quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Enciclopédia dos Mitos e Lendas do Brasil: A Cidade Perdida de Z.

Durante a Chamada Era dos Descobrimentos (ou das Grandes Navegações), e quando  os europeus chegaram pela primeira vez ao “Novo Mundo”, surgiram relatos de cidades lendárias, cobertas de ouro e pedras preciosas. Tais relatos eram comuns em mitos e histórias que percorreram a Europa nos séculos XV e XVI. Muitos dos desbravadores do novo Mundo não mediram o perigo dessa busca por aventura e riqueza e desapareceram para sempre. Cidades feitas de Ouro (O El Dorado) monstros, tribos compostas somente por mulheres, Canibais assassinos, eram comuns de serem folheados em tratados europeus sobre o Novo Mundo.

Depois de mais de 4 séculos e meio de explorações lendas envolvendo cidades perdidas penduraram por anos. A mais famosas delas, são sem dúvidas a cidade de Akakor, localizada segundo as lendas no Amazonas e uma misteriosa cidade descrita no Manuscrito 512. E dentre essas chamadas Cidades Perdidas falaremos de outra.

Esta é a história do explorador Percy Fawcett, que adentrou as selvas Brasileiras para nunca mais ser visto. Sua obsessão estava em torno de uma misteriosa cidade que o mesmo a nomeou de “Z” no interior do Brasil. Teria ele sido morto por tribos amazônicas? Há alguma base para crer que sua cidade misteriosa existe?

A Cidade Perdida de Z é uma cidade indígena que o Coronel Percy Harrison Fawcett, um pesquisador Britânico, acreditava existir na selva do estado do Mato Grosso no Brasil. Baseada nas primeiras histórias da América do Sul e em suas próprias explorações da região do Rio Amazonas, Fawcett teorizou que uma civilização complexa tenha existido lá um dia, e que ruínas isoladas podem ter sobrevivido.

Quem Foi Percy Fawcett?

O coronel Percy Harrison Fawcett nasceu na Inglaterra, em 1867, e foi um famoso explorador britânico, cujas histórias cativaram o mundo. Fawcett era um homem de muitos predicados, além de que, como arqueólogo independente, se imbuía de muita coragem e determinação quanto aos seus objetivos, lutando sempre para vencer os obstáculos que se ofereciam.

Percy Fawcett nasceu na pacata cidade de Torquay, Devon, na região conhecida como Riviera Inglesa, às margens do canal da Mancha. Filho de família rica, viu seu pai, o capitão Edward Boyd Fawcett – membro da Real Sociedade Geográfica e funcionário das estrebarias do futuro rei Edward VII –, dilapidar o patrimônio.

Considerado um bêbado contumaz, o capitão Edward Fawcett gastou a fortuna da família com mulheres e bebida e morreu cedo, aos 45 anos, o que influenciou muito o temperamento do filho Percy. O homem que desbravou a fronteira brasileira com a Bolívia era abstêmio convicto, não suportava álcool. Na presença de mulheres, ficava nervoso e não sabia o que fazer.

Para estudar, Percy recorreu à Sociedade de Geografia, onde fez cursos de navegação e arqueologia, mas foi no exército que construiu a carreira, começando na Royal Artillery. O primeiro posto que assumiu foi como oficial no antigo Ceilão, atual Sri Lanka, na Ásia. Ali, conheceu sua mulher, Nina Agnes Patterson, durante uma festa em homenagem ao arquiduque austro-húngaro Francisco Ferdinando, cujo assassinato, em 1914, detonaria a Primeira Guerra Mundial. No conflito, o oficial realizaria missões de espionagem e serviria no Marrocos.

Créditos: Via Fanzine.
Nina e Percy se apaixonaram imediatamente, mas a mãe do militar não aprovava o namoro. Myra Elizabeth MacDougall disse ao filho que Nina não era fiel e ele rompeu o relacionamento. Arrasada, Nina voltou à Inglaterra para evitar um escândalo local e reconstruiu a vida ao lado de outro militar, o capitão Herbert Prichard. O casamento durou dois anos, até a morte de Prichard. Nina e Fawcett se reencontraram e, finalmente, viveram felizes. Tiveram dois filhos: Jack e Brian Fawcett. O primeiro desapareceu junto com o pai na selva amazônica.

