lima (1926-2011), deu uma entrevista coletiva à imprensa, juntamente com os pilotos dos caças, confirmando os acontecimentos,  num gesto de aparente abertura e reconhecimento do Fenômeno OVNI.

Em 25 de setembro de 2009 foi divulgado o relatório oficial da Força Aérea Brasileira sobre o caso, que diz: "Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados."

As Primeiras Aparições.

Os avistamentos começaram por volta das 18:30 horas, na região de São José dos Campos (SP), quando o controlador de voo da torre do aeroporto da cidade, o então segundo sargento Sergio Mota da Silva, avistou dois objetos luminosos, que destacavam-se no firmamento. Estas luzes se concentravam 2000 metros acima da cidade e próximos ao marcador externo da RWY 15, a aproximadamente 15 km da torre de controle do aeroporto. Observados ao binóculo, tais objetos apresentavam bordas definidas, com intensas cintilações multicoloridas na parte inferior. Cumprindo com procedimentos habituais de sua função, o controlador entrou em contato com outros controladores de voo em Brasília e São Paulo que confirmaram a presença dos objetos em seus radares.
"As 21:30Z (18:30hs) observei um foco de luz sobre a cidade no setor NW do aeródromo e dois outros focos próximos ao marcador externo. Os focos aparentavam ser do tamanho da cabeça de um palito de fósforo, predominava a cor vermelha, mas houve mudanças para amarelo, verde e alaranjado. Estavam parados. A observação foi feita com binóculo e a olho nú. O céu apresentava-se claro com 2/8 de cirrus, a N/NE existia uma camada de névoa à baixa altura " - 2S QSS BCT Sergio Mota da Silva. [Trecho Transcrito de Documentos da Força Aérea Brasileira, referentes ao caso].
Aeroporto de São José dos Campos, com a torre de controle ao fundo. Créditos portal Fenomenum.
Por volta das 19 horas, o Centro de Controle de Aproximação de São Paulo (órgão que controla e orienta as aeronaves dentro da área do terminal até o momento do pouso) e o Centro de Controle de Área (órgão que monitora aeronaves em voo nas aerovias sob sua jurisdição), também registram, através de radar, três objetos voadores não identificados sobre a região de São José dos Campos (SP). Nesse mesmo horário, outro avistamento ocorria, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A estilista Sonia Grumbach, na época residente em um apartamento na Barra da Tijuca, observou durante 15 minutos um objeto voador luminoso que deslocava-se aos saltos e em grande velocidade sobre a cidade.

O avistamento dos UFOs sobre a região de São José dos Campos (SP) continou. Tais objetos permaneceram imóveis durante longo tempo. Por volta das 19:40, surgiram mais dois UFOs que também posicionaram-se acima dos primeiros, alinhados com o eixo da pista do aeroporto. Neste momento, os radares do CINDACTA captavam aproximadamente 8 alvos não identificados em suas telas.

Por volta das 20:15, o Centro de Controle de Área de Brasília (ACC - BS) informa ao Centro de Operações Militares (COpM) que o operador da Torre de Controle de São José dos Campos (TWR - SJ) havia avistado luzes se deslocando sobre a cidade. As luzes, embora com predominância de cor vermelha apresentaram mudanças para o amarelo, verde e alaranjado. O operador da TWR SJ simultaneamente informa ao APP-SP, que confirma os contatos radar na área de São José dos Campos. Durante este contato telefônico, o operador de São José dos Campos, Sargento  Sérgio, testemunha e relata a aproximação de um destes objetos, que inicialmente pairava a 60km de São José dos Campos (SP), depois deslocando-se em direção à Serra do Mar, passando a aproximadamente 20 km do aeroporto da cidade. Este objeto, em particular, deixou o controlador da torre local impressionado, devido ao seu brilho e à sua beleza. Ele era visualmente maior, com bordas definidas, apresentando cor vermelho-alaranjada. O operador do APP-SP confirma a presença de tal objeto no radar.
Coronel Ozires Silva

Alguns minutos mais tarde, por volta das 21:00 hrs, um avião Xingu, prefixo PT-MBZ, aproximava-se para pouso na cidade de São José dos Campos (SP). A bordo da aeronave estava o Coronel Ozires Silva, que naquela ocasião deixava a presidência da Embraer para assumir a presidência da Petrobrás. Quando passavam próximo à cidade de Poços de Caldas, a 22 mil pés de altitude, foram surpreendidos por um chamado do CINDACTA I perguntando sobre possíveis contatos visuais com três alvos não identificados que apareciam nas telas de radar do Centro. Neste momento Ozires Silva e seu co-piloto, Alcir Pereira, não avistaram nada de anormal nos céus de região, e por isso continuaram normalmente seu voo. Às 21:08, ambos observaram um objeto luminoso estacionário que de início parecia um astro normal, porém com uma forte luz amarelada tendendo para o vermelho. Ele aparentemente estava parado nas proximidades da radial 150 do VOR de São José dos Campos, o que coincidia com os relatos de testemunhas visuais anteriores e dados obtidos pelos radares. Intrigados com o avistamento, os pilotos foram autorizados a seguir em direção ao objeto na tentativa de identificá-lo, contudo não houve uma aproximação efetiva visual em relação ao UFO que com o tempo foi esvanecendo até desaparecer. Com o desaparecimento do objeto os pilotos resolveram retomar o pouso em São José dos Campos.
"Dizem que foi um salto muito grande entre a presidência da Embraer e a presidência da Petrobrás, que subi tanto que cheguei a ver disco voador. Quando nos aproximamos de São José dos Campos, a bordo do avião Xingu PT-MBZ, Brasília pediu para observarmos alguns pontos que estavam sendo detectados pelo radar, e que não estavam registrados como voos regulares dentro daquela área" - Coronel Osiris Silva
Com o desaparecimento deste objeto, os pilotos resolveram tentar uma identificação de outro objeto posicionado ao sul de Taubaté (SP). Tal objeto encontrava-se 600 metros acima do solo, a 250 Km da antena de radar de Sorocaba (SP).
"Na altura de 600 metros, vimos pontos luminosos, de cor laranja-avermelhado, com brilho muito intenso. Tentamos nos aproximar das luzes, mas não desistimos. As luzes apagavam e acendiam em lugares diferentes (10 a 15 segundos). Observamos variações muito rápidas de velocidade. As luzes tinham presenças reais, eram alvos primários no radar, alvos positivos, uma coisa concreta. Se não fosse detectados pelos radares, eu não teria falado nada. Está registrado em fitas pelo radar" - Coronel Ozires Silva.
Ao todo, o Coronel Ozires Silva e seu co-piloto, Alcir Pereira da Silva, realizaram quatro tentativas de aproximação. A primeira, por volta das 21:00, sob orientação do APP-SJ, resultou em um avistamento de um objeto luminoso às 21:08 que desapareceu rapidamente. A segunda, ocorreu por volta das 21:15, quando a aeronave Xingu preparava-se novamente para pouso no aeroporto da cidade. O coronel e seu co-piloto observam um objeto muito brilhante na direção da cidade de Mogi das Cruzes (SP) e decidem por se aproximar do objeto. Após 15 minutos de voo, em direção ao objeto, ele desaparece. Tanto a aeronave quanto o UFO eram captados por radares do CINDACTA, em Brasília (DF). A aeronave retornava à São José dos Campos para pouso, quando ocorreu a terceira tentativa de aproximação. Desta vez o APP-SP captou um novo objeto, que foi confirmado visualmente pelos pilotos e desapareceu pouco depois. Por fim, a quarta tentativa de aproximação, ocorrida por volta das 21:30, quando sob orientação do ACC-BR, os pilotos aproximam-se e avistam três objetos luminosos, voando próximo ao solo. Após o desaparecimento destes objetos, a aeronave finalmente pousa em seu destino. Toda a movimentação do avião Xingu e dos UFOs foram monitoradas pelos radares de São Paulo e Brasília.

