sábado, 13 de outubro de 2018

The Question Dossiê: Os Cavaleiros Templários e o Dia 13 de Outubro de 1307.

Sob o número 13 existem sombras e desconfianças enraizadas em várias culturas. Eram treze os presentes na Última Ceia, sendo o traidor Judas. No Apocalipse, o número treze é o capítulo onde se assume que o número da besta e do anticristo é o 666. A Cabala, que é um ramo do esoterismo com relações ao judaísmo, enumera treze espíritos malignos. E até na Mitologia Nórdica, Loki, o deus do fogo e da travessura, que aparece nas escrituras muitas vezes como sendo o “décimo terceiro convidado”.


Já falei sobre a Sexta-Feira 13 em Abril, agora vamos a umas das origens desta data cabalística.

História.

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (em latim: "Pauperes commilitones Christi Templique Salomonici"), conhecida como Cavaleiros Templários, Ordem do Templo (em francês: Ordre du Temple ou Templiers) ou simplesmente como Templários, foi uma ordem militar de Cavalaria. A organização existiu durante cerca de dois séculos na Idade Média (1118-1312), tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.

Os seus membros faziam votos de pobreza, castidade, devoção e obediência, usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros. Tendo em conta o local onde originalmente se estabeleceram (o monte do Templo em Jerusalém, onde existira o Templo de Salomão, e onde se ergue a atual Mesquita de Al-Aqsa) assim como o voto de pobreza e de fé em Cristo, denominaram-se "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão".

O sucesso dos Templários esteve vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra Santa foi perdida, o apoio à Ordem reduziu-se. Rumores acerca da cerimônia de iniciação secreta dos Templários criaram desconfianças, e o rei Filipe IV de França - também conhecido como Filipe, o Belo - profundamente endividado com a Ordem, começou a pressionar o papa Clemente V a tomar medidas contra eles. Em 1307, muitos dos membros da Ordem em França foram detidos e queimados publicamente. Em 1312, o papa Clemente dissolveu a Ordem.

O súbito desaparecimento da maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a especulações e lendas que mantêm o nome dos Templários vivo até aos dias de hoje.
  • Fundação.
A ordem foi fundada após a Primeira Cruzada, por Hugo de Payens, em 1118, com o apoio de mais 8 cavaleiros, entre eles André de Montbard, tio de Bernardo de Claraval, e do rei Balduíno II de Jerusalém, que os acolheu em seu palácio em uma das esplanadas do Templo. Nasce assim os Pobres Cavaleiros de Cristo, que, por se estabelecerem no monte do Templo de Salomão, vieram a ficar conhecidos como Ordem do Templo, e por Templário quem dela participava. A finalidade da Ordem era proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém, mais precisamente o caminho de Jafa a Cesareia, vítimas de ladrões em todo o percurso e, já na Terra Santa, dos ataques que os muçulmanos faziam aos reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.

No outono de 1127, Hugo de Payens e mais 5 cavaleiros se dirigem à Roma visando solicitar ao papa Honório II o reconhecimento oficial da Ordem. Nessa visita, conseguem não só o reconhecimento oficial como o apoio e influência de Bernardo de Claraval, no Concílio de Troyes em 13 de janeiro de 1128. Através da bula papal Omne datum optimum, emitida em 29 de março de 1139 pelo papa Inocêncio II, a Ordem foi reconhecida oficialmente pelo Papado e ganhou isenções e privilégios, dentre os quais o de que seu líder teria o direito de se comunicar diretamente com o papa e o direito de construir seus próprios oratórios e serem enterrados neles.

A ordem tornou-se uma das favoritas da caridade em toda a cristandade, e cresceu rapidamente tanto em membros quanto em poder; seus membros estavam entre as mais qualificadas unidades de combate nas Cruzadas e os membros não-combatentes da ordem geriam uma vasta infraestrutura econômica, inovando em técnicas financeiras que constituíam o embrião de um sistema bancário, e erguendo muitas fortificações por toda a Europa e a Terra Santa.

Em 14 de outubro de 1229, o papa Gregório IX emitiu a bula, Ipsa nos cogit pietas, dirigida ao grão-mestre e aos cavaleiros da Ordem do Templo que os isenta de pagar o dízimo para as despesas da Terra Santa, atendendo "à guerra contínua que sustentavam contra os infiéis, arriscando a vida e a fazenda pela fé e amor de Cristo".

Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreve os templários como:
"Leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos".
Levando uma forma de vida austera, os templários não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação à Terra Santa. Como exército, nunca foram muito numerosos: aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da Ordem. Mesmo assim, foram conhecidos como o terror dos muçulmanos.

Quando presos, rechaçavam com desprezo a liberdade oferecida em troco da apostasia, permanecendo fiéis à fé cristã.
  • A Regra Templária.
Um cavaleiro templário é verdadeiramente um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens. 
Bernard de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthood.
A regra dessa ordem religiosa de monges guerreiros (militar) foi escrita por São Bernardo. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: "Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo ad gloriam" (Slm. 115:1 - Vulgata Latina) que significa "Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome" (tradução Almeida). A regra dividia-se em 72 capítulos distribuídos em sete seções:
  • I- A regra primitiva; 
  • II- Os estatutos hierárquicos; 
  • III- Penitências; 
  • IV- Vida Monástica; 
  • V- Capítulos comuns; 
  • VI- Maiores detalhes de penitências; 
  • VII- Recepção na Ordem.
A regra era bem típica de uma sociedade feudal, entre algumas regras estavam que a admissão de novos candidatos seria aprovada pelo bispo local, abster-se de carne às quartas-feiras e algumas curiosas, como dois cavaleiros deveriam comer do mesmo prato. Oficialmente, como consta na regra templária, o termo correto para designar o maior superior hierárquico era Mestre do Templo e não grão-mestre, como lhe é referido nos dias atuais.

