Pesquisar sobre esse personagem deveras foi difícil, pois as escassas informações que são mencionadas sobre eles e o Famoso Ctrl+C e Ctrl+V, com variações. Nem mesmo a Fantastipédia, que e minha fonte principal sobre o Folclore Brasileiro tem um verbete sobre Canaimé, pois bem vamos com as informações que costurei sobre essa Entidade. E são Informações bastante curiosas.
Canaimé ou Cainamé, o vingador, e um a
O Mito do Canaimé e difundido principalmente no Norte do País, principalmente na Região de Roraima, aonde a grande parte das minhas pesquisas me levou.
O principal difusor do Mito do Canaimé é Ivônio Solon Wapichana, pertencente ao Grupo Wapichana. Os Wapichana são um grupo indígena que habita o leste do estado brasileiro de Roraima, mais precisamente as áreas indígenas Anta, Araçá, Barata/Livramento, Bom Jesus, Boqueirão, Canauanim, Jaboti, Jacamim, Malacacheta, Mangueira, Manoá/Pium, Moskow, Pium, Ponta da Serra, Raimundão, Raposa/Serra do Sol, São Marcos, Serra da Moça, Sucuba, Tabalascada, Truaru, e as terras indígenas Anaró e Muriruh, bem como a Guiana e a Venezuela. Vivem ao lado dos macuxis e constituem a maior população aruaque do norte amazônico.
O ataque do Canaimé. Créditos: Wî`TON. |
CANAIMÉ DE RORAIMA (LENDA OU REALIDADE?)
Por Ivonio Wapichana.
Me contaram os antigos da minha comunidade, que existiu muitos pajés que praticavam a maldade contra os outros parentes e quando eles morreram suas almas não conseguiram subir para o céu e ficaram vagando pela terra atormentados, e seus espirítos foram para as serras e lá adormeceram dentro de uma planta que os antigos chamaram de TAJÁ. elas cresciam e aumentavam cada vez mais e sua serra preferida era a serra do Kuando. Kuando conhecida como a serra dos canaimés. Um dia um velho feiticeiro Ingaricó achou essa planta cuidou dela e através dela adquiriu poderes dos antigos pajés maus e usou para acabar com seus inimigos, ele podia ficar invisível e se transformar em várias formas de animais, feitiços e puçanga.Os antigos também contaram que houve uma grande guerra tribal entre wpichanas e macuxis, quando os wapixanas migraram da Guiana para o Brasil em busca de novas terras, mas quando chegaram ao Leste pela Raposa Serra do Sol encontraram os macuxis que ja eram donos dos territórios r vários deles eram Canaimés e usaram isso como arma contra os wapixanas, e esse estavam morrendo misteriosamente e não sabiam de onde era os ataques, mas no meio deles existiam alguns pajés que descobriram de onde estava vindo esses ataques e os wapixanas para não desaparecerem fugiram para o norte onde hoje é a serra da lua, nessa guerra os wapixanas quase foram dizimados.
O mal se espalhou novamente pela terra, pois muitos homens de várias tribos acharam a planta TAJÁ e assim surgiu o CANAIMÉ, que significa espirito mal e todo aquele que encontra a planta adquiri o poder para Matar alma. O Canaimé pode se transformar em animais como: morcego, tamanduá, macaco, mucura, raposa, porco, cachorro, manbira. por se transformar nesses animais com rabo ele é mais conhecido pelos parentes como RABUDO. Ele sai para matar outros parentes geralmente quando estão só, na pescaria ou quando vão para roça, o Canaimé nunca ataca quando é mais de dois. Ele espanta primeiro sua vitima que desmaia e depois ele o mata cortando sua língua, quebrando seu pulso e metendo folha pela sua bunda, a vitima agoniza durante três dias, pois não tem ânimo mais para nada, não come, não bebe água e tem febre alta, o Canaimé reza para que ele não possa lembrar de nada, mas pajé bom pode rezá-lo e ele lava a mão de pilão e depois da para a vitima tomar só assim ele consegue falar tudo, nas depois que Canaimé o matar o pajé já não consegue mais fazer nada a morte é certa nessas horas. depois de três dias o Canaimé vai até onde o morto foi enterrado em forma de algum animal para comer a sua carne putrificada, pois o espirito tem que se alimentar da carne e da salmoura do morto.
