sábado, 21 de abril de 2018

Tiradentes, Um Herói Nacional? Um Bode Expiatório? Ou Simplesmente Apenas Mais Um Entre Tantos?

Tiradentes, em pintura de Oscar Pereira da Silva.
21 de Abril, nesta data (Da qual provavelmente a maioria da população Brasileira desconhece, mas sabe que é um Feriado) é relembrado o 226° Aniversário da Morte de Tiradentes. Durante o ensino fundamental (Numa época em que a professora tinha que saber de todas as matérias) História, como posso dizer, é uma das minhas matérias favoritas.

Na chamada história do Brasil, alguns fatos pesquisado aquém dos livros oficiais me chamam bastante a atenção, e o Mito de Tiradentes é um deles. Brasil, além de uma terra cheia de mitos e lendas (Enciclopédias das Lendas e Mitos do Brasil) Também possuem seus mitos nacionais. Homens e Mulheres elevados a um Status quase divinos por suas façanhas e feitos, ao mesmo tempo que a maioria se esquecem quem realmente eles foram.

Parafraseando Honoré de Balzac, fundador do Realismo na literatura moderna, há duas histórias a Oficial, que é mentirosa e a Verdadeira, que é secreta. Nesta era de Fakes news na Internet e de revisionismo histórico entre dois blocos antagônicos, e a proliferação de informações, a cada dia aprendemos quer a causa e a consequência de um determinado fato, são bastante conflitantes com que foi aprendido (Copiado) na Escola.

Tiradentes, Um Herói Nacional? Um Bode Expiatório? Ou Simplesmente Apenas Mais Um Entre Tantos?

Biografia.

Na Fazenda do Pombal, próximo ao Arrail de Santa Rita do Rio Abaixo, na época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José del-Rei (Atual Município de Tiradentes), nascia Joaquim José da Silva Xavier, seu epiteto mais conhecido, O Tiradentes. Joaquim foi o que ainda hoje se conveciona a chamar de barbeiro, o faz tudo, além de Dentista (Por isso a alcunha de Tiradentes) ainda foi tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político (?) que atuou no Brasil, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Joaquim era filho do português Domingos da Silva Xavier, proprietário rural, e da portuguesa nascida na colônia do Brasil, Maria Paula da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos nove filhos.

(Maria Paula da Encarnação Xavier era prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães, que foi tenente-coronel da Guarda Nacional, Juiz de Paz, jornalista, proprietário rural e um dos fundadores das cidades de Machado e Muzambinho, ambas em Minas Gerais. Por parte de sua mãe, Leonor de Siqueira Gaia Pereira de Magalhães, descendia, do bandeirante Lourenço Castanho Taques, do Capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, esta, tia do bandeirante Fernão Dias Pais. Era, ainda, pelo ramo de seus bisavós paternos - Antônio de Oliveira Setúbal e Isabel de Oliveira Colaço. primo em terceiro grau de Tiradentes (Essas citações ficou a lá Game Of Trhones, mais serão importantes para entender um pouco essa figura histórica)
Ruínas da Fazenda do Pombal, no atual município de Ritápolis. 

Anos 9 anos de idade, o o pequeno Joaquim sofre sua 1° Perda. Maria em morre no ano de 1755, com isso segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; 1757, com 11 anos, foi a vez de seu pai deixa-los. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de seu tio e padrinho Sebastião Ferreira Leitão, que era cirurgião dentista.

Joaquim era uma espécie de Julius do Século XVIII (Tirando a Mulher e Filhos) trabalhando em diversas áreas, Aprendeu a profissão de Minerador, Comerciante (tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica), Tropeiro, Barbeiro e Dentista, da qual sewu famoso apelido pegou. Segundo frei Raimundo de Penaforte, Tiradentes "ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais".

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão sudestino. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781 foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro na Serra da Mantiqueira. Sua atuação levou à prisão de um famoso grupo de salteadores liderados pelo temido José Galvão (Outras Fontes Indicam um Joaquim de Oliveira), mais conhecido como Montanha.

Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam o domínio português sobre as capitanias por onde circulava. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançado apenas o posto de alferes, (equivalente a segundo tenente, hoje em dia), patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de marechal da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
(Na crônica Memórias da Rua do Ouvidor, capítulo 7, o escritor e médico fluminense Joaquim Manuel de Macedo relata que, neste mesmo ano de 1787, Tiradentes conhece uma certa "Perpétua Mineira", dona de uma casa de pasto na rua do Ouvidor, na cidade do Rio de Janeiro e apaixonam-se, mantendo um romance por pouco mais de dois anos. Em 1790, o Conde de Resende é nomeado Vice-Rei do Brasil, com a missão de acabar com a conspiração mineira. Perpétua também passou a ser espionada, sua casa de pasto foi por vezes invadida e já não se encontrava mais com Tiradentes, que já havia sido preso. Segundo a crônica, Perpétua foi vista pela última vez em 21 de abril de 1792 nas proximidades da forca onde havia sido executado seu amante.)
Após a licença da cavalaria, Tiradentes morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse sua indignação perante o domínio português. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela capitania. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador e grande proprietário de terras na Comarca do Rio das Mortes. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

A Inconfidência Mineira.