Às 21:11, ou seja, três minutos após o primeiro avistamento dos tripulantes do avião Xingu, foram iniciadas gravações em vídeo do radar da estação de São Roque. Às 21:30, se iniciam as gravações em vídeo dos radares da estação do Couto. Estas gravações, das estações de radar, até o momento não foram disponibilizadas pela Força Aérea Brasileira.

Caças Entram Em Ação.

Com a continuidade dos registros nas telas dos radares de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Goiás, as comunicações se intensificam, às 21:23 o Centro de Operações de Defesa Aérea (CODA) é acionado. Por volta das 21:36, o avião Xingu, de Ozires Silva avisava ao controle de São José dos Campos que objetos luminosos estavam cruzando a frente da aeronave criando riscos à manobra de pouso. Devido à isso, às 21:39, o Major Cerqueira, Chefe do CODA, determinou o acionamento da aeronave de alerta da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ).

Mais ou menos nessa instante, um novo e surpreendente avistamento ocorre em São José dos Campos. Desta vez, é observado um objeto esférico de grandes dimensões, de cor amarelada, acompanhado por outros objetos menores, também esféricos, com coloração branca. Poucos minutos depois, um objeto semelhante aproxima-se e posiciona-se próximo aos demais. No centro permaneceu o objeto de maior tamanho.

Minutos depois, o operador de radar de Anápolis, Sargento Márcio, registrou a presença de outro UFO, deslocando-se a baixa velocidade na radial 270º do VOR de Anápolis (GO). Em virtude desse registro, efetuou-se o primeiro alerta, na Base Aérea de Anapólis, precisamente às 22:11. Nos minutos seguintes, a tensão e o alerta nos órgãos de defesa aérea elevaram-se. Foram emitidas ordens para as bases aéreas de Anápolis e Santa Cruz para preparar novos caças que poderiam ser usados a qualquer momento. Também foi acionada a tripulação de uma aeronave KC-130, preparadas para reabastecer os caças em voo, caso houvesse necessidade.

O primeiro caça, um F5, com nome-código JB17, prefixo FAB4848, decola da Base Aérea de Santa Cruz, às 22:27 hrs, pilotado pelo então Tenente Aviador Kleber Marinho. O Controlador de voo guiou o piloto até a região de São José dos Campos. Por orientação do controle, o piloto desligou os equipamentos de bordo, como radar e luzes de navegação, deixando apenas o rádio ligado. O piloto iniciou buscas visuais no local indicado pelos radares em solo. Após algumas manobras próximas ao aeroporto da cidade e sobre a fábrica da Embraer, ele avistou uma luz muito forte, em direção ao litoral de São Paulo, se deslocando da direita para a esquerda. Ele indagou o controle sobre presença de aeronaves na região, ao que o controlador negou. O piloto, então, iniciou uma aproximação em velocidade supersônica e pôde estimar a altura do UFO em 17 mil pés (5186,6 metros de altura).

O piloto ligou o radar de bordo, que registrou um objeto sólido a uma distância estimada entre 8 e 12 milhas de distância (Entre 15 e 22 km de distância aproximadamente). Este objeto apresentava-se como um plot de aproximadamente 1 cm na tela do radar de bordo, o que significa que ele deveria ter um tamanho aproximado ao de um Boeing 747. Quando estava a seis milhas de distância, o UFO parou seu deslocamento e começou a subir, sendo acompanhado pelo caça que o seguiu até 30 mil pés, quando o caça abandonou a perseguição. O objeto continuou subindo até sair do alcance do radar do caça. Dois instrumentos de bordo apresentaram problemas. O primeiro deles, o ADF (Automatic Direction Finder), que indica a direção da estação de rádio do aeroporto ou base aérea em uso, deixou de funcionar e não mostrava uma direção precisa ao piloto. O outro equipamento, o DME (Distance Measuring Equipment), que é um equipamento para medir distância, altura e direção em relação à um destino ou estação, também falhou. Estes dois equipamentos voltaram a funcionar quando o piloto abandonou a perseguição, porém, ao manobrar seu caça para retornar à Base Aérea de Santa Cruz, ambos os dispositivos voltaram a falhar. O Tenente Kleber conseguiu retornar à Base Aérea de Santa Cruz, onde chegou, às 23:37.

Este é o caça F5, pilotado pelo Tenente Kleber, na noite de 19 de maio de 1986 créditos: Portal Fenomenum/Rubens Fo Aviation Pictures.

"Tive um contato visual e um contato com o meu radar de bordo de algo que parecia um ponto de luz, o qual estava distante 12 milhas à minha frente, distância esta também confirmada pelo radar de solo. O objeto se deslocava da esquerda para a direita, depois começou a subir". Tenente Kleber Caldas Marinho.

Às 22:45, novos plotes de origem desconhecida surgem nas telas de radares de Anápolis (GO) no mesmo instante em que um caça Mirage F103 decola de Anápolis (GO). Este caça, nome-código JG116, prefixo FAB 4913, era pilotado pelo capitão Armindo Sousa Viriato de Freitas. Logo após a decolagem, o piloto foi orientado pelo controle de Anápolis que o guiou até os alvos registrados no radar da base. Ao todo, o piloto realizou cinco interceptações, todas elas apenas através de contato radar, mas não houve qualquer avistamento de objeto sólido ou luminoso durante o voo. Durante a missão, o controle identificava o sinal não identificado no radar e orientava o piloto para que este aproximasse do estranho objeto. Quanto o piloto aproximava-se do UFO, este movimentava-se em alta velocidade, em movimentos de zig-zag, para outro local, dificultando a aproximação. Na maior parte do tempo, a distância manteve-se mais ou menos constante, com pequenas variações para maior ou menor distância. Em dado momento, o piloto conseguiu chegar a 2 milhas de distância do alvo, embora não tenha tido qualquer contato visual. Um fato impressionante nesta abordagem é a aceleração obtida pelo OVNI, que acelerou bruscamente, distanciando-se do caça, até que o houvesse perda do sinal no radar. Em 1993, capitão Viriato concedeu entrevista ao programa Globo Repórter e declarou que tal aceleração seria estimada em MACH 15, ou seja 15 vezes a velocidade do som (Velocidade do Som = 349,29 Metros por segundo, 18,522 Km por hora). Algo impossível para a época e ainda hoje não oficialmente atingida, mesmo em protótipos de aeronaves mais avançadas. Após esta estupenda aceleração e conseqüente perda de registro no radar, houveram novas captações, todas de curta duração.
"Como não tinha razão de aproximação, resolvi aumentar a velocidade até 1.350km/h, e me aproximei do objeto até 6 milhas de distância. O objeto se deslocava para a frente e se movimentava de um lado para o outro no escopo do meu radar. De repente, o ponto desapareceu no escopo do meu radar" - Capitão Armindo Viriato
Este é o caça Mirage F103, pilotado pelo Capitão Viriato, na noite de 19 de maio de 1986. Créditos Portal Fenomenum/The Aircraft Encyclopedia.
Poucos minutos após a decolagem do Capitão Viriato, outro caça F-5 (nome-código JB07, prefixo da aeronave FAB4849) decola da Base Aérea de Santa Cruz, tendo a bordo o Capitão Marcio Brisola Jordão. Após a decolagem, o controlador de voo instruiu o piloto a voar em direção à região onde os objetos estavam sendo observados. Os radares em terra indicavam a presença de 5 alvos desconhecidos aproximando-se às 12 horas (aproximando-se diretamente a frente do caça), e estavam naquele momento a 20 milhas de distância. Embora o céu estivesse completamente limpo naquele momento, não houve qualquer contato visual por parte do piloto com tais objetos. Tais objetos repentinamente passaram da posição 12 horas para posição 6 horas. Em linguagem aeronáutica isso quer dizer que os objetos que antes estavam a 5 milhas de distância à frente do caça, repentinamente se posicionaram atrás do caça, à uma distância de 2 milhas. Segundo o radar, nesse momento, haviam 13 OVNIs, realizando um voo em esquadrilha com a aeronave da FAB, numa clara demonstração de inteligência, pois seis objetos se posicionaram de um lado, enquanto sete se posicionaram de outro, voando na mesma velocidade do caça.  O piloto manobrou o caça afim de visualizar objetos, mas sem sucesso, pois em nenhum momento ele conseguiu contato visual com tais objetos.