Fawcett fora amigo particular dos escritores Arthur Conan Doyle e Henry Rider Haggard, e este último lhe deu de presente uma estatueta de basalto negro com estranhas inscrições gravadas e lhe disse ser originária de uma cidade perdida no Brasil. Ela tinha cerca de 25 cm de altura e trazia no peito uma placa contendo as 22 letras do alfabeto sagrado, dos quais se originaram todos os demais, e no tornozelo uma referência ao Homem de Ouro da cidade de IBEZ, no Roncador. É curioso, que alguns destes signos podem ser encontrados gravados em pedra em muitas regiões brasileiras, como se estas terras fossem, de fato, parte de uma antiga civilização, guardando em seu seio o testemunho de tal época.

Em Busca da Cidade Perdida de Z.

Em Algum momento entre 1906 até 1911, Fawcett encontrou o famigerado documento conhecido como Manuscrito 512, mantido na Biblioteca Nacional do Brasil, que teria sido escrito pelo bandeirante português João da Silva Guimarães. João escreveu que em 1753 ele havia descoberto as ruínas de uma cidade antiga que continha arcos, uma estátua e um templo com hieróglifos. Ele descreveu as ruínas da cidade com muitos detalhes, mas sem informar sua localização.

O Manuscrito 512 foi escrito depois de explorações feitas no sertão da então província da Bahia. Fawcett pretendia empreender uma busca pela cidade como um objetivo secundário depois de "Z".

Fawcett formulou teorias de uma cidade chamada “Z”, em 1912. Seus pensamentos foram alimentados, em parte, pela redescoberta da cidade inca perdida de Machu Picchu, em 1911. Durante suas viagens, Fawcett também ouviu rumores de uma cidade secreta, nas selvas do Chile, que teria ruas pavimentadas em prata e telhados feitos de ouro. Ele estava preparando uma expedição para encontrar "Z" quando irrompeu a  Primeira Guerra Mundial e o governo Britânico suspendeu seu patrocínio.

Em 1920, Fawcett realizou uma expedição pessoal para encontrar a cidade, mas desistiu depois de ter uma febre e ter de matar sua besta de carga. Fawcett estava certo de que no centro da América do Sul, na região Amazônica, se encontrava o segredo do mais antigo templo mencionado pelas mais antigas tradições iniciáticas da Terra, o Templo Sagrado de IBEZ. Ele não tinha dúvidas de que nesta região do Brasil encontraria as pistas para este mundo de lendas e sonhos e, finalmente, o objetivo de sua busca, situações que na mente de exploradores como ele, se tratavam de pura realidade. Em suas buscas, penetrou profundamente nas selvas desde os Andes até a região do Mato Grosso, onde, finalmente, desapareceu. Quanto à misteriosa cidade procurada por ele, disse ter-se contatado certa vez com um nativo na Amazônia e que este lhe havia dito que conhecia um estranho local que possuía templos magníficos, cujas casas eram iluminadas por estrelas que jamais se apagavam.