E indissociável falar de Tiradentes sem falar da Inconfidência Mineira, ambos se complementar, o Movimento está tão ligado a Tiradentes, quanto Tiradentes está ligado ao Movimento. A crença de que ele fora o Líder, o Idealizador, o Pica das Galáxias, primeiro rascunhado e depois oficializado pela História (Lembrai, Lembrai da Frase de Balzac), está errada, Tiradentes não era um dos principais conspiradores, insatisfeito com o governo, sim ele estava, assim como a Elite de sua época, e mesmo sendo de uma família abastada, Joaquim não era tão rico quanto os outros, mas não era um pobretão insatisfeito, uma vez que possuía quase dez escravos, e isto significava que ele possuía uma boa condição socioeconômica naquele período.

Tiradentes era a Ponte, fazendo um papel interessante entre a Elite e as Massas de Minas, sendo o mediador entre as duas castas. Não era carismático e agradável como se imaginam em descritivo, Joaquim era um Putanheiro de marca maior, apreciador da boa e velha cachaça, vivia nas tabernas e casas de prostituição, prometendo absurdos para população, após a formação do novo governo. Vamos ao movimento.

A Inconfidência Mineira, (também referida como Conjuração Mineira), foi uma conspiração de natureza separatista que ocorreu na capitania de Minas Gerais, Estado do Brasil, entre outros motivos, contra a execução da derrama e o domínio português, sendo reprimida pela Coroa portuguesa em 1789.

Mas por que ela aconteceu. Existe uma frase, da qual se tornou uma lei máxima de que os Brasil tendem a imitar os outros Países. Quem a grafou está certo, pois a Inconfidência só foi motivada pela Independência das Colônias Americanas (1776).

Durante o reinado de D. José I (1750–1777), eclodiram inconfidências em locais isolados de Minas, como Curvelo (1760-1763), Mariana (1769), Sabará (1775) e de novo Curvelo (1776), sempre em função de atritos com autoridades e seus aliados. Ao contrário da Inconfidência Mineira, esses motins anteriores implicavam manifestações concretas de violência, com a população na rua, arruaças, vivas à liberdade e referência a apoios de outras potências colonizadoras.

Desde meados do século XVIII fazia-se sentir o declínio da produção aurífera nas Minas Gerais. Por essa razão, na segunda metade desse século, a Coroa portuguesa intensificou o controle fiscal sobre a sua colônia na América do Sul, proibindo, em 1785, as atividades fabris e artesanais na Colônia e taxando severamente os produtos vindos da Metrópole.

Desde a primeira metade do século XVIII houve na capitania de Minas Gerais motins por razões variadas em torno de questões como tributação, abastecimento de alimentos e ações das autoridades, com destaque para a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Filipe dos Santos. Enquanto alguns levantes buscavam apenas a restauração de um equilíbrio de poder, outros afrontaram a imposição da soberania régia. Foi o caso da sedição do sertão do rio São Francisco, ocorrida em 1736 e que se voltou contra as autoridades reais e a capitação — cobrança dos quintos reais (impostos) feita com base no número de escravos (Imagine o quanto sairia do Bolso da Elite na época).

Em 1789 quando a Coroa impôs mais severamente a cobrança de impostos, chegando a proclamar a derrama como obrigação para aqueles que não pagassem os impostos, os inconfidentes começaram agir. A derrama foi aprovada na tentativa de aumentar o baixo lucro que as minas estavam gerando naquela época. De fato, o ciclo aurífero já havia entrado em declínio, o grande problema não era o desvio e contrabando de ouro, mas sim, o fato de que as minas estavam esgotadas, daí a Coroa impor a derrama, pois de certa forma acreditava-se que a baixa produção aurífera não viria do esgotamento das minas, mas sim do desvio e do contrabando.

A ideia da Inconfidência não era apenas protestar contra a derrama, mas tentar mobilizar o povo mineiro a iniciar uma revolução para se proclamar a independência de Minas Gerais e se fundar uma república. Diferente do que se conjecturou, os inconfidentes não pensavam em libertar o Brasil, mas apenas Minas Gerais. A ideia de Brasil como nação, inexistia naquela época, assim como, a ideia de brasileiro, no sentido de nacionalidade, também não existia. Ou seja era cada um por si.

Antecedentes. 

Vila Rica.

Os principais acontecimentos da Inconfidência Mineira ocorreram em Vila Rica (atual Ouro Preto). Consta que as primeiras pessoas ali chegaram por volta do final do século XVII, sendo que o primitivo arraial tomou grande impulso entre os anos de 1700 a 1705. Em 1711, os diversos agrupamentos populacionais da região acabaram sendo reunidos num só núcleo, sendo elevado à categoria de “vila” com o nome de Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Albuquerque, em homenagem a António de Noronha de Albuquerque, que ocupava o cargo de governador da recém-fundada capitania de São Paulo e das Minas do Ouro. Dom João V, que passara a ocupar o trono português a partir do início de 1707 no lugar de seu pai, Dom Pedro II, abreviou-lhe o nome apenas para Vila Rica.