O piloto continuou em sua missão por mais algum tempo até que observou um objeto luminoso avermelhado estático, sobre o mar, posicionado na linha do horizonte. Ele informou o controle que confirmou a presença de um objeto no radar na posição descrita pelo Capitão Jordão. Ele então tentou aproximar-se do objeto, mas sem sucesso.

Este é o caça F5, pilotado pelo Capitão Jordão, na noite de 19 de maio de 1986. Créditos portal Fenomenum.
Noite dos OVNIs

Durante aquela noite, moradores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás testemunharam a aparição destes objetos sobre a região. Às 23:10, o Dr. Silvio Giglio observou durante 20 minutos, uma formação de luzes esférica, multicoloridas, deslocando-se sobre a região do Bairro Penha, no Rio de Janeiro (RJ).
"Os pontos vermelhos e amarelos faziam trajetórias em movimento de zig-zag, sendo que os vermelhos, às vezes, tornavam-se alaranjados; os demais, verdes e azuis, mantinham trajetória em formação constante, atrás das amarelas e vermelhas, que se mexiam confundindo a minha visão no sentido de quantas realmente eram. Observei que as verdes e principalmente as azuis, às vezes, tornavam-se prateadas, com a luminosidade bem fraca" - Dr. Silvio Giglio.
Às 23:17, outro caça Mirage F-103 foi acionado para tentar interceptar os estranhos objetos. O piloto, Capitão Aviador Rodolfo da Silva Sousa, foi vetorado até o alvo, em constante comunicação com os controladores do COpM e permaneceu no ar por aproximadamente 45 minutos, não tendo qualquer registro no radar ou visual. Um ultimo caça Mirage F-103 decolou às 23:36 hs, da Base Aérea de Anápolis. O piloto, Julio Cesar Rosemberg também não avistou ou captou qualquer objeto anômalo.

Às 23:37, o primeiro caça F-5 a decolar pousa na Base Aérea de Santa Cruz. O último caça pousa aos 30 minutos da madrugada de 20 de maio. Apesar do retorno dos caças, os OVNIs continuam sobrevoando vários estados brasileiros, sendo captados por radares e avistados por muitas pessoas, em diversas regiões. Uma das testemunhas foi o piloto Geraldo de Sousa Pinto, que pilotava um cargueiro Boeing 707, da Varig, e que havia decolado do Aeroporto de Guarulhos em São Paulo, em direção ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). Por volta das 3 horas da manhã, o piloto recebeu uma solicitação do CINDACTA, questionando se eles tinham contato visual com algum objeto anômalo sobre a região. Espantados com o pedido, piloto e co-piloto passaram a olhar o céu com atenção e logo avistaram um objeto luminoso que acompanhou seu avião durante algum tempo.

Nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e no Distrito Federal, houveram inúmeras testemunhas visuais da presença de OVNIs na noite de 19 de maio. Uma das testemunhas foi o compositor José Dantas, que na ocasião voltava de seu escritório em Taguatinga (DF). Ele dirigia sua Kombi, quando avistou um objeto luminoso, de cor amarela. em formato de cogumelo, sobrevoando montanhas que circundam a região. O objeto não fazia barulho, emitindo apenas "uma luz muito linda e parecia pousar na terra".

Em Minas Gerais, o voo 241, da VOTEC, que decolou de Belo Horizonte para Uberlândia, também esteve às voltas com tais objetos. Os tripulantes e 27 passageiros observaram um objeto voador intensamente luminoso (cor vermelha, verde e branca), de forma arredondada, acompanhar o avião, nas proximidades de Araxá, Minas Gerais.

Embora os documentos oficiais não tenham registrado a imensa maioria destes relatos, pesquisadores civis, dentro de suas limitações, registraram inúmeros avistamentos, ocorridos naquela noite ou nas noites seguintes.

Entrevista Coletiva.

Tal conjunto de fatos impressionou as autoridades militares que imediatamente iniciaram uma investigação sobre o caso. Dois dias depois, a Força Aérea Brasileira, em coletiva de imprensa, confirma os rumores sobre avistamentos de OVNIs e a consequente perseguição por parte de aeronaves da FAB e colocando os militares envolvidos à disposição dos estudiosos e da mídia. Na memorável reunião, o brigadeiro Octávio Moreira Lima promete um relatório oficial dos fatos, a ser divulgado dias depois. Entretanto, tal relatório só tornou-se disponível em 2009, quando os documentos vieram a público através da campanha UFOs - Liberdade de Informação Já, liderada pela Revista UFO.

Testemunhos.

Testemunhos Militares.

Ozires Silva - Testemunha a bordo do avião Xingu PT-MBZ

"Olha, foi em maio de 1986, eu estava voando com um dos nossos aviões da Embraer, vindo de Brasília para São José, era noite, a minha hora de chegada era em torno de 21:00 horas, 09:00 horas da noite. Quando eu estava sobre Poços de Caldas, eu entrei em contato com o Centro de Controle de Brasília, solicitando autorização para iniciar a descida já para o aeródromo de São José dos Campos. O Controle autorizou, mas perguntou se eu estava vendo alguma coisa de estranho no ar. Eu disse que não, que não estava vendo nada, e eles me relataram que estavam tendo algo no radar, quer dizer, estavam tendo indicações no radar que existiam três objetos não identificados em torno de São José dos Campos há uma certa distância, um mais próximo de São Paulo, outro um pouco mais ao sul de São José e o outro na direção do Rio de Janeiro. Eu disse que não, mas que ficaria olhando na medida que descia. Quando estava bastante próximo de São José, há um momento no vôo que se transfere do Controle de Brasília para o Controle de aproximação de São Paulo. Um pouquinho antes de transferir eu perguntei se eles ainda tinham a imagem no radar e o que estava acontecendo, e aí, eles me deram a direção aonde eu deveria olhar, no azimute, e de fato eu olhei e vi, o corpo celeste bastante luminoso, em tudo parecia um lastro comum exceto pelo tamanho talvez um pouquinho mais alongado.

Neste momento eu pedi autorização para o Controle para me dirigir, para voar na direção desse objeto, estava eu e o meu co-piloto sós a bordo, só nós dois, e nesse momento nós viramos para São Paulo, com a proa na direção de São Paulo, na direção do objeto, e voamos nessa direção, na direção desse objeto e cada vez se aproximando mais, mas ele se mantendo mais ou menos como estava, tinha uma certa cor alaranjada que talvez pudesse ser explicada até pela poluição de São Paulo que é laranja os astros celestes de um modo geral. Mas o fato é que o radar de Brasília tinha plotado esse objeto e astros celestes não aparecem no radar. Eu fiquei mantendo contato com o Controle, aí nessa altura já com Controle de São Paulo, eu fui na direção do objeto, mas na medida em que me aproximava ele foi desaparecendo, ele até que desapareceu por completo e eu retornei para São José. Quando estava no início novamente do tráfego para pousar em São José, o chefe do Controle me alertou que um segundo objeto estava agora na direção do Rio de Janeiro, bastante visível no radar. Novamente eu pedi orientação do radar de como eu me aproximar do objeto e seguir na direção dele, e na medida que eu chegava notei que ele estava em uma altitude bem mais baixa do que a minha. E aí nesse momento era um corpo bastante mais alongado talvez da cor de uma lâmpada fluorescente, uma lâmpada dessas comuns que vê aí, e ocorreu que ele estava abaixo de mim e eu circulei, circulei várias vezes o avião em torno dele, olhando pra baixo e sinceramente não sei dizer o que era. Era um objeto alongado como disse, do tipo de uma lâmpada fluorescente bastante claro e o problema é que eu não podia baixar mais.