Para ser admitido como cavaleiro, o postulante deveria ser cristão, conhecer a regra templária (antes mesmo de ser admitido), jurar viver em castidade e pobreza e ser obediente ao mestre do templo. A iniciação se dava com uma cerimônia religiosa realizada por um dos padres da ordem.
  • Primeiras Batalhas.
Os Templários "estreiam" oficialmente em campo de batalha no ano de 1129, quando tiveram que intervir em um ataque ao Rei Balduíno II em sua ida a Damasco. Em 1138, os Templários são derrotados pelos turcos na cidade de Tecoa, onde nasceu o profeta bíblico Amós, em um infrutífera tentativa de tomá-la dos turcos. Outra derrota se deu na fracassada tentativa de invasão à cidade de Ascalão, no ano de 1153, quando 14 cavaleiros foram cercados e mortos pelos turcos.

Em 1166, tropas do rei de Alepo, invadiram uma fortaleza templária na Transjordânia. Em 1168, o rei Amalrico I de Jerusalém convocou um exército para invadir o Egito, contudo os Templários recusaram tal empreitada alegando que não havia razões para que se procedesse a invasão.

Em 25 de novembro de 1177, os Templários travam, contra o exército de Saladino, a batalha de Montgisard (livremente abordada em diversas formas de arte, como nos filmes Kingdom of Heaven e Arn; no livro The Leper King, Santo Sepulcro em português, de Zofia Kossak). A partir de Montigisard, diversas batalhas ocorrem ano após ano, como o ataque a uma caravana muçulmana em 1182, a batalha de Tubaniya em 1183, a de Al Karak em 1184, até que aos 4 dias de julho de 1187 ocorre a batalha de Hattin, na qual 30 mil cruzados enfrentam 60 mil muçulmanos e perdem não só a batalha como também Jerusalém.

Três décadas mais tarde, em 1219, aproveitando-se do enfraquecimento dos exércitos de Saladino em vista do crescimento do exército Mongol, os cruzados conseguem tomar Damieta, no Egito. Contudo, a falta de união entre as três grandes ordens dos cruzados (Templários, Hospitalários e Teutônicos) impossibilitou alianças e as tropas se retiraram meses depois.
  • Crescimento da Ordem e a Perda de sua Missão.
Com o passar do tempo, a Ordem do Templo ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa. Entre algumas doações estão a herança do rei Afonso I de Aragão que, por não possuir herdeiro do sexo masculino, deixou todos seus bens às ordens de cavalaria (Templários, Hospitalários e do Santo Sepulcro) e a floresta de Cera com o Castelo de Soure, doados pela Rainha de Portugal, Teresa de Leão, com a condição de que expulsassem os sarracenos do país.

Além das doações de seculares à ordem, os Templários também recebiam constantes benesses do Papado:
  • 1139: Bula Omne datum optimum: a Ordem é oficialmente reconhecida pela Igreja Católica e lhe dá proteção;
  • 1144: Bula Milites templi: os cristãos são incentivados a doar bens à Ordem;
  • 1145: Bula Milicia Dei: aumenta a autonomia da Ordem junto à Igreja;
  • 1198: Bula Dilecti filli nostri: garantia à Ordem a fruição completa das doações que recebiam;
  • 1212: Bula Cum dilectis filiis: reafirma a bula Dilecti filli nostri;
  • 1229: Bula Ipsa nos cogit pietas: isenta a Ordem do pagamento do dízimo da defesa da Terra Santa.
Mas não só de doações vivia a Ordem, os templários usavam as propriedades que lhes eram doadas para plantar trigo, cevada e criar animais. Assim a subsistência dos cavaleiros se dava com a venda de trigo, cevada, lã de carneiro, carne de bovinos e queijo feito com leite dos animais criados nas propriedades templárias.

Também começaram a ser admitidas na ordem, devido à necessidade de contingente, pessoas que não atendiam aos critérios que eram levados em conta no início. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários. Nesse diapasão, Bernardo de Claraval, em seu De laude novæ militiæ, divide a Ordem em dois grupos: militia, que são os cavaleiros cristãos comprometidos com as motivações iniciais da ordem, e malitia, pessoas que buscavam apenas reconhecimento e status por pertencer à ordem.
  • A Ordem em Portugal.
A Ordem do Templo chegou ao Condado Portucalense ainda à época de Teresa de Leão, condessa de Portugal, que lhe fez a doação da vila de Fonte Arcada, atual concelho de Penafiel, anteriormente a 1126. Em 1127, a condessa fez-lhe a doação do Castelo de Soure, na linha do rio Mondego, sob o compromisso de colaborar na conquista de terras aos Muçulmanos. No reinado de Afonso I de Portugal (1143-1185), a ordem recebeu a doação do Castelo de Longroiva (1145), na linha do rio Côa. Pouco depois os cavaleiros da ordem apoiaram o soberano na conquista de Santarém (1147) ficando sob responsabilidade da Ordem a defesa do território entre o rio Mondego e o rio Tejo, a montante de Santarém. A partir de 1160, a ordem estabeleceu a sua sede no país em Tomar. O processo de extinção da ordem no país iniciou-se com a recepção da bula "Regnans in coelis", datada de 12 de agosto de 1308, através da qual o papa Clemente V deu conhecimento aos monarcas cristãos do processo movido contra os seus membros. Posteriormente, pela bula "Callidi serpentis vigil", datada de dezembro de 1310, o pontífice decretou a detenção dos mesmos. Dinis I de Portugal (1279-1325), a partir de 1310 procurou evitar a transferência do patrimônio da ordem no país para a Ordem de São João do Hospital, vindo a obter, do Papa João XXII a bula "Ad ae exquibus", expedida em 15 de março de 1319, pela qual era aprovada a constituição da "Ordo Militiae Jesu Christi" (Ordem da Milícia de Jesus Cristo), à qual foram atribuídos os bens da extinta ordem no país. A nova ordem, após uma curta passagem por Castro Marim, veio a sediar-se também em Tomar.
  • A Iniciação na Ordem do Templo.
O contingente Templário era composto por escudeiros, ferreiros, serviçais, clérigos, sargentos e cavaleiros. Esse último grupo é o que conhecemos das ilustres imagens de fortes guerreiros com suas cotas de malha metálicas e o manto branco com a cruz rubra no peito. Esses sim eram os Cavaleiros Templários, a “tropa de elite” do exército cristão na Palestina e os únicos que dentro da organização templária passavam por um tipo de ritual de iniciação. Mas como era esse ritual? Existia algo de profano ou macabro nesse ritual?