Em pouco tempo, Vila Rica cresceu enormemente e, em 1723, já havia se tornado a capital da província. Por volta da metade do século XVIII, haveria de se transformar na maior cidade brasileira e o principal centro econômico da América portuguesa. Os homens mais ricos da colônia fariam da cidade o local de suas residências, bem como os mais destacados intelectuais. Existiam muitas construções de dois andares, as ruas centrais eram pavimentadas com pedras, ao contrário da maior parte das cidades do Brasil, e as igrejas apresentavam altares revestidos com ouro. Em 1786 apenas vinte e sete estudantes brasileiros estudavam na Universidade de Coimbra, sendo doze deles oriundos da capitania das Minas.

Casas de Fundição.

Todas as terras do Brasil pertenciam ao Estado português, personificado pela pessoa do rei. Este permitiria a qualquer súdito explorar as suas riquezas, exigindo em troca apenas uma pequena parcela para si, ou seja, o quinto. O grande problema era a forma como se procedia à arrecadação. Ninguém poderia sair da capitania, levando ouro que não tivesse sido quintado. Aliás, a partir do início do funcionamento das casa de fundição, ninguém mais poderia carregar ouro em pó. Esta medida provocou enorme descontentamento na população, pois nem todos tinham ouro suficiente para ser transformados em barras, como os mais pobres, que nunca juntavam o suficiente e, por isso, continuaram vivendo como se a lei não fosse com eles. Além do mais, tal proibição acabou gerando problemas sérios no comércio, uma vez que o ouro em pó constituía-se na principal moeda de troca da época, pois era fácil pesar e fragmentar.

Em setembro de 1717, o Conde de Assumar criou a primeira casa de fundição em Minas. Até a construção delas, os mineradores que pagavam os impostos sobre a extração do ouro recebiam certificados de pagamento. Quem não exibisse este documento, teria todo seu ouro confiscado. Em 11 de fevereiro de 1719, Dom João V assina uma lei criando as casa de fundição, mudando novamente as regras para a cobrança do imposto. Proibia-se terminantemente a circulação de ouro em pó. Quem fosse apanhado com isso e não estivesse se dirigindo para as Casas de Fundição seria tratado como contrabandista, teria seus bens confiscados e poderia, até mesmo, ser deportado para a África. Era mais uma tentativa que visava acabar com o contrabando e que, evidentemente, não deu certo. Todo o ouro extraído das minas deveria ser levado até as casa de fundição onde seria pesado e transformado em barras, recebendo o selo real. Neste processo, descontavam-se automaticamente não só os vinte por cento referentes ao quinto, como também todas as despesas da própria fundição. Tão logo as casa de fundição começaram a funcionar, Dom João V teve a grata satisfação de ver a sua receita real aumentar enormemente. Em 1724 foram arrecadadas em torno de 36 arrobas de ouro. No ano seguinte, a arrecadação deu um salto extraordinário, subindo para 133 arrobas.

(1 Arroba equivale a 12 Kg = 36X12 432 Kg quase Meia Tonelada. Em comparação com 1725, 1,596 Kg 1 Tonelada e Meia de Ouro arrecadado)

Capitação e Derrama.

Após a euforia inicial dos primeiros anos, Dom João V, passou a achar que seus leais súditos estavam sonegando os impostos e lesando a Fazenda Real. Não importava quanto ouro arrecadassem, para a corte portuguesa, as minas eram infinitas e, se não se alcançava a quantia desejada, era porque os mineradores empalmavam a parte que cabia ao rei por direito. As casa de fundição não serviam mais para seus intentos. Então, a Coroa decidiu acabar com elas, substituindo-as por um novo sistema de arrecadação: a Capitação, no qual os impostos eram "pagos por cabeça". O plano foi colocado em prática após o novo governador, Dom André de Melo e Castro, o Conde de Galveias, tomar posse a 1º de setembro de 1732. Estipulou-se que o valor pago seria da ordem de 17 gramas de ouro por escravo a cada seis meses.

(Vamos as Contas de Novo, Pense em um Senhor com posse de 200 escravos X 17 gramas de ouro, da em torno de 3,4 Kg X 2 (Pois era a cada 6 meses) = 6,8 Kg. 7 Quilos de ouro por ano. Isso é o que esse Sinhozinho sozinho pagava, agora imagine outros com mais de 200 ou menos).

A arrecadação real em 1749 tinha sido de quase 1800 quilos de ouro. Porém a coroa portuguesa não estava satisfeita e decidiu restabelecer o regime dos quintos arrecadados nas casa de fundição. Em 1783 fora nomeado para governador da capitania de Minas Gerais D. Luís da Cunha Meneses, reputado pela sua arbitrariedade e violência. Sem compreender a real razão do declínio da produção aurífera - o esgotamento das jazidas de aluvião - e atribuindo o fato ao "descaminho" (contrabando), Meneses estabeleceu uma cota mínima a ser paga por ano: cem arrobas de ouro. Caso este valor não fosse atingido, a Coroa lançava a derrama, uma contribuição coletiva, rateada entre todos os moradores da capitania, mineradores ou não, para cobrir os prejuízos do rei.