O Canaimé pode ser qualquer um de dentro da comunidade, mas geralmente ele ataca outras comunidades distantes e ele viaja longe, o dono da do TAJÁ tem sempre que matar alguém para os espíritos se alimentarem, se isso não acontece ela pode comer seu próprio dono, ou seus filhos. O CANAIMÉ em sua forma animal só pode ser morto com bala de Cera, os pajés contaram que em sua forma humana ele pode ser morto com a defumação do Pelo do macaco CUATÁ, ele pode ficar doido pular, se espernear e pode imitar o próprio macaco subir em uma árvore bem grande e se jogar lã de cima. Atualmente ainda existem muitos Canaimés em Roraima que fazem o mal, os mais comuns são aqueles parentes wapixanas que ainda migram da Guiana para o Brasil que conhecem as plantas, mas também tem macuxi, waiwai, patamona, ingaricó, Taurepang. Os índios de Roraima conhecem bem a sua realidade e podem dizer com certeza que o Canaimé não é Lenda, é real e existe em nosso meio, os fazendeiros de famílias tradicionais dizem que o Canaimé não passa de lenda e que os índios inventaram para amedrontá-los para expulsar de suas terras e eles dizem que o Canaimé é apenas um índio vestido com pele de algum animal geralmente o de onça para poder roubar seus gados.
Kanaimé, o Antigo Espiríto do Mal.
Por Ivonio Wapichana.
O canaimé é um ser muito temido dentro das comunidades indígenas de Roraima, as pessoas de outras culturas acreditam que o canaimé é apenas uma lenda que os índios inventaram para amedrontar fazendeiros e outros brancos que moravam perto das malocas, outros dizem que o canaimé é um ser perverso, meio homem, meio bicho que despeja sua ira em cima daqueles que causam algum tipo de mal a natureza, pura falta de informação e pesquisa. Alguns desses brancos contam que canaimé era um índio vestido com pele de algum animal, geralmente pele de onça que atacava as fazendas para roubar gado, outros dizem que é um índio Justiceiro que castiga outros índios quando fazem o mal. Há relatos também nos diários de exploradores como Walter Raleigh, um famoso Corsário Inglês que vivia em busca do famoso ELDORADO a cidade de Ouro, na fronteira da Guiana Inglesa e o Brasil, ele descreve que quando chegaram na grande montanha cercadas por extensas matas seus guias nativos ficaram com muito medo e ameaçaram abandoná-lo pois ali naquela montanha era a morada dos CANAIMÃ, como era pronunciado o CANAIMÉ, os nativos descreviam o Canaimé como indios que usavam flechas e zarabatanas envenenadas com venenos de cobras, pintavam seus corpos para confundir seus inimigos e tinham o poder de se tornarem invisíveis, eles relataram ainda que os mais antigos de sua tribo ja haviam travados uma guerra entre as tribos dos Canaimés, eles viam roubar suas mulheres, e eles o descreviam como ``Os homens sem cabeça de olho na barriga``, eles eram canibais que comiam a carne de seus inimigos. Os nativos falavam também da grande montanha TUPUY, a montanha do Diabo era habitada pelos espíritos maus e animais gigantes, principalmente Cobra grande e lá era a grande morada de MAKUNAIMÃ, o deus do mal que transformava seus inimigos em pedra que eles acreditavam ser o pai dos Canaimés, alguns outros aventureiros relataram em suas escritas que expedições inteiras foram dizimadas pelos temidos canaimés, os que escaparam descreviam essas histórias que muitos achavam ser imaginárias e fantasiosas. Henri Coudreau em 1887, relatou dos antigos habitantes do setor Norte da Serra da lua, os ''aturaiu'', histórias sobre a serra da lua e seus mistérios, onde o mesmo narrava.
''Esta serra tem 1500 m de altitude absoluta, ela inspira os atorradis um ar supersticioso, a montanha é maldita, não há pessoas lá, ninguém vai caçar, pois eles tem medo, há tribos de Canaimé, os Chiricoumes, des coucoichis''.