Pelo costume da cavalaria medieval, aos 21 anos o jovem escudeiro era investido como cavaleiro na presença de um nobre que o apadrinhava. A iniciação na Ordem do Templo era algo posterior à investidura do cavaleiro.

Não existia nenhum tipo de investigação da vida do candidato ou “futuro templário”, mas no momento da solicitação do ingresso, é possível considerar que o alto comando fazia uma “sabatinada” do candidato, podendo até mesmo vetar o ingresso do mesmo na Ordem.

O novo templário era admitido em uma cerimônia chamada de “Recepção”, composta por 12 cavaleiros presididos pelo Mestre do Templo (Popularmente conhecido hoje como Grão-Mestre) ou seu representante legal na Ordem, que na ocasião respondia pelo nome de “Receptor”. Essas iniciações eram feitas em “fortalezas-conventos”, ou até mesmo em uma Igreja. A reunião era chamada de “Capítulo”. O jovem que desejava entrar para a irmandade era chamado de “noviço” (quando de origem mais humilde) ou “aspirante”. Ele ficava do lado externo do “Capítulo” e batia de qualquer modo à porta para mostrar que não sabia a forma correta para ser recebido. Então o “Receptor” perguntava a todos os presentes se existia alguma objeção para a entrada do “aspirante” na fraternidade. Caso não houvesse, o cerimonial continuaria. Por três vezes eram enviados dois irmãos templários que faziam indagações sobre as intenções do “aspirante”. Na terceira vez as perguntas eram feitas à porta aberta, para mostrar que o “Capitulo” aceitaria aquele que pedia ingresso.

Agora, dentro da reunião do “Capítulo”, o “aspirante” ouvia o “Receptor” apresentar as tribulações da vida dos “Milicianos de Cristo”, que podem ser resumidas nos seguintes aspectos:
  1. Nunca discutir as ordens de seus superiores;
  2. Privar-se de descanso ou sono quando as necessidades de batalha se impuserem;
  3. Ser devoto ao Senhor e a Nossa Senhora;
  4. Guardar-se do pecado;
  5. Fazer voto de pobreza e de penitência;
  6. Manter-se saudável;
  7. Nunca matar um cristão;
  8. Nunca negociar com muçulmanos.
Sempre após as falas do “Receptor”, o “aspirante” deveria dizer: “Sim Senhor, se Deus quiser”. Após essa apresentação, o candidato era levado à Bíblia para prestar o juramento. Antes de fazer esse ato solene, ele declarava que não era casado ou estava noivo, que não possuía dívidas, que não participava de nenhuma Organização similar aos Templários, que estava em boa saúde, que não havia subornado nenhum templário com o objetivo de entrar na Ordem e que não era excomungado pela Igreja.

Logo após o ato do juramento da fraternidade era colhido do iniciado os votos de pobreza, de castidade, de fidelidade à Igreja, aos seus superiores e à defesa da cristandade na Palestina. Sempre ao final de cada voto, o iniciado dizia: “Sim Senhor, se Deus quiser”.

Depois de assumir seus compromissos, o novo templário era revestido com o manto branco com a cruz rubra, característico dos cavaleiros do Templo. Após isso o “Receptor” garantia ao novo irmão os benefícios da “Casa do Templo”: pão, proteção, um teto seguro e a salvação da alma enquanto fosse fiel aos seus juramentos como cavaleiro. Todos então se voltavam para o Capelão, que entoava o Salmo 133 e fazia a oração do Espírito Santo, dando em seguida o “beijo da paz” no novo irmão, selando a fraternidade. Esse beijo era dado de fato na boca, prática que pode parecer um tanto estranha, mas temos que levar em conta a tradição medieval. Nas ordenações sacerdotais daquela época, esse beijo transmitia o “alento vital” e a comunhão fraternal. Até hoje existem resquícios do “beijo da paz” dentro da própria liturgia católica, uma vez que os sacerdotes beijam seus instrumentos de culto.

Antes de encerrar a reunião, o “Receptor” advertia o novo templário sobre os possíveis castigos em caso de transgressão de seus votos. A reunião era encerrada quando o “Receptor” dizia: “Vos dissemos o que deveis fazer e do que deveis vos resguardar; e se não vos dissemos tudo, é porque dizer não podemos até que no-lo soliciteis. E que Deus vos faça agir bem. Amém”. Assim então estava encerrada a iniciação do novo irmão.

Durante o processo de investigação da Inquisição sobre os Templários, muito foi apontado sobre o possível costume de atos profanos, como beijar partes intimas de outro cavaleiro, cuspir na cruz ou até mesmo quebrá-la e negar Jesus Cristo três vezes. Mas, como visto acima, essa prática não integrava o cerimonial do ritual de “Recepção” do candidato, então como tais acusações foram levantadas contra a Ordem?