Até 1766, a cota foi sempre atingida. Contudo, com o esgotamento das minas, os mineiros não conseguiram mais pagar o tributo, que foi se acumulando ano a ano. Então, por volta de 1788, começa-se a se falar que a derrama seria cobrada e todos iriam à falência.

O Movimento.

O poeta árcade Tomás Antônio Gonzaga,
uma das figuras do movimento.
Estes fatos atingiram expressivamente a classe mais abastada de Minas Gerais (proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares), que, descontentes, começaram a se reunir para conspirar. Entre esses descontentes destacavam-se, entre outros, o contratador Domingos de Abreu Vieira, os padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e Melo, o cônego Luís Vieira da Silva, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, o coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o capitão José de Resende Costa e seu filho José de Resende Costa Filho, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de "Tiradentes".

A conjuração pretendia eliminar a dominação portuguesa de Minas Gerais, estabelecendo um país independente. Não havia a intenção de libertar toda a colônia brasileira, pois naquele momento uma identidade nacional ainda não havia se formado. A forma de governo escolhida foi o estabelecimento de uma República, inspirados pelas ideias iluministas da França e da Independência dos Estados Unidos da América (1776). Ressalve-se que não havia uma intenção clara de libertar os escravos, já que muitos dos participantes do movimento eram detentores dessa mão de obra.

Entre outros locais, as reuniões aconteciam em casa de Cláudio Manuel da Costa e de Tomás Antônio Gonzaga, onde se discutiram os planos e as leis para a nova ordem, tendo sido desenhada a bandeira da nova República, — uma bandeira branca com um triângulo e a expressão latina "Libertas Quæ Sera Tamen" —, cujo dístico foi aproveitado de parte de um verso da primeira écloga de Virgílio e que os poetas inconfidentes interpretaram como "liberdade ainda que tardia".

O novo governador das Minas, Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, visconde de Barbacena, foi enviado com ordens expressas para lançar a derrama, razão pela qual os conspiradores acertaram que a revolução deveria irromper no dia em que fosse decretado o lançamento da mesma. Esperavam que nesse momento, como apoio do povo descontente e da tropa sublevada, o movimento fosse vitorioso.

Deu Ruim. Prisões e Julgamentos.


Naquela noite de 15 de março de 1789 ( 3 meses antes da Revolução Francesa Eclodir) Deu ruim, o movimento foi traído pelo X-9 por Joaquim Silvério dos Reis (membro dos inconfidentes), que fez a denúncia para obter perdão de suas dívidas com a Coroa. O visconde de Barbacena mandou abrir, em junho de 1789, a sua Devassa com base nas denúncias de Silvério dos Reis, Basílio de Brito Malheiro do Lago, Inácio Correia Pamplona, tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Domingos de Abreu Vieira e de Domingos Vidal Barbosa Lage.

Muitos conseguiram fugir na época, o próprio Tiradentes, com o perdão da palavra, Se Fudeu. foi preso em 10 de maio, no Rio de Janeiro, enquanto estava de licença e visitava um amigo. Tiradentes foi avisado que as autoridades estavam a procura dos inconfidentes, e ele acabou mesmo assim sendo descoberto.

Os réus foram acusados do crime de "lesa-majestade" como previsto pelas Ordenações Filipinas, Livro V, título 6, materializado em "inconfidência" (falta de fidelidade ao rei):
"Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa."
Jornada dos Mártires, de Antônio Parreiras. Retrata a passagem, em Matias Barbosa, dos inconfidentes presos.
Os líderes do movimento foram detidos e enviados para o Rio de Janeiro. Ainda em Vila Rica (atual Ouro Preto), Cláudio Manuel da Costa faleceu na prisão, onde acredita-se tenha sido assassinado, suspeitando-se, em nossos dias que a mando do próprio Governador. Durante o inquérito judicial, todos negaram a sua participação no movimento, menos o alferes Joaquim José da Silva Xavier, que assumiu a responsabilidade de chefia do movimento.

Em 18 de abril de 1792 foi lida a sentença no Rio de Janeiro. Doze dos inconfidentes foram condenados à morte. Mas, em audiência no dia seguinte, foi lido decreto de Maria I de Portugal pelo qual todos, à exceção de Tiradentes, tiveram a pena comutada.

Os degredados civis e militares foram remetidos para as colônias portuguesas na África, e os religiosos recolhidos a conventos em Portugal. Entre os primeiros, viriam a falecer pouco depois de terem chegado à África, o contratador Domingos de Abreu Vieira, o poeta Alvarenga Peixoto e o médico Domingos Vidal Barbosa Lage. Os sobreviventes reergueram-se integrados no comércio e na administração local, alguns mesmo tendo se reintegrado na vida política brasileira.
Óleo sobre tela de Leopoldino de Faria (1836-1911) retratando a Resposta de Tiradentes à comutação da pena de morte dos Inconfidentes. A tela foi encomendada pela Câmara Municipal de Ouro Preto no final do século XIX, para homenagear Tiradentes, o Mártir da Inconfidência, como passou a ser retratado após a Proclamação da República.

