Se tivéssemos necessidade de prova indiscutível aí estariam agora os discos voadores. As agencias telegráficas estão transmitindo alguns capítulos da novela. Em torno desta já se tramam e enredam outros capítulos, que os telegramas prolongam e enfeitam.
Há quem tenha visto os discos voadores entre as nuvens do Brasil. No sul, no centro, no norte muita gente anda de nariz no céu (...). Os homens foram sempre assim. Houve tempo em que os fantasmas se divertiam com surtidas em certos bairros da cidade. Hoje os fantasmas mudaram de tática. Progrediram. Evoluíram. Escolheram formas modernas. A última delas aí está: discos voadores... Os homens sempre viveram à custa desses pequenos romances. Mais um, menos um, não alteram os ritmos da vida...
DISCOS VOADORES”. O Globo. Rio de Janeiro, 11 julho 1947, p. 1. (BN)
D.O.P 01: O Caso da Ilha do Caranguejo.
José Souza morreu aos 22 anos de idade. Era saudável e não sofria de nenhuma doença. O que o matou é um mistério. O dia começou ensolarado e quente, quando ele e mais três homens foram de São Luis do Maranhão a Ilha do Caranguejo, 25 km ao sul, na Baía de São Marcos. Estavam em um barco velho e corroído. Chegaram no início da tarde, ancoraram em um riacho bem dentro da ilha e passaram o resto da tarde cortando árvores finas e podando galhos. Eles planejavam vender mastros de madeira para uso em construções simples. A ilha tem 40 km de comprimento e 11 km de largura. É um local isolado, pantanoso e deserto, infestado por mosquitos e coberto de arbustos e árvores. As pessoas só vão lá para pegar madeira ou apanhar caranguejos. Com José estavam dois de seus irmãos, Apolinário, 31, e Firmino, 38, e um primo, Auleriano Bispo Alves, de 36 anos.
Eles trabalharam a tarde toda cortando e empilhando troncos. Pararam às 18:00, quando o Sol começava a se pôr, e fizeram uma refeição de carne e arroz. A maré estava baixa e o barco ficara ancorado na lama do riacho vazio. Ficaram batendo papo até as 20:00 e foram dormir dentro do barco, cobrindo a escotilha com um pedaço de lona para impedir a entrada de mosquitos. Uma pequena janela fechada, na parte de trás da cabine, permitia a circulação do ar. Uma lanterna com o pavio baixo estava pendurada em um dos lados da cabine. Os homens pretendiam acordar por volta da meia-noite quando a maré subia, levar os troncos ao barco e voltar para São Luis, com o refluxo da maré. José, Apolinário e Auleriano (1) já tinham feito aquela viagem pelo menos umas cem vezes antes, e nunca deixaram de acordar com a maré. O balanço do barco quando o riacho se enchia e o som da água batendo no casco era um ótimo despertador.
Firmino era o único novato. O quarto homem que costumava acompanhar o grupo estava doente e Firmino, um fazendeiro, pediu para ir no lugar dele porque precisava de mastros de madeira para um anexo que estava fazendo em sua casa na floresta tropical. Era a sua primeira viagem, e ele viria a se arrepender de tê-la feito. Alguma coisa terrível aconteceu enquanto eles dormiam. À meia-noite, José estava morto e Firmino e Auleriano seriamente machucados, mas ninguém sabia o que tinha acontecido ou por quê. Ninguém sabia e até hoje não sabe.
- Descoberta Assustadora.
Com a área para a carga subitamente visível à primeira luz do alvorecer, Apolinário olhou para baixo e viu Auleriano deitado em vários centímetros de água na estiva. Ele perguntou qual era o problema, mas Auleriano não sabia. Estava com dor, não conseguia se levantar e não sabia como tinha ido parar lá.
Apolinário ajudou Auleriano a sair pela escotilha e ir até o tombadilho, e percebeu que ele estava queimado nas duas escápulas. Auleriano baixou o short e viu que tinha uma queimadura também nas nádegas, do lado esquerdo. Estranhamente, o short não se queimara. Apolinário começou a fazer um chá para Auleriano, mas ouviu alguém gemer na parte de trás do barco. Ele desceu até a cabine, agachou-se novamente sob a rede de José, e viu Firmino deitado no chão, debaixo da rede de Auleriano. Era outra surpresa, porque Firmino tinha ido dormir na parte da frente do barco, onde Auleriano fora encontrado. Mas a surpresa de Apolinário se converteu em choque quando ele examinou Firmino. “Ele estava queimado e inchado, e a pele tinha caído”, disse Apolinário. “Tentei falar com ele, mas não respondia. Seus olhos estavam fechados e não consegui abri-los. Fiquei apavorado”.