Em 1308, um ano após a prisão de todos os membros da Ordem do Templo na França, uma comissão nomeada pelo Papa Clemente V teve contato com 72 membros da Organização, que foram levados diante do Papa com o objetivo de confessarem seus crimes contra fé. Eram prisioneiros sem nenhuma importância dentro da hierarquia de comando dos Cavaleiros Templários, mas confessaram algo muito importante para o Sumo Pontífice. Existia um tipo de “teste” obrigatório e violento logo após o ritual de “Recepção”, que poderia se confundido com atos de heresia. O novo cavaleiro era obrigado a cuspir na cruz e a renegar Cristo. Isso poderia parecer uma loucura, mas tinha um fundamento militar para a Organização. Os Templários buscavam simular o que o cavaleiro teria que fazer caso caísse nas mãos dos inimigos islâmicos. Ele poderia ser torturado e obrigado a negar a fé cristã e uma vez isso sendo simulado em um momento que o novato não estava preparado para reagir, como logo após a sua iniciação, poderia acabar sendo um teste de autocontrole e determinação do cavaleiro. Aqueles que se mostrassem firmes poderiam ser enviados para os postos nas frentes de batalha e aqueles que tivessem uma reação covarde seriam designados para postos administrativos. Usando um simples exemplo, Jacques (Ou Tiago) De Molay, logo após a sua iniciação foi enviado para a Palestina com o intuito de prestar serviço na frente militar. Já Hugues de Pérraud sempre serviu ao Templo em cargos administrativos no Ocidente, nunca tendo contato com o inimigo islâmico.
  • O Julgamento dos Templários
Não é de supor que a Ordem do Templo tenha surgido totalmente armada, como Palas-Atena, da cabeça de Hugo de Payens, ou tenha sido o fruto de qualquer inteligência humana individual. A função oficial dos templários, por eles professada, tinha por certo surgido das Cruzadas; mas está claro que já existia uma série de funções especiais que só esta Ordem poderia realizar. A interação entre a mais elevada espiritualidade cristã e a mais elevada espiritualidade islâmica (sufismo) na Alta Idade Média exigia uma ordem soberana, acima de reis e bispos, não sujeita à legislação comum ou mesmo a interditos e excomunhões, e capaz, quando necessário, de se pôr de parte em relação a ambas as civilizações, para agir como mediadora ou árbitro entre elas. 
Angus Macnab, Spain under the Crescent Moon
Com graves problemas de dívida e tendo de recorrer a empréstimos junto dos Templários para financiar os negócios do seu reino, Filipe IV de França usou a sua influência sobre o papa Clemente V, sob a sua dependência, para acabar com a Ordem e confiscar todos os seus bens. Para isso, colocou em efeito uma estratégia de descrédito, acusando os Templários de heresia, imoralidade, sodomia e diversos outros crimes.

A ordem de prisão foi redigida em 14 de setembro de 1307 no dia da exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de outubro de 1307 (uma sexta-feira), todos os cavaleiros que estavam em território francês foram detidos.

Após a tomada de Acre pelos muçulmanos em 1291, os Templários estabeleceram-se no Reino do Chipre, em 1306 depuseram o rei Henrique II e elegeram um cavaleiro como novo monarca, Amalrico de Tiro. Contudo, Amalrico foi assassinado e, em 1310, Henrique II voltou ao poder e expulsou os templários de Chipre, queimando o convento no qual os cavaleiros haviam se estabelecido.

Com a expulsão de Chipre, a ordem de prisão emitida na Europa e na Terra Santa tomada pelos muçulmanos, Tiago de Molay, na sua prisão, apresentara ao papa Clemente V um novo plano de tomada da Terra Santa. Contudo, já estava decidido que a função militar não tinha mais razão de ser e o pontífice tentava, sem sucesso, convencer o rei Filipe, o Belo, a apenas remodelar a Ordem.

Entre 19 de outubro e 24 de novembro de 1307, 138 prisioneiros Templários foram interrogados em Paris. Numa carta do papa Clemente V ao rei Filipe, datada de 27 de outubro de 1307, deixa a entender os protestos do pontífice para com os meios pelos quais os cavaleiros eram interrogados e as confissões lhe eram arrancadas.

Tiago (Ou Jacques) De Molay e Geoffroy de Charnay: Templários condenados à fogueira. Créditos: Wikipédia.
Em 22 de novembro de 1307, pela bula Pastoralis præminentiæ o papa Clemente V recomenda a prisão dos Templários em outros estados da Europa.

A partir de 1310, a Igreja institui sua própria investigação sobre a Ordem, na qual chegaram a depor 573 cavaleiros. Todos em defesa da Ordem e afirmando que as confissões foram arrancadas no tribunal francês por meios de tortura. Em 16 de outubro de 1311, o papa Clemente V abre o Concílio de Vienne afirmando que, com base nos inquéritos eclesiásticos, bem como nos inquéritos civis, não havia fatos palpáveis de culpabilidade.

A Ordem do Templo é extinta em 22 de março de 1312, pela bula Vox clamantis. O papa Clemente V, através bula Ad providam de 2 de maio de 1312, transfere todos os bens Templários para os Hospitalários, exceto os de Portugal, de Castela, de Aragão e de Maiorca, os quais ficariam na posse interina dos monarcas, até o conselho decidir qual o seu destino.