Trinta anos depois que o viajante Francês relatou tais fatos sobre a enigmática serra, Koch-Grumberg também ouviu dos indígenas de Roraima que a serra da lua era habitada pelos ''Piscahukó, tribo de canaimé, odiada e temida por todos as outras tribos vizinhas especificamente os seus arqui-inimigos , os Taulipangs e arekuna que consideravam quase todos os falecimentos ocorridos na própria tribo causados pelas bruxarias daqueles''. No entanto, Koch-Grumberg diz que ''todos falam dos Pischaukó, mas ninguém jamais os viu''. Vimos, a partir desses, que a região serra da lua, desde o século XVIII, era tida tanto pelos Europeus, como pelos indígenas, como uma atmosfera repleta de mistérios, ora pelos temidos canaimés, ora, pelas fábulas do lago e da cidade de ouro. Ao ouvir os relatos das pessoas mais velhas da minha comunidade, pude observar que as histórias, se identificam com os relatos de alguns pesquisadores, aventureiros e antropólogos que conviveram entre os índios de Roraiam, pois falam desse antigo espiríto do mal que mata os inimigos, é oculto e pratica a maldade.
Nos contaram os antigos da comunidade Canauanim (minha avó Júlia Solon, meus tios Lourival Solon e Zé neve) que o Canaimé é um homem, normal como qualquer outro, porém ele usa uma planta que lhe dar poderes capaz de se transformar em várias formas diferentes de animais (porco, cachorro, tamanduá, cutia, veado,macaco e etc..), por isso dentro das aldeias é mais conhecido como rabudo, mas ele também pode se transformar em bichos que voam, como morcego, coruja (rasga mortalha) geralmente aqueles que vagam na noite. Minha avó Júlia Solon me contou antes de morrer que um antigo pajé chamado Joaquim bonitim (essa era a pronuncia usada), lhe contou que o canaimé sempre existiu, é um ser milenar, que eles são os espíritos dos antigos pajés mal que morreram e não conseguiram subir para céu ficaram vagando sem rumo, e foram morar nas serras e seus espíritos adormecem em uma planta que tem o nome de TAJÁ, essas plantas foram encontradas um dia por um feiticeiro Ingaricó que usou para fazer sua magia e perseguir seus inimigos. O Tajá precisa ser alimentado com sangue e carne putrificada de humanos e quando o dono não cuida dele direito, ele come o próprio dono, ou seus familiares, filhos, mulheres etc. Quem tem essa planta adquiri poderes sobre naturais e é capaz de se tornar invisível, só pajé é capaz de vê-lo, mas há relatos de que os Canaimés mataram muitos pajés no passado. Joaquim bonitim também disse a minha avó que existe uma serra chamada Kuando Kuando que lá existiu uma tribo grande de Kanaimé que se reproduziu e eles foram usados pelos Macuxis numa guerra tribal contra os Wapichanas, quando esses migravam da Guiana Inglesa para o Brasil, fugindo da perseguição Portuguesa pelo rio branco, ao mesmo tempo que os Índios Macuxis também fugiam da perseguição Espanhola no Caribe na Venezuela, pelo rio Orinoco, isso aconteceu no Século XVIII, segundo o professor historiador da Universidade Federal de Roraima Dr. Jacir Guilherme Vieira. Além de usarem os Tajás os macuxis tinham uma grande habilidade guerreira, enquanto os Wapixanas não tinham essas práticas e talvez pela falta de comunicação, pois os macuxis falavam uma língua que era incompreensível para os wapixanas a guerra aconteceu, guerra que alguns historiadores classificam como conflitos inter-étnicos, mas o Antropólogo Alemão Koch-Grumberg encontrou uma rica prosa entre os taurepangs, e macuxi do Surumú e Cotingo relatando Guerras sangrentas entre Wapixanas e Macuxis (KOCH GRUMBERG, 2006, PAG. 21), além de histórias incríveis sobre o lendário Canaimé. Koch (1917) diz que ''O conceito de kanaimé desempenha um papel muito importante na vida desses índios. Designa, de certo modo, o princípio do mau, tudo que é sinistro e prejudica o homem e de que ele mal consegue se proteger, o vingador da morte, que persegue o inimigo anos a fio até matá-lo traiçoeiramente, esse ''faz kanaimé.'' Nessa guerra os wapichanas quase foram todos dizimados, mas conseguiram fugir, sempre ficando alguns pelo caminho, principalmente mulheres e crianças, eles fugiram para o norte e la fixaram moradas e colocaram o nome da região de Serra da Lua morada dos wapichanas.