Rota percorrida por Percy Fawcett
Créditos: Wikipedia.
Assim ele se cercava de convicções de que havia algo grandioso nas regiões selváticas da Amazônia e apesar da descoberta das antigas ruínas de Machu Pichu pelo pesquisador Hiram Bingham, no início do século, dizia que o que procurava, se tratava de uma cidade ainda mais remota. Ele afirmava que havia um grande elo que interligava a misteriosa “Z” e a Atlântida, e chegou a escrever:
“Estou convencido de que lá embaixo, no coração do continente jaz escondido os maiores tesouros do passado conservados no mundo de hoje. O enigma da antiga Sul-América e talvez do mundo pré-histórico poderá ser resolvido somente quando essas antigas cidades forem descobertas e escavadas cientificamente. Estas cidades existem, estou certo…”.
Fawcett imaginava que a cidade que procurava se encontrava próximo a Serra do Roncador entre os rios Xingu e Araguaia, no interior do Mato Grosso. Ele já havia escrito a respeito de misteriosas ruínas encontradas em suas andanças pelas selvas brasileiras. Em seu diário, conforme relata o livro “Coronel Fawcett”, de Hermes Leal, pode-se ler:
“Não duvido um só instante dessas velhas cidades. Por que haveria de duvidar? Eu mesmo vi parte de uma delas – e essa é a razão pela qual achei que deveria fazer novas expedições. As ruínas parecem ser de um posto adiantado de uma das grandes cidades, as quais, estou certo serão descobertas juntamente com as outras se a expedição for bem preparada, com uma pesquisa profunda sobre o assunto”.
E ainda:
“Infelizmente não posso induzir os cientistas a aceitarem até mesmo a hipótese de que há indícios de uma antiga civilização no Brasil. Viajei por lugares ainda não explorados, os índios têm me falado de construções antigas, seu povo e mais coisas estranhas existentes nestes locais”.
Durante muitos anos Fawcett procurou pela misteriosa cidade atlante nas selvas brasileiras e em 25-29 de maio de 1925, ele e sua equipe chegaram à beira de um território inexplorado, olhando para selvas que nenhum estrangeiro jamais havia visto. Estava próximo da cachoeira, de onde se determinava o rumo para seu objetivo final. Tinha a companhia de seu filho mais velho Jack, de 22 anos, e do fotógrafo Raleigh Rimell e dois trabalhadores brasileiros.

Escreveu uma última carta à sua esposa Nina que nada poderia dar errado em seu empreendimento e que a cidade que procurava era uma realidade. Na carta, diziam está em um local chamado Campo do Cavalo Morto, (onde seu cavalo morrera), e proclamou "Esperamos atravessar esta região em poucos dias .... Nós não podemos temer qualquer falha." Ele explicou, em uma carta, que haviam atravessando o Alto Xingu, afluente do rio Amazonas, e tinham enviado seus companheiros brasileiros de volta. Este seria o último contato do explorador de 58 anos.

A partir de então nunca mais se teve notícia do coronel Fawcett e de seus acompanhantes, e até hoje seu desaparecimento continua sendo uma incógnita. 

O que aconteceu ao coronel Fawcett? Essa pergunta vem sendo feita desde 1925, quando Percy Fawcett desapareceu. A pequena equipe, comandada pelo coronel, embrenhou-se na selva em busca de uma mítica “cidade perdida”, que jamais chegou a ser encontrada. Desde então, as expedições de resgate de Fawcett, e depois de busca de seus restos mortais, se sucederam.

A Busca por Fawcett e Sua Suposta Ossada.

Com o desaparecimento de Fawcett, muitos presumiram que eles foram mortos pelos índios selvagens locais. Porém não se sabe o que aconteceu. Os índios Kalapalos foram os últimos a relatar terem visto o trio. Não se sabe se foram realmente assassinados, se sucumbiram a alguma doença ou se foram atacados por algum animal selvagem.

Durante as décadas seguintes, foram organizadas várias expedições de resgate, porém nenhuma obteve resultado positivo. Tudo o que conseguiram foram coletar histórias dos nativos. Alguns disseram que eles foram mortos por indígenas hostis ou que animais selvagens os atacaram. Ouviram também algumas versões mais fantásticas dentre as quais destacam-se a história de que Fawcett teria perdido sua memória e estaria vivendo como chefe de uma tribo de canibais ou de que eles realmente encontraram a cidade perdida no sul do estado do Pará, mas foram impedidos de retornar para manter o segredo da existência de tal local.

A primeira expedição de resgate foi organizada em 1928 pelo comandante George M. Dyott. Não deu em nada. Ao todo, cerca de 100 exploradores morreram tentando procurar pelos membros da expedição de Fawcett. Três expedições de resgate também desapareceram na mesma região, que continua praticamente inexplorada até os dias atuais.