Assustado, Apolinário correu até a rede de José para pedir ajuda, mas assim que o tocou, percebeu que ele estava morto. Tentou sentir-lhe o pulso, mas não conseguiu. O corpo de José estava frio e enrijecendo rapidamente, com uma perna pendurada para fora da rede. Tomado de tristeza, Apolinário achou que devia colocar a perna de volta na rede, mas foi uma luta fazer isso. Desesperado, ele queria chorar, mas era o único homem com saúde a bordo e teria de levar os outros de volta a São Luis. Não havia remédios nem estojo de primeiros socorros no barco e ele não podia fazer nada para tratar das queimaduras dos homens. Pior ainda, a maré estava baixa e o barco ficara na lama novamente.
- Ajuda de Deus?
Bob Pratt a bordo do pequeno barco na qual os pescadores se encontravam na fatídica noite. [Fotos: Bob Pratt]. Créditos: Portal Fenomenum. |
A polícia só chegou ao barco à 01:00. O corpo de José foi levado ao Instituto Médico Legal e só então Auleriano foi a um hospital para ser tratado. Suas queimaduras deixariam marcas, mas ele pôde ser liberado à noite. Firmino ficou em coma por uma semana, e teve de passar mais de um mês no hospital. Boa parte de seu corpo tinha sofrido queimaduras de segundo grau. As mais sérias estavam do lado esquerdo das costelas, na parte interior do braço esquerdo e na testa.
Os músculos do braço foram tão danificados que os dedos da mão esquerda ficaram permanentemente torcidos para dentro, quase sem nenhuma mobilidade. Não foi feita uma autópsia no corpo de José. São Luis fica perto do equador e depois de 24 horas no calor, o corpo já estava em avançado estado de decomposição. O médico que o examinou no Instituto Médico Legal disse em seu relatório que não havia cortes nem hematomas no corpo. O atestado de óbito declarava que José tinha sofrido um “...acidente vascular cerebral, causado por hipertensão arterial, como conseqüência de um choque emocional”. A causa da morte foi atribuída a ‘choque emocional'.
- Choque Emocional.
A polícia não foi capaz de determinar o que aconteceu na Ilha do Caranguejo. Os investigadores foram até lá, examinaram a área onde barco ficara ancorado, inspecionaram o próprio barco e conversaram com os sobreviventes e as pessoas que os conheciam. Não havia nenhuma evidência de que os homens tivessem bebido ou usado drogas, sofrido intoxicação alimentar ou sido expostos a gases tóxicos, ou sequer brigado fisicamente. A polícia não encontrou sinal de fogo no barco nem na ilha. A única conclusão era de que os três sobreviventes realmente não sabiam o que tinha acontecido.
Nenhum dos três homens se lembra do menor detalhe daquela noite, nem sob hipnose profunda. Uma queimadura deve provocar uma das mais terríveis dores que alguém pode sofrer, porém, dois homens foram gravemente queimados antes da meia-noite e nenhum dos dois sabia nada a respeito do acidente, um até a manhã seguinte e o outro só quando saiu do coma, uma semana mais tarde (2). Como tais coisas podem ter acontecido sem que as vítimas tenham a menor lembrança de como se queimaram? O que ou quem poderia infligir esses ferimentos e bloquear completamente a experiência dolorosa das mentes das vítimas? Por que um jovem saudável como José simplesmente morreu enquanto dormia, sem nenhuma causa aparente?
- Atenção da Mídia.
Página 1 do laudo do exame de Corpo de Delito de Auleriano [cortesia: Edson Boaventura Junior]. Créditos: Portal Fenomenum. |
“Não acredito em UFOs, mas esse é um fenômeno estranho que não consigo explicar. Já tinha ouvido relatos de ‘bolas de fogo' avistadas nas cidades ao redor da Ilha do Caranguejo e a oeste daqui. Muita gente tinha visto a ‘bola de fogo', tanto antes quanto depois do incidente. E pelos testemunhos que ouvi, as bolas de fogo não pareciam estrelas cadentes. Elas sobem e descem, movem-se para a esquerda ou a direita, horizontalmente, verticalmente, devagar ou rápido, ou muito devagar ou rápido demais. É um fenômeno incomum, e não sei o que é”.