Condenados à morte.


As penas de morte foram comutadas em pena de degredo, exceto a de Joaquim José da Silva Xavier, executado em 21 de abril de 1792:
  1. Alferes Joaquim José da Silva Xavier — o Tiradentes. (Executado)
  2. Tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade. (Degredo)
  3. José Álvares Maciel. (Degredo)
  4. Coronel Inácio José de Alvarenga Peixoto. (Degredo)
  5. Tenente-coronel Domingos de Abreu Vieira. (Degredo)
  6. Coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes. (Degredo)
  7. Sargento-mor Luiz Vaz de Toledo Piza. (Degredo)
  8. Cirurgião Salvador Carvalho do Amaral Gurgel. (Degredo)
  9. Capitão José de Resende Costa. (Degredo)
  10. José de Resende Costa (filho). (Degredo)
  11. Domingos Vidal de Barbosa Laje. (Degredo)
Condenados a degredo perpétuo. 
  1. Desembargador Tomás Antônio Gonzaga.
  2. Capitão Vicente Vieira da Mota.
  3. Coronel José Aires Gomes.
  4. Antônio de Oliveira Lopes.
  5. João da Costa Rodrigues.
  6. Vitoriano Gonçalves Veloso (foi açoitado antes de ser degredado).
Condenados a exílio de dez anos.
  1. Capitão João Dias da Mota.
  2. Tenente Fernando José Ribeiro.
Condenado às galés.
  1. José Martins Borges.
"Mandados em paz".
  1. Faustinho Soares de Araújo.
  2. Manuel da Costa Capanema (ou Manuel da Silva Capanema).
Absolvidos.
  1. Domingos Fernandes da Cruz.
  2. Alexandre Silva (ou Alexandre Pardo).
  3. Manoel José de Miranda.
  4. João Francisco das Chagas.
Falecidos no cárcere.
  1. Cláudio Manuel da Costa.
  2. Capitão Manuel Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes.
  3. Francisco José de Mello.
Sentença sigilosa (réus clérigos).
  1. Cônego Luís Vieira da Silva.
  2. Padre José da Silva e Oliveira Rolim.
  3. Padre Carlos Correia de Toledo e Melo.
  4. Padre Manuel Rodrigues da Costa.
  5. Padre José Lopes de Oliveira.
Execução de Tiradentes

Sentença proferida contra os réus do levante e conjuração de Minas Gerais, 1792.
Fonte: Arquivo Nacional.
Tiradentes ficou preso na "Cadeia Velha", localizada no subterrâneo do prédio da antiga Câmara do Rio de Janeiro, hoje sobre o local encontra-se o atual Palácio de Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Durante os quase quatro anos que ficou preso, o processo do julgamento dos inconfidentes ainda se desenrolava na justiça, até que naquele ano de 1792, chegou a um veredicto. E é a partir deste momento que a história de Tiradentes começa ser mitificada.

De acordo com a história, ele teria se responsabilizado por todos os planos do movimento de Inconfidência, sendo assim, os demais membros capturados foram livres da pena de morte, mas foram punidos de outras formas, como terem que pagar multas e partirem para exílio. Deve-se ter em mente que alguns dos inconfidentes eram membros do Exército, como o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, e o coronel Domingos de Abreu e Viera, além de também entre os membros terem  havido padres, artistas, funcionários públicos, comerciantes, etc.

Restando a Tiradentes a pena de morte por seus crimes, julgados de lesa-majestade (crimes contra o soberano e a Coroa). Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier foi condenado a pena de enforcamento, como atesta sua sentença:
“Justiça que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Geraes, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberania, e Suprema autoridade da mesma Senhora que Deus guarde. Manda que com baraço (corda ou laço para estrangular) e pregão seja levado pelas ruas públicas desta cidade ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levado a Villa Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos, e pregados em iguais postes pela Estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha, e Sebolas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada, e no meio de suas ruínas levantado um Padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delicto, e que ficando infame para seus filhos, e netos lhes sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de Abril de 1792”. (Aj G – Bol da PM nº. 053 - 18 ABR 2008 – Fls. 3).
Após a execução, o corpo foi levado em uma carreta do Exército para a Casa do Trem (hoje parte do Museu Histórico Nacional), onde foi esquartejado. O tronco do corpo foi entregue à Santa Casa da Misericórdia, sendo enterrado como indigente. A cabeça e os quatro pedaços do corpo foram salgados, para não apodrecerem rapidamente, acondicionados em sacos de couro e enviados para as Minas Gerais, sendo pregados em pontos do Caminho Novo onde Tiradentes pregou suas ideias revolucionárias. A cabeça foi exposta em Vila Rica, no alto de um poste defronte à sede do governo. O castigo era exemplar, a fim de dissuadir qualquer outra tentativa de questionamento do poder da metrópole.

