Se tivéssemos necessidade de prova indiscutível aí estariam agora os discos voadores. As agencias telegráficas estão transmitindo alguns capítulos da novela. Em torno desta já se tramam e enredam outros capítulos, que os telegramas prolongam e enfeitam.
Há quem tenha visto os discos voadores entre as nuvens do Brasil. No sul, no centro, no norte muita gente anda de nariz no céu (...). Os homens foram sempre assim. Houve tempo em que os fantasmas se divertiam com surtidas em certos bairros da cidade. Hoje os fantasmas mudaram de tática. Progrediram. Evoluíram. Escolheram formas modernas. A última delas aí está: discos voadores... Os homens sempre viveram à custa desses pequenos romances. Mais um, menos um, não alteram os ritmos da vida...
DISCOS VOADORES”. O Globo. Rio de Janeiro, 11 julho 1947, p. 1. (BN)
O Caso.
O pesquisador José Victor Soares, elemento de destaque do GIPOVNI, uma sociedade gaúcha de pesquisa discóloga , já é conhecido dos nossos leitores, através de trabalhos publicados em Boletins anteriores. O presente relato se destaca pela raridade do caso, pela originalidade e meticulosidade na colheita dos dados e pela dificuldade da pesquisa.
Sobre a parte principal implicada no caso, um terneiro, explica o pesquisador gaúcho: "poderá usar-se o nome terneiro ou bezerro porque possuía apenas 1 mês de idade".
Bezerro Jersey, semelhante ao que foi arrebatado em Alegrete, em 1970. Créditos: Portal Fenomenum. |
- O Local e as Testemunhas.
Fotografia original da vaca Jersey, cujo filhote foi arrebatado. Créditos: Portal Fenomenum. |
Acabavam de separar uma vaca de cor vermelha, raça Jersey , que tinha um terneiro (bezerro) de cerca de um mês, com 20 kg, aproximadamente.
Amarrada a vaca em local separado da "encerra" (curral) onde estavam os outros animais, , ficou com o terneiro solto e distanciou-se uns 5 metros da mãe . Continuando o tratamento, notaram Pedro e Euripedes que os animais se tornaram inquietos, o que não os impressionou de começo, visto que se tratava de gado arredio, pouco acostumado à encerra (curral). A inquietude aliás acentuou-se na vaca amarrada, que começou a mugir insistentemente, voltando-se repetidamente para olhar o filhote, ao lado. O Sr. Pedro voltou-se para observar o bezerro, que a essa altura também estava berrando e verificou que o animal se encontrava suspenso no ar, a cerca de 1 metro do chão, na posição normal (com os pés voltados para baixo). Chamando então imediatamente a atenção do seu filho, ambos passaram a observar como o terneiro estranhamente ia se deslocando paralelamente ao solo, à altura aproximada de um metro, na posição citada, e berrando, enquanto se afastava em direção ao campo aberto . Pai e filho, como aparvalhados, continuavam entretanto no mesmo lugar, sem reação e iniciativa, somente esperando o desenrolar e o desenlace do fato.
Enquanto o restante dos animais continuava a mugir, berrar e agitar-se, aparentando pavor, o terneiro foi se deslocando em direção à cancela e atravessou a mangueira (porteira) que se encontrava aberta. Em seguida passou por baixo das ramagens de umas arvores, num vão de uns 2 metros de largura, na direção Oeste-Nordeste, até distanciar-se de sua mãe cerca de 20 metros. Atingindo esse ponto e ainda a 1 metro acima do solo, iniciou então um movimento de ascensão vertical, subindo lentamente, sempre com os pés voltados para a Terra. Entretanto deixou de berrar, logo após a tomada de direção vertical. Esta subida lenta durou, conforme as testemunhas (pai e filho), de uns 3 a 4 minutos, quando a uma altura bem inferior às das nuvens, tornou-se invisível (Obs.: Não sabemos que tipo de nuvens, para podermos avaliar aproximadamente sua altura).
Finalmente o episódio foi comunicado ao dono do animal que não deu maior importância ao fato.
No dia 28 de outubro, ainda abalado, o Sr. Pedro procurou seu velho amigo, o Sr. Miguel Carvalho, há muitos anos encarregado da "Ilha", localidade bem junto à cidade de Alegrete. Desabafou-se, confessando que não sabia o que pensar sobre aquilo que presenciara.
- Pormenores da Pesquisa.
A pesquisa foi realizada em duas etapas: a 1ª no dia 28 de março de 1971, presentes do Sr. Victor, o Sr. Adão Bastos e o Sr. Luiz Carlos dos Santos Lopes; a 2ª em 30 de março de 1971, presente o colaborador ( do GIPOVNI) Sr. Adalberto Alves da Rosa; todos residentes em Alegrete.
A idoneidade das testemunhas, que residem na estância a cerca de 6 anos, foi atestada por conhecidos de longa data. Trata-se de pessoas de vida modesta e ambiente limitado, que não tinham, portanto, necessidade de autopromoção. São pessoas calmas e de poucas palavras, que se externam sem exageros nem entusiasmos. O relato foi conseguido a muito custo, e com relutância, portanto as testemunhas as testemunhas não desejam divagar em explicações.
Relata o Sr. Victor Soares que a cerca de 120 metros do local há uma linha elétrica de alta tensão (69.000 volts) da Usina Termoelétrica Oswaldo Aranha, que vai da cidade de São Francisco de Assis até a cidade de Alegrete. O terneiro viajou paralelamente à rede, no sentido de Alegrete para São Francisco.
Na estância, informaram que não foram encontrados vestígios do bezerro.
Em sua carta de 3 de abril de 1971, o Sr. Victor Soares deixa entrever que houve outros "arrebatamentos" nas regiões vizinhas de Uruguai, norte da Argentina e Estado do Rio Grande do Sul. É pena que nenhum destes fatos tenha chegado ao conhecimento da SBEDV.
Fontes.
Boletins: B44 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 81-84.
Artigos de Revistas: SOARES, José Vitor. O fantástico caso do bezerro arrebatado. Revista UFO, Campo Grande, nº 13, 13, novembro/1990.
http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1960/bezerro
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