Era noite, a altitude que eu estava voando já era a altitude mínima para a área porque a área ali é bastante montanhosa, quer dizer, eu não podia baixar mais do que tinha abaixado, e ele continuou permanentemente ali abaixo. Eu com sinceridade não sei o que era, a única coisa que eu posso dizer é que na minha visão de aviador, eu tenho mais de quarenta anos de aviação, eu tenho visto objetos semelhantes, mas sempre de rastro que tem uma explicação, outra explicação e nesse caso em particular, isso era visto pelo radar em Brasília. No dia seguinte eu tentei falar com o Centro de Controle de Brasília, o CINDACTA, e tentar falar com o operador para ver o que o operador tinha visto em termos de radar, a essa altura o Ministério da Aeronáutica já estava fazendo uma investigação e infelizmente a qualidade dessa investigação não foi muito boa e não se pode chegar a nenhuma conclusão, mas essa efetivamente foi a minha experiência".

Tenente Kleber Caldas Marinho
Kleber Caldas Marinho - piloto do primeiro caça F-5.

"Como piloto de alerta naquele dia, fui contatado pelo oficial de permanência, na Vila dos Oficiais, local onde morava. A informação passada era a de que o piloto de alerta havia sido acionado, e então, por doutrina e treinamento, eu me dirigi diretamente para o avião e só depois da decolagem é que recebi as específicas instruções necessárias à missão. O piloto de alerta não precisa passar pela burocracia de um voo normal. O avião já estava preparado para a decolagem.

A decolagem foi normal, fiquei em torno de 20 mil pés na direção de São José dos Campos. Por orientação da defesa aérea, desliguei todos os equipamentos de bordo: radar, luzes de navegação... fiquei apenas com o rádio de comunicação ligado. Como os alvos não possuíam equipamento algum que transmitisse qualquer onda eletromagnética, não era possível saber altura que voavam. Toda a orientação que me foi dada era para que eu fizesse procuras visuais. De acordo com os radares de Brasília, eu deveria olhar para as minhas horas e 11 horas, alto e baixo. Mas eu não via nada.

Eu estava em em cima da fábrica da Embraer e nada havia avistado até então. Em função destes alvos aglomerados na minha esquerda, o controlador pediu que eu fizesse uma curva pela direita e olhasse em direção a Santa Cruz, com 180 graus defasados. Eu efetuei a curva, estabilizei a aeronave na proa que ele havia recomendado e, como pedido, comecei a fazer uma varredura visual. Foi neste momento que eu avistei uma luz muito forte que se realçava em relação a todas as luzes no litoral. Estava um pouco mais baixa do que eu. A impressão nítida que eu tive, naquele momento, era de ela se deslocava da direita para a esquerda.

Olhei para aquela luz. O seu movimento era muito evidente para mim. Perguntei à Defesa Aérea se existia algum tráfego naquele setor no momento, devido à proximidade com a rota da ponte aérea, na época. Fui informado que não. Não existia aeronave alguma no local naquela hora. Informei então ao controlador que eu realmente estava vendo a luz se deslocando na minha rota de interceptação, às 2 horas (à mina direita), um pouco mais baixo do que a posição da minha aeronave. Foi naquele momento que eu pude ter um noção da altura do contato, algo em torno de 17 mil pés. Imediatamente recebi a instrução de aproar aquele alvo e prosseguir com a aproximação e sua possível identificação.

Não havia muito tempo para pensar, nem para sentir medo. É a adrenalina que funciona na hora. Você tem o avião para voar, está em voo noturno, supersonico, sujeito à desorientação espacial... Eu confesso que não tenho recordações exatas dos meus sentimentos naquele momento. A única coisa que eu sabia é que tinha que ir para cima do alvo e, a medida que as coisas vão acontecendo, e devido ao nosso treinamento, as reações passam a ser um pouco automáticas.

Comecei a descer, indo diretamente para o alvo, mas tomando todo o cuidado com uma possível ilusão de ótica, proporcionada pela visão noturna. Eu podia estar vendo uma luz dentro d'água, um grande navio com holofote... Por este motivo eu não quis ficar apenas com a orientação visual e liguei meu radar, mesmo sem instrução de fazê-lo. E, realmente, a cerca de 8 a 12 milhas, um alvo apareceu na tela, confirmando a presença de algo sólido na minha frente. Isto coincidia com a direção da luz que eu havia avistado. Nos radares que equipavam os caças da época, o tamanho do plote varia de acordo com o tamanho do contato. O radar indicava um objeto de cerca de 1 cm, o que significava algo na envergadura de um Jumbo (Boeing 747). Cheguei perto do alvo, posicionando-me a cerca de seis milhas de distância dele, o que ainda é longe para que possa haver uma verificação precisa, ainda mais à noite. O alvo parou de se deslocar na minha direção e começou a subir. Eu não perdi o contato radar inicial e passei a subir junto com ele. Continuei seguindo o contato até cerca de 30 mil pés, quando perdi o contato radar e fiquei apenas com o visual. Mas, naquele momento, aquela luz forte já se confundia muito com as luzes das estrelas.

Os meus rádios de navegação selecionados em Santa Cruz já estavam fora de alcance. Em determinado momento, as agulhas do meu ADF deixaram de ficar sem rumo e indicaram a proa. A minha janela do DME, que estava com a flag, indicou 30 milhas fixas, sem qualquer razão para isso. O combustível já estava chegando no limite, devido ao grande consumo das velocidades supersônicas e eu tive que voltar. Menos de um minuto depois que aproei em Santa Cruz novamente, meu ADF voltou a ficar sem qualquer informação e a janela do meu instrumento DME fechou de novo, deixando de aparecer.

Eu tive contato visual e contato eletrônico. Era algo sólido. Dizem que naquele lugar há muita anomalia magnética, mas eu não acredito que seja isso. As anomalias têm movimentos irregulares, aleatórios. No meu relatório, eu pedi que fosse averiguado se havia algum porta-aviões próximo à costa, ou alguma aeronave que poderia estar sobre o nosso espaço aéreo, efetuando contramedidas eletrônicas, o que permitira colocar um plote nos radares. Nada do que eu presumi foi confirmado. A partir daí, afirmar que acredito em OVNIs, ou que aquilo era, de fato, um OVNI, já é outra coisa. Cada um vai tecer a sua opinião. Acho que esse Universo é muito grande para que só nós existamos nele. Seria muito egoísmo da nossa parte acreditar nisso, mas a verdade é que ficamos sobre uma linha muito tênue. Era a posição que eu tinha na época, o avião que eu estava voando, e todas as minhas crenças. Então, eu prefiro me referir apenas à parte técnica".

Capitão Marcio Brisola Jordão.

Capitão Marcio Brisola Jordão
"Foi uma tremenda coincidência. Eu não estava escalado de alerta. Tinha ficado em Santa Cruz para estudar para uma prova de ensaio de voo. Quando o alerta foi acionado, pensei que era treinamento e continuei estudando, até que o soldado de serviço veio com a informação de que estavam precisando de um outro piloto para voar. Ele só disse que havia alguma situação de detecção de contatos desconhecidos e que até o avião reabastecedor deveria ser acionado.

Sempre tem um avião de reserva preparado. No caso, quem não estava preparado era eu, o piloto! Mas eu é que estava no Esquadrão e então fui. O Kleber foi o primeiro. Para a gente, era um treinamento normal, mas com a evolução da situação, outro F-5 foi acionado.