Algumas versões sugerem que o seu enforcamento foi uma encenação, que ele havia sido assassinado na prisão. Outros relatos apontam que sua cabeça, a qual foi pregada em um poste em
Tiradentes esquartejado (Pedro Américo, 1893). Está imagem
quando vi em um Livro de história do Fundamental me assustou.
 uma praça de Vila Rica, teria sido roubada depois.

O Que Aconteceu Com o Delator?

Joaquim Silvério dos Reis the Delator, a peça central do desmanche do Movimento separatista de 1789. Um dos motivos de minha Curiosidade Estudantil, o que aconteceu com esse cara. Sua participação no movimento é recheada de controvérsias e mistérios. Diante da possibilidade de ter suas dívidas perdoadas pela Coroa, resolveu delatar os inconfidentes. Sua ideia de ganho não teria alcançado plenamente sucesso. Permaneceu preso na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, entre maio de 1789 e janeiro de 1790 e apenas após muita luta, obteve uma pensão de duzentos mil réis.

Não há comprovação de que teria ganho recompensa em ouro; o cancelamento de seu débito; o cargo público de tesoureiro da bula de Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro; uma mansão como morada; pensão vitalícia; título de fidalgo da Casa Real; fardão de gala e hábito da Ordem de Cristo; além de ter sido recebido pelo príncipe regente Dom João em Lisboa.

Silvério dos Reis teria sofrido atentados no Brasil e voltado a Portugal, mas nunca desistiu de fixar residência no país onde construiu a imagem de traidor que o perseguiu durante o resto da vida.

Um exemplo é citado no livro O Corpo de Bombeiros No Pará, de autoria do escritor e jornalista José Pantoja de Menezes. Em sua página 20, o autor relata que "Vale citar também que quase vítima de um incêndio foi o delator da Inconfidência Mineira, o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, contra o qual se levantara o ódio do povo da cidade do Rio de Janeiro. Ele próprio narrou sua desdita em carta dirigida ao Ministro Martinho de Melo e Castro: Depois destes fatos aconteceu aproximadamente que morando eu por cima de um armazém onde estavam quantidades de barris de alcatrão, introduziram uma mecha de pano de linho com azeite e fogo, que foi Deus servido que, pelas 8 horas da noite se descobrisse aquele incêndio, o qual se atalhou por serem ainda horas em que todos estavam de pé. Eu não tenho notícia de quem foi o agressor deste delito, nem certeza de que este mal se destinava para mim, porém como me vejo cercado de inimigos, sempre vivo em aflição e desconfiança".

Entre indas e vindas, retornou ao Brasil em definitivo quando da transferência da corte real portuguesa para a colônia, em 1808. Há bibliografia apontando um novo retorno à Europa em 1821. Mas a história oficial registra que teria morrido dois anos antes - esta era a data que constava na lápide onde seus restos mortais foram enterrados, no interior da Igreja de São João Batista, na capital maranhense, conforme está registrado à página 292 do livro de óbitos número 8, arquivado na catedral metropolitana. O túmulo foi destruído.

O Que Aconteceria Se....

Lembra o que mencionei no começo do Post Sobre a História Oficial e a Verdadeira, Compor este exigiu uma extensa pesquisa de 1 semana, consultado (e Copilado) as mais diversas fontes (Linkadas ABAIXO ) Uma fonte em interessante chamou minha atenção durante a Pesquisa. Um Plot Twist interessante na Figura do Dentista,Mineiro, Comerciante das Minas Gerais.

Essa teoria tem ligações com outro fato histórico, vamos ao Fato. Em outubro de 1786 (3 anos antes dos fatos acima), Thomas Jefferson, então embaixador dos Estados Unidos na França, recebeu uma correspondência oriunda da Universidade de Montpellier, assinada com o pseudônimo de Vendek. O missivista dizia ter assunto muito importante a tratar, porém queria que Jefferson recomendasse um canal seguro para a correspondência. Jefferson procurou fazer imediatamente, sendo que em maio do ano seguinte, 1787, a pretexto de visitar as antiguidades de Nîmes, Jefferson acertou um encontro com Vendek. Jefferson comunicou a sua conversa com Vendek à comissão para a correspondência secreta do congresso continental americano: "Eles consideram a Revolução Norte-Americana como um precedente para a sua", escreveu o embaixador; "pensam que os Estados Unidos é que poderiam dar-lhes um apoio honesto e, por vários motivos, simpatizam conosco (...) no caso de uma revolução vitoriosa no Brasil, um governo republicano seria instalado".

Vendek era José Joaquim Maia e Barbalho, estudante da Universidade de Coimbra (1782–1785) e da Universidade de Montpellier (1786–1787). Jefferson respondeu a Maia que não tinha autoridade para assumir um compromisso oficial, mas que uma revolução vitoriosa no Brasil, obviamente, disse ele, "não seria desinteressante para os Estados Unidos, e a perspectiva de lucros poderia, talvez, atrair um certo número de pessoas para a sua causa, e motivos mais elevados atrairiam outras".