No adro da Igreja de Notre-Dame, em Paris, fora instalado um cadafalso, para no dia 18 de março de 1314 anunciar a sentença de prisão perpétua aos cavaleiros Tiago de Molay, Hughes de Pairaud, Geoffroy de Charnay e Geoffroy de Gonneville. Em meio ao anúncio da sentença, De Molay e Geoffroy de Charnay levantaram-se bradando sua inocência e a de todos os Templários, que todos os crimes e heresias a eles atribuídos foram inventados. No mesmo dia, armou-se uma fogueira próxima ao jardim do palácio onde foram queimados Tiago de Molay e Geoffroy de Charnay.
  • Da Sentença do Papa Clemente V Aos Nossos Dias.
O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V pretendia absolver a ordem das acusações de heresia, e que poderia ter dado eventualmente a absolvição ao último grão-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros, suscitou a reação da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o papa Clemente V a uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, pela bula Vox in excelso, a qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, contudo afirma que, pelo bem da Igreja, a Ordem deveria ser suprimida ou remodelada.

Após a descoberta nos arquivos do Vaticano, da ata de Chinon, assinada por quatro cardeais, declarando a vontade de dar a inocência dos Templários, sete séculos após o processo, o mesmo foi recordado em uma cerimônia realizada no Vaticano, a 25 de outubro de 2007, na Sala Vecchia do Sínodo, na presença de monsenhor Raffaele Farina, arquivista bibliotecário da Santa Igreja Romana, de monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano, de Marco Maiorino, oficial do arquivo, de Franco Cardini, medievalista, de Valerio Manfred, arqueólogo e escritor, e da escritora Barbara Frale, descobridora do pergaminho e autora do livro "Os Templários".

Os cavaleiros Templários, enquanto ordem simultaneamente militar e monástica, ativa e contemplativa, tinham como missão original levar a Terra Santa ao controle cristão, mas, como aponta o historiador brasileiro das religiões Mateus Soares de Azevedo durante os séculos XII e XIII os Templários tiveram um importante papel na criação de um clima de respeito pela erudição e espiritualidade da cultura islâmica, tanto na Europa como na Terra Santa. Eles perceberam o terreno comum que havia entre as camadas mais profundas das civilizações cristã e muçulmana.

Lendas envolvendo os Cavaleiros Templários.

Anel templário
A destruição do arquivo central dos Templários (que estava na Ilha de Chipre) em 1571 pelos otomanos, tornou-se o principal motivo da pequena quantidade de informações disponíveis e da quantidade enorme de lendas e versões sobre sua história.

O segredo em torno da poderosa ordem medieval dos Cavaleiros Templários, e a rapidez com que desapareceram de repente, no espaço de poucos anos, levou a diversas lendas dos Cavaleiros Templários. Estas vão desde os boatos sobre sua associação com o Santo Graal e a Arca da Aliança, a perguntas sobre a sua associação com a Maçonaria, a procura por um tesouro perdido.

Os Templários tornaram-se, assim, associados a lendas sobre segredos e mistérios, e mais rumores foram adicionados nos romances (best-sellers) de ficção populares, como Ivanhoe, Pêndulo de Foucault, e O Código Da Vinci, filmes modernos, tais como "A Lenda do Tesouro Perdido" e Indiana Jones e a Última Cruzada, bem como jogos de vídeo, como Broken Sword e Assassin's Creed. Muitas lendas cercam o local da primeira sede dos templários no Monte do Templo, que tinha sido atribuído a eles pelo rei Balduíno II de Jerusalém. Eles ficaram em operação há 75 anos.

O Monte do Templo é terra sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, e é o local das ruínas do Templo de Salomão, e de um antigo lugar de repouso da Arca da Aliança. Livros Pseudo-históricos, como "The Holy Blood and the Holy Grail" alegam que os templários descobriram documentos escondidos nas ruínas do Templo, que "provam" que Jesus sobreviveu à crucificação, ou possivelmente "provam" Jesus era casado com Maria Madalena e teve filhos com ela (Em Breve). De fato, a suposição de que os templários devem ter encontrado algo sob o Monte do Templo está no cerne das lendas Templárias e teorias pseudo-históricas. Não há nenhuma evidência física ou documental, entretanto, para apoiar essa suposição. É verdade que eles são documentados como tendo carregado um pedaço da Vera Cruz em algumas batalhas, mas esta foi provavelmente uma parte da madeira que foi descoberta durante o século IV por Helena de Constantinopla, mãe do imperador Constantino.

A recente descoberta do Pergaminho de Chinon nos arquivos do Vaticano parece absolverem os Templários das acusações de heresia que foram cobradas sobre eles no momento da sua supressão numa sexta feira 13 de outubro de 1307, e que foram rotulados nos séculos desde. Cópias deste documento foram publicados em 2004.

Uma das versões faz ligação entre os Templários e uma das mais influentes e famosas sociedades secretas, a Maçonaria. Contudo a mesma é fundada apenas em 1717, quatro séculos após o fim dos Templários, na Inglaterra.

Historiadores acreditam na separação dos Templários quando a perseguição na França foi declarada. Um dos lugares prováveis para refúgio teria sido a Escócia, onde apenas dois Templários haviam sido presos e ambos eram ingleses. Embora os cavaleiros estivessem em território seguro, sempre havia o medo de serem descobertos e considerados novamente como traidores. Por isso teriam se valido de seus conhecimentos da arquitetura sagrada e assumiram um novo disfarce para fazerem parte da maçonaria.

A associação dos Templários a sociedades secretas ou práticas alquímicas ou de bruxaria se deve à lenda de que eram quase uma ordem secreta, totalmente hermética na qual ninguém de fora tinha acesso, quando, na verdade, eram o oposto, abriam suas igrejas e oratórios aos moradores locais onde se estabeleciam e acolhiam peregrinos em suas casas e conventos.

