Se aqui temos Fofões malditos e Bonecas a Xuxa diabólicas, no Japão eles tem uma boneca viva (?) E não está relacionada a outra famosa Lenda da Internet, das Bonecas Sexuais Humanas.
Fazendo parte da categoria de Brinquedos que de alguma forma adquirem vida, temos a curiosa e assombrosa lenda de Okiku.
Okiku (Ao lado) e a mais popular lenda relacionada a isto no Japão, a Okiku e para os Japoneses, o que o Fofão e para nos Brasileiros. O que torna Okiku assustadora no ponto de vista Nipônico, não é o fato dela ter uma adaga ou uma velha preta, e sim suas características faciais que a imortalizaram na Mitologia Urbana da Terra do Sol Nascente.
Okiku atualmente reside no Templo Mannenji, em Hokkaido. Curioso que sua visitação permitida, mas tirar fotos ou até mesmo grava-la e proibido.
Como todas as boas lendas, a história tem muitas versões diferentes que se misturam e combinam detalhes. Isso tudo, para obter a maior reação do leitor, ou seja uma sensação de horror, afinal essa e a narrativa de toda Lenda Urbana.
Diz o conto que a boneca foi comprada em Hokkaido, no ano de 1918, por um menino de 17 anos, chamado de Eikichi Suzuki em Visita a Saporro. A boneca foi dada de presente à sua irmã menor de três anos, chamada Kikuko (às vezes, também chamada de Kiyoko em outras histórias). Dizem que Kikuko amava tanto sua boneca que a levava para todo lugar. Até mesmo na hora de dormir.
A boneca tinha um estilo de cabelo conhecido como “okappa“, comum nas bonecas tradicionais japonesas. Este cabelo tem o comprimento cortado na altura do queixo e tem uma franja curta na testa.
No entanto, infelizmente, Kikuko morreu repentinamente no ano seguinte, depois de pegar um resfriado. A família guardava a boneca no santuário da casa para recordar e rezar para ela. (Outras versões afirmam que ao morrer o corpo do falecido e cremado, com isso costuma-se queimar junto, os objetos pessoais da pessoa, a família porém, acabou esquecendo de colocar a boneca junto ao corpo). Foi a parti dai que a Boneca passou a se chamar de Okiku.
Mas, aos poucos, eles começaram a notar algo estranho. O corte de cabelo okappa clássico de Okiku cresceu lentamente. Isto foi visto como um sinal de que a boneca estava possuída pelo espírito inquieto da menina. No Japão acredita-se muito em “vida após a morte”, por isso acreditam que todo objeto pessoal da pessoa que morreu deve ser queimado, para que o espírito possa descansar em paz.
Anos mais tarde, dependendo das versões entre 1938-1940, endossado ainda mais pela 2° Guerra Mundial, o pai de Kikuko deu a boneca Okiku ao Templo Mannenji para ser cuidada. Pois ele e sua família tiveram que se mudar para o continente para irem trabalhar (Ou morar no Interior). A boneca ficou no Templo Mannenji, aos cuidados do sacerdote, junto as cinzas da menina. Ao término da guerra, todos voltaram para cidade, porém ao irem ao templo pegar seus pertences, perceberam que os cabelos da boneca continuavam crescendo.
A boneca, por solicitação do irmão de Kikuko, continuou no templo, porém a história se espalhou com tanta rapidez que acabou chamando a atenção de pesquisadores, porém até o momento nenhuma explicação científica foi encontrada para o fenômeno.
Atualmente o Templo Mannenji, localizado em Hokkaido, virou atração de turistas, que querem comprovar a transformação sofrida pela boneca. Contudo não e permitido fotografar ou filmar a mesma.
Afirma-se que, além dos cabelos da boneca, que antes eram até os ombros e hoje estão pela cintura, os lábios que eram cerrados hoje estão “entreabertos e úmidos”. E ainda, que se você olhar bem dentro dela, poderá até ver o crescimento de seus dentes. Para deixar a lenda ainda mais interessante a boneca tem expressões vivas, parecendo olhar para as pessoas.