Outro investigador me disse que acreditava que um raio tinha causado a morte e as queimaduras. Sua teoria era de que o raio caiu na areia ou na lama perto do barco, ricocheteou para cima e voou horizontalmente até a cabine, atingindo três dos quatro homens que dormiam. Dois médicos do Instituto Médico Legal (IML) que examinaram Firmino no hospital também achavam que a causa do acidente fora um raio. Um deles era o doutor Carneiro Belfort, na época, diretor do instituto e, posteriormente, professor de medicina em uma das universidades de São Luis. “Eu quis ver Firmino porque os jornais estavam dizendo que os ferimentos tinham sido causados por UFOs, e eu precisa verificar pessoalmente” , disse o doutor Belfort. “Nunca vi um UFO e não acredito na existência deles. As queimaduras eram características de raio, mas não posso afirmar que foi isso que as causou. E se não foi, não sei o que pode ter acontecido. O homem me disse que viu ‘um fogo' antes de desmaiar”.
Página 2 do laudo do exame de Corpo de Delito de Auleriano [cortesia: Edson Boaventura Junior]. Créditos: Portal Fenomenum. |
- Ele viu um Fogo.
Enquanto conversávamos, o doutor Oliveira examinou os registros do instituto sobre os homens feridos. Quanto à queimadura nas nádegas de Auleriano, ele disse que “...provavelmente, se ele tivesse sido atingido por um raio, sua roupa também teria sido queimada” . Os calções de Auleriano e Apolinário ficaram intactos. Clésio Muniz, o investigador criminal chefe, discordava veementemente da teoria do raio, assim como o Sargento Antenor Costa, meteorologista da Força Aérea Brasileira (FAB) no Aeroporto de São Luis. O aeroporto fica 4 km a nordeste da Ilha do Caranguejo. Na época, quatro linhas aéreas nacionais, duas regionais e várias empresas de táxi aéreo estavam usando o aeroporto. Os registros da estação meteorológica indicam que não houve temporal nem relâmpagos entre as 17:00 de 25 de abril e 06:00 do dia 26. Caiu uma chuva leve às 23:00 e outra à meia-noite, mas de resto a noite estava clara e calma.
“Seria impossível um raio cair, atingir a areia e ricochetear para cima e desviar para o lado, pegando o barco. Isso não acontece. Se fosse assim, o raio teria queimado também a lona e não teria atingido dois ou três homens ao mesmo tempo porque suas posições no barco eram muito diferentes. Para fazer isso, um raio precisaria ser tortuoso como uma trilha sinuosa. Além do mais, é improvável que tivesse matado um homem sem queimá-lo. Simplesmente não é possível que um raio queime dois homens e mate um terceiro, sem deixar uma marca em seu corpo” , disse o Sargento Costa.
Natalino Filho, diretor da estação meteorológica, disse que um raio poderia ter caído na água e passado por ela até o barco, já que a água é um bom condutor de eletricidade. “Mas se isso tivesse acontecido, Apolinário teria morrido porque ele estava deitado no chão, no ponto mais próximo da água” , acrescentou Natalino. Decididamente não havia queimaduras no barco. Eu o inspecionei pessoalmente, e foi uma aventura infernal. Firmino morava na floresta, a uma certa distância ao sul de Itaúna, o terminal de balsa entre a Baía de São Marcos e São Luis. Com Ana Teresa Britto e sua irmã Leila como intérpretes, fui procurar Firmino para levá-lo a São Luis. Quando chegamos a casa dele, ficamos sabendo que o Maria Rosa, o barco usado pelos quatro homens na viagem à Ilha do Caranguejo, estava ancorado num riacho próximo. Fazia dias que o vinha procurando, mas longe dali, na área de São Luis.
Firmino dias após o incidente, no hospital. [Fotos: Bob Pratt]. Créditos: Portal Fenomenum. |
- Pântano Infernal.
Imagens de piranhas e outras criaturas belicosas me vinham à mente, deixando-me com dor de cabeça enquanto eu observava a água escura. Não dava para ver nada sob a superfície negra, e teríamos de atravessá-la descalços ou arriscar perder os sapatos no barro. Eu queria chorar. Maria me garantiu que a água só chegava aos joelhos, mas eu não queria entrar nela descalço nem com sapatos, por mais rasa que fosse. Mas não tinha escolha, se quisesse examinar o barco. As três mulheres riram de mim, quando eu hesitei. E então, detestando cada minuto da aventura, mergulhei as pernas no pântano e arrestei-me através dele, seguindo Maria e seguido por Ana Teresa e Leila. Mas nada de ruim aconteceu, e chegamos ao outro lado com os artelhos intactos.