Uma coisa que chamou a minha atenção naquela noite foi a claridade do céu. Eu nunca havia visto uma noite tão clara. Sabe aquela noite que você anda de carro com a luz apagada e consegue ver tudo? Dava para ver o Vale do Paraíba, até São Paulo. Não havia nebulosidade. Era possível ver o contorno das montanhas no chão. Uma visibilidade sob a qual poucas vezes eu voei. Indo em direção a São José dos Campos, fui instruído por Brasília a fazer o cheque de armamento. Foi aí que me informaram que havia cerca de cinco contatos na minha frente, e a umas 15 milhas de distância. Eu não via nada no radar do avião e nem do lado de fora, mas a informação era de que eles estavam se aproximando cada vez mais. Dez milhas, cinco milhas, três milhas, e eu pensando que não era possível, em uma noite daquelas, eu não estar enxergando o tal contato.

Tive autorização para fazer um 180, e continuei sem ver coisa alguma. Fui pra São José dos Campos, voando a cerca de 15 mil pés, e comecei a fazer órbitas. Chamei o Kléber na freqüência tática para saber se ele tinha avistado alguma coisa. Ele disse que sim, mas que, quando tentou ir atrás, o contato sumiu. Quando eu estava em cima de São José dos Campos, olhei em direção à Ilha Bela e, pela primeira vez, vi uma luz vermelha, parada. Para mim, estava no nível do horizonte, mas eu estava olhando para o oceano, o que me fez acreditar que podia ser um barco muito longe, ou algum outro tipo de iluminação. Era como luz de alto de edifício. Ficou parada, não mudou de cor, não piscou e nem se mexeu. Eu avisei ao controle que estava vendo uma luz na proa, 90 graus em direção ao oceano. Como confirmava com o contato no radar de terra, fui instruído a ir em sua direção. Entrei supersônico para acelerar, e a luz nem se mexia. Fui informado de que ela estaria andando na mesma velocidade que eu. Fui mantendo esta navegação até dar o meu combustível mínimo, e tive que voltar. Para mim, que decolei com uma expectativa dada por Brasília, foi a maior frustração da minha vida. A luz que vi podia ser um barco no horizonte ou, quem sabe, ser mesmo alguma outra coisa. Mas é leviano chegar a qualquer conclusão".
Capitão Armindo Viriato.
Capitão Armindo de Sousa Viriato.

"No radar eu cheguei a fazer quatro interceptações e todas com contato radar, mas não consegui ver em nenhum momento nada, apenas no radar. E o que me impressionou foi a aceleração tomada pelo alvo a partir de um certo instante. Ele acelerou rapidamente até que o radar desacoplasse e eu acredito em torno de MACH 15, mais ou menos, porque foi muito rápida a aceleração. Eu já estava a 1.2, 1.3 vezes a velocidade do som e o objeto atingiu uma velocidade bem mais alta do que eu estava".

Capitão Rodolfo da Silva e Sousa.

"Ao chegar, eu me dirigi, juntamente com os demais membros da equipe de alerta, imediatamente para os hangares, onde estavam posicionadas duas aeronaves F-103E. A equipe de manutenção já havia completado o seu trabalho e nos esperava, ao pé da escada, com as aeronaves prontas e armadas para a decolagem. Completei os cheques previstos para antes da partida e entrei em contato com o Oficial de Permanência Operacional (OPO) para informar que estava pronto. De imediato, recebi ordem para acionar o motor e decolar isolado. Meu ala permaneceu no solo.

Em seguida, fiz contato com Anápolis, que me passou, de imediato, para a freqüência do COpM que controlaria a interceptação. A primeira informação que recebi foi de que meu alvo se encontrava a uma distância de 100 milhas da posição em que eu estava. Pude perceber que o tempo estava bom, não havia nuvens e nem a lua aparecia. O céu, completamente estrelado, fazia um belo contraponto com a escuridão da noite.

Capitão Rodolfo
À medida que a distância diminuía, como não conseguia contato em meu radar de bordo, passei simultaneamente a realizar uma busca visual no espaço aéreo em torno da posição informada pelo COpM. Só que, mais uma vez, nada apareceu.

Ainda estava nesse procedimento, sem sucesso, quando recebi a informação do controlador de que meu alvo havia mudado deposição e agora estava em outra direção, a 50 milhas de distância. Fui então orientado para essa nova interceptação.

Sem sucesso nesse procedimento, fui novamente informado de outra alteração no posicionamento do alvo e recebi novas orientações para uma terceira interceptação. Mais uma vez, não houve qualquer contato radar ou visual. Fui orientado a baixar ainda mais o nível de vôo, permanecendo em órbita sobre o ponto determinado, e continuando a procura. Depois de algum tempo nessa busca, e tendo em vista que minha autonomia de vôo já havia atingido o nível suficiente apenas para permitir o meu retorno seguro para o aeródromo, recebi instruções para o regresso.

Após o pouso, fiz um contato telefônico com o meu controlador, para o debriefing rotineiro da missão. Só assim tomei conhecimento dos outros F-103 que haviam sido acionados. Eles decolaram depois de mim, para a averiguação de diversos contatos-radar, plotados nas telas do CINDACTA, em pontos diferentes da Região Centro-Oeste. Ao terminar os procedimentos pós-vôo de praxe, fui liberado e autorizado a retornar para minha residência, onde cheguei por volta de 1h30m. Uma hora mais tarde, fui acordado por um novo acionamento do bip. Era outro alerta. Ao chegar à Base e entrar novamente em contato com o OPO, a orientação, desta vez, era para que o alerta fosse mantido a postos, e as aeronaves prontas para a decolagem. O meu ala e eu ficamos assim por cerca de 45 minutos. Quase às 4h, recebemos a informação de que o alerta estava suspenso, e nós, liberados".

Capitão Julio Cesar Rozemberg.


Capitão Rozemberg
"Era um dia normal no Primeiro Grupo de Defesa Aérea, até a hora em que o meu bip tocou de madrugada. O alerta havia sido acionado. Eu estava dormindo e levantei sem nem saber que horas eram. Faz parte da rotina. Eu me vesti e no caminho da Base fiquei me questionando se aquilo seria apenas mais um teste. Eu esperava voar, afinal, não há nada mais chato do que ir para o hangar do alerta, abastecer e ser dispensado. Toda missão da Defesa Aérea é real até ser cancelada, então vesti o traje anti-g, o colete e o mecânico confirmou a aeronave pronta. O armamento também estava certo e municiado. Haviam se passado 22 minutos desde que o alerta tinha sido dado. Preparei-me para decolar imaginando o que estaria acontecendo. Pela proximidade com Brasília, imaginei que estivesse atrás de algum vôo comercial, mas, se fosse, eu teria avistado as luzes anticolisão. Fui seguindo todos os comandos do controlador. A noite estava linda, com a visibilidade ilimitada. Era possível ver tudo lá embaixo, desde as cidades até os faróis dos carros.

Fui instruído a elevar a minha altura. Verifiquei mais uma vez o radar de bordo e desci um pouco a varredura da antena. Continuei acompanhando o radar de bordo e buscando algo no visual. A nossa distância, informada pelo controlador, era de apenas três milhas e eu continuava sem enxergar nada. Imaginei que eram os F-5 do Grupo de Caça, vindo atacar a Base em missão de treinamento. Pedi para o controlador me aproximar ainda mais até 'confundir' os plotes, com minha chegada vindo por trás. Achei que o contato iria, finalmente, acender as luzes, afinal, eles deveriam estar ouvindo a interceptação pelos canais da Defesa Aérea. O controle anunciou uma milha na proa, mas eu não tinha nada no radar, e nem no visual. 0 meu vôo durou cerca de 30 minutos e, depois das tentativas de busca, regressei à Base, sem fazer qualquer tipo de contato.