Dizem também, que até um exame científico foi feito em Okiku. E ele confirmou que o cabelo era de uma criança humana. Agora, a boneca exibida no templo tem os cabelos até os joelhos. E, supostamente, continua a crescer mesmo após alguns cortes periódicos.
Mas, quem seria corajoso o suficiente para cortar os cabelos de Okiku? Talvez um monge do templo tenha tido um sonho em que a boneca transmitiu o seu desejo. E, geralmente, o que as bonecas assombradas querem, as bonecas assombradas conseguem.
Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto.
Seguindo os mesmos passos do Blog Assombrado.com.br tive que me aventurar na Internet Japonesa em busca demais informações sobre a Lenda de Okiku, na grande maioria e apenas repetições e menções de outros Blogs e Sites. Além do Assombrados, recentemente o site Coisas do Japão publicou um interessante Artigo sobre Okiku (Links nas Fontes).
Para descobrir o concerne de todo o Mito, de fato tem que pesquisar aonde o mesmo se originou. Nas pesquisas (Graças as Fontes foi mais fácil) o embrião que originou de fato esse mito moderno e de uma investigação, publicada em 1962 na revista Takara Jima, número 415 "O Novo compêndio de desmantelamento de casos estranhos da atualidade".
Nesse artigo, o investigador, Takehiko Koike, estudante de história de fantasmas, descobriu que o jornalista Yutaka Mabuchi foi o responsável por criar a lenda, publicando 2 artigos sobre a boneca, um no ano de 1962 e outro no ano 1968. Dois anos mais tarde, em 1970, um jornal de Hokkaidou praticamente concluiu a criação da lenda.
Abaixo estão os dois artigos escritos por ele de modo resumido:
O 1º Artigo Publicado sobre a Boneca Okiku.
Data: 6 de agosto de 1962.
Revista: semanário voltado para o público feminino "Shukan Josei Jishin".
Autor: O jornalista Yutaka Mabuchi.
Data de Consagração da Boneca ao Templo Manneji: 1918.
O artigo: o jornalista Yutaka Mabuchi diz que visitou junto de um monge, a casa do Sr. Eikichi Suzuki naqueles dias. É atribuído ao Sr. Eikichi Suzuki o primeiro texto sobre a boneca:
O artigo continua e diz que após a consagração da boneca ao templo, o Sr. Joshichi mudou de cidade e seu rastro foi perdido (Por isso as versões de ter indo para o Interior, ou se Mudado para trabalhar). Quem primeiro percebeu que os cabelos da boneca haviam crescido, foi o monge do templo, quase 3 anos após o brinquedo ter sido guardado em uma caixa. Ele contou que certa noite teve um sonho, onde aparecia o Sr. Joshichi de pé ao lado de sua cama, banhado em suor e pedindo para o monge: "Por favor...Corte os cabelos da minha filha..." O monge então verifica a boneca na caixa e constata que seu cabelo havia crescido consideravelmente.
No entanto o nome da menina nesse artigo não está como Kikuko, mas sim, como Kiyoko. Podemos considerar que a grande mídia na época deveria chamar a boneca por outro nome, baseado no nome verdadeiro da menina.
O 2º Artigo Publicado sobre a Boneca Okiku
Data: 15 de julho de 1968
Revista: Revista "Young Lady"
Autor: O jornalista Yutaka Mabuchi
Data de Consagração da Boneca ao Templo Manneji: 1938
O artigo: Nesse novo artigo, consta que na Exposição Taishou, quem comprou a boneca foi Eikichi Suzuki (autor do primeiro relato contado para ele) e é contado o episódio da compra da boneca. Entretanto, a boneca teria sido consagrada ao templo no ano de 1938, pouco antes do Sr. Joshichi Suzuki ter ido trabalhar nas minas de carvão da cidade de Minatochou, região de Mooka na então província de Karafuto.
O monge só descobriu que os cabelos da boneca haviam crescido na primavera de 1955, durante uma grande limpeza do templo. Ou seja, segundo esse novo artigo, ninguém teria percebido que seus cabelos haviam crescido durante 17 anos.