Alguns minutos depois, chegamos ao barco. Com a maré baixa, ele ainda estava preso na lama. Era totalmente feito de madeira e tinha uma única e enorme vela. Era um barco velho, com a pintura tão desbotada que mal podíamos ver o nome Maria Rosa. Não havia ninguém por perto. Enquanto as três mulheres se sentavam sobre um tronco caído e me esperavam, atravessei uma prancha de madeira e subi ao tombadilho. A única entrada para a cabine e o espaço de carga embaixo é através de uma escotilha quadrada, bem atrás do mastro. Fiquei uns 30 minutos examinando o barco inteiro, dentro e fora. Não havia um único sinal de fogo ou violência. Tirei várias fotos, e então nós quatro voltamos – descalços através do mesmo pântano (3).
Levamos Firmino a São Luis porque eu tinha providenciado a vinda do doutor Sílvio Lago de Niterói, para hipnotizar os três homens. O doutor Lago, médico e professor de medicina, já vinha usando hipnose em sua profissão havia quase 45 anos. Os três homens concordaram em fazer as sessões porque viviam deprimidos desde o incidente e esperavam que ele pudesse ajudá-los. O doutor Lago passou 16 horas com os homens, seis falando com cada um individualmente e juntos sobre suas vidas e o que aconteceu na Ilha do Caranguejo, e as outras 10 horas em sessões individuais de hipnose. Quando acabou, ele estava convencido de que os homens estavam dizendo a verdade, mas não obteve a menor pista do que tinha acontecido aquela noite. “Eles não conseguiam se lembrar de nada após terem ido dormir aquela noite. Não estou acostumado a ver esse tipo de bloqueio mental. É um caso muito estranho e complicado” , disse o doutor Lago.
Só a emoção não seria suficiente para causar o bloqueio, disse. “Foi alguma coisa física e psíquica, mas nada comum. Uma emoção muito forte poderia causar amnésia, mas não parece ter sido a reação emocional dos homens que provocou esse bloqueio mental. É possível que antes ou durante a experiência, eles tenham passado por algum tipo de hipnose muito profunda, preparando-os para não se lembrar de nada, depois” . Outra coisa que o intrigou foi que Apolinário, que não tinha ferimentos aparentes, tinha o mesmo tipo de bloqueio que os outros dois.
“Uma hipótese é que Apolinário deve ter tido uma emoção forte demais a ponto de provocar o bloqueio. Não imagino o que seja, a menos que ele tenha visto o que aconteceu. O que lhe impôs o bloqueio mental foi muito mais forte que a dor de ver seu irmão morto, porque ele se lembra de tudo antes e depois, mas nada durante, e eu não acredito que haja emoção maior que ver o irmão morto e dois homens feridos. É muito estranho” , informou o hipnólogo. Outra parte do mistério é o fato de que Auleriano foi dormir nos fundos do barco e acordou na frente, enquanto Firmino, que estava dormindo na frente, foi encontrado nos fundos, perto da rede de Auleriano. Nenhum dos homens se lembrava de ter trocado de posição no meio da noite.
Firmino, já recuperado, mostrando a cicatriz adquirida na experiência. [Fotos: Bob Pratt]. Créditos: Portal Fenomenum. |
- Problemas de Saúde.
Apolinário em hipnose regressiva. [Fotos: Bob Pratt]. Créditos: Portal Fenomenum. |
Firmino, que perdera peso e quase não conseguia fazer nada por vários anos depois do incidente – e às vezes até parecia meio abobado, segundo sua mulher – hoje está robusto e mentalmente ágil, de novo. Consegue fazer trabalhos braçais leves, apesar de ter a mão esquerda torta. Ele e Maria também são os proprietários e administradores de uma pequena mercearia em um dos bairros mais pobres de São Luis.
As cicatrizes de Auleriano praticamente desapareceram. Dois anos depois do incidente, ele começou a ir à Ilha do Caranguejo para pegar madeira de novo, e continuou com esse trabalho até 1991, sem mais nenhum acontecimento inusitado. Mas largou essa ocupação e foi trabalhar como guarda de segurança em uma empresa de construção. Nem Apolinário nem Firmino jamais voltaram à Ilha do Caranguejo.