No dia seguinte, vi as manchetes nas televisões e nas rádios anunciando várias interceptações de OVNIs ocorridas tia noite anterior. E justo eu, um apaixonado pelo assunto, não vi nada! Mas cheguei perto. Acho que em um Universo infinito destes, com diversas possibilidades, não tem por que estarmos sozinhos".

Comandante Geraldo Souza Pinto.

Comandante Geraldo Souza Pinto
"Quando cruzávamos cerca de 12 mil pés, o CINDACTA nos chamou no rádio e pediu para que confirmássemos se víamos algum tráfego na posição de 11 horas. É normal que isto ocorra, mas estranho foi quando, após respondermos negativamente, ele ter dito: 'Para sua informação trata-se de um OVNI (Objeto Voador Não-Identificado).

Olhamos um para o outro, imaginando que não havíamos entendido direito o que viera pelo rádio e pedimos para que a informação fosse repetida. O controle confirmou a informação e ainda disse que, desde aproximadamente às 22h daquela noite, estavam aparecendo objetos não-identificados, como plotes no radar. Foi aí que soubemos que, mais cedo, a Força Aérea já havia sido ativada. Nessa hora confesso que senti uma emoção indescritível. Perguntamos se o contato estava no radar deles, e a resposta foi positiva. O controlador nos disse que a sua posição naquele momento era de 11 horas em relação a nossa aeronave e pediu para que tentássemos avistá-lo. Foi nesta hora que eu o vi. Uma luz muito forte brilhou, como um farol branco. A emoção que eu tenho até hoje se confunde com a certeza de que ele estava acompanhando a nossa fonia. No mesmo momento em que nos perguntaram se estávamos avistando o tráfego e eu respondi que não, ele piscou, como quem díz: 'Estou aqui!'.

Nós não tínhamos noção da altura do tráfego, pois os radares dos aviões comerciais são meteorológicos e, diferente dos caças, têm muita dificuldade de captar outra aeronave. Eles não são feitos para isso. O controlador também não podia saber a altura do objeto já que, sem transponder, tudo o que ele vê é a dimensão única do radar, sem diferença de altitude. O objeto estava próximo de Santa Cruz e a nossa distância era em tomo das 90 milhas. O que eu posso dizer é que ele estava, visualmente, a uns 20 graus mais alto do que nós. Atingimos nossa altitude de cruzeiro de 23 mil pés, e durante todo o vôo o controlador foi nos informando sobre a aproximação. Passou para 60 milhas, depois 50, o tempo todo na nossa proa.

Éramos quatro tripulantes no cockpit escuro de um avião cargueiro, buscando os céus ávidos de encontrar uma explicação sobre aquilo que tanto se aproximava do nosso 707. De repente, eu olhei para o Nivaldo e reparei na expressão dele, como se ele quisesse me mostrar alguma coisa. Ele disse que algo tinha se deslocado deixando um rastro luminoso, mas poderia ser um meteorito, o que seria muito comum. O controlador nos avisou, então, que o alvo havia se deslocado em alta velocidade para a nossa direita, atingindo, em fração de segundos, uma velocidade incrível, algo acima de Mach 5. Um ser humano não agüentaria uma aceleração dessas. Ele morreria com tal deslocamento! Nós estávamos a umas 30 milhas dele. A impressão que dava era de que o contato estava se deslocando em baixa velocidade, e nós é que estávamos nos aproximando dele. A aproximação continuou. O radar ia nos avisando as distâncias: quinze milhas, dez, cinco... Na melhor das hipóteses entraríamos para a História!

Mas eu olhava, olhava e não via mais nada. Aí o controlador falou: 'Três milhas, duas, uma... Varig, o tráfego está se fundindo com o plote do seu avião.' Nós olhávamos para cima, para baixo e não víamos nada! O Controle nos informou, então, que o alvo estava passando para trás da aeronave, mas começou a ter muita interferência no solo e o radar o perdeu de vista".

Testemunhos Civis.

Os eventos da Noite Oficial dos OVNIs foram testemunhados por um grande número de pessoas. Não se sabe o número exato de testemunhas, mas seguramente são milhares de pessoas que testemunharam tais fatos. Vejamos alguns depoimentos:

Gilberto Ramos.

Este evento foi verdadeiro, sou testemunha visual, naquela noite em Uberlândia MG, por volta das 20:00 horas sai na porta de casa olhei para o céu que estava claro e limpo mas visualizei e contei 20 ovnis voando aleatóriamente o que me chamou a atenção, mas passei a ficar com medo quando estas luzes amarelas avermelhadas passaram a fazer uma formação triangular como seguissem um lider como fazem os passaros na migração, após fazerem a formação seguiram em direção ao estado de São Paulo, assustado entrei para dentro de casa, pois tinha certeza que para fazer tal formação aqueles objetos precisavam ter um comando inteligente e não meras luzes flutuando.

Wilson Tavares.

Eu vi nesse dia quando morava no sitio no municipio de Jacarei o sptv foi o primeiro a informar a aparição as18:30hr sai para fora de casa e avistei de longe pareciam estrelas só que maiores, mudavam de cores e se movimentavam de lado a outro depois de um tempo foram desaparecendo aos poucos, nessa epoca eu tinha 14anos.Em outubro de 2010 aqui na cidade de Jacarei eu vi novamente haviam 50 ou mais estava voltando do trabalho era 2:00 da madrugada no momento que eu vi aquilo fiquei com muito medo.

Paulo Henrique.

Meu pai morava em São José nessa época, e todos que vivem na região da serrinha, virão essa nave gigante em forma de lâmpada fluorescente que o dr. Ozires relatou. De acordo com meu pai, que observou a nave parada por mais de 1 hora, ela era tão grande, que uma ponta ficou próxima do pé da serra e a outra em cima da estrada do retorno, um trecho de mais de 1500 metros de um ponto ao outro. Meu pai diz que muita gente achou que era um balão gigante iluminado, mas obviamente não existe balão cilíndrico com mais de 1.000 metros de comprimento, e ainda por cima iluminado como uma lâmpada fluorescente. De acordo com o meu pai, que era engenheiro da antiga FEPASA, o objeto era cilíndrico e emitia um som semelhante ao zumbido de um potente transformador de energia, que oscilava em cadência. De acordo com os relatos de todos que estavam alí, a nave ficou parada por mais de uma hora, onde de repente ela começou a se mover lentamente em direção ao litoral até que acelerou abruptamente em direção ao mar.

Wagner Siqueira.

Não posso afirmar que fui testemunha pois não estive diretamente envolvido no episódio aqui relatado, no entanto, naquele mesmo dia eu e um amigo da faculdade avistamos 3 pontos brilhantes em manobras "espetaculares" sobre a cidade de Rezende (RJ). Relatamos empolgados o caso ao colegas da faculdade e acabamos alvos de gozação por um bom tempo. O que me confortava até a publicação desta gravação era a convicção de saber que aquelas luzes no céu de algum modo mudariam completamente a minha vida e a opinião sobre a existência de OVNIS no planeta. Naquela semana dois jornais de uma cidade próxima (Cruzeiro- SP) publicaram uma matéria com relatos de avistamentos por dezenas de moradores na cidade com descrições idênticas as que eu havia presenciado.

Dr. Silvio Giglio, advogado carioca.

"Os pontos vermelhos e amarelos faziam trajetórias em espécie de zig-zag, sendo que os vermelhos, às vezes, tornavam-se alaranjados; os demais, verdes e azuis, mantinham trajetória em formação constante atrás das amarelas e vermelhas, que se mexiam confundindo a minha visão no sentido de quantas realmente eram. Observei que as verdes e principalmente as azuis, às vezes, tornavam-se prateadas, com luminosidade bem fraca".


Repercussão.