Em 1952, 27 anos depois do desaparecimento do trio, 6 anos depois do primeiro contato com os índios Kalapalo com os Irmãos Villas-Bôas, os índios confidenciaram a história dos exploradores que haviam sido mortos muitos anos antes quando passavam na região. A narrativa levava a crer que os exploradores eram Percy Fawcett, Jack Fawcett e Raleigh Rimmell. O Coronel Fawcett teria advertido crianças da aldeia que, por sua curiosidade, ficavam perto de seu acampamento tocando nos objetos pessoais dos exploradores. A conduta do coronel, no entanto, não teria agradado os pais das crianças resolvendo, assim, responder àquela conduta ofensiva do visitante.

Orlando Villas Bôas junto a dois índios Kalapalo
com a suposta ossada do Coronel Fawcett. 1952
Créditos: Wikipedia.
Jack e Rimell teriam sido flechados e descartados no rio. O Coronel Fawcett teria sido morto com golpes de borduna e enterrado numa cova rasa rente a uma árvore.

Diante desta declaração, Cláudio e Orlando Villas-Bôas localizaram o local onde teria sido morto o explorador inglês. Lá foram achados ossos humanos e objetos pessoais evidentemente de nossa sociedade como: faca, botões e pequenos objetos metálicos. Teria, assim, terminado o mistério do desaparecimento do explorador inglês.

A ossada passou por inúmeros testes, no Brasil e Inglaterra, mas não se chegou a uma conclusão satisfatória. Atualmente, os ossos achados em 1952 pelos Villas-Bôas encontram-se no Instituto Médico Legal da Universidade de São Paulo. Foi realizado o exame de DNA mitocondrial mas a família Fawcett se recusa a submeter-se a este exame.

Em 1996 os índios da tribo Kalapalo capturaram uma expedição brasileira liderada por um banqueiro chamado James Lynch, que visava solucionar o mistério e somente os liberaram após eles declararem desistência.

A Serra do Roncador.

O mais provável na fantástica aventura de Fawcett, é de que ele foi morto e enterrado pelos índios Xingu. Outra história, mais fantástica ainda conta que ele, ou eles (Jack e Rimell) Teria encontrado a lendária Cidade de Z, e não seria uma civilização já esquecida, e sim escondida. Encontrou através de um portal que se abre em certas ocasiões, como o alinhamento de astros, e nunca mais voltaram. Ainda hoje, perdura no entender de alguns místicos, a teoria de que esta passagem existe. Assim como diversas outras que estão espalhadas nos subterrâneos do País.

A Serra do Roncador é uma região que se localiza no ponto mais central do Brasil, no estado do Mato Grosso, mais especificamente entre o rio das Mortes e o rio Araguaia a leste, e o rio Xingu e Kuluene a oeste, chegando a atingir até 700 metros de altitude em alguns pontos.

A região da Serra do Roncador é, até hoje, a mais desconhecida da selva sul-americana. Uma imensa cordilheira da era plutônica que se ergue como divisor de águas do Araguaia e do Xingu. Estende-se por cerca de 800 km, aproximadamente, desde Barra do Garças, no Mato Grosso até as proximidades da Serra do Cachimbo, no estado do Pará.

O nome "roncador" vem do fato do vento passar pelos paredões rochosos durante a noite, produzindo um som grave que se assemelha ao ronco de uma pessoa dormindo.

A história da Serra do Roncador é marcada por aventuras, lendas e mistérios, e atrai expedições do mundo inteiro. A origem da civilização inca, o paralelo 16, o templo de IBEZ, o caminho de Ió, Agartha, Shamballah, Paititi, o Chakra do Planeta, o Portal de Aquário, Vulcões Extintos, Fósseis de Dinossauros e Discos Voadores são atrativos para cientistas, curiosos e místicos de toda parte. A cidade é conhecida mundialmente como santuário místico e metafísico.

A Serra do Roncador se estende por uma área de mais de mil quilômetros, e possui vários sítios arqueológicos ainda pouco explorados por pesquisadores.

Misticismo.