Por fim, o nome Kikuko aparece como o nome da menininha e pela primeira vez aparece o nome Okiku, com a nota sobre o seu nome ter derivado do nome da proprietária.
Este artigo trouxe a data correta da consagração: 1938.
A Publicação de 1970.
Data: 15 de agosto de 1970.
Revista: Jornal Hokkaido Shimbun.
O artigo: O Jornal Hokkaido Shimbun publicou uma coluna intitulada "A História Fantasmagórica da Boneca Okiku" e o conteúdo é praticamente o mesmo do 2º artigo acima, no entanto, os detalhes foram excessivamente alterados, como por exemplo: "No espaço da manhã à noite, seus cabelos cresciam", uma observação com propositais conotações religiosas.
Tempere com informações a gosto e Publique, está criado a Lenda de Okiku.
Contradições.
O Mito de Okiku diz que seu cabelo cresce com o passar dos anos, sendo necessário o corte do mesmo em alguns períodos, além do fato da mesma começar a abrir a boca e indo mais além, mostrar dentições. Sobre a boca está começando a se abrir já e próprio da boneca, foi fabricada assim mesmo, com a boca aberta (ou semiaberta).
Existem muitos livros e sites dizendo que os cabelos da boneca continuam crescendo até os dias atuais, mas na verdade, os cabelos não cresceram absolutamente nada do que afirmam.
Isso é mais evidente quando se compara as fotos antigas com as mais recentes (Ao Lado) e se percebe que tanto o volume quanto o comprimento não se alteraram em muitos anos, também não se encontra em nenhum lugar, uma única fotografia da boneca com os cabelos ainda curtos, sejam do começo da história ou após os monges terem supostamente cortado os seus cabelos.
A boneca Okiku é um modelo Ichimatsu e no passado, se tornaram o brinquedo preferido de meninas, abundando por todo o Japão. Os cabelos utilizados nesse modelo, eram humanos até pouco antes da Segunda Guerra Mundial. (apesar de que mesmo possuindo tecnologia para criar cabelos artificiais hoje em dia, alguns modelos caros ainda utilizam cabelos verdadeiros.) e no caso da boneca Okiku, acredita-se que foram utilizados cabelos de criança para confeccioná-la.
O uso de cabelos humanos com essa finalidade, pode provocar repulsa em algumas pessoas, mas vale dizer que não se trata de cabelos de gente morta. Naquele tempo, para completar a renda, era comum que mulheres vendessem os seus cabelos que eram utilizados em confecções de perucas e também de bonecas.
Acontece que os métodos de produção na época não eram padronizados e eram bastante artesanais, tanto que as bonecas prontas passavam um tempo nos depósitos das fábricas, aguardando o cabelo assentar para serem uma vez cortados antes de comercializá-las. Ou seja, que de uma boneca recém criada para uma boneca que havia passado um bom tempo no depósito, haviam variações aparentes no comprimento dos cabelos, já que não haviam se estabilizado, dando a impressão de que haviam crescido.
Ainda por cima, os fios de cabelo eram aplicados na superfície da cabeça da boneca, em forma de letra U, cuja parte mais profunda desse arco feito com o fio de cabelo, era fixado na cabeça da boneca com um fio de linha, restando soltas as duas pontas.
Com o passar do tempo, o fio se desloca apenas para um lado, criando a visível impressão de que os cabelos cresceram. O "fenômeno" natural, era ainda mais agravado quando meninas penteavam, acariciavam e puxavam os cabelos do seu brinquedo favorito.
Vamos supor que você queira fazer o comprimento do cabelo da boneca de 10 centímetros. Neste caso, prepare cerca de vinte e cinco centímetros de cabelo com mais que o dobro de seu tamanho e cubra o centro com um laço de fios.
Em seguida, plante a parte do anel em um buraco feito na cabeça do boneco e fixe-o com cola.
Na verdade, uma vez que o cabelo com mais de 20 cm é dobrado em dois e plantado, parece ter apenas 10 cm de aparência.