O episódio de Maio de 1986, teve grande repercussão e ampla cobertura da impressa nacional. Graças à isso, o caso ganhou espaço em jornais do mundo inteiro. Naturalmente, diante de fatos assombrosos e de natureza desconhecida, especialistas de diversas áreas foram consultados pelos órgãos de imprensa. Com isso, seguiram-se variados pontos de vista, alguns apoiados em simples achismos, outros baseados em fatos aleatórios generalizados, e uns poucos apoiados s estudos mais sérios. De qualquer forma a polêmica estava implantada.

Eventos Astronômicos(?)

Entre as explicações mais comuns, oriundas do meio científico, estão as que envolvem eventos astronômicos, notadamente meteoros, e erros de interpretação de corpos celestes.

O astrônomo Jacques Danon, então diretor do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, declarou:
"São chuvas de meteoros. A Terra passa hoje pela órbita do Halley, onde deixou partículas que agora estão caindo no nosso planeta".
Já o astrônomo José Manoel Luis da Silva, foi ainda mais enfático:
"O caso de São Paulo é nitidamente uma estrela, provavelmente a Arcturus, do Boeiro; o do Rio de Janeiro seria o planeta Venus, revelados nos próprios filmes exibidos na televisão". Podem estar associados a meteoróides oriundos da passagem do Halley".
Em ambos os casos nota-se um obvio desconhecimento de detalhes essenciais dos fatos documentados em maio de 1986. A explicação mais utilizada, a de meteoros, não explica os fatos, pois a Terra é atingida por meteoros várias vezes todos os dias. Quem se afastar das áreas de luminosidade das grandes cidades, ao observar o céu à noite verá vários riscos luminosos cruzando o céu. Tais fenômenos duram, em geral, poucos segundos, e deslocam-se sempre em linha reta. Além disso, raramente são captados nos radares. Os OVNIs relatados durante a Grande Onda de 1986, foram observados por horas a fio. Tais objetos ora permaneciam estáticos, ora em deslocamento irregular, em velocidades que variavam de poucos quilômetros por hora até 15 vezes a velocidade do som. Algumas vezes, a variação de velocidade era instantânea. Também havia alteração de trajetória abrupta, e sem perda de velocidade. Um dos pilotos declarou ter avistado e captado por radar, OVNIs que deslocavam-se em movimentos de zig-zag, em alta velocidade. Outras testemunhas, em terra, avistaram objetos luminosos voando em formação. Em todos os casos não foi observado qualquer tipo de rastro luminoso. Tais características do fenômeno descrito excluem a possibilidade de tais fenômenos serem simples meteoros. Quanto à possibilidade levantada pelo professor José Manoel Luis da Silva, de que tais objetos sejam corpos celestes confundidos pelos pilotos, podemos citar o fato das mudanças abruptas de direção e velocidade, e o fato de tais fenômenos terem sido captados por radares. Isso por si só já elimina a possibilidade de ser um corpo celeste, de grande intensidade luminosa.

Espionagem ou Guerra Eletrônica

Entre as explicações mais bem fundamentadas para os eventos da noite de 19 de maio está a de uma possível espionagem ou guerra eletrônica, levada a cabo pelos Estados Unidos ou União Soviética. O Físico da USP, Luis Carlos Menezes declarou:
"Um país superdesenvolvido resolveu fazer um teste com os radares brasileiros. Uma manobra onde se coloca diante das telas dos radares muitos pontos não importantes de chamarizes, ofuscando o sistema de radares, que deixam os instrumentos militares, a aeronave e o foguete encobertos. Um conjunto de pequenas aeronaves teleguiadas, as quais usam pequenos foguetes com uma geometria mais bidimensional, mas plana, alguma coisa mais fina e leve, com uma propulsão própria e telecomandada".
Já Roberto Godoy, especialista em armamento, foi mais além:

"O Brasil foi espionado por algum país, alguma potência interessada em fotografar, especialmente o Vale do Paraíba, litoral sul do Rio de Janeiro e litoral norte de São Paulo. É a região estratégica mais importante do país: indústria bélica brasileira (primeira em armas do terceiro mundo), indústria aerospacial, Centro Tecnico Aerospacial, usina atômica de Angra dos Reis, principal terminal de recebimento de petróleo (terminal Almirante Barroso em São Sebastião), que faz ligação direta com a Refinaria da Petrobrás, no Planalto Paulista". 
"Uma da aeronaves, repletas de computadores e sensores, soltam cargas externas para criar confusão eletrônica, saturação e ilusão de ótica no radar. As cargas são esféricas, cilíndricas e metálicas, que emitem luz colorida, calor e tem propulsão própria por alguns minutos". 
"Tecnologia muito avançada, dominada pela União Soviética e pelos Estados Unidos, e com uma geração de atraso pela Inglaterra e pela França".
Talvez a hipótese levantada por Meneses e Godoy, seja a mais bem fundamentada de todas hipóteses apresentadas para os fatos daquela noite. Ainda assim, os fatos permanecem inexplicados. Primeiro pelo fato de que tanto Estados Unidos, quanto a então União Soviética, tinham tecnologia, já naquela época, suficiente para fotografar qualquer objeto de interesse em solo brasileiro, sem correr qualquer risco. Além disso, expor desnecessariamente aeronaves de alta tecnologia, em território desconhecido, gera custo e em caso de abate de alguma aeronave, pode resultar sério incidente diplomático. Muito risco para pouco resultado.

Outro ponto a ser considerado é o fato de que existem numerosas testemunhas, civis e militares, em terra e no ar, que avistaram os objetos. Muitos puderam constatar a forma e as dimensões de tais objetos, sendo estes geralmente circulares, com tamanhos equivalentes ao de um caça (os menores), até objetos com aproximadamente cem metros de diâmetro.

Vejamos agora a logística necessária para operar uma aeronave de pequeno porte (equivalente ao de um caça convencional):

  • Primeiro é preciso um veículo de transporte do país de origem para o litoral brasileiro. Isso gera custos e sua rota, por si só, gera suspeitas. Tal veículo pode ser um submarino com capacidade de transporte e lançamento de caças a partir do mar, ou um Porta-aviões. Seja qual for a escolha, temos a tripulação envolvida, os custos inerentes (mantimentos), combustível, manutenção e uma equipe de resgate à postos. Comparando estes custos, com a utilização de um satélite já em órbita, a diferença nos custos será enorme.
  • Em segundo lugar, em se tratando de tecnologia secreta, que deve permanecer secreta, um teste será levado a cabo, em um ambiente controlado, seguro e que permita um resgate rápido em caso de necessidade.
  • Em terceiro lugar, quando se desenvolve uma nova arma, são criados alguns protótipos, com a finalidade de testá-los quanta vezes for necessário. Não existe lógica testá-lo durante um mês sobre ambiente desconhecido. Além disso, foram 21 OVNIs simultâneos em território brasileiro, e várias dezenas nos dias seguintes. Alguns com 100 metros de diâmetro.
  • Em quarto lugar, se houve guerra eletrônica para saturar o radar, houve lançamento de cargas, conforme descrito pelo professor Godoy. Entretanto, nada se achou que sustentasse tal teoria. Nem um único fragmento foi encontrado.
  • Em quinto lugar, temos o comportamento do fenômeno, que mostrou-se claramente inteligente. Em dado momento da perseguição, um dos caças F-5 envolvido, foi escoltado por 13 objetos, sendo 6 de um lado e 7 de outro lado da aeronave, voando como alas do caça. O piloto fez um looping para encarar os objetos, mas estes acompanharam a manobra do início ao fim.
  • Em sexto lugar temos tecnologia empregada. Objetos com 100 metros de diâmetro, voando a Mach 15, fazendo curvas de 90º sem perda de velocidade. Tal tecnologia traria muitos e muitos lucros à quem a detém. Porém, ainda hoje, não temos uma aeronave que voe a tal velocidade, com tais características. Apenas voos experimentais e planos. O NASA X-43A, é o único veículo não tripulado a alçar velocidades Hipersônicas (em 2004 atingiu a marca de 9,6 Mach, 11,850 Km/H)

Declarações Contraditórias.