Os místicos fundaram o "Monastério Teúrgico do Roncador", e eles acreditam que lá exista um portal, e que quando ocorre um determinado alinhamento astral, o portal será aberto, permitindo à entrada. Nesse “mundo” as pessoas são muito desenvolvidas, tanto espiritualmente, quanto tecnologicamente e que sobrevivem porque existe um sol interior que ilumina o centro da Terra (Para mais informações, Teoria da Terra Oca.).

No meio da serra há um lago chamado de "O Portal". Essa lagoa é misteriosa por possuir águas extremamente cristalinas e não haver nenhum ser vivo dentro dela. Segundo a crença esotérica, deve-se mergulhar nesta lagoa para se ter acesso à Atlântida. Outro acesso seria uma enorme rocha de cristal perfeitamente redonda e transparente, medindo aproximadamente 10 metros de diâmetro. Os ancestrais dos índios Xavantes utilizavam essa rocha como espelho.

Professor Hugh McCarthy.

A história do desaparecimento de Fawcett nas selvas do Mato Grosso inflamaram a curiosidade de muitos e não se sabe, de fato, o que teria acontecido. Surgiram tentativas diversas de explicação de seu misterioso sumiço, e até mesmo uma ossada lhe foi atribuída, dizendo-se que ele fora assassinado pelos índios. Porém, nada ficou, efetivamente, provado.

Em 1947 ocorreu então um outro fato, relacionado aos mistérios da Amazônia, que também passou a fazer parte das lendas das cidades abandonadas. O professor Hugh McCarthy ao tomar conhecimento das viagens do coronel inglês, ficou entusiasmado com esta notícia e viajou desde a Nova Zelândia até o Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, onde passou a pesquisar os documentos de Fawcett e suas expedições, além do Manuscrito 512. Depois de algum tempo, viajou para um lugarejo chamado Peixoto, no Mato Grosso, onde conheceu o Reverendo Jonathan Wells, que já estava naquela região há muitos anos.

O Reverendo tentou mudar a opinião de McCarthy, alegando ser a selva tropical cheia de perigos, animais e índios hostis, mas o professor insistia em seguir na busca da cidade perdida. Então, percebendo que não conseguiria dissuadi-lo de seu intento, Wells acabou por oferecer-lhe sete pombos correio para que ele enviasse notícias, vendo-o partir em uma canoa rio acima, para nunca mais ser visto. Muitas semanas depois, o Reverendo recebia um dos pombos correio com uma carta dizendo que ele havia sofrido um acidente, mas que fora acolhido por uma tribo indígena e estava sendo bem tratado. Viu o padre que aquela era a terceira carta e que as duas primeiras não haviam chegado até ele. Muito tempo depois chegou a quarta carta, na qual, ele relatava que estava sozinho no meio da floresta e que deveria escalar os picos de uma montanha onde se encontrava e que, certamente, iria logo chegar á cidade do coronel Fawcett. Dizia que, caso fracassasse, teria valido a pena.

O Sétimo Pombo

Tempos depois chegou mais uma carta através do sétimo pombo correio. Os dois anteriores nunca chegaram ao seu destino e nesta última MacCarthy dizia:
“Sei que a fria mão da morte virá me tocar em breve e agora tudo o que faço é rezar para que todos os pombos que mandei cheguem a salvo. Sinto dificuldade para escrever, pois meus momentos de lucidez são raros. Mas, digo, que maneira gloriosa escolhi para deixar este mundo. Espero que meu mapa chegue em segurança via pombo número seis, para que você e as pessoas do mundo inteiro possam saber a localização dessa cidade de ouro. É absolutamente inacreditável e maravilhosa, com uma imensa pirâmide de ouro e estranhos templos. Com a ajuda de Deus, sei que você conseguirá muito em breve liderar uma equipe de arqueólogos para que venham até esta que é a mais linda de todas as cidades desde o início dos tempos, e para que seus tesouros possam ser preservados por muitas e muitas gerações. Minha obra está terminada e morro feliz, sabendo que minha crença em Fawcett e sua cidade perdida não foi em vão. Hugh.”
Entretanto, apesar do Reverendo ter tentado, nenhuma expedição foi organizada para localizar a cidade de ouro e pensou-se que McCarthy havia enlouquecido, e que tudo o que ele havia escrito não passava de delírios febris. Misteriosamente, o mapa que trazia a localização da cidade abandonada nas selvas do Mato Grosso, desapareceu, juntamente com a possibilidade de encontrá-la, pois sua condição mitológica se tornou ainda mais forte.