No entanto, no caso deste método de fixação, ocorre uma alteração quando a cola se torna antiga ou quando a forma de colagem é desleixada.
No circulo a esquerda e demonstrado a forma de colocar o cabelo na cabeça da boneca, o círculo a direita mostrar que se pentear, um fio ou até mesmo o conjunto de mechas pode crescer, dando a impressão sobrenatural de crescimento, enquanto o outro lado diminui. se pentear ele crescer, se pentear novamente ele volta a sua posição original.
A boneca Okiku não era um modelo muito caro (Na época) e esta explicação tem uma grande possibilidade de se encaixar no caso. Além do fato do Templo Mannenji não permitir tirar fotografias.
Fontes
http://www.assombrado.com.br/2014/07/okiku-boneca-viva-do-japao-investigacao.html (Principal)
https://www.coisasdojapao.com/2018/05/boneca-assombrada-cabelos-humanos-que-crescem/ (Principal)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Banch%C5%8D_Sarayashiki
https://ja.wikipedia.org/wiki/%E5%B8%82%E6%9D%BE%E4%BA%BA%E5%BD%A2
http://www.nazotoki.com/okiku.html
https://nikkan-spa.jp/1763
https://blogs.yahoo.co.jp/to7002/33194958.html
https://grapee.jp/en/98782
https://en.wikipedia.org/wiki/Hokkaido_Shimbun
https://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_dolls
http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/okiku.html
"No ano de 1918 (Ano 7 do período Taishou), foi realizada na cidade de Sapporo a Exposição Taishou. Durante a exposição, uma boneca foi comprada nas lojas Tanukikoji, para ser presenteada a uma irmã mais nova chamada Kikuko, que havia ficado em casa. A boneca possuía um corte de cabelo em estilo "Kappa", ou seja, um tipo de corte na altura das orelhas parecido com o corte de cabelo channel. Era um modelo até moderno para a época, pois o brinquedo soava quando o peito era pressionado.
Kikuko ficou muito feliz com o presente, tanto que ela brincava todos os dias com a boneca, mas desafortunadamente, no dia 24 de janeiro de 1919, ela falece com a idade de 3 anos vitimada por uma doença. No seu funeral, esqueceram de colocar o objeto de sua estima no caixão e ao encontrarem a boneca mais tarde, decidiram guardá-la junto das cinzas da menininha e consagrá-la no altar familiar.
A família nos seus afazeres domésticos, sempre lembrando da dolorosa perda da manhã à noite, acaba por notar que os cabelos da boneca cresciam com o passar do tempo."Voltando ao artigo publicado no semanário, quem pediu para o templo abrigar a boneca no ano de 1918 foi o próprio pai do Sr. Suzuki, chamado Joshichi Suzuki.
O artigo continua e diz que após a consagração da boneca ao templo, o Sr. Joshichi mudou de cidade e seu rastro foi perdido (Por isso as versões de ter indo para o Interior, ou se Mudado para trabalhar). Quem primeiro percebeu que os cabelos da boneca haviam crescido, foi o monge do templo, quase 3 anos após o brinquedo ter sido guardado em uma caixa. Ele contou que certa noite teve um sonho, onde aparecia o Sr. Joshichi de pé ao lado de sua cama, banhado em suor e pedindo para o monge: "Por favor...Corte os cabelos da minha filha..." O monge então verifica a boneca na caixa e constata que seu cabelo havia crescido consideravelmente.
No entanto o nome da menina nesse artigo não está como Kikuko, mas sim, como Kiyoko. Podemos considerar que a grande mídia na época deveria chamar a boneca por outro nome, baseado no nome verdadeiro da menina.
Imagem do 2º artigo publicado em 15 de julho de 1968. Créditos Assombrado.com.Br |
Data: 15 de julho de 1968
Revista: Revista "Young Lady"
Autor: O jornalista Yutaka Mabuchi
Data de Consagração da Boneca ao Templo Manneji: 1938
O artigo: Nesse novo artigo, consta que na Exposição Taishou, quem comprou a boneca foi Eikichi Suzuki (autor do primeiro relato contado para ele) e é contado o episódio da compra da boneca. Entretanto, a boneca teria sido consagrada ao templo no ano de 1938, pouco antes do Sr. Joshichi Suzuki ter ido trabalhar nas minas de carvão da cidade de Minatochou, região de Mooka na então província de Karafuto.