Alguns cientistas tiveram uma infeliz participação no debate gerado pelos casos de maio de 86. Estes, ora apresentavam uma explicação, como sempre ignorando ou omitindo detalhes, ora apresentavam outra que contradizia a primeira. Algumas declarações causam assombram a ponto de nos fazer questionar se o autor das mesmas é realmente um cientista gabaritado como se alega.

Um destes foi o físico, jornalista e professor Paulo Marques, que é o autor destas pérolas abaixo:
"Responsáveis homens da ciência supervalorizaram, de forma apressada e impensada, o aparecimento, nos céus de São Paulo, dos tais OVNIs". 
"Discordo de um notável vidente destes OVNIs, o atual presidente da Petrobrás, o coronel Oziris Silva". 
"A vida em outros planetas da nossa Via Láctea é um verdadeiro absurdo".
"Era noite de Lua Cheia. A luz da lua refletiu no corpo do avião. Os radares detectaram meteoros".
 
"São OVNIs espiões dos EUA e a URSS, que lançam aeronaves não tripuladas e movidas a controle remoto". 
"Quero, como brasileiro, que meu veículo continue a ser movido a derivados de petróleo, e não por energias cósmicas, como talvez poderá pretender o coronel Oziris".
Nota-se claramente uma forte influência pessoal nas declarações. Deixou-se o "conhecer para opinar" de lado e adotou-se o discurso pseudo-cetico preconceituoso. Enfim, posicionamento lamentável.

Outros cientistas, como José Zats, Físico, e o próprio Paulo Marques, em uma de suas declarações, atribuiu o fenômeno à reflexos. Ora, temos milhares de testemunhas, que avistaram OVNIs, em vários estados brasileiros, das 18:30 às 4 horas da manhã, que voavam de formação, descreviam manobras inteligentes, faziam curvas de 90º sem perda de velocidade, sendo captados simultâneamente por 50 radares em diferentes localidades do país. Um reflexo é uma explicação no mínimo ridícula.

Rogério Cezar Cerqueira Leite, físico e membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo.
"Pode ser puramente um fenômeno atmosférico ou falha nos instrumentos".
Alguns cientistas, mais ponderados, embora não admitissem a existência dos OVNIs, não os negaram precipitadamente. É o caso dos físicos Mario Schemberg e Aydano Barreto Carleial, que prestaram declarações neutras a respeito dos casos.

Fontes.

(Principais)

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1980/noob

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1980/noob1

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1980/noob2

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1980/noob3

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1980/noob7

https://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_Oficial_dos_OVNIs

(Complementares)

https://www.youtube.com/watch?v=IhZwQ1v_SBo

http://www.mundofreak.com.br/2018/02/22/mundo-freak-confidencial-190-noite-oficial-dos-ovnis/

http://fatoefarsa.blogspot.com.br/2013/11/noite-oficial-dos-ovnis-voce-conhece.html

https://arquivoufo.com.br/2017/06/21/noite-oficial-dos-ovnis-e-o-caso-ufologico-mais-legitimo-do-mundo/

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2016/05/noite-dos-ovnis-caso-completa-30-anos-sem-ter-misterio-desvendado.html

https://www.vigilia.com.br/brasilia-boa-noite-bem-vindo-ao-festival-dos-discos-voadores/

http://www.bbc.com/portuguese/geral-43275449

https://pt.wikipedia.org/wiki/NASA_X-43

 Artigos de Revistas.
  • ATHAYDE, Reginaldo. Discos Voadores atacam no Ceará. Revista UFO, Campo Grande, nº 4, p. 12-14, junho/julho 1988.
  • PETIT, Marco Antonio. Moreira Lima faz revelações sobre UFOs. Revista UFO, Campo Grande, nº 49, p. 12-16, fevereiro de 1997.
  • REIS, Carlos Alberto. Voltam os discos voadores (e com intensidade máxima)! - UFOs no Brasil: O que acontece depois?. Revista PSI-UFO, Campo Grande, nº 1, p. 29-31, setembro 1986.
  • GRANCHI, Irene. OVNIS Entre o céu e a Terrra: Não se tapa o Sol com a peneira!!!. Revista PSI-UFO, Campo Grande, nº 1, p. 32-35, setembro 1986.
  • GEVAERD, Ademar. Aconteceu Tudo de Novo: Voltam os OVNIs!. Ufologia Nacional e Internacional, Revista UFO, nº 10, p. 04-07, outubro 1986.
  • RAAD,Mariana. A NOITE! Objetos voadores não identificados nos céus do Brasil. Revista Força Aérea, Revista UFO, nº 43, p. 44-55, junho-agosto 2006.
  • CURI, Rafael. Os Equivocos da Revista Globo Ciência. Revista UFO, nº 37, p. 9-10, abril 1995.
  • COVO, Claudeir. Maio de 1986: Mobilização nos céus brasileiros. O Assunto é... Ufologia [Revista Planeta], nº 14, p. 12-23.
  • MARTINHO, Jeferson. UFOs registrados pela Aeronáutica Brasileira. Revista UFO, nº 78, p. 14-19, agosto 2001.
  • RAMALHO, Fernando. O Governo Libera a Década de 80. Revista UFO, nº 160, p. 22-28, Dezembro 2009.
  • PETIT, Marco. INVASÂO: O Governo libera documentos secretos sobre a Noite Oficial dos UFOs no Brasil que confirmam que uma grande frota de UFOs sobrevoou o país em 19 de maio de 1986. Revista UFO nº 160, p. 30-37, Dezembro 2009.
  • VIDEIRA, Antônio. Novos agentes da vigilância do céu do país. Revista UFO, nº 160, p. 41, dezembro 2009.
  • REIS, Carlos Alberto. Os OVNIs "Oficiais". O Assunto é... Ufologia [Revista Planeta], nº 14, p. 12-23, 1986.
  • Gevaerd, A. J. "É hora de liberar os arquivos secretos sobre UFOs no país". Revista UFO, nº 201, p. 10-23, Junho 2013.
  • COVO, Claudeir. CONFIRMADO: Os registros militares sobre a a Noite Oficial dos UFOs no Brasil, 19 de maio de 1986, coincidem com as investigações realizadas pelos ufólogos civis sobre aquela que é considerada a maior movimentação ufológica do País. Revista UFO, nº 111, p. 18-21, junho 2005.
  • PETIT, Marco Antônio. Moreira Lima faz revelações sobre UFOs. Revista UFO, nº 49, p. 12-16, fevereiro 1997.
  • ALBINO, Wallacy. Aviões Versus UFOs: Casos em que alienígenas cruzam as rotas de aeronaves civis e militares. Revista UFO, nº 94, p. 14-19, Dezembro 2003.
  • PETIT, Marco Antônio. Uma excitante viagem rumo ao reconhecimento dos UFOs. Revista UFO, nº 170, p. 32-38, Outubro 2010.
  • BARANOFF, Basílio. OVNIs em Maio de 1986: Estudos mais profundos sobre a grande onda ufológica de maio de 1986 mostra surpreendentes novidades. Revista PSI-UFO, nº 04, p. 28-33, janeiro/fevereiro 1987.
  • CURY, Rafael. Discos voadores no Brasil e a FAB. Revista Realismo Fantástico, nº 6, p. 26-28, julho 1995.
  • BOAVENTURA JR., Edison. Maio de 1986... Continua o silêncio!. Boletim Supysáua, nº 40, p. 6-7, abril/junho 1996.

Nenhum comentário:

Postar um comentário