Muitas das lendas dos Templários estão relacionadas com a ocupação precoce pela ordem do monte do Templo em Jerusalém e da especulação sobre as relíquias que os Templários podem ter encontrado lá, como o Santo Graal ou a Arca da Aliança. No entanto, nos extensos documentos da inquisição dos Templários nunca houve uma única menção de qualquer coisa como uma relíquia do Graal, e muito menos a sua posse, por parte dos Templários. Na realidade, a maioria dos estudiosos concorda que a história do Graal é apenas uma ficção que começou a circular na época medieval.

O tema das relíquias também surgiu durante a Inquisição dos Templários, pois documentos diversos dos julgamento referem-se à adoração de um ídolo de algum tipo, referido em alguns casos, um gato, uma cabeça barbada, ou, em alguns casos, a Baphomet.

Baphomet de Éliphas Lévi.
Baphomet é um ídolo supostamente adorado pelos Templários. Um frade occitano de Montpezat, Gaucerant, confessou ter adorado uma "figura Baffometi". A palavra "Baphomet" nunca foi pronunciada pelos acusadores ou pelos templários, mas apenas na sua forma adjetiva "Baphomet" ou "bafométique "

O editor e escritor alemão Friedrich Nicolai em seu Versuch über die Beschuldigungen welche dem Templeorden gemacht worden (Ensaio sobre as acusações feitas contra os templários e os segredos desse tipo) em 1782, usa primeiramente palavra Bafomet que associa com o Deus supremo dos gnósticos maniqueístas, e foi o primeiro a argumentar que os Templários tinham uma doutrina secreta que foram transmitidas pelos sarracenos, e um sistema de iniciação em graus diversos. A lenda cresce com o panfreto Mysterium Baphometi revelatum (1819) de um orientalista austríaco, também católico conservador. Joseph von Hammer-Purgstall afirma que os Templários eram gnósticos, ofitas, apóstatas e idólatras.

A ideia de uma Ordem Templária esotérica é popularizada pelo filósofo alemão e anti-racionalista romântico Friedrich Schlegel (1772-1829) em sua Histoire de la littérature ancienne et moderne.

Essa acusação de idolatria contra os Templários também levou à crença moderna por alguns de que os Templários praticavam bruxaria. Contudo, segundo historiadores, a cabeça barbada nada mais era quem um manto com o rosto de Jesus Cristo.

O último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Jacques (ou Tiago) de Molay, é imputada a maldição da Sexta-Feira 13, que ao ser queimado na fogueira teria amaldiçoado a data. Contudo, não há qualquer documento ou registro de tal maldição, além do que, De Molay, e mais 3 líderes Templários, foram queimados no dia 18 de março de 1314, e não dia 13 de Outubro. Tal crença se origina com a morte de seus executores no mesmo ano da morte de Molay; do papa Clemente V em 20 de Abril de 1314 e de Filipe IV de França em 29 de novembro.

Diz a lenda que DeMolay lançou sua maldição de morte contra o Rei e o Papa Clemente V, dizendo que eles iriam encontrá-lo diante de Deus antes do fim daquele ano. O papa Clemente morreu apenas um mês depois, e Filipe morreu mais tarde naquele ano em um acidente de caça.

A sucessão ao trono da França passou rapidamente através dos filhos de Filipe. Luís X de França durou apenas dois anos, deixando uma mulher grávida que deu à luz o próximo rei, D. João I, o Póstumo, mas o bebê viveu apenas cinco dias antes de sucumbir, provavelmente por veneno. O trono então passou para o outro dos filhos de Filipe IV, Filipe V, o Alto, que foi coroado com 23 anos de idade, mas morreu aos 29 anos. Como não tinha filhos, o trono foi então ao seu irmão, Carlos IV de França, que morreu seis anos depois, sem um herdeiro do sexo masculino, e assim terminou a Dinastia Capetiana.

Muitos acreditam que a dinastia fora amaldiçoada. Uma série de romances do século XX chamado Les Rois malditos (Os reis malditos) ampliou nesta história.

Além de possuir riquezas (ainda hoje procuradas) e uma enorme quantidade de terras na Europa, a Ordem dos Templários possuía uma grande esquadra. Os cavaleiros, além de temidos guerreiros em terra, eram também exímios navegadores e utilizavam sua frota para deslocamentos e negócios com várias nações.

Devido ao grande número de membros da ordem, apenas uma parte dos cavaleiros foram aprisionados (a maioria franceses). Os cavaleiros de outras nacionalidades não foram aprisionados e isso possibilitou-lhes refugiarem-se em outros países. Segundo alguns historiadores, alguns cavaleiros foram para Escócia, Suíça, Portugal e até mais distante, usando seus navios. Muitos deles mudaram seus nomes e se instalaram em países diferentes, para evitar uma perseguição do rei e da Igreja.

O desaparecimento da esquadra é outro grande mistério. No dia seguinte ao aprisionamento do cavaleiros franceses, toda a esquadra zarpou durante a noite, desaparecendo sem deixar registros. Por essa mesma data, o rei português D. Dinis nomeava o primeiro almirante português de que há memória, apesar de Portugal não ter armada; por outro lado, D. Dinis evitava entregar os bens dos Templários à Igreja e consegue criar uma nova Ordem de Cristo com base na Ordem Templária, adotando por símbolo uma adaptação da cruz orbicular templária, levantando a dúvida de que planejava apoderar-se da armada templária para si.