- Outra Morte na Ilha do Caranguejo.
Ninguém sabe o que aconteceu com Veríssimo. Lázaro recobrou a consciência ao meio-dia, no dia seguinte, e encontrou Veríssimo morto, estendido no tombadilho. Não havia marcas nele, mas um pouco de sangue escorria-lhe da boca. Anselmo acordou duas horas mais tarde e Juvêncio voltou a si às 17:00, quase 24 horas depois de ter desmaiado. O lado direito de sua cabeça estava queimado e inchado. Anselmo e Lázaro tentaram colocar a madeira no barco, mas desistiram após terem carregado não mais que uns trinta mastros. Começaram a conduzir o barco de volta a São Luis, mas era difícil porque os três sentiam enjoos e náuseas.
- Forte Estrondo.
Página 1 do laudo do exame de Corpo de Delito de Firmino [cortesia: Edson Boaventura Junior]. Créditos: Portal Fenomenum. |
Não foi feita autópsia em Veríssimo. Como no primeiro caso, quando o barco chegou ao porto, seu corpo já estava em avançado estado de decomposição. O atestado de óbito de Veríssimo simplesmente menciona a causa de morte como "não determinada". A ligação com um UFO nesse caso também é tênue. Uma coisa estranha aconteceu pouco antes dos homens desmaiarem. Eles ouviram um forte estrondo no mato, em algum lugar perto do barco. No escuro, não puderam ver o que era, e não sabem o que pode ter causado o barulho. Só se pode chegar à ilha de barco ou helicóptero, e os homens não sabiam da presença de outras pessoas lá, com eles. Os partidários das teorias ufológicas podem interpretar o estrondo como uma clara indicação de que um UFO aterrissou, esmagando árvores em seu caminho, enquanto os desmistificadores alegarão que o barulho deve ter sido causado por uma árvore caindo.
Não há como provar quem está certo, mas os homens reconheceriam o som de uma árvore caindo. Quando Mônica, Ana Teresa e eu entrevistamos Juvêncio em sua casa, vários vizinhos se reuniram para ouvir. Um homem no meio da multidão disse que tinha tido um contado com um UFO em um barco semelhante, não longe da Ilha do Caranguejo, numa noite em 1983. Seu barco estava ancorado em um riacho do lado oeste da baía, quando um grande objeto brilhante desceu e pairou sobre ele, projetando uma luz sobre a embarcação. O homem e seus companheiros saltaram para fora do barco e se esconderam no mato até o UFO se afastar. Ele disse que várias pessoas em barcos na área também tiveram contatos com UFOs aquele ano.
Tanto Lázaro quanto Anselmo estavam no interior as duas vezes que estive em São Luis depois do incidente, e nunca conversei com eles. Entretanto, vi Juvêncio novamente em 1992. Ele disse que estava bem de saúde, mas que Anselmo e Lázaro sentiam amortecimento nas pernas, e Lázaro às vezes tinha tontura e dor de cabeça. Os dois casos são notavelmente semelhantes, exceto que nenhum dos homens do primeiro incidente sentiu tontura. É bem possível que não tenha havido a presença de UFO em nenhum dos casos, já que as vítimas não se lembram de ter visto nada estranho e não houve outras testemunhas. Mas se os vilões nesses casos não são os UFOs, então algum fenômeno igualmente estranho foi o responsável. De qualquer forma, tudo faz parte de um estranho mistério que fere e, às vezes, mata as pessoas.
Página 2 do laudo do exame de Corpo de Delito de Firmino [cortesia: Edson Boaventura Junior]. Créditos: Portal Fenomenum. |
(1) Auleriano é uma variação de um nome mais comum, Aureliano.
(2) Há uma notável semelhança entre as queimaduras graves e o coma de Firmino e o que aconteceu em um caso pesquisado por Húlvio Brandt Aleixo, no Vale das Velhas (MG). Na localidade de Florestal, uma tarde, uma senhora idosa foi encontrada inconsciente no quintal de sua casa, com uma queimadura em cada braço. Ela foi levada a um hospital, onde conseguiu se recuperar. A queimadura era tão grave que ela precisou de enxertos de pele, e levou três meses para se curar. Ninguém sabe o que causou a queimadura, e ela não tinha ideia do que tinha acontecido. Durante alguns dias, antes desse incidente, moradores da vizinhança tinham visto estranhas bolas de fogo voando pelo céu. Algumas pessoas achavam que havia uma ligação entre o acidente com a mulher e as bolas de fogo.