O monge só descobriu que os cabelos da boneca haviam crescido na primavera de 1955, durante uma grande limpeza do templo. Ou seja, segundo esse novo artigo, ninguém teria percebido que seus cabelos haviam crescido durante 17 anos.
Por fim, o nome Kikuko aparece como o nome da menininha e pela primeira vez aparece o nome Okiku, com a nota sobre o seu nome ter derivado do nome da proprietária.
Este artigo trouxe a data correta da consagração: 1938.
A Publicação de 1970.
Data: 15 de agosto de 1970.
Revista: Jornal Hokkaido Shimbun.
O artigo: O Jornal Hokkaido Shimbun publicou uma coluna intitulada "A História Fantasmagórica da Boneca Okiku" e o conteúdo é praticamente o mesmo do 2º artigo acima, no entanto, os detalhes foram excessivamente alterados, como por exemplo: "No espaço da manhã à noite, seus cabelos cresciam", uma observação com propositais conotações religiosas.
Tempere com informações a gosto e Publique, está criado a Lenda de Okiku.
Uma das imagens de Okiku em seu altar. O templo proíbe as pessoas de tirar fotos ou fazer vídeos da boneca. |
- Primeiro, a história muda muito de um artigo para outro.
- O nome da boneca é diferente. No 1º artigo: Kiyoko enquanto no 2º é Okiku. A Mudança para Okiku poderia ter sido uma tentativa de induzir o leitor a associar o nome com o da personagem Okiku da clássica história de fantasmas japonesa "A Casa dos Pratos". Se Digita Okiku no Google e o primeiro resultado vai ser sobre a lenda da boneca em questão. Se especificar a pesquisa para Okiku e a casa dos pratos, lhe direcionara a um artigo da Wikipédia sobre essa história.
- Na verdade o nome da boneca é apenas Kiku (crisântemo em português, originário do nome Kikuko ou criança dos crisântemos). A partícula O, comumente adicionada no início de certas palavras em japonês, quer dizer algo como Honorável.
- Em 1918, não houve uma inauguração da exposição Taishou. A inauguração se deu na exposição de Hokkaidou em comemoração do aniversário de 50 anos de abertura de estradas. Essa exposição foi do dia primeiro de agosto ao dia 19 de setembro de 1918.
- Na província de Karafuto, existia a região de Mooka, mas não existia lugar de exploração de carvão em uma cidade com o nome de Minatochou. Segundo o índice de minas de carvão na Wikipédia, não figura uma região chamada de Mooka. (Apesar de existir a mina de Mooka localizada em Kyuushu, ao sul do Japão...)
- Para aumentar a credibilidade, a história que passa no período Showa (1926-1989), foi colocada como sendo do período Taishou (1912-1926).
- A parte do relato em que o pai da menina aparece em sonho ao monge, é um clichê forçado e batido de história de fantasmas.
- Outra coisa é que o semanário "Shukan Josei Jishin", onde foi publicado o 1º artigo, é uma revista de fofocas, semelhante a Contigo ou Caras. O título do artigo de Okiku era "Oh! Essa voz era a de um fantasma".
Foto recente de Okiku, 12 de Maio de 2018 |
O Mito de Okiku diz que seu cabelo cresce com o passar dos anos, sendo necessário o corte do mesmo em alguns períodos, além do fato da mesma começar a abrir a boca e indo mais além, mostrar dentições. Sobre a boca está começando a se abrir já e próprio da boneca, foi fabricada assim mesmo, com a boca aberta (ou semiaberta).
Existem muitos livros e sites dizendo que os cabelos da boneca continuam crescendo até os dias atuais, mas na verdade, os cabelos não cresceram absolutamente nada do que afirmam.