Possíveis influências de Fawcett.

Pesquisadores acreditam que Fawcett pode ter sido influenciado em seu pensamento por informação que ele possa ter obtido de povos indígenas sobre o sítio arqueológico de Kuhikugu, perto das cabeceiras do Rio Xingu. Kuhikugu foi descoberto cerca de 70 anos após a morte presumida de Fawcett em 1925.

O sítio arqueológico de Kuhikugu, descoberto pelo arqueólogo Michael Heckenberger, com a ajuda do povo cuicuro, se localiza dentro do Parque Indígena do Xingu (região do alto Xingu) e provou ter sido um grande complexo urbano que pode ter abrigado até 50 000 habitantes, habitado por indígenas antepassados dos atuais cuicuros de cerca de 1.500 a 400 anos atrás. Construído provavelmente pelos antepassados dos atuais povos cuicuros, o sítio abriga construções complexas como estradas, fortificações e trincheiras para proteção. Para alimentar a grande população, havia campos cultivados e pomares na cidade. Talvez a mais incrível descoberta seja a de barragens para a criação de peixes. Como a descoberta é recente, estudos sobre as formas de vida dessas populações ainda são necessários, embora os estudiosos acreditem que esse povo cultivava a mandioca.

O desaparecimento dessa civilização, assim como de outras grandes civilizações amazônicas, é relacionado à entrada de doenças como varíola e caxumba no continente americano, responsáveis por dizimar as populações indígenas ameríndias, por volta do século XVI. As características naturais da Floresta Amazônica (mata densa etc.) explicariam porque os colonizadores não travaram contato com esta civilização amazônica.

Na cultura popular

Em 2005, o jornalista estadunidense David Grann publicou um artigo no The New Yorker sobre as expedições e descobertas de Fawcett, intitulado "The Lost City of Z" (A Cidade Perdida de Z).  Em 2009, ele o transformou num livro de mesmo nome, e em 2016, ele foi adaptado pelo roteirista-diretor James Gray para um filme de mesmo nome estrelado por Charlie Hunnam, Robert Pattinson, e Sienna Miller.

Enquanto a cidade perdida “Z” nunca foi encontrada, inúmeras cidades e restos de antigos sítios religiosos foram descobertos nos últimos anos nas selvas da Guatemala, Brasil, Bolívia e Honduras. Com o uso cada vez maior da tecnologia de digitalização, é possível que uma cidade antiga, que impulsionou as lendas de Z, possa um dia ser encontrada.

Talvez, vendo pelo lado mais mistico, por obra de mãos invisíveis, a Misteriosa “Z” permanecerá ainda por um bom tempo oculta na sanha devastadora do homem contemporâneo, aguardando o dia em que seus segredos e tesouros possam ser conhecidos e não venham a ser utilizados de maneira a produzir a destruição e a segregação entre os povos.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Perdida_de_Z

https://pt.wikipedia.org/wiki/Percy_Fawcett

https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_dos_Descobrimentos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_do_Roncador

https://en.wikipedia.org/wiki/Kuhikugu

https://pt.wikipedia.org/wiki/Kuhikugu

https://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/as_cidades_perdidas_da_amazonia.html

https://seuhistory.com/noticias/cidade-perdida-z-e-o-misterioso-sumico-de-percy-fawcett-no-brasil

http://www.noitesinistra.com/2016/11/a-misteriosa-cidade-perdida-z-e-o.html#.W2IJ6dJKjcc

http://www.noitesinistra.com/2014/04/os-misterios-da-serra-do-roncador.html#.W2Inl9JKjce

http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/1/fonseca_fawcet.htm

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