O Canaimé ainda existe atualmente dentro das comunidades indígenas da serra da lua, só que em números reduzidos, eles matam crianças, velhos, homens e mulheres. Pajé contou que para matar um canaimé é preciso fazer uma defumação com pêlo do macaco Cuatá e fazer bala de cera da abelha Jandaíra, mas quem conseguiu fazer isso foi perseguido pelo resto da vida por outros canaimés. Eles costumam atacar pessoas que andam sempre sozinha(caçadores e pescadores) crianças indefesas, pessoas doentes e etc. Seu ataque é fatal, primeiro ele espanta as pessoas e elas desacordam, o canaimé então corta a língua , corta o pulso, quebra o pescoço e ainda coloca folha no ânus de sua vitíma e depois de tudo isso a pessoa torna em si, mas já está praticamente morta, pois matam o espírito primeiro, depois a vitíma fica com muita febre, não come, não bebe água e também não fala mais e o canaimé passa a noite rodeando a casa para terminar de matar definitivamente.
Antigamente existia muitos pajés bons que sabiam matar os canaimés, sabiam fazer orações no corpo dos mortos antes de enterra-los, pajé zé poeira jogava soda caustica no corpo da vitima de canaimé, ele disse que depois de alguns dias o bicho volta no túmulo de sua vitima para comer sua carne e a salmoura do corpo a soda contamina a criatura e seus comparsas matando-os com o ácido. outras histórias contadas são com os Pêlos do macaco Cuatá que o pajé defuma e joga em cima do morto sempre fazendo seu ritual e quando encontra o homem que é canaimé ele fica completamente louco, alguns parentes da Guyana inglesa contaram que um homem por lá era canaimé e ninguém nunca suspeitava dele, mas um dia um pajé fez essa defumação com os pelos do Cuatá e seus parentes contaram que ele estava em sua roça arrancando mandioca e de repente ficou louco, começou a pular feito macaco, rosnava que nem o bicho, arrancou suas roupas e começou a subir em uma árvore grande por nome Samaúma e pulou lá de cima morrendo todo quebrado em baixo. Veja o relato de uma velha índia wapixana por nome Maria madalena moradora da comunidade indígena Tabalascada que fez esses relatos verbais para João Paulo Jeannine sobre o kanaimé para sua tese de mestrado 2008. ''as pessoas dessa comunidade quase todos morreram por causa do Chico macaco, ele era kanaimé, ele matou minha mãe, ela veio me carregando pelo jamaxim aí o kanaimé matou ela, quando minha mãe chegou da roça ela morreu, ela e o nenê que estava em sua barriga, tinha muita gente, aí as pessoas foram morrendo, o kanaimé matou tudinho, todo mês morria gente, eles viam da Guiana, pessoal ia ficando roxo, quebrado, o pescoço. quando eu cheguei pra cá morreu muita gente na Serra Grande, Novo Itento, Malacacheta, Tabalascada, Cantá e foi o kanaimé, parece que foi o Chico Macaco, ele matou meu pai, minha irmã eu tinha dezesseis anos quando isso aconteceu. Através da narrativa de Maria Helena supõem-se que essa mortandade tenha ocorrido por volta dos anos de 1937/38, alguns anos antes da criação do Território Federal do Rio Branco em 1943. A suposta epidemia de Kanaimé espalhou-se por uma vasta região.
Zé mambira foi outro pajé que matou muitos kanaimés, porém foi perseguido pelo resto de sua vida, mas seu corpo era fechado e seus guias espirituais o cercavam toda vez que um canaimé se aproximava para atacá-lo. pajé ALEIXO foi um dos grande pajé de Roraima, foi ele quem fundou a comunidade indígena Serra da moça, morreu por ataque de canaimé quando fazia uma pescaria. tome muito cuidado com essas criaturas do mal pois elas estão em todos os lugares, seus donos são pessoas normais que nem nós, vivem em nosso meio, mas não a conhecemos. minha avó me dizia que esses bichos costumam matar pessoas principalmente nos meses de novembro e dezembro, quando saem de suas comunidades de origem e vão matar pessoas em outras comunidades diferentes, ela dizia que os guianenses viam da guiana matar pessoas no Brasil, geralmente a noite, pois eles andam longe, passam uma batata na perna que lhes permite andar ligeiro, ou podem vir em forma de morcego voando, ou em forma de Coruja rasga mortalha, minha avó aconselhava seus parentes para nunca deixar seus filhos sairem a noite sozinhos para fazerem suas necessidades, pois os olhos do canaimé enxergam longe, nunca sair sozinho para pescar ou caçar, nunca ir sozinho para a roça, nunca deixar as crianças sozinhas em casa, nunca deixar criança brincando sozinha, nunca mexer em plantas que estão nas matas. quando ela saía principalmente para roça se defumava com Maruay o cheiro incomoda o bicho, pois maruay também é um pajé. Uma pessoa quando é canaimé ela nunca olha direto nos olhos das pessoas, pois é no olhar que os pajés identificam os canaimés. Kaimem.....