Os cabelos de Okiku de fato "cresceram" mas não existe nada de sobrenatural nisto. A explicação para esse fenômeno e o mais natural possível.
Isso é mais evidente quando se compara as fotos antigas com as mais recentes (Ao Lado) e se percebe que tanto o volume quanto o comprimento não se alteraram em muitos anos, também não se encontra em nenhum lugar, uma única fotografia da boneca com os cabelos ainda curtos, sejam do começo da história ou após os monges terem supostamente cortado os seus cabelos.
A boneca Okiku é um modelo Ichimatsu e no passado, se tornaram o brinquedo preferido de meninas, abundando por todo o Japão. Os cabelos utilizados nesse modelo, eram humanos até pouco antes da Segunda Guerra Mundial. (apesar de que mesmo possuindo tecnologia para criar cabelos artificiais hoje em dia, alguns modelos caros ainda utilizam cabelos verdadeiros.) e no caso da boneca Okiku, acredita-se que foram utilizados cabelos de criança para confeccioná-la.
O uso de cabelos humanos com essa finalidade, pode provocar repulsa em algumas pessoas, mas vale dizer que não se trata de cabelos de gente morta. Naquele tempo, para completar a renda, era comum que mulheres vendessem os seus cabelos que eram utilizados em confecções de perucas e também de bonecas.
Acontece que os métodos de produção na época não eram padronizados e eram bastante artesanais, tanto que as bonecas prontas passavam um tempo nos depósitos das fábricas, aguardando o cabelo assentar para serem uma vez cortados antes de comercializá-las. Ou seja, que de uma boneca recém criada para uma boneca que havia passado um bom tempo no depósito, haviam variações aparentes no comprimento dos cabelos, já que não haviam se estabilizado, dando a impressão de que haviam crescido.
Ainda por cima, os fios de cabelo eram aplicados na superfície da cabeça da boneca, em forma de letra U, cuja parte mais profunda desse arco feito com o fio de cabelo, era fixado na cabeça da boneca com um fio de linha, restando soltas as duas pontas.
Com o passar do tempo, o fio se desloca apenas para um lado, criando a visível impressão de que os cabelos cresceram. O "fenômeno" natural, era ainda mais agravado quando meninas penteavam, acariciavam e puxavam os cabelos do seu brinquedo favorito.
Vamos supor que você queira fazer o comprimento do cabelo da boneca de 10 centímetros. Neste caso, prepare cerca de vinte e cinco centímetros de cabelo com mais que o dobro de seu tamanho e cubra o centro com um laço de fios.
Em seguida, plante a parte do anel em um buraco feito na cabeça do boneco e fixe-o com cola.
Na verdade, uma vez que o cabelo com mais de 20 cm é dobrado em dois e plantado, parece ter apenas 10 cm de aparência.
No entanto, no caso deste método de fixação, ocorre uma alteração quando a cola se torna antiga ou quando a forma de colagem é desleixada.
A ilustração é do Museu Nacional de Ciência Emergente e Inovação. Créditos: nikkan-spa.jp |
A boneca Okiku não era um modelo muito caro (Na época) e esta explicação tem uma grande possibilidade de se encaixar no caso. Além do fato do Templo Mannenji não permitir tirar fotografias.
Templo Mannenji, Localizado na Província de Hokkaido, Aonde Okiku reside atualmente. |
Fontes
http://www.assombrado.com.br/2014/07/okiku-boneca-viva-do-japao-investigacao.html (Principal)
https://www.coisasdojapao.com/2018/05/boneca-assombrada-cabelos-humanos-que-crescem/ (Principal)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Banch%C5%8D_Sarayashiki
https://ja.wikipedia.org/wiki/%E5%B8%82%E6%9D%BE%E4%BA%BA%E5%BD%A2
http://www.nazotoki.com/okiku.html
https://nikkan-spa.jp/1763
https://blogs.yahoo.co.jp/to7002/33194958.html
https://grapee.jp/en/98782
https://en.wikipedia.org/wiki/Hokkaido_Shimbun
https://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_dolls
http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/okiku.html
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