(3) Vários anos depois, Ana Teresa comentou: “Sabe, aquilo foi perigoso”.
Quem é Bob Pratt?
Bob Pratt, investigador inicial do caso. Créditos: Portal Fenomenum. |
Pratt ficou profundamente interessado nos casos de contatos com UFOs no Brasil após a Enquirer tê-lo enviado aqui quatro vezes, nas décadas de 70 e 80. Diferente do que tinha observado em outros países, no Brasil os UFOs ferem muitas pessoas e podem até ter matado algumas. Esses incidentes o intrigaram tanto que, após sair da revista, em 1981, voltou imediatamente ao país para continuar suas pesquisas por conta própria. Mais recentemente, em 1999, passou a tentar descobrir por que acontecem tantos contatos no Brasil, em número bem superior ao registrado noutros países. Bob Pratt escreveu numerosos artigos sobre UFOs e foi editor do UFO Journal, órgão oficial da entidade norte-americana Mutual UFO Network (MUFON) , a maior do mundo. Em seu o site [ www.bobpratt.org ] há muitas de suas inúmeras histórias. É também co-autor, junto de Philip Imbrogno, da obra Night Siege: The Hudson Valley UFO Sightings [Cerco Noturno: Os Avistamentos de UFOs em Hudson Valley] , do doutor J. Allen Hynek.
Adendo Fenomenum - Por Carlos Alberto Machado.
No ano de 2007 o geógrafo maranhense André Araújo, apreciador da temática ufológica deparou-se com um mistério maranhense conhecido há muitos anos pelos pescadores e moradores locais. Há cerca de seis anos vêm estudando as condições ambientais da costa maranhense e ao visitar a Ilha dos Caranguejos, deparou-se com algo estranho e fascinante.
No meio da ínsula, muito conhecida pelo ataque aos pescadores há mais de 30 anos (1977), ele verificou a presença de um conjunto de rochas cristalinas fincadas no solo inconsolidado da ilha. Calculou a altura de 2 metros e o peso de 1 tonelada para cada rocha. André acredita que seja um tipo de monumento megalítico, muito similar ao de Stonehenge na Inglaterra, pois formam um círculo e exatamente ao meio-dia, fenômeno presenciado por ele, o sol ocupa corretamente o centro do círculo lembrando um relógio de sol. Acrescenta ainda que não fosse um conjunto de características incomuns, estas rochas por si despertariam interesse de arqueólogos. Ele acredita que existe algo a mais cercando o mistério desses megalíticos. Primeiro, por se situarem em uma ilha distante da ocupação humana e, portanto isolada da sociedade. Depois, por que é constituída essencialmente de matéria sedimentar, sendo que a concentração de rocha cristalina mais próxima da ilha está em Rosário, município distante uns 60 km da ilha dos Caranguejos. Assim sendo conclui que as rochas megalíticas foram inseridas artificialmente naquela região distante.
UFO Danger Zone, e sua versão brasileira Perigo Alienígena no Brasil, de autoria de Bob Pratt, onde o caso foi apresentado. Créditos: Portal Fenomenum. |
Ele afirma ainda que os pescadores conhecem estas formações há anos, e, portanto foi fácil encontrar os megalíticos em companhia deles. Por outro lado a comunidade científica conhece pouco sobre estes monumentos, e os que os conhecem, preferem ignorá-los.
Quando esteve na região o geógrafo tomou o cuidado de trazer consigo algumas amostras de solo e da rocha trabalhada para posterior análise. Não pode fotografar os megalitos, pois, não possuía na época, nenhum tipo de máquina fotográfica.
Fontes.
Livros: PRATT, Bob. Perigo Alienígena no Brasil. Tradução de Marcos Malvezzi Leal. Campo Grande: CBPDV, 2003.
Artigos de Revistas: ATHAYDE, Reginaldo. Extraterrestres atacam e matam no nordeste. Revista UFO, Campo Grande, nº 7, p.7-11, abr/jun 1989
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Prato
http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1970/chupachupa1
http://fenomenoufo.com.br/wp/?p=548
http://operacaoprato.com/
https://ufo.com.br/busca/?s=opera%C3%A7%C3%A3o%20Prato
http://www.x-libri.ru/elib/arefj000/00000087.htm
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