Um dado interessante relativo aos cavaleiros que teriam se dirigido para a Suíça, é que antes desta época não há registros de existência do famoso sistema bancário daquele país, até hoje utilizado e também discutido. Como é sabido, no auge de sua formação, os cavaleiros da ordem desenvolveram um sistema de empréstimos, linhas de crédito, depósitos de riquezas que na sua época já se assemelhava bastante aos bancos de hoje. É possível que tenham sido os cavaleiros que se refugiaram na Suíça que implantaram o sistema bancário no lugar e que até hoje é a principal atividade do país.
  • Relíquias.
Outras lendas de invenção moderna afirmam que o Santo Graal, ou Sangreal, foi encontrado pela Ordem e levado para a Escócia durante a repressão dos templários em 1307, e que permanece enterrada sob a Capela de Rosslyn. Outras descobertas mais recentes dizem que o Santo Graal foi levado para o Norte de Espanha, e protegido pelos Cavaleiros Templários de lá.

Algumas fontes afirmam que os templários descobriram os segredos dos maçons, os construtores tanto do templo original e do segundo Monte do Templo, junto com o conhecimento que da Arca que havia sido transferida para a Etiópia, antes da destruição do Primeiro Templo.

Alguns estudiosos, como Hugh J. Schonfield, e parte dos pesquisadores afirmam que os Cavaleiros Templários podem ter encontrado o tesouro num rolo de cobre dos Essênios de Qumran nos túneis sob o Monte do Templo. Eles sugerem que isso pode explicar uma das acusações de heresia que mais tarde foram postas contra os cavaleiros pela Inquisição medieval.
  • Sexta-Feira 13 (1307).
Muitas histórias modernas afirmam que, quando o rei Filipe IV tinha prendido muitos Templários simultaneamente em 13 de outubro de 1307, iniciou-se a lenda do dia azarado da sexta-feira 13. No entanto, um exame mais detalhado mostra que, embora o número 13 era de fato considerado historicamente de azar, a associação real da sexta-feira e 13 parece ser uma invenção a partir do início de 1900.
  • Alegações de Descendências e Renascimento.
Alguns historiadores e autores têm tentado estabelecer uma ligação da Maçonaria e os seus muitos ramos para os templários. Esta alegada ligação continua a ser um ponto de debate. Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, como o Cavaleiro de Santo André, o Cavaleiro da Rosa-Cruz, e o 32º Grau em Consistório fazem referência a uma "conexão Maçônica-Cavaleiros Templários", mas isso geralmente é julgado cerimonial e não fato histórico.

John J. Robinson defende a ligação templária-maçônica, em seu livro Born in Blood: The Lost Secrets of Freemasonry, na qual ele alega que alguns templários franceses fugiram para a Escócia, após a supressão da Ordem, temendo a perseguição da Igreja e do Estado. Ele afirma que procuraram refúgio em uma loja de canteiros escocesa em que começaram a ensinar as virtudes da cavalaria e da obediência, usando as ferramentas dos construtores como uma metáfora, e, eventualmente, começaram a receber "maçons especulativos" (os homens de outras profissões), a fim de garantir a manutenção da ordem. De acordo com Robinson, a Ordem existiu em segredo desta forma até a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717. Um exemplo de simbolismo maçônico-templário transitório supostamente pode ser encontrado na Capela de Rosslyn propriedade dos primeiros Rosslyn, uma família com laços bem documentados a Maçonaria escocesa, porém a Capela de Rosslyn se remonta, pelo menos, 100 anos após a supressão dos Templários.

O caso também é relatado no livro de Michael Baigent e Richard Leigh, The Temple and the Lodge.

No entanto, os historiadores Mark Oxbrow, Ian Robertson, Karen Ralls e Louise Yeoman cada um deixou claro que que a família Sinclair não tinha qualquer ligação com os Templários. Os Sinclairs "testemunharam contra os Cavaleiros no julgamento de 1309, o que não é compatível com qualquer alegado de apoio ou adesão. Em "The Templars and the Grail" " Karen Ralls afirma que entre cerca de 50 disseram contra os templários eram Henry e William Sinclair.

A Ordem do Templo Solar, é um exemplo famoso de um grupo "neo-Templário", fundado em 1984, reivindicaram a descendência original dos Cavaleiros Templários, existem várias outras ordens de auto-intituladas que também dizem serem descendentes ou renascidos da Ordem dos Templários. Uma dessas organizações é a Ordem Suprema Militar do Templo de Jerusalém (SMOTJ), uma sociedade ecumênico cristã baseada nas tradições da medievais dos Cavaleiros Templários e nos princípios da cavalaria. No entanto, a ordem não é uma ordem de cavalaria real, não tendo o reconhecimento oficial do Estado, nem um chefe de Estado como soberano. A SMOTJ foi criada em 1804 e é dedicada à preservação dos locais sagrados em Jerusalém e arredores, as obras de caridade e pesquisas antiquário. Em 2001, a facção mais importante do SMOTJ foi reconhecido pelas Nações Unidas como uma organização não-governamental.

Algumas pessoas apontam algumas semelhanças assumida entre os Cavaleiros Templários e a Suíça, principalmente por causa das bandeiras semelhantes, os Cavaleiros, uma cruz quadrada cortada nas extremidades, e a bandeira da Suíça moderna, uma cruz quadrada, sem fins queimados. Além disso, os Cavaleiros eram conhecidos por seus bancos.