Existe uma Frase que diz, todo Mito tem um fundo de Verdade, e a pesquisa sobre essa entidade me deu um leque mais amplo, em Canaimé, A Personificação Do Mal, de Agnaldo Teixeira de Carvalho, em 2016, nos dar uma ideia do que pode ser Canaimé:
"Em entrevista concedida ao professor Devair Fiorotti, em 2008, realizada em Sorocaima I, TI Alto São Marcos, em Pacaraima, RR, o senhor Manoel Bento Flores, da etnia Taurepang, na ocasião, representante das dezessete comunidades fala sobre Canaimé:
Doutor, Canaimé eu acho que existe em todos os países. Em Boa Vista tem muito Canaimé; no Bananal tem muito Canaimé; em todo canto tem Canaimé. Canaimé que a gente fala, a pessoa que mata outro. Na linguagem dos brancos é bandido. É Canaimé. Os índios, os Tuarepang chamam esses bandidos de Canaimé (p. 94).
A vitima Ray Marcelo. Créditos: Folha de Boa Vista. |
E isso se torna mais evidenciado com uma reportagem do Folha de Boa Vista em junho de 2017, da qual relata um crime brutal ocorrido na Vila Raimudão I, no município de Alto Alegre, da qual surpreendeu a comunidade do local.
Ray Marcelo Branco, de 49 anos, foi esfaqueado após uma briga na comunidade indígena em uma noite de quinta-feira, 29 de Junho. De acordo com a polícia, o homem foi golpeado com uma faca por mais de 40 vezes por outros dois indígenas, que fugiram do local. Segundo moradores da região, a vítima teria sido morta porque se transformava no Canaimé. Segundo as autoridades policiais de Alto Alegre, o trio bebia junto antes do ocorrido. A vítima não tinha parentes nem residência fixa e, segundo testemunhas, tinha problemas mentais.
Não incomum, principalmente na Região Norte do Pais, atribuir algo chocante a algum ser místico do local, Com o Boto-cor-de-rosa e a mesma coisa
Essa nova forma de representar o Canaimé, parte da natureza cultural que está associada às mudanças por que passam as comunidades indígenas, e justamente o fato de mudar geralmente causa estranhamento em determinadas concepções que arvoram uma obrigatoriedade de tradição como sinônimo de veracidade. O Canaimé na visão atual de certas comunidades indígenas assemelha-se ao bandido, o malvado que reproduz uma tradução imagética do mundo do branco. (Canaimé, a personificação do mal)
Fontes.
Referências Bibliográficas:
- CARNEIRO, j. jeannine, A morada dos Wapixanas - Atlas Toponímico Indígena da serra da lua (RR). Dissertação de Mestrado. USP. São Paulo, 2007.
- COURDREAU, H.A voyage a travers: les Guyanes et 'L Amazonie. librairie Coloniale, Paris. 1887.
- KOCH-GRUMBERG, Do Roraima ao Orinoco. 1 vol. Editora, UNESP. (1917) 2006.
- DE CARVALHO, AGNALDO TEIXEIRA; Canaimé, a personificação do mal - Universidade Federal de Roraima. 2016
https://www.indiosonline.net/canaime-de-roraima-lenda-ou-realidade/
http://ivoniosolon.blogspot.com/2009/08/kanaime-lenda-ou-realidade.html (Um Post detalhado sobre o Canaimé)
https://www.recantodasletras.com.br/contos/4247441
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cainam%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uapixanas
http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Eq2k
https://www.folhabv.com.br/noticia/Indigena-acusado-de-ser-Canaime-e-morto-com-mais-de-40-facadas/29917
Lendas urbanas, Por Nazaré de Mello
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