O episódio ficou conhecido como "Missão Vendek". Domingos Vidal Barbosa Lage confessou que José Joaquim Maia e Barbalho teria ficado profundamente decepcionado com a atitude de Thomas Jefferson, que aconselhara o Brasil a conquistar sua liberdade através das próprias forças, sem oferecer apoio logístico. José Joaquim Maia e Barbalho disse que o embaixador norte-americano havia o julgado “pela casca”, ou seja, por sua aparência e pelas suas roupas.

Um relatório minucioso dos comentários de Jefferson pode ter chegado ao Estado do Brasil pelas mãos de Domingos Vidal Barbosa Lage, médico formado na Universidade de Montpellier.


Ok mais o que isso tem havê, Vendek, queria ajuda dos Norte-Americanos, mais eles não ofereceram apoio logístico. Conquistem vocês mesmo com suas próprias forças (Igual aos Norte-Americanos).

Lembram quando Tiradentes foi ao Rio de Janeiro, Pois bem, segundo a História Verdadeira, Joaquim José da Silva Xavier, estava mais longe do Rio de Janeiro. Tiradentes estava na França, aonde se encontrou com Thomas Jefferson pedindo ajuda Norte- Americana para a independência do
Brasil. Ai e que uma tradicional Sociedade Secreta é apresentada

A bandeira dos Inconfidentes, tinha como base um triângulo, que é o símbolo base da maçonaria. A cor vermelha deste triângulo, se deve aos brasileiros que se filiaram a maçonaria na França que era de tendência republicana, enquanto que a maçonaria Portuguesa e Inglesa tinham tendências monarquistas e tinham como símbolo a cor azul (Da qual se relaciona a um dos mais famosos termos usados na Aristocracia e famílias tradicionais que descendes de Reis, o Sangue Azul(Curiosamente o Azul e Vermelho são associadas aos Espectros Políticos (Principalmente no Brasil): Esquerda (Vermelho) e Direita (Azul).

O enforcamento de Tiradentes se deu em 1792 no Rio de Janeiro, só que foi tramado que os inconfidentes seriam exilados e que toda a culpa seria somente de Tiradentes, que seria o bode expiatório. (Explicarei esse Bode Expiatório mais abaixo)

A armação foi bem feita e Tiradentes foi substituído por um ator de circo, o Sr. Renzo Orsini, que resolveu fazer o seu último papel, isto é, ser enforcado no lugar de Tiradentes. Tiradentes depois foi para Portugal, voltando depois ao Brasil e viveu até 1818 quando reinava no Brasil D. João VI, o qual lhe dava uma pensão. (Como?!!)

O historiador Assis Brasil cita que Machado de Assis, escreveu que Tiradentes morreu de um antraz (bacilo infeccioso que produz pústula maligna) e morava no Rio de Janeiro, na antiga Rua dos Latoeiros, que ficava entre a Rua do Ouvidor e Rosário, em uma loja de barbeiro, sendo que Tiradentes era dentista e sangrador (uso antigo de sanguessugas e sangramento), cuja abertura de negócio se deu em 1810 a conselho do próprio D. João VI. (Completo: Tiradentes- a verdadeira história)

História e a minha matéria favorita.
A 20 anos atrás (21/04/1998) o Jornal Folha de São Paulo publicou um artigo no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Correa defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes.

Segundo Correa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela Maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes se diziam surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos. Sustenta Correa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792.

Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo.

(Uma das coisas que nunca compreendi de fato, se já mataram o cara, por que desmembraram o Infeliz?)

Quando vi essa Informação, tive esse estalo, a frase a História e escrita pelos vencedores faz bastante sentido. Manipulação da História e algo bastante comum em governos que quer das suas versões dos fatos. Mas eu pensei, por que raios a Coroa iria pagar uma pensão vitalícia a um homem que diz ter liderado um intento para derruba-los?

A história e manipulável, seja para Oficial, ou pela Verdadeira, cada qual sustenta suas versões dos fatos. História realmente é uma matéria muito interessante, afinal muda conforme o tempo, ao mesmo tempo que documentos que podem comprovar a Verdadeira História desaparecem, para sempre deixado essas dúvidas.

Legados.

A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos (Essa eu aprendi mais assistindo o seriado, A Casa das 7 Mulheres do que na Escola), da Conjuração Baiana para os baianos, da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas, da Revolução Pernambucana de 1817 e Confederação do Equador de 1824 para os Pernambucanos. A bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada por Minas Gerais.

Foi alçado pela República Brasileira à condição de mártir da independência do Brasil e como um dos precursores da República no país.



De Traidor a Herói.

Em um Post que publicarei em 15 de Novembro, explicarei como o Brasil dormiu na Monarquia e acabou na República, até lá vamos nos centra de como Tiradentes, saiu do ostracismo histórico e virou um Herói. Os Republicanos buscavam a imagem ou a representação de um herói popular para retratar os ideias republicanos. precisavam com urg\ência substituir os heróis monárquicos pelos seus, ou realmente a republica iria ter monarquistas em seus estardantes.