Finalmente, ao longo da história e até hoje, diversas organizações tentaram alegar ligações à Ordem dos Templários original. Até à data, nenhuma dessas afirmações é historicamente verificável nem amplamente aceita.
  • Tesouro.
Existem várias lendas sobre um tesouro que alguns templários conseguira esconder do rei Filipe e que mais tarde foi perdido. Uma história diz respeito em particular a Rennes-le-Château, onde o tesouro foi supostamente encontrado no século XIX: uma fonte de especulação para o tesouro seria o tesouro há muito perdido dos Templários.
  • Ordem dos Templários na Escócia.
Durante o final do século XIII e início do século XIV, a Inglaterra, sob o rei Eduardo I, estava em guerra com a Escócia. Em 1314, seu filho, Eduardo II, contratou os escoceses na Batalha de Bannockburn. Segundo a lenda vitoriana, os escoceses venceram a batalha em grande parte devido à intervenção da Ordem dos Templários, no lado de seu rei Robert Bruce.[18] Na realidade, nenhum dos contemporâneos ou quase nenhum contemporâneo de contas da batalha Bannockburn mencionam os Templários em tudo, e a excomunhão do rei Robert Bruce tinha muito boas razões para ter nada a ver com os Templários, já que ele estava desesperado para manter do lado direito do Papa e do Rei da França. Também é interessante notar que dois membros da Ordem dos Templários tinham lutado por Eduardo I na batalha de Falkirk, em 1298. Militarmente, ele conseguiu muito bem sem eles a partir de 1307-1314 e de 1314-1328 e a história só poderia ser vista como uma concessão ao orgulho Inglês - o 'motivo' real para a sua perda não é porque estavam lutando contra os escoceses, mas contra uma força de elite de cavaleiros. Esta lenda é a base para graus no convite da Ordem Maçônica conhecida como a Ordem Real da Escócia.
  • Lendas sobre associações com outras Ordens.
Mais especulação giram em torno da associação dos Templários com outras Ordens. Esta questão é adicionalmente confusa porque algumas Ordens, como a Maçonaria, passou a adotar os símbolos e as tradições dos Templários em 1700. (Ver: Cavaleiros Templários (Maçonaria)) Outra moderna (mas muito menor) são as reivindicações de ascendência dos Templários a Ordem Suprema Militar do Templo de Jerusalém.

Historiadores revisionistas e teóricos da conspiração afirmam que os Cavaleiros Templários armazenaram conhecimento secreto, ligando-os a miríade de outros temas: os Rosacruzes, os cátaros, o Priorado de Sião, Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, o Hermetismo, os Ebionitas, os Deus Rex, relíquias ou evangelhos perdidos de Tiago, o Justo, Maria Madalena e Jesus (como o "Testamento de Judas"), rei Salomão, Moisés e, finalmente, Hiram Abif e os mistérios do Antigo Egito. Isto, por sua vez, tem contribuído para os Cavaleiros Templários ter várias influências sobre a cultura popular.
  • Caveira e Ossos Cruzados.
A lenda maçônica fala de três Templários que pesquisaram o local da queima de Jacques de Molay, e encontram apenas um crânio e dois fêmur. Estes levaram com eles e supostamente foram utilizados como o impulso para criar a primeira Jolly Roger, bandeira, simbolo da pirataria, de modo que eles nunca esqueceriam. Esse mesmo símbolo é usado hoje pela sociedade da Universidade de Yale, a Skull and Bones.
  • Rumores Sobre Localizações.

O piso plano da Cúpula da Rocha e algumas linhas de construção; possível fonte de
 inspiraçãopara as construções dos Templários. Créditos: Wikipédia.
Muitos locais são ditos terem várias ligações com os Templários, com vários graus de confiabilidade. Uma especulação comumente citada tem a ver com uma pintura templária que estava no telhado de um edifício em Templecombe, na Inglaterra. Atualmente em exibição em uma aldeia na Igreja de St Mary, algumas pessoas acreditam que é uma imagem templária encomendada de Cristo ou a cabeça sem corpo de João Batista .

A seguir está uma lista de alguns dos lugares que têm sido associados com os Cavaleiros Templários, quer na ficção ou em lendas, mas que ainda não foram provados a ter uma associação de fato:
  1. Poço das Almas em Jerusalém;
  2. Oak Island, Nova Escócia (região do oeste lendário);
  3. Acadia (atualmente da Nova Escócia) é um derivado de Arcádia, a mítica e utópica visão idílica da mitologia da Renascença. Os Acadianos da Nova Escócia e a povo de Cajun da Louisiana espalham boatos por serem descendentes dos antigos Cavaleiros Templários;
  4. Igreja de Laon, na França;
  5. Igreja Redonda de Lanleff na Bretanha, França;
  6. O castelo de Barberà em Espanha;
  7. O Castelo de Ponferrada, na aldeia homônima em León, Espanha;
  8. Capela Chwarszczany na Polónia;
  9. Bannockburn, local da Batalha de Bannockburn na Escócia;
  10. Capela de Rosslyn e Igreja de Orphir na Escócia;
  11. Caverna de Royston, estradas sob a cruz formada pela Icknield Way e Ermine Street;
  12. Hertford, Inglaterra;
  13. Santo Sepulcro em Cambridge, a Inglaterra;
  14. Santo Sepulcro em Northampton, Inglaterra;
  15. La Chapelle-Saint-Georges d'Ydes em França;
  16. Igreja de San Jacopo em Campo Corbolini, em Florença, Itália;
  17. Castelo de Almourol, Portugal;
  18. Templo, Midlothian, Escócia;
  19. Templo Bruer, Lincolnshire;
  20. Igreja da Trindade (Nova York) em Wall Street, em Nova York.
Fontes.

https://cruzadoscatolicosweb.wordpress.com/13-de-outubro-de-1307-a-sexta-feira-13-o-fim-dos-templarios-a-ordem-de-monges-soldados/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Templ%C3%A1rios

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lendas_envolvendo_os_Cavaleiros_Templ%C3%A1rios

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques_de_Molay

https://observador.pt/2015/03/13/sexta-feira-13-azar-nasceu-franca/

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