Ídolos, desde sempre são uma representação simbólica de grande força, representado uma ideia. Das diversas revoltas que aconteceram no Brasil Império, dentre elas as mais importantes estiveram a Conjuração Baiana (1798), a Revolução Pernambucana (1817), a Guerra dos Farrapos (1835-1845) e a Guerra do Paraguai (1864-1870).

Dentre todos estes movimentos muitas pessoas participaram, e muitos eram os candidatos a serem heróis populares, por que a escolha de Tiradentes? Os motivos são vários, mas, dentre eles está o fato de que ele foi relativamente um homem conhecido no movimento da Inconfidência Mineira. Foi um homem da classe baixa (intuito de se remeter a questão do "povo", do "popular"), foi o único a ser culpado e executado e teve a execução presidida por discursos que salvavam e glorificavam a rainha Dona Maria I.

Neste caso a questão de que ele antes de morrer foi "agredido" pela veneração a rainha, a quem combateu. Isso reafirmava a ideia dos republicanos, pois eles viram na pessoa do alferes um "rebelde contra a opressão da monarquia portuguesa"; isso era algo que eles queriam incentivar no povo brasileiro, que o republicanismo seria a liberdade da opressão monárquica.

Um Bode Expiatório.

Por 97 anos (Entre 21 de abril de 1792 e 15 de novembro de 1889) Tiradentes, foi considerado um criminoso lembrado pelos brasileiros como um exemplo a não ser seguido, de acordo com a construção da história patrocinada pela Monarquia, Entra a Republica e e galgado como Herói.

Se para os Republicanos, Tiradentes é um Mártir, um ideal que morreu em defender uma ideia, Tendo seu nome escrito no Livro dos Heróis da Pátria desde 21 de abril de 1992. Para os Monarquistas (Que defender a Restauração da mesma) Tiradentes e um herói fabricado sob encomenda (Até mesmo sua semelhança com Jesus e proposital) E os Argumentos são consistentes.

Em numa entrevista na TV Capixaba, do Espírito Santo, concedida a Marcelo Carlos em 21 de abril de 2008 o historiador Clério José Borges de Sabt Anna foi categórico em relação a Tiradentes e sua participação no Movimento.

“Joaquim José da Silva Xavier, o nosso Tiradentes, herói nacional a partir da data da proclamação da República era considerado um vilão até 15 de Novembro de 1889. Tiradentes foi apenas um bode expiatório de uma revolução que estava mais preocupada com o quinto do ouro das Minas Gerais que era enviado à Portugal. Tiradentes nasceu na Vila de São Jose Del Rei (atual cidade mineira de Tiradentes) em 1746, porém foi criado na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). Tiradentes era alferes, na hierarquia militar antiga, a patente de oficial abaixo de tenente. Participaram da tentativa de derrubar o governo português, por exemplo, dois coronéis, Domingos de Abreu Vieira e Francisco Antônio de Oliveira Lopes, e dois poetas famosos até hoje, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.

O historiador inglês Kenneth Maxwell, autor de "A devassa da devassa" (Rio de Janeiro, Terra e Paz, 2ª ed. 1978.) que esteve recentemente no Brasil, diz que "a conspiração dos mineiros era, basicamente, um movimento de oligarquias, no interesse da oligarquia, sendo o nome do povo invocado apenas como justificativa", e que objetivava, não a independência do Brasil, mas a de Minas Gerais.

Esses novos estudos apresentam um Tiradentes bem mudado: sem barba, sem liderança e sem glória. Segundo Maxwell, Joaquim José da Silva Xavier não foi senão o "bode expiatório" da conspiração. (op.cit., p. 222) "Na verdade, o alferes provavelmente nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos mais amplos do movimento." (p.216) O que é natural acreditar. Como um simples alferes (o equivalente a tenente, hoje) lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores?

Concluído esta mitificação da imagem de Tiradentes, os representantes republicanos lhe consagraram uma data comemorativa que de fato veio a se tornar feriado nacional, o dia 21 de abril (curioso que se comemora o feriado de Tiradentes, e quanto ao "Descobrimento do Brasil", quase que passa em branco todos os anos, embora questiona-se se foi ou não um descobrimento, ou uma invasão ou usurpação, mas o Brasil "nasceu" naquela data de 22 de abril, quer queira ou não(Vou relembrar essa data no Dia 22 de Abril).

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes (Fonte Principal)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Inconfid%C3%AAncia_Mineira (Fonte Principal)

http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2009/09/tiradentes-o-homem-por-tras-do-mito.html (Fonte Principal)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_de_Minas_Gerais

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Joaquim_Pereira_de_Magalh%C3%A3es

Brasil: uma biografia de Lilia Moritz Schwarcz, ‎Heloisa Murgel Starling

http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2009/12/Rodrigo-Leonardo.pdf

http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/tiradentes.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Silv%C3%A9rio_dos_Reis

http://narabritto.blogspot.com.br/2012/08/a-outra-face-de-tiradentes.html

http://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com.br/2010/04/tiradentes-um-heroi-inventado.html

http://pradohistoria.blogspot.com.br/2014/04/tiradentes-o-heroi-fabricado.html

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